sábado

Anoitecer de Sábado electrizante

A noite já caiu. O portão da garagem nas traseiras do prédio abre-se. O automóvel preto entra pela rampa de acesso, que termina dois andares abaixo. O Edificio Magnolia tem paredes que se escondem por detrás de outras. Tem portas que se abrem para dar acesso a outras. E o que parece estar à vista, esconde-se por entre segredos. A garagem do empreendimento ocupa toda a área do segundo andar abaixo do rés do chão e ainda se estende uns metros quadrados para fora do perímetro da parte superior do edificio. Como muitas garagens, também esta se caracteriza pelo seu tamanho reduzido a nivel de altura, luz e espaço para cada automóvel estacionar. Ainda assim, contam-se oito lugares de parqueamento, devidamente separados. O automóvel preto é estacionado no lugar reservado ao 3º esquerdo. Rafael vem no lugar do passageiro, à boleia de Cristina. Ela, vizinha próxima do instrutor, ofereceu-se para o trazer, juntamente com a bicicleta que normalmente o transporta.
Encontraram-se à entrada do supermercado onde habitualmente Cristina faz as suas compras. Ao final da tarde, quando a luz natural já escasseava, ela colocava os sacos na enorme bagageira da sua station wagon. Atravessando a cidade rumo a casa, Rafael apercebeu-se da presença solitária da amante.
- Olha quem é ela...
- Neves....
Existia uma procura de se mostrar surpreendida, mas a verdade é que Cristina se sentia arrebatada. O seu amante predilecto parava diante de si, com aquela postura firme, confiante e suada. O instrutor coloca a bicicleta entre o carrinho das compras e o corpo dela.
- Já voltou da lua-de-mel... - atira ele.
- Assim parece...
- As fodas em Cuba? Foram boas?
- É isso que se espera da lua-de mel, não é?...
- Deixa-me adivinhar....O teu marido perdeu o fulgor ao segundo dia de férias...
Cristina silenciou. Tudo em si delirava. Tudo em si acendia e criava um curto-circuito mental. Afastou-se da bicicleta e procurou retirar mais dois sacos do carrinho de compras. O seu olhar fugia do sorriso presunçoso de Rafael.
- O que foi? Disse alguma coisa insensivel?
Ela continuava a não responder. Retirava o último saco quando ele agarrou o seu braço, atirando o corpo dela contra o seu. Cristina não tinha como fugir à atenção que ele pretendia.
- Cristina....O que se passa?
- Tenho saudades das nossas quecas, só isso...
Rafael sorriu. Evadiu por uns momentos o olhar enquanto segurava a mão ténue da mulher. Cristina ainda se sente arrebatada pela presença dele. Como desde sempre o sentiu.
- Arruma a bicicleta...Eu levo-te a casa. - diz ela.
Ela pegou no carrinho e foi arrumá-lo, uns metros abaixo. Ao mesmo tempo, Rafael percebeu as intenções e os desejos da mulher e colocou a bicicleta na bagageira do automóvel preto, rebatendo os bancos traseiros. Cristina regressou e ele já está dentro do carro para seguir viagem até à rua do Edificio Magnolia.
Cristina desliga o motor do carro. Olha para ele e aguarda uma decisão. Ele mantém um sorriso e aproxima-se suavemente da face dela. A mulher não resiste. Coloca a mão na face do amante e beija-o. Os lábios finos dela invadem a boca dele. Pressente-se um beijo ansioso, inevitável e comprometedor.
- Não mereces, cabrão!
- Não?!....
- Uhmm....Não!...Devia esquecer-te...Devia deixar de te querer assim tanto.
- Podemos parar, se quiseres...
- Precisavas mesmo de a ter comido?
As mãos de Rafael abrem-se dentro da blusa dela. Puxam os botões frágeis e fazem descobrir o pescoço húmido da mulher. Ele beija-lhe a face, roçando a sua pele pela derme macia da amante.
- Quem?
- A minha sobrinha!...Meu Deus...ainda por cima na porra do meu casamento!
- ...Não tive culpa...
- Poupa-me Neves, eu vi-te a levá-la para a casa de banho...
- E então? Ela é crescida, sabe o que fez...sabe o que queria...
- Ela tem 21 anos...é uma garota que perdeu a virgindade há tão pouco tempo....
- E isso são tudo ciúmes?!...
Cristina geme. Os dedos dele invadem o seu peito. Os seus olhos cerram. Porque a paixão dele já ataca o seu desejo. E a desistência já se apresenta complexa. Cristina quer o homem. De uma forma ou de outra. É um vicio. É uma sede. É uma inabalável vontade de se entregar ao homem que lhe entrega um prazer verdadeiramente louco. E dez dias de lua-de-mel provocaram um vírus de excitação dentro dela, a guardar-se para um momento assim.
- De que te queixas, Cristina? Fodi-te, não fodi? Como te prometi...
- Sim...mas não chegou...Não chegou, Neves...Preciso de te sentir. Preciso que entres em mim.
A boca dela volta a penetrar nos lábios dele. Todo o corpo da mulher assume um desejo explosivo de se entregar a ele. O mais breve possivel. O beijo pára. Rafael olha para ela, raciocinando em silêncio sobre o próximo passo a tomar. Cristina está dentro da garagem de um prédio que não é o seu. No lugar de estacionamento de um apartamento que não é o seu. Com um homem que não é o seu. Ele abre a porta do carro e sai para a escuridão da garagem. Apenas uma pequena luz procura iluminar aquele espaço. O portão da garagem já foi fechado. A noite já caiu há alguns minutos. As luzes de presença só acendem com a passagem de pessoas. A porta de acesso às escadas e ao elevador estão aparentemente fechadas. Rafael procura fazer poucos movimentos. Abre a bagageira do carro e retira a sua bicicleta. Pousa-a junto à parede e antes de fechar a porta da mala, percebe que Cristina já saltou para a parte traseira do automóvel. Sem calças. Sem botas. Apenas de blusa, tanga e meias calçadas. O inquilino do terceiro andar ainda atenta a todo o espaço da garagem, procurando perceber se alguém poderá ver o que está a acontecer. Porque o que acontece é uma constante busca em encontrar o perigo. O que move estes moradores, sempre no limite da corrupção da harmonia do Edificio? Não se pode considerar normal querer alimentar uma paixão num local tão indiscreto como a garagem, onde os automóveis entram e saem. Mas Rafael arrisca. Entra dentro do veículo e fecha a porta da bagageira. A boca de Cristina invade o sexo do seu amante. Ela volta a ser uma mulher casada. A ousadia de uma aventura durante o noivado passa agora a ser uma proibição. Jamais alguém poderá saber que ela se envolve com um homem mulherengo, atraente, que a possui como o marido alguma vez conseguiu. E as mãos dela envolvem a picha de Rafael. De joelhos, ele sente a lingua dela a estimulá-lo. Segura-se ao manipulo no topo da porta. Com a outra mão acaricia os cabelos da amante. Cristina tem o cabelo apanhado. Sedutora e feroz, ela chupa o homem. Sedenta e escaldante, ela puxa Rafael para junto de si. Ele olha para o exterior. Nenhum movimento se adivinha na garagem. O instrutor acaricia as costas de Cristina e empurra a camisa, descobrindo os ombros. Ela sabe chupar. Ela gosta de chupar. Ela precisa tanto de segurar o homem. Nenhuma lua de mel num sitio paradisiaco a aquece tanto como um pedaço de tempo intimo com Rafael. E o desejo invade o casal de amantes. Ele empurra-a contra o assento rebatido. Não é um sitio propriamente confortável, ainda que o encosto fosse ligeiramente almofadado. Mas a sede absorvia qualquer impacto. O desejo eliminava qualquer desconforto. Se um dia Rafael decidisse comprometer-se, Cristina seria a mulher da sua vida. Se um dia Cristina decidir casar-se por uma terceira vez, será certamente com Rafael. Mas nesse dia, não haverá fodas assim. Nesse dia, o estimulo dele não precipita o seu corpo para cima do de Cristina. Nesse momento, o que ele vai procurar não são as pernas dela, para as levantar e abrir, para entrar nela e a encher, para a penetrar com vigor, entrando e saindo sem dó. Porque o dia em que Rafael foder Cristina com amor, ternura e carinho, eles pura e simplesmente deixarão de ser amantes em segredo. E disso, eles não se conseguem libertar. Cristina precisa daquele homem descomprometido, frio, distante, intensamente poderoso a entrar em si. Rafael precisa da mulher que o deseja por um pedaço de tempo e que logo a seguir procure sair.
- Oh...Neves...enches-me...oohhh....enches-me tanto!!!!
- És uma cabra!....Tu pedes por isto!!...Uhmmm...
Cristina olha para ele, na impunidade da sua posição. Entre os assentos e a picha dele, a mulher tem as pernas abertas, levantadas, ainda com as meias calçadas e a tanga puxada para o lado. Entre a alcatifa do seu próprio automóvel e o corpo de Rafael, Cristina é possuida cadentemente. Porque ele penetra-a. Deita-se sobre o peito dela e chupa os seus mamilos escuros mas quentes. Movimenta as ancas e puxa cada mebro dela para lados opostos. Cristina está incontrolável. Geme e olha para o que lhe é permitido espreitar no exterior. Se alguém aparece muita coisa pode terminar. E é isso que a excita. É isso que a faz gemer e gritar e entusiasmar Rafael. Segura-se ao rabo dele e puxa-o contra si. O sexo vigoroso e excitado dele penetra cada vez mais fundo, com uma força que enche o corpo dela de tesão. A humidade aumenta no interior do automóvel. O suor escorre de ambos os corpos e mistura-se com a troca de fluídos interior. Rafael está a vir-se e ela atenta nessa acção. Rafael altera o movimento do seu corpo. Mais devagar, mais seco, mais intenso. Cristina coloca as mãos na cabeça dele e fixa o seu olhar. Ela quer senti-lo. Ela quer saber se ele ainda delira com ela. Ela procura perceber se aquele ainda é o seu amante. O mesmo que a fodia no seu quarto quando o agora marido não estava. O mesmo que a levou para sua casa, dias antes do casamento. O mesmo que levou a noiva para uma sala vazia do registo civil da cidade e a comeu por trás junto a uma mesa, minutos depois dela ter dito "Sim". O mesmo que ela sonhou, noite após noite, em Cuba. Cristina não ama Rafael. Nem tão pouco está apaixonada por ele. Cristina sabe quem é que a fode neste momento. E quando ela deixa cair para trás a sua cabeça, encostando-a no assento, ao mesmo tempo que se vem, Cristina tem a certeza que apenas está apaixonantemente viciada no sexo com Rafael.
O corpo dele repousa sobre o dela. A detentora do veículo acaricia com uma mão os cabelos de Rafael, com a outra passa ao de leve pelas costas masculinas. Ele segura um dos mamilos da amante entre os dedos. O silêncio dura há alguns segundos. Ambos respiram fundo, procurando recuperar o fôlego da foda complexa.
- Ele está à tua espera? - pergunta Rafael.
- Quem? O meu marido?...Sim...
- Gostas mesmo dele?
- Sim...
- Porquê?
- Porque não me dá só fodas...
Pode-se pensar que Rafael se sente atingido com um ataque tão frio e tão impiedoso quanto o que a sua amante afirmou. Mas ele é um homem convicto. Descola-se do corpo de Cristina e pega na sua camisola, espalhada por entre os sacos das compras.
- Vais voltar a estar com ela? - pergunta Cristina.
A mulher senta-se na traseira do seu veículo e imita o seu amante. Procura a sua roupa e vai-se vestindo. Pressente-se uma retirada de ambos.
- Com a tua sobrinha?...Acho que não...Não sei...
- Ela procurou-te?
Depois de vestida e precipitadamente composta, Cristina volta a sentar-se no lugar de condutor. Olha-se ao espelho e pensa ao mesmo tempo numa desculpa para entregar ao seu novo marido, justificando o atraso.
- Veio ter uma vez ao clube de equitação. Pediu-me se podiamos jantar...
- E o que disseste?
- O que achas?...Como tu disseste, ela ainda é uma miúda...
Rafael abre a porta traseira do carro e sai. Volta a perceber se alguém poderia ter entrado ou visto qualquer coisa dentro do automóvel preto. Cristina respira fundo. Abre o vidro da sua porta e liga o carro. Ele aproxima-se e olhar para ela.
- És um cabrão! Continuas a ser e sempre serás....
- O que foi?
Há um ar de indignação em Cristina. A foda consumou-se. O momento agradou-lhe. A violência do perigo excitou-a literalmente e derreteu a ansiedade que vivia no seu corpo desde que regressou de Cuba. Mas o último olhar que entrega ao amante é mordaz.
- A minha sobrinha está apaixonada por ti, Rafael....
Marcha-atrás. Os olhares distanciam-se. O portão abre-se. Uma ligeira claridade entra na garagem. Mas é noite. Os segredos acumulam-se. As verdades corrompem-se. Cristina está a alguns metros do seu renovado lar. Rafael vai subir o elevador, pressentir as vidas que respiram em todos os andares do Edificio e vai entrar no 3º esquerdo, entendendo que algo lhe falta para abrir o seu coração.

sexta-feira

Sexta-feira à tarde indiscreta

"Chamada a receber: Helena"
- Estou?
- Rodrigo, estás em casa?
- Estou...Cheguei há pouco...
- Ainda bem... olha...chego a casa daqui a vinte minutos...consegues abrir-me o portão da garagem? Esqueci-me do comando na sala, ao lado do sofá...
- Sim...vinte minutos? Ok...
- Obrigado, amor...desculpa...Amo-te..
- ...Eu também.
"Chamada terminada"
Frases proferidas ao ar. Mentiras discretas imperceptiveis. Rodrigo não ama a mulher. Pode assemelhar-se a amor. Mas uma facada nas costas da esposa não pode ser amor. Assim que desliga o telemóvel que estava pousado ao lado do comando do portão, da mesa junto ao enorme sofá da sala, Rodrigo abraça Sandra. Ele está nu. Com os joelhos em cima do sofá, virados para dentro, o homem exerce alguma força ao segurar o corpo da namorada do filho, também ela nua. Sandra tem as costas encostadas ao sofá e está de pernas abertas, com os pés no ar, apertadas contra o corpo do amante mais velho. O sexo dele penetra bem fundo na rata da jovem.
- A tua mulher...
- Sim...
- É melhor vestir-me...
- Não! Ainda não...Temos tempo.
- Para quê...
- Agora que estou dentro de ti...recusas-me?
- Tu sabes que nunca te recuso, Rodrigo.
Ela beija o homem e acaricia a face dele. O telefonema veio apenas interromper aquilo que eles já tinham iniciado. Sandra, como tantas outras vezes, acorreu à casa do namorado e encontrou apenas o pai dele. Esta será a desculpa mais razoável para se alguém a vir no 1º esquerdo do Edificio Magnolia. Mas o encontro não é, obviamente, ocasional. Levou pouco tempo para que ambos se despissem e procurassem o local mais próximo para libertar desejos. Sandra nem sequer tem o rabo sentado no sofá. As mãos fortes dele levantam o corpo dela, pondo a jeito para entrar bem fundo na rata da jovem. Ela segura-se aos ombros dele e sente as movimentações do sexo dele dentro de si. Rodrigo beija o pescoço dela enquanto procura aproveitar o pouco tempo que lhe foi dado para foder a amante. Ele não consegue esconder que isso o estimula. Ela demonstra que tamanha situação perigosa a excita. Loucamente. Ele suporta o corpo dela. Entra dentro dela. Segura com os braços as pernas dela. A namorada do filho de Rodrigo tem o corpo completamente dobrado e a rata suficientemente molhada e lubrificada. A posição é deveras excitante e extremamente habilidosa. Ele aperta-a contra o sofá de cada vez que penetra. Ele empurra as nádegas um pouco mais para cima e coloca o peito macio da jovem à sua disposição. Sandra entusiasma-se com a boca dele nos seus mamilos. Ouvem-se gemidos finos. Pressente-se a respiração intensa dos dois. Os dedos das quatro mãos fincam na carne dos dois corpos. Rodrigo insere uma força cadente nas penetrações do seu sexo dentro da rata. Gemidos. Penetrações. Mãos. Beijos. Penetrações profundas. Gemidos graves. Penetrações delirantes. Gritos delirantes. Sandra vem-se. Abraça-se ao corpo dele e cola a face ao ouvido do homem. Rodrigo aperta as mãos nas nádegas firmes da amante e chupa o pescoço suave e frágil da jovem. Liberta a sua energia no sexo da mulher e sente-lhe o clitóris encharcado. Quando a exaustão retira as forças aos braços de Rodrigo, ele liberta o corpo leve de Sandra. As pernas dela descolam do peito dele e descaem até colocar os pés no chão. O seu rabo senta-se no sofá e ela considera-se intensamente satisfeita. É uma queca rápida num lugar indiscreto. Sem dúvida. Mas a emoção de saber que o tempo escasseia ingere uma dose de ansiedade na mente da jovem. O orgasmo transformou-se numa experiência instantânea mas extasiante. Quando Rodrigo consegue recuperar o fôlego, baixa a cabeça e percepciona o olhar rebelde da namorada do filho a fixá-lo. Sandra ostenta um sorriso pretensioso. Descodificando, ela sabe que tem que ir embora. Mas espera que seja ele a ordenar. Espera que seja ele a ficar nervoso com a aproximação da chegada da mulher. E ele começa a ficar nervoso. Libertada a tusa, saciada a sede, alimentada a fome, ele encara agora a jovem como o elemento intruso naquela sala.
Helena chega ansiosamente. Ainda agora o relógio inicia a cavalgada das horas pelo inicio da tarde e o casal, detentor de uma firma bem sucedida está em casa, supostamente sem estar a trabalhar. Rodrigo abriu o portão sem precisar sequer de sair do apartamento. Ela parece ansiosa. Algo desorientada, procura o comando do portão, logo depois de ter pegado uns documentos que estavam colocados em cima da mesa de jantar.
- Hoje estou na lua...Bolas...onde é que está a porra do comando?!
A desorientação de Helena gere o passo trocado dela pela sala. Aproxima-se da janela, quem sabe à procura do objecto no parapeito. Rodrigo aproxima-se dela e encosta a face ao pescoço perfumado da mulher. A mão dele levanta-se ao alcance do olhar da mulher, mostrando o comando. Ela pega nele, cerrando a mão. As pessoas passam no passeio, um pouco mais abaixo da visão possivel da janela. Helena procura concentrar-se em algo que a faça acalmar. As mãos de Rodrigo passeiam agora pelas coxas da mulher, por cima da saia.
- Estás tão tensa!...
- Sei lá...acho que estou! Esqueci-me das coisas que precisava para a reunião com o fornecedor...esqueci-me do comando...acho que esqueci a cabeça...enfim....Aquela não é a Sandra?
- Uhm??!
- Ali, a sair do Espaço Magnolia!
- Sim...é...
- Provavelmente estava à espera dele...Umas que são atrasadas...outras adiantadas...
Os dedos de Rodrigo fazem subir a saia da esposa. Desorientada, ansiosa e agora excitantemente estimulada. A boca de Rodrigo chupa o pescoço da mulher.
- Quero lá saber da Sandra... - diz ele - estás aqui...podiamos aproveitar...
- Aproveitar o quê?!...
Impulsivamente, ele faz rodar o corpo da mulher e entrega-lhe um beijo. Prova os lábios carnudos da mulher enquanto apalpa o rabo descoberto dela.
- Cheiras a sexo, Rodrigo!
- Isso é porque te quero.......Porque estou a ferver...
- Agora não...
- Diz-me que não queres...
Ela não responde. Helena deixa-se enfeitiçar pelos lábios do homem a percorrerem a sua face e o seu pescoço, enquanto os dedos lhe abrem a blusa bege. Rodrigo traz a mulher até ao sofá e pede silenciosamente que ela se coloque sobre ele. Helena parece gostar. Parece sentir-se atraida pela espontaneidade do marido. Parece agarrar-se ao odor intenso que é libertado do corpo dele. Coloca os joelhos em cima das almofadas do sofá e apoia-se ao encosto. Ele puxa as cuecas da mulher para baixo e estas repousam junto aos joelhos dela. Ele empurra o seu corpo, já com o sexo de fora, contra o rabo dela. Por sua vez, Helena é apertada contra o sofá. Sim, este sofá. O mesmo onde há dez minutos Rodrigo fez delirar a namorada do filho deles.
- E se ele vem?
- Ele não vem...
- Como é que sabes...ele saia às três.
- Não viste a Sandra?...Então provavelmente estão juntos...
- Despacha-te então...fode-me...ainda tenho que voltar ao escritório e....
Num impulso forte, Rodrigo penetra de uma forma seca no sexo da mulher. Helena geme. Liberta um pequeno grito inesperado. O seu marido entra dentro de si e ela está rendida. A mão direita de Rodrgio apalpa o peito da mulher com quem casou. A mão esquerda prende-se ao sofá. Com força, ele movimenta novamente as ancas para foder a sua esposa. Depois de foder no mesmo local uma jovem amante, o homem come a sua mulher. Como se de outra amante se trate. Mas aquela amante é especial. É aquela que dorme com ele grande parte das noites da vida quem têm em comum. É a mulher que lhe prepara o jantar. É a mulher que educa e ama os seus filhos. Helena é a mulher que falsamente confia no marido discretamente traidor.
- Cheiras tanto a sexo! Meu Deus...E estás tão inchado...ohh!
- Excita-te?...Uhm...Excita-te saber que te como assim?
- Assim como?...Como uma amante?....Ahh...
- Sim!...Ohh...Helena...sinto-me mesmo...Como uma foda proibida!
- Excita-me...põe-me louca...ohhh!...Fode-me...
- É por isso que cheiro a sexo...porque pareces a minha cabra!...
- Uhmmm!!!
Helena sente a picha completamente dentro de si. Rodrigo ainda guarda energias. A tesão de saber que Helena está próxima da verdade excita-o. E ela gosta de imaginar que naquele momento, ela é verdadeiramente uma amante. Nada mais. Ela afasta os seus joelhos, abrindo um pouco mais a rata, permitindo que ele a foda mais rápido. As mãos nas mamas dela. As costas dela encostado ao peito dele. A nuca dela a pousar no ombro dele. O sexo dele a irromper pela carne erógena. Ela vem-se. Ele tarda. Mas um beijo intenso completa o desejo de ambos. A queca. A queca "proibida". A queca rápida. A queca que Rodrigo e Helena respiram, é uma foda entre o trabalho. Na mente deles está exactamente a ideia de que tal podia mesmo estar a acontecer. Da precisa forma que eles vivem. Discretamente.
- Tenho que ir trabalhar, Rodrigo...uhmmm...nós somos casados, bolas...o nosso filho deve estar a chegar e...somos loucos...
Ela vai libertando vagarosamente o seu corpo suado do abraço que ele lhe envolve. Respira fundo e fecha leve e brevemente os olhos. Agora Helena está tranquila. Puxa as cuecas com dois dedos de cada mão e ajeita-se. Agora Helena está serena e confiante. A foda foi excelente e ela ainda tem o comando do portão cerrado na sua mão. Isto não é amor. Helena não ama o seu marido verdadeiramente. Se amasse, talvez tivesse percebido o motivo pelo qual ele não se veio na sua rata. Mas Helena, tal como Rodrigo, está enfeitiçada.

quinta-feira

Alvorecer de Quinta-feira surreal

Um envelope. A luz do sol faz brilhar o envelope branco colocado em cima da mesinha de cabeceira. A manhã acorda e Ana abre os olhos. Percepciona a presença do envelope e abre-o, constatando uma importante fatia do seu prémio. Um homem. Ao seu lado na cama, está o parceiro da sua noite. Ainda dorme. Esconde-se debaixo dos lençóis num sono calmo, reflexo do prazer da noite anterior. É uma manhã diferente para Ana. A noite trouxe uma experiência surreal à sua vivência. Intensa, perigosa, ousada. Ela retira o lençol branco de cima do seu corpo nu e senta-se na cama, colocando os pés no chão. A sua companhia acorda levemente. Vira o seu corpo na cama e passa a mão levemente pela pele das costas dela, arrepiando a sua espinha. Ana sorri.
- Já são sete? - pergunta ele.

É um dia movimentado na rua do Edificio Magnolia. As pessoas saem de casa rumo ao trabalho, à escola, às rotinas diárias. Abrem as lojas, enchem-se os cafés e isto é só o começo. As pessoas carregam em si uma semana cansativa e procuram incessantemente algo que nem elas mesmo sabem. Ana está tranquila. Sai do Edificio Magnolia depois de ter tomado o pequeno-almoço habitual. Olha para ambos os lados da rua e escolhe um trajecto. O dia pertence-lhe. Sem prazos, sem compromissos. De manhã, ocupa o seu tempo no cabeleireiro e enche mais um par de horas nas pequenas lojas do bairro em busca de novas peças para o seu guarda-fatos. A hora de almoço divide-se entre uma amiga de longa data e um café com um cliente habitual. Qualquer momento é bom para descontrair e agendar "reuniões". Qualquer momento na vida de Ana é tranquilo, caprichoso e diferente. Ela sabe que é privilegiada. Ela sente-se privilegiada. E a sua máscara diária assenta-lhe na perfeição. Ana é uma mulher activa, socialmente desperta e profissionalmente flexivel. A parte da tarde é ocupada no atelier de teatro, na baixa da cidade, onde desenvolve acções com jovens que querem seguir a arte de interpretação. Quando o sol inicia a sua decadência rumo ao horizonte, Ana ainda guarda tempo. Para ir à lavandaria recolher o seu vestido ousado. Para jantar em casa de uma antiga colega. Para voltar ao 3º direito do Edificio Magnolia, vestir-se em toda a concepção do termo na visão feminina e relaxar. Meia hora antes da meia-noite, Ana desce o elevador e entra no Espaço.
- Esperas só um bocadinho? - pergunta Vasco a Ana.
- Claro que sim. Trazes-me um café com leite?
Vasco trabalha no Espaço Magnolia. Vasco tem 29 anos e uma aparência imponente. Vasco tem um corpo forte, mãos firmes e ombros largos. Vasco tem a pele de uma tez negra e um sorriso de tom sedutor. Vasco é amigo pessoal de Ana. É ele que lhe serve a bebida quente com um pedaço de chocolate no pires. Todas as noites. Não há nada a esconder. Vasco é amigo colorido de Ana. Sem marcações, sem compromissos.
- Está aqui, Ana...Ele está mesmo a chegar.
- Quero pedir-te algo, Vasco.
O Espaço Magnolia está quase a encerrar. Os clientes habituais começam a sair, as mesas começam a ser arrumadas e os clientes esporádicos aproveitam para tomar o último café da noite. André é um desses clientes. Abre a porta e cinge o olhar para toda a área. Visualiza Vasco e aproxima-se. Ao mesmo tempo, fixa o olhar em Ana. E a jovem está deslumbrante. O vestido vermelho é algo curto. As sandálias que se enrolam à volta do pé pelo tornozelo são vistosas. E o seu perfume é aliciante.
- Boa noite, André...Está tudo bem? - diz Vasco ao cumprimentar o amigo.
- Sim...desculpem o atraso.
- Não faz mal. Apresento-te a Ana. Ana, este é o André.
O amigo de Vasco tem cerca de trinta anos. Veste-se bem, de uma forma demasiado formal, mas ainda assim atraente. O motivo da sua visita ao Espaço Magnolia é concreto. O seu olhar prende-se à jovem que está diante de si e é Ana que ele deseja. O Espaço serve apenas de ponto de encontro.
- O que é que vais tomar? - pergunta Vasco.
- Ainda me consegues tirar um café?
Vasco confirma o pedido. Vai até ao balcão e tira um café. Deixa assim espaço e tempo para Ana e André se sentirem à vontade. Ela senta-se e convida o homem a fazer o mesmo. A estranheza do momento dura apenas dois segundos. Ana sabe o que faz e André sabe para o que vem.
- És linda de morrer...
- Era só isso que pretendias?
- Não. Aquilo que o Vasco me falou, confirma-se.
- E o que é que se confirma?
- És uma mulher fogosa, muito confiante e decidida.
- E consegues confirmar isso em dez segundos?
- É um palpite....
- Não funciono com palpites. Funciono com coisas concretas. Aquilo que o Vasco me falou é que querias um momento rápido, intenso e discreto.
- É isso mesmo.
- Pois, mas eu não trabalho assim. Vamos para cima, teremos o nosso momento...Mas ao meu tempo. Nada de fodas passageiras...
A exigência de Ana deixa o novo cliente atordoado. É verdade que Vasco já lhe tinha falado da forma ousada e irreverente com que a sua amiga trabalha. E mesmo habituado a requerer os serviços de prostitutas e acompanhantes, André nunca sentiu uma vibração tão intensa com uma puta. E eles ainda não subiram. Vasco traz o café. O amigo nem sequer toca no açúcar. De um gole forte bebe o café. Ana percebe que o cliente acelera os passos e retira uma nota da carteira, para depois levantar-se e aproximar-se de Vasco.
- Deixa Ana, esta fica por minha conta...O que me querias pedir?
- Quero que subas...
- Mas...subir? Mas tens um compromisso...lembras-te?
- Sim, eu sei. Sou uma mulher de compromissos. Mas hoje preciso de ti.
- Como assim?
- Bem, o André é teu amigo. Com certeza que vocês dão-se bem e...
- Ana, não tens que ter receio...
- Receio? Achas que sou uma mulher receosa?
- Não...
- Sobes ou não sobes?
Vasco fica sem resposta. André fica preocupado. Ana prepara-se para sair. Foi Vasco que sugeriu a Ana um novo cliente. Foi Ana que aceitou. O convite para Vasco subir ao apartamento dela torna-se tão surpreendente como imprevisivel. Afinal, André sente que desde aquele momento, Ana lhe pertence. O que mudou então?
- Deixa-me então fechar o café. Depois subo.
Ana sorri e dá dois passos, ao mesmo tempo que passa a mão morna pela face de Vasco. Segura no dedo mindinho de André, convidando-o a acompanhá-la.

A porta do 3º direito abre-se. O apartamento está intimamente iluminado e surrealmente aromatizado. Ana puxa a mão do cliente para dentro de casa. No momento em que fecha a porta, beija o homem. Ao contrário de muitas noites, diferente de muitos serviços, Ana não entrega um serviço charmoso, atencioso, digno de uma acompanhante de luxo. Digno da sua máscara nocturna. O jogo começou, mas desta vez sem preliminares. Os lábios dela envolvem-se no homem. Ana, desde o primeiro olhar no Espaço, não consegue esconder a atracção pela boca do homem. E o seu corpo ansiava por isto. André entusiasma-se. Leva as mãos pelo corpo escaldante da sua acompanhante, desde os ombros até às nadegas. Sobe o vestido e enche a mão com a carne do rabo de Ana. Ela geme. Gosta da envolvência. Ana gesticula. Gosta de estar entesada. André encosta-a à parede. Ela larga um riso ansioso para ele e imediatamente puxa as alças do vestido para baixo. Os belos e formosos seios dela pulam diante do olhar do homem.
- És fantástica!
- Então pelo que esperas?...Come-me...
Ele tira o casaco e volta a colar-se ao corpo da acompanhante. Beija-lhe o pescoço, chupa-lhe os mamilos quentes e saboreia o peito da mulher. Com a outra mão segura a coxa dela e puxa a tanga preta de Ana. As mãos dele carregam ansiedade. A mulher que ele requisitou a partir de contactos pessoais revela-se uma mulher diferente. E Ana quer ser diferente. Quer entregar-se totalmente a um cliente que tinha um desejo explícito. As mãos dele fazem girar o corpo dela, encostando-a contra a parede junto da porta de entrada. Apalpa as nádegas dela e não resite a colocar toda a boca no vale do rabo de Ana. Ela volta a gemer. Tudo aquilo a excita e só ela consegue explicar a sucessão de emoções rápidas. André não perde tempo. Coloca dois dedos na rata húmida da acompanhante e beija a nádega esquerda. Ela segura-se à parede com as duas mãos, surpreendida com movimento tão sublime. Todo o seu corpo vibra e há uma satisfação intensa na sua alma. Os dedos dele a entrarem e a sairem trazem à jovem um calor precoce. Sente o seu clitóris a inchar, sente o sexo todo a encharcar. André congratula-se de conseguir dar prazer à sua acompanhante de uma forma tão rápida. Esboça um sorriso, sentindo quer controla a acção. Mas a campainha toca. Ana carrega no botão para ligar a câmara de vigilância e abre a porta do prédio. A masturbação continua. Dois dedos entram na rata, o polegar estimula o clitóris. Ela sente-se apanhada de surpresa por tamanha emoção. O seu lábio inferior é mordido enquanto pequenos gritos são libertados da sua voz. André sabe o que está fazer. O homem brinca com o sexo da prostituta. Brinca com todo o corpo dela. Tudo vai explodir em Ana e quando batem à porta, a inquilina abre a sua casa a Vasco. Ana vem-se com os dedos de André dentro de si, ao mesmo tempo que envolve os braços em Vasco e o beija profundamente.
- Quero-te Vasco. Preciso de te ter aqui...
A respiração de Ana está descontrolada. Ela procura abrir os olhos, mas uma energia louca desfaz a compostura dela, no momento em que Vasco pega ao colo o corpo da amiga colorida e André se levanta. No seu apartamento do Edificio Magnolia, na casa onde recebe clientes e amigos, Ana sente-se preparada para se envolver com dois homens.
Esta noite, Ana é uma verdadeira prostituta. Mais do que despir a sua máscara diária, ela guarda a sua capa de acompanhante e entrega o seu corpo. Crua e puta. Senta-se na mesa de centro que dispõe na sala. Uma enorme mesa, imponente mas baixa, preta e ligeiramente almofadada, diferente e apaixonante. Está nua diante dos dois homens, calçando apenas as sandálias. Segura o sexo de cada um deles, com desejo e ansiedade. Levanta o olhar para Vasco, que lhe entrega uma confiança surreal. Ana é uma mulher decidida. Ao mesmo tempo que o amigo acaricia os cabelos encaracolados da jovem, ela coloca a picha de André na sua boca. Acaricia as bolas dele e esfrega o sexo de Vasco. Ela sabe o que faz. Ela quer demonstrar que sabe o que faz. E o que faz é inevitavelmente excitante para os três. Depois de quase engolir o sexo do cliente, ela vira-se para Vasco e altera as suas acções. Esfrega o pénis de André e procura chupar o sexo do amigo colorido. Mas Vasco é um homem imponente. A sua picha é imponente. Tesa e carnuda. Longa e inchada. A acompanhante delira com isso. A prostituta anseia por sentir aquele sexo. A jovem quer pichas assim. Ana é fascinada pelo sexo de Vasco. E ela chupa. Prova. Molha a ponta com os lábios. Lambe. A lingua dela lambe todo o sexo. Beija. Volta a chupar. Desliza os dedos. Aperta a mão. Aperta as duas mãos. Engole. Engole o sexo todo e chupa com gosto. Vasco treme. As suas mãos envolvem a face e os cabelos da amiga. Naquele momento, ele não tem a certeza se está ali, diante dela a ser chupado, como amante, amigo colorido, ou cliente. A única certeza que ele tem é que Ana continua a chupar muito bem. Ainda assim, ela sabe o papel que ocupa. Sabe o que tem a fazer e o que quer fazer. Divide a atenção da sua boca entre as duas pichas. Para André, apesar das costantes saidas nocturnas com mulheres, é uma surpresa estar naquela posição. Para além de estar excitado com a acompanhante que requisitou, para além de aperceber-se da imponência fisica do amigo, o cliente confronta-se com uma situação inédita de sexo a três. E isso deixa-o excitado. Completamente excitado. Ana sente isso. Chupa-o com mais intensidade, dando-lhe um prazer explosivo. É um jogo. A partilha de controlo do momento cria uma sensação mútua de loucura. Onde é que tudo isto irá parar? O que são os homens capazes de fazer? Que limite é que Ana impõe a si mesma? Até onde é que o prazer pode provocar experiências novas, intensas e inimagináveis?
Ana está deitada na mesa de centro. Excitada. Louca. Fora de controlo. Ao chamar Vasco ao seu apartamento, ela pretendia adicionar uma dose extra de prazer à noite com o seu cliente. Coloca os pés em cima da mesa excêntrica, dobrando as pernas. e sorri para os homens. Ela entrega-se totalmente. O seu corpo expõe-se aos desejos do homem. A pouco e pouco, Ana deixa de ser a mulher confiante, actriz de um jogo em que ela manda. Agora, ela despe-se de tudo o que a defende. Liberta a sua postura e espera que o cliente, o amigo ou ambos a possuam. André segura-lhe as pernas. Levanta ligeiramente o corpo dela e entra nela, com o sexo coberto de um preservativo. Penetra na rata molhada e quente de Ana com uma convicção presunçosa. Como se entendesse que tudo aquilo lhe pertence. Vasco aproxima-se da face dela. Apalpa-lhe as mamas tesas e olha para ela. O amigo quer confirmar se Ana está verdadeiramente ciente do que acontece. Ana sabe. Ela veste a sua máscara. Acompanhante, prostituta, puta. É tudo o mesmo e ela ainda continua amiga dele. André fode-a. Entra dentro dela vezes sem conta. Percorre as mãos pela cintuar dela, enquanto beija as pernas da jovem, que estão pressionadas conta o seu peito. Ana está aberta. Completamente aberta. Ana volta a chupar Vasco, procurando retirar tudo o que é possivel do sexo teso do amigo. É tudo demasiado louco. É tudo intenso. É tudo verdadeiramente transcendente a uma simples noite entre cliente e prostituta.
Agora ela está suja. Agora Ana sente que tem o prazer de Vasco espalhado por todo o seu corpo. Pela boca, pela face, pelo cabelo, pelo pescoço, por todo o peito. Agora Ana está satisfeita. Desenha um sorriso largo na cara e uma excitação escaldante na sua pele. Agora Ana recolhe o orgasmo de André na sua rata. Agora Ana não consegue disfarçar a rendição ao papel de puta que oferece a ambos os homens. E eles sentem isso. Nem André consegue verdadeiramente encaixar o que acontece. Como cliente, aquilo ultrapassa tudo o que já possa ter pago. Como amigo, Vasco pressente um limite em si a ser transposto. Não pelo prémio que possa pagar, não pela amizade que possa manter, não por conhecer exactamente o que a inquilina pratica. Há um limite desbravado que lhe mostra que a sua virilidade crua completa o desejo mascarado de Ana. Porque ela quer mais. Ao mesmo tempo que raciocina se o que a excita é a imponência do amigo ou a renovação do seu papel de prostituta, Ana puxa Vasco para a mesa de centro. Deita-o, já completamente nu. Senta-se em cima dele. A picha ainda entesada e surrealmente enorme procura penetrar vagarosamente na rata da amiga acompanhante. André olha atentamente para as movimentações. Subitamente ele deixa de se sentir envolto na acção. A acompanhante que contratou afastou-se dele. Não deixa de ser verdade que a posição de ambos o excita profundamente. Mas essa tesão que agora o absorve não pode limitar-se a ver. Ana salta duas vezes sobre o amigo, deixando a picha grossa dele entrar. Ela não consegue evitar os gemidos. Ela não consegue controlar o seu corpo. Tudo aquilo é bom. Muito bom. Mas ela quer mais. Enquanto cavalga o sexo de Vasco, ela gira a cabeça e cinge atrevidamente o olhar para André.
- Vais ficar aí eternamente?.... Ou não és homem para mais? - diz ela.
A noite dela nunca é inesperada. Receber um cliente nunca é uma atitude desmedida. Ela escolhe os clientes. Ela estuda-os. Ela prepara cada serviço a cada pormenor. Desde o prazer que ela pode proporcionar, ao prazer que vai receber. Ela consegue ter uma ideia de como vai terminar a noite. Fria. Calculista. Possivelmente. Mas poucas mulheres podem passear a confiança dela, a sua sensualidade, a sua temperatura de alma, a sua certeza que adora aquilo que faz e aquilo que quer fazer. Ana enche o seu ego com a plenitude de apreciar as suas fodas ao máximo. A dupla penetração que ocorre está dentro das expectativas da acompanhante. Ela aguenta o sexo de Vasco, que estica o interior da sua rata ao limite. Ela sustém as penetrações de André no seu cú. E os gemidos aumentam. E os gritos estimulam. E o corpo de Ana é um brinquedo nas mãos dos dois homens. Em cima da mesa de centro. As mãos de Vasco massajam as mamas poderosas de Ana. Os mamilos dela ficam rijos a ponto de ele se erguer para os trincar. As mãos de André fincam nas nádegas de Ana. É louco demais. É um fio de prazer veloz que percorre os dois extremos a uma velocidade contagiante. Ana é comida. Literalmente. Os seus dois buracos engolem os sexos dos amantes. E o seu corpo é engolido pela fome deles. É possivel uma mulher vir-se assim? Haverá um limite para suportar uma mistura tão explosiva de prazer e dor? Onde começou o orgasmo de Ana? Onde acabará? Como se pode descrever uma implosão de prazer que faz ceder todo o corpo de uma mulher?
- Ohhh....Sinto-vos dentro de mim! Sinto-me cheia! Ohhhh...tão cheia!!!
É possivel a estimulação sexual desinibada, total e sem limites provocar uma simbiose entre corpos? Porque naquele momento, em que ela se deita sobre o corpo musculado de Vasco e André mantém o sexo dentro do rabo dela, Ana e os dois homens estavam unidos. Colados pelo vertiginoso e improvável orgasmo mútuo. Tudo o que se guarda desta noite é que Ana pertenceu a dois homens. Não é uma acompanhante, nem tão pouco uma puta. É apenas uma cabra que transbordou o seu desejo no jogo que ela própria construiu.
Vasco envolve-a com os dois braços, guardando a exaustão da amiga. André sai dentro da acompanhante contratada. A noite não pode trazer muito mais. O cliente irá procurar um pouco mais atenção por parte de Ana. Aquilo que a máscara de acompanhante dela consegue fazer. Um olhar, um beijo, uma caricia mais intensa, antes dele sair. Mas a noite não se pode prolongar mais além. Vasco irá procurar perceber se a sua amiga está bem. Mesmo conhecendo a sua profissão e a sua experiência sexual, tudo aquilo foi demasiado intenso. E Vasco é atencioso. Oferece-lhe um beijo terno. Porque ele não é um cliente. É o amigo colorido e dotado de Ana.
- Fica comigo... - pede ela.
- Não posso...
- Passa comigo a noite. Saberia tão bem...
- Tenho que trabalhar amanhã.
- Acorda comigo, toma o pequeno almoço comigo. Fica comigo, Vasco.
- ...Ok...acordas-me às sete?....

quarta-feira

Chuviscos de Quarta-feira à noite

A agitação percorre os corredores do 2º esquerdo do Edificio Magnólia. Lúcia acaba de lavar a loiça do jantar que decorreu na sala. Tania faz viagens constantes entre a casa de banho e o seu quarto. De cada vez que sai do quarto, larga uma peça de roupa vestida. Na última viagem, veste apenas o robe e segura uma toalha. Filipe sai também do quarto e antes de se dirigir para a porta de entrada despede-se de Lúcia. A melhor resposta possivel da jovem é um sorriso seco. Tania acompanha o namorado à saida. Trocam um beijo de uma despedida breve enquanto as mãos dele invadem as nádegas dela. Depois dele sair para a rua onde uma leve chuva cai, Tania segue imediatamente para a casa de banho.
- Lúcia, já desligaste a água? Vou tomar banho...
- Agora?!
- Sim, agora! Eu disse-te...
- Mas Tania, há pouco gás...Se tomas banho agora, não posso tomar eu.
- Como assim?
- Ninguém foi buscar gás hoje e já não temos muito. Amanhã preciso do banho antes de ir para as aulas.
- E eu preciso do banho agora!....Oh Lúcia, vá lá...
- Pfuu! Que merda...
As duas jovens ficam impávidas entre a porta da cozinha e a porta da casa de banho. O imbróglio apresenta-se de uma forma estranha, para quem mora em conjunto. Lúcia está pronta a ceder e dar o seu lugar para o banho à colega de apartamento.
- Porque é que não vais tomar agora banho? - diz Tania.
- Agora?...Mas tu vais sair. Tu tens que tomar banho...
- Sim!...
- Sim? O quê? Queres que vá tomar banho contigo?
- Porque não? Se a água quente está acabar, se partilharmos o chuveiro talvez sobre para as duas.
- Não me parece boa ideia...
- Porquê? Tens vergonha de tomar banho comigo?
Lúcia silencia-se. Na verdade, o convite parece loucamente irresistivel. Extremamente tentador. Incontornavelmente aliciante. Mas é um passo maior que a sua perna. Afinal, Lúcia ambiciona Tania. Não necessariamente vê-la nua. Muito menos estar nua diante da amiga. Mas a proximidade de dois corpos femininos nus, efectivamente atormenta Lúcia. E a atracção que ela sente revela-se um factor a ter em conta no convite inusitado.
- Não, não tenho vergonha, mas...
- Eu sei que não o costumamos fazer. Nem sei se já alguma vez o fizemos...
- Já, já o fizemos...há algum tempo...mas já aconteceu...
- Melhor ainda...Qual é o teu receio?
- Não sei...dadas as circunstâncias...
- Quais circunstâncias?!... Tens medo que eu me sinta seduzida por ti, é isso? Amiga, descansa...Já tenho uma picha para me entreter...Anda lá para o banho!
Tania entra na casa de banho e liga a água quente. Lúcia ri-se com o comentário da colega, mesmo que não tenha sido a saida que mais a satisfaça. Despe-se e rapidamente entra para debaixo do chuveiro, porque a água quente escassa. Um banho é um banho, mesmo que seja a dois, mesmo que seja a duas. Afinal, Tania tem razão. Duas amigas que partilham a mesma casa podem tomar banho ao mesmo tempo. Ninguém sabe. Mesmo que saiba, não parece haver nada a apontar. Ainda que uma delas tenha atracção pelo mesmo sexo. Ainda que uma delas esteja apaixonada exactamente pela outra e não se sinta correspondida. Continua a ser um banho normal entre amigas. Afinal, Tania tem razão. Até pode ser uma fantástica ideia para reduzir despesas. Um banho é um banho, mesmo que seja partilhado. Lúcia passa por debaixo da água quente que ainda tem alguma pressão. Segue-se Tania, enquanto a amiga lava o cabelo. Lúcia parece ligeiramente incomodada. Há sensação de risco em toda aquela acção. Ela sabe perfeitamente tomar controlo sobre si. Mas a verdade é que estar diante do corpo nu e molhado de Tania se torna algo normal. Quase banal. No entanto, ela não esconde a si mesma a excitação que isso lhe provoca. Procura evadir-se do desejo que a atravessa e toma as rédeas da conversa.
- Vais ter com o Filipe?
- Sim, vamos ao cinema e depois vamos tomar um copo com os amigos dele.
- Não me chegaste a contar?
- O quê?
- Como ficou a tua indecisão....
- Em relação ao quê? A ele querer sexo anal?...
Lúcia acena afirmativamente. Apesar de serem mulheres, ela sente que pode estar a invadir algo demasiado privado. Mas Tania é uma mulher frontal e sabe que Lúcia é das suas melhores ouvintes. Roda o corpo sobre si para ir buscar o champô e coloca o liquido na sua cabeça.
- Deixei de querer ficar confusa...Na noite em que te disse isso....aconteceu....
- Eu sei....
- Pois...Bolas, se eu o amo e se pretendo ficar com ele...Porque não experimentar?
- E? Gostaste?
- Não devia dizer isto à boca cheia, mas....Adorei!!!
A água escorre pelo pescoço de Tania, juntamente com a espuma do champô. Lúcia larga uma gargalhada, mas procura concentrar-se. Por certo Tania não pegou no assunto com mais ninguém, a não ser com o namorado, pensa Lúcia.
- Nem a ele lhe confessei...Entendes porquê. Mas a verdade é que foi uma sensação diferente. Já demos fodas brutais. Já experimentámos coisas loucas...Mas a forma como ele entrou em mim...Ah...Nem queiras saber...
- ....Quero...
Tania sorri. Sente-se próxima dela. Amiga, mulher, colega de apartamento, parceira de duche. Ela pega na sua esponja do banho e ao mesmo tempo que se começa a lavar, conta. Conta tudo o que lhe vai na alma sobre a noite em que Tania experimentou algo que até a própria Lúcia sentiu.
- Menti-te naquela noite....Não estava assim tão confusa...Estava apenas assustada com o momento. Já tinha comprado o gel....Já tinha arranjado aqueles preservativos especiais...aqueles...tu sabes...
- Sei...Estavas só à espera do momento certo.
- Sim! E naquela noite...algo mexeu comigo. Não te sei explicar...E chamei o Filipe. Estava louca...mas mesmo louca...Fomos para o quarto...beijos, apalpões, enfim...aquilo que tu também sabes...
Lúcia volta a confirmar. A estranha sensação de estar tão próxima de Tania volta a incomodar a jovem. Tania limpa todo o corpo. Esfrega os seios volumosos, acaricia os mamilos e percorre a esponja pela pele, até chegar ao ventre. Lúcia sente-se quente. Mas consegue controlar-se e tomar atenção ao que a amiga diz.
- ...Ele entra em mim...e por mais que estivesse preparada, naquela posição...era dificil não me passar...
E Tania passou-se. Lúcia percebe isso na descrição pormenorizada mas atabalhoada da colega. Porque Tania tem apenas pequenos relances daquilo que aconteceu verdadeiramente. Filipe foi querido com a namorada, mas ao mesmo tempo impulsivo. Sentado na cama e entesado, o jovem esperou que Tania lubrificasse tudo o que havia para lubrificar. O sexo dele, as bolas dele, o seu buraco anal, as suas nádegas. Como se algo inconcebivel a fosse invadir. E levemente, foi sentando o seu corpo sobre o namorado. De costas para ele, Tania tinha espaço para ter o seu gozo, a sua forma de lidar com as novas sensações. E isso não foi propriamente partilhado, como ela percebeu. Mas soube-lhe bem. Soube muito bem ser movida pelas mãos dele nas suas nádegas. Foi ele quem puxou convictamente o corpo dela contra o seu. Foi ele que conduziu a penetração. E Tania sentiu-se louca. E Tania perdia o controlo.
- Juro-te! Achava que ia morrer. Achava que tudo de horrivel ia acontecer ao meu corpo...
- Mas a tusa que te deu anestesiou a dor... - complementa Lúcia.
- Sim! Não estava cá. Era eu que saltava sobre ele. Era eu que gemia. Era eu que pedia mais, Lúcia! Achas normal?
Acha um pouco insólito. Nada mais. Lúcia ouve atentamente, mas torna-se dificil retirar os olhos do ventre de Tania, onde a amiga esfrega o seu sexo de uma forma vigorosa. Tania tem um corpo bonito. Não é perfeito. Tens as suas formas delineadas, como Lúcia. Mas algo nela exibe uma sensualidade que altera o estado natural das coisas. Altera o controlo intimo de Lúcia. E ela só pensa no desejo de ser ela a brincar com a rata da amiga. Mas Tania continua...
- Vim-me...completamente. Vim-me toda, Lúcia. Ele não parava de entrar. Sim, doeu...mas eu só conseguia pensar como é que...Oh..vim-me toda.
As mamas dela saltavam. Todo o seu corpo saltava e ebulia num prazer diferente, inédito. Sentado em cima do namorado, de costas para ele, Tania apenas pode arrepender-se de não ter entregue uma maior cuimplicidade ao momento. Talvez por vergonha do que pudesse acontecer, talvez por um súbito descontrolo que a invadiu.
- Mas sem dúvida, Lúcia!...Preciso de repetir. Hoje não sei. Mas sei que o posso amar loucamente só de fazer aquilo...
Lúcia escuta-a. Absorvida na descrição intensa, o relato excitante mistura-se com a anestesia que o corpo que ela tem diante de si provoca. Tania vira-se. As suas costas brancas apresentam-se ao olhar de Lúcia, juntamente com as nádegas húmidas. Tania entrega a esponja para as mãos da amiga.
- Posso pedir-te que me laves as costas? Adoro quando o Filipe faz isso.
Alguns segundos de hesitação antes de Lúcia aceitar. O convite é sublime, o momento parece eterno, mas o simples movimento da sua mão a atravessar a espinha da amiga torna-se memorável para Lúcia. Tania gosta do gesto. Poder-se-á dizer que não excita, mas claramente ela sente-se estimulada pela acção da amiga bissexual.
- Sabe bem...uhm...E então, continuas a ver a Joana? - pergunta Tania.
- Sim...Temos tomado café...Tenho ido a casa dela...
- Ela oferece-te a casa dela?
- Não oferece!!...
- Sim, eu sei...
- Sabes? - pergunta Lúcia ironicamente.
- Sei!... Ou achas que uma gaja como eu não imagina como são as tuas noites com mulheres.
- Não sei...Acho que não...
- Grande lata!...Posso-te dizer que imagino e...
Tania vira-se. Olha directamente para Lúcia, com um sorriso. Sente-se desafiada. Lúcia questiona o conhecimento de Tania sobre os prazeres intimamente femininos.
- Acho pouco provável que uma mulher me consiga dar um orgasmo.
Lúcia responde com uma gargalhada. Quando percebe que Tania está a tentar falar a sério e comprovar algo, silencia-se. Olha para o corpo dela e entende que todo aquele momento se está a prolongar. O seu desejo está ao rubro. Mas ela mantém o controlo. Percepciona a mão direita da amiga a erguer-se em direcção ao seu corpo nu. Tania afronta Lúcia. Afronta a paixão que desconhece da amiga. Afronta a escolha dela. Afronta a reacção da sua parceira de duche. Porque Lúcia pode explodir ali mesmo de tesão. Lúcia pode ceder ao seu controlo no momento em que Tania passa carinhosamente os dedos nos seus seios descaídos, cheios e fofinhos.
- Vês? Não sinto nada. Nem um pingo de tusa. As tuas mamas são bonitas, já to tinha dito. Mas não me provocam uma excitação tão grande que me ponha louca de te ter.
A mão de Tania descai. O indicador desliza pelo mamilo e um silêncio é gerado neste chuveiro. Tania sorri, convicta de que um mero apalpão a um seio feminino não altera o seu calor corporal, não acende o rastilho da excitação. Lúcia está algo impávida. O seu seio ainda lateja interiormente. A sensação da mão de Tania jamais será esquecida pela pele do seu peito. Mais alguns segundos e ela procura ter uma reacção. O ar presunçoso da sua amiga traz-lhe alguma raiva, alguma sensação de ter sido desvalorizada. A água bate nas costas de Tania. Lúcia dá um passo em frente, aproximando-se da colega de apartamento. Ergue a mão, prolongando o gesto até chegar junto das mamas da amiga. Tania baixa o olhar e mantém o sorriso. Volta a olhar para Lúcia e insiste no sorriso. Os dedos de Lúcia tocam a pele do seio da parceira de duche. Os dedos de Lúcia deslizam pelo seio. Vagarosamente. Tão vagarosamente. Tania inspira. Suavemente a mão escorrega até ao mamilo. Tania perde o sorriso. O indicador de Lúcia roça o mamilo da outra mulher. Tania fecha os olhos por dois segundos. A mão de Lúcia descai. Tania respira fundo e fixa o olhar na amiga. Um silêncio volta a ecoar na casa de banho num sustenido sinistro. Até a água se cala. Lúcia quer sorrir mas não consegue. Lúcia quer gritar de euforia mas não consegue. Lúcia guarda para si a doce sensação de triunfo. Tania foi tocada.
- ...A água está a ficar fria.... - diz Tania.
Como nunca o foi. O toque perturba-a. De uma forma com que ela jamais sonhou. Tania sai do chuveiro, embrulhando uma toalha ao seu corpo. Tania vai para o quarto e veste-se à pressa. A noite ainda é longa. Existirá tempo para reflectir naquele instante supremo, surreal, insólito. Nada mais. Dentro da casa de banho, a água é a única coisa que conseguiu arrefecer.

terça-feira

Terça-feira de manhã graciosa

Um silêncio gracioso invade a casa de Maria José. No quarto, o aroma de uma cama lavada faz lembrar um quarto de hotel junto à praia. Na cozinha, o brilho do mosaico espelha a tranquilidade de um dia sereno. Na sala, a luz que penetra em todo o espaço entrega à divisão uma jovialidade inerente à manhã que se levanta. Mas o silêncio engana. O silêncio não é sinal de solidão ou vazio. É apenas uma característica que se reflecte no estado de espirito das pessoas presentes. Maria José está sentada na mesa de jantar, com um ar sensato. O seu olhar foca-se entre a pilha de livros e papéis que ocupa a mesa e o jovem que está sentado ao seu lado. Tiago é um estudante de Psicologia da universidade local. Procura agora concluir a única cadeira que lhe falta para concluir o primeiro semestre do terceiro ano do curso. Não tendo obtido nota suficiente na frequência, o exame apresenta-se como uma solução derradeira para alcançar o objectivo. Mas dadas as dificuldades em encarar com confiança a matéria da mesma, procurou apoio. E é a professora da cadeira que lhe fornece esse mesmo apoio. Duas horas de explicações particulares são à partida suficientes para garantir novas expectativas para o exame. Claro que Tiago não é um caso isolado, uma excepção. Maria José tem por hábito sugerir apoio a alunos que demonstrem interesse nos serviços da professora. Pelo menos no que diz respeito à revisão de provas anteriores e resolução de possíveis questões. Tiago está compenetrado em aproveitar as duas horas que a mulher tem disponiveis. Depois de almoço, Maria José tem agendadas mais duas horas de explicações. Por isso, todo o tempo gasto é de ouro. A professora atenta no raciocinio e na escrita de Tiago. Olha para ele fixamente e mantém um sorriso inusitado. Após alguns minutos, o jovem percebe essa fixação. Levanta o olhar e procura uma fuga àquele olhar.
- Estou a desconcentrar-te? - pergunta ela.
- Uhm?!...não, não...
Mas Maria José continua a olhar. E neste momento, ela já nem sequer toma atenção ao que ele escreve. Tiago sente-se agora incomodado.
- Estou a fazer alguma coisa mal?
- Tiago...espero que não leves a mal o que te vou perguntar...
- ...Hah...não...acho que não levo a mal...Mas o que é?
A professora muda a posição na cadeira e vira o corpo em direcção à imagem do aluno. Retira o cotovelo da mesa e respira fundo. Olha para ele de uma forma penetrante e molha os lábios finos.
- Consideras-me atraente?
- Como?!!
- Achas que sou uma mulher digna de um olhar mais ousado de alguém como tu?
- Uhm...não sei...
- Não sabes?...Tiago, és um homem...Com certeza que tens uma opinião.
Ela está a ser ousada. Ela está a pisar uma linha perigosa. Ela está a transbordar um capricho que corre dentro de si. Por uns momentos, Tiago retrai-se. O seu ar humilde e introvertido pode parecer apenas superficial, mas a verdade é que o jovem sente-se ligeiramente intimidado.
- Sim...tenho uma opinião...
- Então...Mesmo sabendo que a minha idade é um factor a ter em conta e...
- Acho-a uma mulher muito sensual.
- A que ponto?
Nem ele sabe onde aquilo pode terminar. Nem ela tem a percepção da reacção que o seu aluno pode tomar. Porque neste momento, há um largo défice de lucidez e racionalidade no diálogo que Maria José gerou.
- É muito bonita...Tem uns olhos atraentes...
- E mais?
- ...Acho que...Eu acho que a professora...
- Diz...
- O seu corpo é excitante...
- Fodias-me?
A respiração dele bloqueia. Maria José conseguiu despir algo no jovem só com o olhar. A postura distante de Tiago. Ele não consegue dispersar o seu olhar da face da mulher. Gelou. Uma profunda energia segura a tensão que se gera entre os dois olhares. À distância de três palmos mas o que é certo é que o desejo deles está colar-se. Tiago não sabe bem o que pensar. Tiago não sabe como reagir. Mas o que é certo é que a sua professora acaba de fazer um convite concreto. Isso, ou um jogo perverso decorre sem que ele tenha a capacidade de lidar com ele. Maria José anseia por uma resposta. Aquele é um momento decisivo. Muita coisa pode correr mal na vida da mulher, na sua carreira, se a reacção de Tiago não for correspondida. Uma brisa forte sopra pela cortina da janela. Ele mexe os lábios e o coração dela bate. A resposta dele vai ser curta e seca.
- Sim...


O silêncio é quebrado no quarto. Por enquanto ninguém fala. Não há nenhum som forte que se percepcione. Mas há um ruido intenso que se espalha no quarto. É um ruido que testemunha uma loucura a despertar nas duas almas. Tiago está sentado na cama. Não se move. Espera apenas por todas as reacções da professora. As mesmas que já o trouxeram para aquele quarto intimo. Maria José retira-lhe as sapatilhas. Fixa o olhar nele, procurando saber em que ponto é que a sua presa está em seu poder. Porque Tiago é uma presa dela. Uma preso do seu desejo de descobrir novas sensações. Depois de ter recebido o carteiro em sua casa, Maria José não consegue pôr um limite a si mesma. Tudo precisa de ser libertado e exposto. As suas capacidades de se apaixonar e entregar aos prazeres carnais ainda agora foram acordadas.
- Namoras, Tiago?
- Sim...
- És feliz?
- Acho que sim...
- Mesmo?...A nivel sexual?...
- Sim...acho que sou.
- Há algo que já quisesses ter feito com a tua namorada....e ainda não houve hipótese para isso?
Ele ri-se. Por uns momentos, desvia o olhar dos movimentos dela. Maria José já desapertou as calças do jovem. E há um prazer proibido em tudo o que ela faz. Há uma ousadia inconcebivel, até há bem pouco tempo, em tudo o que ela pensa e demonstra. Entretanto, Tiago volta a olhar para a mulher.
- Há...
- Uhm...então o que é? Ela já te deixou lambê-la?
- Sim...Ela adora isso...
- Claro que adora...Já te chupou.
- Não!... - o sorriso ingénuo dele regressa - Ainda não...
O sorriso de Maria José alarga-se. A sua ousadia rebenta. As suas mãos suaves puxam os boxers brancos do jovem e colocam o seu sexo entesado para fora. A professora gosta. Sente que tem o rapaz sob controlo. De uma forma excitante. Tiago sente-se manipulado. E isso mantém-no entesado. A sua namorada, da mesma idade, por certo não o controla assim.
- O melhor que te posso oferecer, é aquilo que ela ainda nunca te deu...Parece-te justo?
Tiago só consegue acenar positivamente. Tudo isto lhe está a parecer surreal. Tudo aquilo parece louco e ao mesmo tempo fantástico. É perceptivel nos seus olhos que ele julga que aquelas explicações fazem parte de um sonho erótico longo. Maria José aproxima-se da cintura do jovem e segura-lhe o sexo. Imediatamente coloca-o na boca e chupa a ponta com vigor e graciosidade. Como é que isso pode acontecer? Tal é explicado na reacção intensa de Tiago, que apenas consegue fechar os olhos e entrar num êxtase jamais vivido até então. Ajoelhada no chão, colocada entre as pernas dele, com a boca num sexo jovem, Maria José faz explodir o seu desejo. Chupa Tiago com uma necessidade crua de agradar. Como se o broche fosse mais uma prova intima e pessoal de a mulher demonstrar a si mesma que o sexo ainda faz parte da sua vida. Mais do que isso, Maria José entrega ao jovem um prazer intenso e aguerrido. O nervosismo dele intensifica-se, quando um braço dele se apoia na cama e a outra mão acaricia os cabelos loiros curtos da professora. Ela sente a vibração dele de cada vez que passa a boca em toda a picha dele. E aquilo que parece ser uma primeira vez para ambos, revela ser uma demonstração impulsiva de prazer. Como se fossem amantes de longa data que não pudessem esperar mais por este pedaço de loucura. Ele geme. Ele procura resistir. Mas a mulher chupa melhor do que qualquer fantasia podia conceber. O olhar dela ergue-se e coloca-se bem próximo da alma do amante. Maria José pressente que ele vai explodir. Afinal, ele só tem 21 anos e ela está a proporcionar-lhe uma nova experiência. A professora quer mais. O prazer pertence-lhe e ela tem as armas para o poder obter. A roupa que usa torna-se desconfortável, com o calor que faz ebulir todo o seu corpo. Desde os mamilos entesados, à rata húmida. Pára de chupar e levanta-se. Tiago inspira fundo e olha para a mulher, esperando por novas reacções. Ela fixa-o. Ao mesmo tempo retira a sua camisola primaveril. A pouco e pouco, Maria José oferece um strip suave mas estimulante ao seu amante inusitado.
- O que quiseres fazer...O que nunca fizeste...O que nunca pudeste fazer. O que desejas mais neste momento...Sou tua!
Nua. Bonita. Sensual. Mulher. Maria José está de pé defronte do jovem. Sorri para ele, esperando que ele tome uma decisão. Mas o nervosismo ainda controla grande parte da racionalidade dele. Até ele esticar a mão e pegar os dedos da sua professora, Tiago está incontrolável. Depois disso, algo toma conta de si. Ele só não percebe se é o seu corpo entesado, se é algo transcendente a si e ao que o rodeia, se é a sensualidade da mulher que o enfeitiça. Ele puxa a mulher para junto de si na cama. Mas desta vez, é ele que se levanta. Maria José fica de gatas na cama e rapidamente percebe o que o jovem deseja. Tiago jamais pôde imaginar a sua professora naquela posição. Nenhuma fantasia momentânea no meio de uma aula. Nenhum pensamento obsceno atravessou a sua mente em todas as horas de explicação em que, vendo numa nova perspectiva, a mulher o desejou. Mas tudo isto é um impulso para ela. Maria José respira em si tanta paixão como loucura. Haverá tempo para pensar nas consequências de tudo isto. Haverá lugar para entender o porquê de ter desejado tanto envolver-se com aquele jovem. Mas agora existe apenas espaço para gozar. Porque a picha dele acaba de penetrar na sua rata. E ela só o pode sentir. Não o pode ver. Fecha os olhos e confia o seu prazer ao jovem que se encosta ao seu rabo. Tiago segura as nádegas formosas da amante e aproveita o facto do seu sexo estar completamente entesado dentro dela. Sabe-lhe bem. Ele não se mexe. Deixa-se estar. Aprecia o facto de ter uma mulher quarentona nua entregue a si, ainda para mais sua professora. Mas Maria José quer mais. Mexe suavemente as ancas e sente o sexo dele roçar nos lábios vaginais e estimular todo o seu interior. Ela gosta. Ela sorri. Ela expira. Ela inspira.
- Por favor, entra em mim...entra todo em mim, toca-me...dá palmadas, beija-me...faz o que quiseres...mas por favor Tiago....fode-me!
Ele percepciona que o momento não pode bloquear naquela sensação fantástica. Ele nunca tinha sentido a rata da sua namorada assim. Funda, apertada, com contornos mais macios e estreitos que o habitual. O tempo para isso acontecer com a sua namorada virá. Mas para já, ele fode-a. Tiago não perde tempo e movimenta-se para entrar bem dentro da sua professora amante. O seu sexo está estimulado ao máximo. Na cabeça dele, o jovem sabe que tem duas opções. Ou entra devagar e goza lentamente a estimulação até se esporrar, o que se revela uma experiência algo precoce. Ou penetra-a com força e fode verdadeiramente a mulher, o que pode ser um risco porque ele nem sabe se ela está preparada para o orgasmo. Mas Maria José está mais estimulada do que ele pode imaginar. Ainda assim, ele toma uma opção...
- Ohhh!....Sim, Tiago...fode-me...ohhh...fode-me...isso!!...Assim com força....
- Gosta?...Uhmmmm??
- Siim!...Estás a pôr-me louca....Nem sabes como estou louca...oohhh!!
- É tão bom...ohhh! É mesmo bom!
- Uhmm...gostas? Gostas de comer a tua professora?...Ohhh...Diz que sim! Ohhh
- Ahmm...siim! Adoro...Adoro mesmo!
O corpo de Maria José é estimulado a um ponto intenso e estranho. Em pouco tempo, em poucas penetrações, ela sente-se fora de si, atropelada por uma sensação anormal de prazer e exaustão. O sexo do jovem é violento. Penetra-a bem fundo, estimula os nervos interiores da rata e roça no clitóris dela. E Tiago, efectivamente está no auge da sua tusa. A sua picha é enorme, inchando dentro da rata. Envolvido em tamanha ilusão, ele esquece quem come, ele foge à realidade e entrega com a mão direita duas palmadinhas nas nádegas brancas, macias mas quentes de Maria José. O orgasmo de Maria José com as mamas a saltitarem. A penetração seca, crua e profunda de Tiago quando se vem. Os gemidos antes dos gritos. Os gritos que exaltam a loucura do momento. A respiração que corta os gritos. O silêncio que se instala quando ele não quer retirar a picha dentro do sexo dela. Maria José estende-se satisfeita na cama. Tiago deita-se sobre as costas suadas e pálidas da amante. Poderosa. Forte. Intensa. Graciosa. A foda surpreendente que a professora e o aluno partilharam não se explica. Nem a si mesma Maria José vai conseguir justificar a explosão do momento. Tiago irá questionar-se por muito tempo o motivo que fez acender aquele fogo. Um abraço emerge do silêncio. Esconde a estupefacção. Afasta os medos. Tiago sente que a mulher adorou o momento e entrega-lhe um voto de confiança racional.
- Costuma ser assim com todos os alunos? - pergunta ele.
- Se te dissesse que sim, saberias que estava a mentir na mesma.
- Posso continuar a ter explicações?
- O que é que ainda não percebeste?
- Como é que conseguiu ter tanto prazer....
Silêncio. Harmonia. Prazer. Desejo. Paixão. Graciosidade. Os orgasmos de Maria José explicam-se numa caixinha secreta que nunca foi aberta durante anos e que agora desperta em tudo o que o 1º direito do Edificio Magnolia lhe pode dar, de uma forma surreal.

segunda-feira

Segunda-feira à tarde relaxante

O inicio de semana quebra a irónica rotina de um fim de semana. Depois de uma manhã atribulada. Depois de um dia de trabalho extenuante. Depois da correria em hora de ponta pelas ruas caóticas da cidade. Depois de abrir a porta, Afonso, Laura e a sua filha entram em casa, suspirando fundo. Sabe bem sentir aquelas paredes. Sabe bem esquecer que a semana ainda é longa. O conforto que se sente, a harmonia que se vive é um prémio para esta familia. O jantar está pronto. A refeição é rápida. A menina aplica-se nos trabalhos de casa enquanto os adultos procuram deixar a casa arrumada. Ao mesmo tempo, põe-se a conversa em dia, resolvem-se os problemas pendentes, guardam-se uns minutos para pensar nas tarefas de amanhã. E finalmente, o repouso absoluto. A filha de Laura estende-se na cama, relaxando com um filme de animação repetido dezenas de vezes. Daqui a pouco, ela adormece. Afonso convida a namorada para se sentar na varanda, onde é possivel escutar o pôr do sol. Onde se olha para a rua e o pulsar da agitação urbana parece tão distante. Afonso pega na mão dela e refugia-se no olhar dela.
- Hoje estive a almoçar com a Sofia. - diz ela.
- Sério?
- Não te passa...Ela está...
- Está?!....
- Quente! Tudo nela ferve só de pensar na nossa noite.
- O que é que ela diz?
- Jantar connosco outra vez. Repetir. Estar contigo. Estar comigo. Foder. Ser comida.
- É normal...
- Não, Afonso....Normal é eu ver que tu ainda a queres foder. Normal é a forma como o Diogo me olhou quando foi pagar o pequeno almoço.
- Como é que ele te olhou?
- Não viste?....Tu não percebeste, Afonso?!
- Não, explica-me tu.
- Oh...quando fomos ao balcão e eu quis pagar...Ele pousou a mão nos meus dedos...E olhou-me...Eu só me conseguia lembrar das mãos dele a segurar-me as mamas quando...quando ele se veio...Era um olhar...Acho que por ele, teriamos vindo novamente aqui para o quarto e...
- E?...
- Tu sabes...
- Chupava-lo outra vez?
- Sim!
- Soube-te bem? Gostaste de o provar?
- Pôs-me louca...
- Deixou-te molhada?
- Afonso, quando ele entrou em mim...não foi preciso muito mais para me vir.
- Como é que te vieste?
- Como assim?!
- Em que pensavas quando te vinhas?
- Uhm...pensava em ti...no teu sexo...pensava que o queria na minha boca...Pensava na Sofia... Pensava no Diogo a fodê-la...Pensava em ti a fodê-la...Bolas, só pensava em vocês os dois a fodê-la...
- Ao mesmo tempo?
- Também...pensava na rata dela molhada...pensava nele a vir-se à nossa frente.
- E gostaste?
- Do quê?
- Ele sabe foder?
- Sim...sabe foder muito bem!
- Voltavas a repetir?
- Quando?
- Hoje...
- Não sei...depende...
- Depende do quê?
- Querias que eu fodesse outra vez com ele?
Afonso silencia-se. Junta o seu banco ao da namorada e apalpa as mamas dela, apenas cobertas por um vestido de noite decotado. Ele sorri e aproxima os seus lábios da boca dela.
- Se ele tivesse ido à loja hoje à tarde e te pedisse...Fodias com ele?
- ...Uhm...sim...
- Estarias agora a contar-me?
- Quererias que te contasse?
- Tudo! Que o chupaste...que ele te comeu a rata. Que te vieste no provador da loja...Iria querer que me contasses tudo.
Laura geme. A conversa atinge um patamar perigoso mas excitante. Mais do que uma noite a quatro, mais do que uma perspectiva de uma repetição daquela noite, o casal excita-se com novas fantasias, novas possibilidades, novos jogos que aquecem o seu fim de tarde.
- Comias a Sofia sem eu saber?
- Não...Se ela viesse ao meu trabalho... depois de almoçar contigo... e me pedisse para a foder... Ligava-te.
- O que me dirias?
- Eu vou fazer vir a tua amiga.
- Gostaste de a pôr louca? Porque, Afonso...Ela está louca!
- Adorei...
- Deu-te gozo enfiar os dedos na rata dela?
- Foi a Sofia que te contou?
- Sim...disse-me que brincaste com o clitóris dela...que aguentaste a tusa dela até ao limite...Que olhaste para ela com ar de quem acha que está controlá-la...Que a olhavas com ar de quem a ia foder...
- Ela estava com ar de quem queria ser fodida...
- Mas não foi...
- Por isso é que ainda hoje tem a rata a arder.
Laura sorri. Gosta do rumo que a conversa segue. Gosta da forma como uma mera suposição de algo a deixa quente. Gosta de pressupor que algo vai acontecer outra vez. Gosta de ver o seu namorado excitado. Afonso levanta o vestido da sua companheira e acaricia ao de leve o sexo dela.
- Vais fodê-la?
- Vou...
- Vais comer-lhe a rata?
- Toda!
- Eu quero que lhe chames nomes...
- Eu chamo...
- Quero que a trates como uma vaca...
- Ela vai ser a nossa vaca, amor.
- E ele?
- O Diogo vai ficar a ver.
- E eu?
- Eu quero que a lambas...
- Só?
- Laura, eu quero mais!...Adorei ver-te a beijá-la...Adorei os lábios dela chuparem-te a lingua. Adorei vê-la rendida à tua tusa...Porque é que não houve mais?
- Amor...eu hoje senti o cheiro da rata dela. Ela quer! Mas ela quer mesmo!
A excitação de Afonso aumenta. Ele desvia a tanga de Laura e enfia levemente dois dedos na rata dela. Ela gosta. Ela respira fundo. E liberta um gemido sussurrante. Na varanda do 2º direito do Edificio Magnólia, Afonso masturba com calma a sua namorada, enquanto despeja palavras excitantes no ouvido dela.
- Eu quero que a lambas enquanto eu entro nela....
- Uhm...oh, Afonso...
- Quero que chupes o clitóris dela ao mesmo tempo que eu a fodo!
- Amor...uhmmm...
- Vais lamber o meu sexo quando eu o enterrar na rata da Sofia até ela se vir?
- Sim!....
- Mas sabes o que quero mesmo?
- Oh...diz, amor...diz!
- Antes de eu me vir, vais provar-me....Todo!
- Siiimmm.....
Talvez alguém possa estar a ver. No prédio em frente, do outro lado da rua, no apartamento ao lado. Talvez até alguém da rua possa desconfiar. Mas a verdade é que Laura está a vir-se de uma forma muito intima, resguardada, mas com um gozo imenso. Os dedos de Afonso entram em si e deixam-na molhada. Sentada no banco, ela alimenta a sua excitação com uma fantasia, derrete o seu desejo com a masturbação dele. E quando Afonso sente a namorada suficientemente louca para se vir com um enorme gemido, coloca um dedo na boca dela. Laura vem-se mas com o gemido abafado pelo sabor do dedo dele. Intenso, atrevido, apaixonante.
- Posso fazê-lo outra vez... - diz ele presunçosamente - Queres?...
Laura ainda tem o corpo a vibrar, ligada à energia entregue pelos dedos dele. Ela tem os olhos fechados e já não tem a noção onde está. Por ela, Afonso voltará a repetir aquela masturbação. Mas uma luz no interior do apartamento acende-se. A filha de Laura vai à casa de banho e o risco de continuar com aquele momento não se apresenta compensatório. A mulher ergue-se do banco, ainda encharcada entre as pernas. Afonso mantém um sorriso na face.
O fim de tarde é calmo, tranquilo, generoso no tempo vagaroso que oferece. A varanda do 2º direito viveu a fantasia mais louca desta segunda-feira. Mas nos dedos de Afonso e no corpo de Laura ainda sobrevive o desejo de repetir uma noite que se revela marcante. Para eles. Para os outros.

domingo

O que vai querer tomar?

-

"Tu só podes imaginar a verdade"
Tagline retirada do filme Atonement, de 2007, realizado por Joe Wright, com Keira Knightley e James McAvoy http://www.imdb.com/title/tt0783233/




Onde começa a verdade? Onde acaba a mentira? É um Edificio repleto de segredos. Em cada andar esconde-se uma revelação. E só os ousados é que tem a capacidade de a conhecer. Porque procuram. Porque desejam. Porque anseiam pela verdade das coisas. Detrás de uma porta. Ao lado de uma parede. Numa conversa. Num gemido. Na crua realidade do que surge perante si. Ousados. E há quem diga que tudo não passa de imaginação. E há quem acredite que tudo pode ser real. Onde começa o limite? Onde acaba o segredo?

Os inquilinos do Edificio Magnolia tem tudo a viver. Já não há retorno. O que foi vivido tem que continuar a ser revelado. O que foi revelado vai ser vivido. Sem margem para dúvidas. Sem ressentimento. Sem um pingo de arrependimento. Está preparado?

Volte a entrar no Espaço Magnolia. Abra a porta de vidro e respire fundo. Sente um ambiente diferente? Intenso? Mais do que o habitual? Certamente percebe porquê. Esta é uma hora movimentada no café por debaixo dos andares do Edificio. Entre, sinta a música e escolha por onde se envolver...
Siga à esquerda, nas mesas mais próximas à janela. Com certeza irá conseguir perceber a empatia familiar entre Rodrigo, Helena e os filhos. Eles tem um ar corado, fogoso, descomposto. Ainda assim, reservam forças para uma conversa descomplexada com os dois rapazes.
Duas mesas ao lado está Rafael. Mantém uma conversa telefónica com a vizinha da rua um pouco mais ao fundo, mas não deixa de cingir o olhar em Helena.
Maria José acaba de se levantar da mesa junto ao balcão. Apressada, entusiasmada e ansiosa. Consegue sentir? É possivel que à porta do Edificio esteja um pedaço da sua nova vida para levar para casa por uma tarde.
A professora cruza-se com Ana e um arrepio atravessa a sua espinha. Você sabe quem ela é. Você sabe o que ela faz. Mas o sorriso que ela transporta até ao balcão do café prende os olhares de todos os presentes no espaço. Inclusivamente do funcionário que está a atender ao balcão. Um homem vigoroso, com uma postura marcante e uma simpatia pronta a entregar à jovem. Trocam palavras secretas durante alguns segundos. Você conseguiu ouvir?
Faça o pedido ao balcão. Existe sempre algo divinal a provar no Espaço Magnolia, existe sempre alguém que vai estar disponivel para o atender e aprofundá-lo nestes instantes surreais.
Procure perceber a conversa que se desenrola nos sofás que estão próximos à jukebox. Lúcia, Tania e o seu namorado riem-se, possivelmente sobre algo que ele viveu. Possivelmente sobre algo que está a fugir à atenção de Lúcia. Ela só tenta ser falsa e beber discretamente o riso de Tania.
Já escolheu uma mesa para se sentar? O espaço reservado aos sofás está ocupado. Laura e Afonso acabam de chegar com a menina. É perceptivel o olhar de desejo que trocam entre si. O mais provável é a menina ir para casa do pai e a paixão extravasar fora do espaço intimo do apartamento que lhes pertence. Ainda vive neles a sensação de um momento intenso a quatro.
Sente-se enfeitiçado? Conseguiu provar a atmosfera intensa que aqui se respira? Bebeu o ar surreal que flui por cada canto do Espaço? Olha em redor e provavelmente ainda sente que existem tantos segredos por revelar. Pois então, aguarde. Mantenha os sentidos presos ao Edificio Magnolia, aos seus inquilinos, às suas revelações.
Antes de sair do Espaço, não esqueça de fixar o sorriso cativante de Clarisse, que acaba de atender Rodrigo e a sua família e que sabe que o homem devora a sugestão do seu rabo quente. Ela vai passar por si com a certeza de que vai voltar.
E quando voltar, não se esqueça de dilatar as pupilas, apurar o olfacto, pressentir o tacto. O Espaço Magnolia é uma porta de entrada para as revelações do Edificio, onde cada fracção tem ainda tanto para contar. Sem limites. Sem barreiras. E você só pode ser testemunha de cada revelação.
Afinal, será sempre você que tem tanto para contar sobre estes vizinhos.