sábado

Música ambiente

Imagine-se um espaço. Onde tudo é possivel. Em que o sonhado será inventado. O que existe acontecerá de novo. Num momento qualquer. A possibilidade de viver a imaginação acontece aqui, no Espaço Magnolia.
Clarisse arruma as cadeiras em cima das mesas. O chão já está quase limpo, a loiça está lavada, as cortinas já desceram, nas vidraças do estabelecimento. Apenas um dos candeeiros está aceso, guardando luz para que ela termine as arrumações e feche finalmente o café. Ela não consegue esconder o cansaço. O dia foi intenso e manter um lugar assim, especial, não é um trabalho simples. Quando ela chega ao balcão, sente as tarefas a concluirem-se. Sente os seus pés a descalçarem-se. Sente o seu corpo inundado num banho quente. Sente os lençóis lavados da cama a envolverem-se sobre si. No momento em que a porta de entrada do Espaço se abre, Clarisse imagina os seus olhos a fecharem.
- Desculpa, ainda posso entrar?
- Sim, claro...
Rodrigo entra delicadamente no estabelecimento. Faltam poucos minutos para a meia-noite. A hora é escusada, o momento impróprio. Ainda assim, ela sorri para o último cliente.
- Vi as luzes ligadas, passei aqui em frente e pensei que.....Ainda me serves um café?
- Desliguei a máquina há dez minutos...desculpa, Rodrigo. Mas posso aquecer água para um café instantâneo...Queres?
- ...Uhm...se beberes comigo, aceito.
Clarisse sorri. Um convite de Rodrigo, por mais penoso que pareça, é sempre apelativo. Conhecem-se desde que ela nasceu. O pai de Clarisse é sócio da empresa que gere o empreendimento Magnolia. O pai de Clarisse gere o Espaço. O pai de Clarisse deu o primeiro trabalho a Rodrigo, há vinte e sete anos atrás. Clarisse nasceu cinco dias depois de Rodrigo começar a sua vida profissional. Rodrigo tinha dezassete anos quando segurou pela primeira vez ao colo a filha do ex-patrão. Rodrigo foi padrinho de todas as celebrações religiosas de Clarisse. Rodrigo dormiu com a funcionária do Espaço Magnolia, na noite em que ela acabou com o seu último namorado, há seis meses.
- A tua mulher?!...
- Saiu com as amigas...
- Não estás com medo?
- Acho que ela tem que ter mais receio do que eu.
Enquanto Clarisse prepara o café instantâneo num dos balcões interiores, Rodrigo passeia-se pelo chão do Espaço. Levemente, o seu passo segue até à relíquia do estabelecimento. A máquina dos sonhos do café. A fábrica de surrealidades. Em silêncio, Rodrigo leva a mão ao bolso e pega numa moeda. Insere na ranhura e carrega num botão. O engenho move-se. Transforma. Fabrica. Cria. A jukebox instalada junto à parede do lado direito liberta o seu encanto. Um som ligeiro sintetizado assemelha-se a uma bateria. Pede atenção à alma. Pede um gesto ao coração. Aproxima um olhar. Clarisse ouve a música que se espalha e volta a sorrir, encantada com a atitude do seu cliente especial.
- Adoro esta música... - diz ela.
- Eu sei...
- Danças comigo?
- O teu café está pronto.
- Traz-mo cá.
Clarisse sabe. Clarisse conhece o homem. Clarisse não vai fechar o café enquanto ela não lhe pertencer. Por um pedaço. Até a música acabar? Até o café acabar? Sim, até a sede terminar. Rodrigo espera pela jovem até ela estar a dois palmos do seu corpo. Recebe a chávena quente, recebe os braços dela que se estendem nos seus ombros, ligeiramente mais altos. Rodrigo dança com ela, mexe o corpo dela, tatua as suas mãos na pele descoberta da costas dela. Clarisse gosta. Embolida pela música suave mas intensa, de voz rude mas meiga, de batida leve mas sintetizada. O feitiço é lançado. Por uns instantes, a alma do café reabriu. Só para eles.
- Sabes que é perigoso, Rodrigo, não sabes?
- Sim...é isso que me dá tusa.
- Não o podemos fazer aqui....
- Claro que podemos...e tu sabes disso...
- Tenho que ir trancar a porta.
- Para quê?
- Pode aparecer o meu pai...a tua mulher...
- ...um cliente que queira foder contigo...
- Pára!...
- Queres que pare?
- Pára de mostrar que sabes dançar e entra logo em mim.
A cabeça de Clarisse ainda pousa no peito dele. As chávenas de café repousam nas costas quentes deles. A música vai repousando. Embala o ambiente que se vive naquele Espaço fechado. Entusiasma a sede que se apodera dos dois e que só com a intensidade da cafeína instantânea pode ser saciada. Rodrigo pega na chávena dela e coloca-a, juntamente com a sua, numa das mesas do café. Segura as nádegas dela e empurra-a contra a jukebox que ainda desempenha o seu trabalho. Tira a sua camisola. Está calor. Tira a camisola dela. Ela está a arder. Espalha os seios generosos da jovem pelo corpo escaldante dela. Baixa as calças porque algo em si entra em combustão. Abre as calças pretas dela, porque algo entre as pernas de Clarisse arde. Há um beijo. Sim, é possivel constatar um beijo por entre as labaredas do desejo. São os lábios dela que abrasam a boca dela. São as mãos dele que levitam o corpo dela, arrastando as costas da mulher pelo vidro da máquina.
- Siiim!...E se ela aparecer ali...o que lhe dizes? - diz Clarisse entusiasmada.
- Que tu és minha!...
- E se ela sair e te deixar?...
- Continuo a foder-te!
- E se for para sempre?
- Vens-te para sempre?
Clarisse sorri. Sente o seu corpo apertado contra o dele. Sente o seu rabo a deslizar no vidro. Sente as mãos dele aprisionarem-lhe as coxas. Sente a boca dele deliciar-se nas suas mamas enormes. Sente os dentes trincarem-lhe os mamilos rijos e desejosos. Sentir. Tudo o que Clarisse pode é sentir, quando o sexo dele a penetra com vigor. A rata molhada, quente, carnuda, impetuosamente escaldante, está agora aberta para Rodrigo. Clarisse sorri.
Rodrigo é um cliente. Ela é simpática e atende ao pedido dele. Rodrigo é um amigo. Ela é simpática e espera um favor dele. Clarisse sorri. Segura a cabeça dele com as suas mãos exaustas. Olha para a boca dele, perdida no seu peito. Redondas, grandes, a descair de uma forma sublime. É o segredo de Clarisse. As suas mamas imponentes e vistosas. E ele quer. E ele gosta. E ele dá-lhe prazer, apenas com a sua boca. Ela entesa-se. O dela bate no vidro com força. A sua rata é penetrada repetidamente. Os seus lábios vaginais roçam no sexo entesado dele. Como uma haste. Como se toda a força de Rodrigo se concentrasse naquele pedaço de carne, que segura todo o corpo da amante. E as mamas a serem comidos. E os braços carinhosos que envolvem a cabeça dele. E o seu a abanar. E a sua rata a arder. E a máquina que ainda não parou por completo.
- Gosto...sim...Gosto mesmo! Oh! Fode!...Sim, fode...eu gosto!...Oh...Gosto mesmo!
A jukebox encerra. As luzes que foram accionadas quando foi inserida a moeda apagam-se. Sobra apenas uma espécie de luz laranja de presença que reflecte na pele macia das coxas de Clarisse. A música terminou. O único som ambiente que ecoa neste Espaço são os gemidos finos dela. Após cada penetração. Após uma trincadela mais forte nas mamas da jovem. Após as nádegas roçarem no vidro morno e molhado. Após mais dois ou três movimentos que fodem a sua rata. Após cada momento intenso, Clarisse geme. As suas pernas abrem-se, os lábios vaginais dilatam-se. A sua boca abre-se, os lábios secos incham. Rodrigo não pára de a foder. As suas forças vão-se esgotando mas ele entrega tudo o que pode à sua amante. E ela recebe. E ele come-lhe as mamas. E ela geme. Num momento ansiado. Num momento sonhado. Num momento concretizado pela magia do Espaço Magnolia, o orgasmo desdobra-se nos dois corpos. Rodrigo despeja toda a sua fúria nas ancas e aperta o seu sexo entre as pernas da jovem. Clarisse segura-se aos ombros do homem casado, aguenta as constantes sacudidelas do seu rabo contra o vidro que a qualquer momento cede e foca toda a sua energia para o seu cérebro. Ele vem-se. Mas vem-se com a boca afogada no peito dela. Ela geme. Mas geme um grito louco. Há um abraço. Percebe-se um abraço forte entre os dois. Forte. Intenso. Tão intenso que parece quebrar a postura dos dois. Ela aperta a cabeça dele contra o vale entre os seus seios. Ele aperta as coxas dela, levanta-as um pouco e entrega os últimos movimentos para dentro do sexo dela. Quebram-se as forças. Rodrigo flecte as pernas e segura os joelhos no chão. Clarisse sente as nádegas escorregarem pelo vidro, deixando um rasto de suor. Sentada em cima dele, perto do chão, Ela acaricia a face ruborizada dele. Mostra-lhe que adorou. Mostra que está deliciada e satisfeita. Mostra que gosta da forma como ele ainda se fascina com os seus seios. Atenciosa, meiga, bonita, sorridente, especial. Clarisse pertence a Rodrigo, dentro deste Espaço surreal.
- Convidava-te a subir. - diz ele.
- Agora, depois de te oferecer o café. Agora que ainda ouço a música que me dedicaste. Agora que me fodeste no meu local de trabalho...Agora...Convido-te eu a sair, a esperares pela tua mulher e voltares amanhã a horas decentes.
- E tu?
- Vou para casa fechar os olhos, feliz da vida.
Rodrigo sorri. Porque Clarisse tem um encanto especial. O que existe, acontecerá de novo no Espaço Magnolia. E nesta noite, quando subir ao 1º direito, aguardando pela sua esposa, ele vai sonhar com ela. Ela vai sentir. E Clarisse vai sorrir.

sexta-feira

Croissants folhados com doce

A loiça da mesa está levantada. A cozinha está arrumada. A noite prolonga-se. Laura retira o vinho branco do frigorifico e segura em quatro copos. Segue um passo ansioso até à sala de estar, onde o seu namorado e os seus convidados se fixam junto à televisão. A sua entrada gera uma reacção positiva em todos os presentes. Um sorriso é trocado a quatro. Um copo é entregue a cada uma das pessoas. Sofia tem um sorriso misterioso, mas cativante. Namora há seis anos com um homem que a faz sentir completa. Segura o copo e recebe a bebida com alguma insegurança. Diogo é um homem maduro e charmoso. Conquistou a sua namorada há seis anos e guarda-a no seu mundo confiante. Ele anseia por provar a bebida intensamente. Afonso senta-se ao lado do casal que os visita. Conhece os efeitos da bebida, mas deseja prová-la. Laura pousa a garrafa meio cheia, meio vazia e vai sentar-se ao lado do lado oposto ao seu namorado. O seu copo está cheio, porque ela quer ser afectada pelo seu teor.
- Eu não gosto muito de brindes - diz Laura - mas acho que o facto de estarmos aqui e ter a noite por nossa conta, merece um...merece...
- Merece um juntar de copos... - remata Diogo.
O sorriso de Laura alarga-se e levanta o copo a seguir ao gesto do homem de 37 anos. Imediatamente, os braços de Sofia e Afonso elevam-se e o tilintar dos vidros marca um instante. Aquilo que separa os momentos de amizade, conversas longas e progressivas e sucessivos encontros, do que se passará nesta noite acaba de ecoar nos ouvidos dos dois casais. Diogo e a sua companheira conheceram-se antes de travarem conhecimento com Laura. Prometeram mediante todas as circunstâncias serem fieis uma ao outro até que a confiança, ou a falta dela, os separasse. Prometerem encher o seu romance de pequenas aventuras que despertassem constantemente a sua paixão. Laura e Afonso partilham a mesma ideia. E o facto de estarem juntos nesta noite está implicitamente ligado à partilha desse pensamento, à certeza desse sentimento. Laura conheceu o casal numa tarde de sol, numa praia próxima da cidade. Nesse tempo, ela ainda era casada com o ex-marido. Cedo descobriram experiências mútuos, sitios em que convivem semelhantes, até gostos. Durante dias a fio, Laura e Sofia almoçavam no mesmo estabelecimento no centro comercial da cidade, sem se conhecerem. Depois dessa tarde de praia, as duas mulheres passaram a almoçar frequentemente juntas. Seguiu-se o divórcio de Laura. Seguiu-se o relacionamento com o actual namorado, Afonso. Daí a sucessivos planos a quatro, não tardou.
- Laura, tu sabes o quanto amo a Sofia, não sabes?
- Sei, ela diz-mo...Isso sente-se...
- E no entanto, nunca a prendi a nada...Mas considero-a minha...
- Eu entendo-te, Diogo.
A noite pertence aos dois casais. A filha de Laura dorme em casa do pai, numa localidade próxima da cidade. A casa está perfumada de um incenso forte, quente. E não pode ser a bebida que põe Diogo ousado. O beijo que ele entrega à sua namorada é molhado, terno, intimamente revelador. O olhar entre Laura e Afonso dilata-se, espelhando o entusiasmo que eles sentem. A mão de Diogo roça na barriga da namorada, para depois apalpar um dos seios fofos da mulher loira. O descaramento intimo é propositado. O homem tem um intuito e que está a resultar na perfeição. A face de Laura ruboriza-se. O olhar de Afonso prende-se ao gesto continuado do homem. Diogo abre dois botões da camisola da namorada e enche a mão com o seio de Sofia. A sua boca invade o pescoço longo e macio dela. Ouve-se um gemido da mulher de 30 anos. Ela procura não fechar os olhos. Quer estar atenta a tudo o que se passa. Porque naquele momento, tudo acontece. Tudo é surrealmente diferente. A mão de Afonso não resiste a explorar levemente a coxa da amiga. Por sua vez, Laura já tinha a mão na virilha de Diogo. É perceptivel que o ambiente no sofá vermelho da sala do 2º direito modificou-se. É intenso, vibrante, elegantemente perigoso. Enquanto mantém a mão nas mamas da sua namorada, Diogo olha para Laura e pede a sua boca. Ela entrega-a com ansiedade. Um beijo forte é trocado e toda a magia começa a espalhar-se. Sofia tem o coração a sobressaltar. Aquilo por que os quatro adultos aguardavam acontece. Afonso desliza a mão pela coxa dela e com a outra segura a face da loira. Depois, Sofia pertence-lhe. Beija-o também e na exaltação do momento, penetra a lingua em toda a boca do homem. As suas mãos finas e macias acariciam a face dele. Há agora uma ruptura excitante. A troca de casais consuma-se e ninguém pertence a ninguém. Laura pega com firmeza na mão do homem que a beija. Levanta-se e puxa a sua companhia. O sorriso dela ainda não se desfigurou. Ansioso e cheio de desejo. Diogo leva o seu copo de vinho, quase no fim. Laura sabe que a bebida sobe ao cérebro num modo perturbador, por isso volta encher os dois copos.
- Nós estamos no quarto ao fundo. - diz Laura ao seu namorado.
Afonso acena positivamente e volta a beijar a sua nova amante. Desprende o cabelo dela enquanto inunda o pescoço morno dela. Os seus copos ainda estão quase cheios. A partilha concretiza-se. O que é de Afonso pertence agora a Diogo. O que é de Laura entrega-se momentaneamente a Sofia.
Diogo coloca-se à vontade no quarto onde todas as noites Laura e Afonso dormem. As roupas perdem-se de imediato no chão. Laura guarda-se ainda numa tanga vermelha. Mas em cima da cama, ela é uma mulher despida perante o seu amante especial. Trocam-se beijos, espalham-se carícias pelos dois corpos sedentos. Ajoelhados na cama, com os peitos a chocarem entre si, Diogo estimulas as nádegas da mulher. As linguas embrulham-se e as mãos dela concentram-se no sexo teso dele. É notória a satisfação do homem. Ela esfrega-lhe o sexo de uma forma estimulante. Ele acaba por sentar-se na cama, sabendo o que o espera. Porque Laura quer apoderar-se dele. Ao passar levemente a lingua pela ponta da picha do amante, ela controla-o. Quer sentir que por uns momentos, Diogo esquece que a sua namorada está nas mãos de outro homem, bem próximo dali.
Na sala, em cima do sofá, Sofia está despida. Gentil e vagarosamente, Afonso já percorreu o corpo da mulher com beijos. Prova os seios estimulados dela e corou os mamilos, com o calor que se apodera do espaço. Sofia deita-se na chaise-longue e colhe com as pernas o corpo sentado do amante. Afonso vislumbra o nervosismo da mulher. Afinal de contas, aquela é a primeira vez que Sofia se entrega a outro homem e ele sabe disso. A humidade do sexo dela está tão próxima de si e ele procura o momento certo para invadir o desejo de Sofia. A mulher empurra os ombros dele com as suas mão contra o seu corpo. Ele beija o vale entre as mamas e percorre toda a barriga dela com a lingua. A namorada de Diogo ergue a cabeça e olha de uma forma ardente para o amante.
- Toca-me...Toca-me, Afonso... Toca-me como o fazes a ela. Eu quero sentir o que a Laura sente!
A boca de Laura consome o sexo do homem. Segura as bolas dele e chupa vezes sem conta. Diogo, estendido e satisfeito na cama, pressente que a mulher o quer. Pressente que ela anseia por o enlouquecer. Ainda assim, ele quer prolongar o momento. Desfruta a caricia que é feita à sua picha e rasga os cabelos da amante com as suas mãos. Deixa que ela prove o pedaço teso de si. Deixa que Laura sinta na boca o quanto ele a quer. E ela sente-o a entesar. Pressente a carne dele a inchar e a ponta a ferver. Laura sabe que Diogo espera todas as noites pela boca de Sofia. A sua amiga conta-lhe. Confessa-lhe. E tudo isso sempre foram passos para chegar aqui.
Sofia geme. Os dedos do jovem entram carinhosamente no seu sexo. Entram e saem. Giram dentro da carne da sua rata. Estimulam o clitóris e acariciam o interior do seu canal. Claro que Diogo a toca. Lambe-a carinhosamente, como só alguém que a ama há seis anos o sabe fazer. Sofia aprendeu a ter prazer com o seu namorado. Mas a excitação do momento, a percepção de que tudo o que a sua amiga lhe tinha contado confirma-se, põe a mulher num estado vulnerável. Sensível, tensa, excitada. Cada toque dele dentro de si transportava-a para a realidade daquela noite. No quarto próximo da sala, o seu namorado comia a sua amiga.
A namorada de Afonso não permite ao seu novo amante vir-se na sua boca. O broche estava a saber muito bem. A ela, como que a dominar o seu brinquedo. A ele, que delira com a entrega da mulher. Mas Laura quer mais. Não pretende que o homem ceda à primeira explosão. Por esta altura, cada elemento dos dois casais procuram conhecer-se e saber os limites do novo parceiro. Assim, Laura não quer pedir tudo. Quer receber o máximo possivel. E apesar de entusiasmado com a boca dela na sua picha, Diogo obedece aos desejos da sua amante. Laura deita-se ao lado dele e ergue uma perna. Imediatamente, ele penetra-a, com a sua picha molhada, erecta e louca. Agarra com um braço o pescoço da mulher, chupa os mamilos dos seios excitados de Laura e penetra-a várias vezes. Não obstante o prazer de sentir a rata da sua amiga, húmida e sedenta de ser possuída, Diogo não deixa de ouvir os sons que provém da sala.
Em cima da chaise-longue vermelha, Afonso está sentado, com dois dedos dentro da rata de Sofia. Ela grita. Sente o seu clitóris inchado, a ponto de rebentar ali mesmo. Ele sente controlo sobre ela. Fixa o olhar na face perdida de Sofia. Ela tem os cabelos espalhados pela almofada e cerra os olhos com força. Os seus braços estendem-se. O orgasmo é inevitável e no momento em que ele se apodera do clitóris da amante, com os dois dedos da mão esquerda, Sofia vem-se loucamente.
- Que bom!...Ohhh....É bom demais...ahhh....não pode ser!...Ohhhh....
A rata dela, pertença até então de um só homem, explode de prazer. Jorra o liquido por entre os dedos dele que penetram bem fundo. Os lábios vaginais dela dilatam e as suas pernas abrem-se defronte do olhar incrédulo de Afonso. Até para o jovem, a visão era memorável. Sofia suga todo o prazer que pode ser retirado dos dedos fantásticos do namorado de Laura.
A loucura de Sofia. A excitação de Diogo. A sensação de entrega de Afonso. Os gemidos intensos de Laura. No momento em que o namorado de Sofia fode a mulher de Afonso, as duas mulheres, seguras a um prazer surreal, têm a certeza que a amizade vale a pena. Consciencializam-se de que as conversas eróticas ao fim da tarde no café do centro comercial ultrapassavam o limite da fantasia. Porque a dificil barreira da partilha, do medo da traição, da violenta sensação de permitir trocar de parceiros, está agora derrubada. Se tudo aquilo é um erro. Se a envolvência sexual dos dois casais é algo de que se podem vir a arrepender, então elas não querem saber. O que interessa neste instante, em que ambas se vêem nas mãos do respectivo namorado da amiga, é que o prazer expandiu-se. Atingiu um patamar impensável. Uma nuvem secreta e intensa, onde a partilha concordada superou as expectativas. Mas afinal de contas, quando Laura abre os olhos, com o amante a esporrar-se dentro de si, com a certeza de que a sua amiga foi possuida pelo seu namorado e com a chegada de Sofia e Afonso ao quarto, os dois casais sabem que ainda há algo mais poderoso a viver e sentir.
Eles não podem viver a mesma personalidade. Eles não podem ser as mesmas pessoas que diariamente entregam promessas de amor e carinho ao seu parceiro. Eles não podem viver uma vida normal, integrados numa sociedade que entende, respeita e mantém a ideia de uma relação monogâmica. Os dois casais não são aquilo que eram antes dos copos se tocarem mutuamente, num brinde não tão longínquo. Porque a troca de caricias de quatro corpos na mesma cama, não é. Porque a envolvência entre mulheres e homens, não é. Porque os beijos divididos entre bocas diferentes, não é. Não é! A relação carnal simultânea entre estes quatro adultos não é uma mera acção de carinho e sexo. A boca de Diogo na rata da sua namorada, enquanto ela está de gatas. O sexo de Afonso na boca de Laura. A mão de Diogo dentro do sexo da sua amante. A boca de Sofia a chupar os testiculos de Afonso. Isto é capricho. Isto é excitação em combustão. Isto é um imenso devaneio de loucura, prazer e tesão. Isto põe os dois casais em polvorosa. É dificil perceber quem tem mais prazer. É complexo percepcionar quem consegue entregar mais prazer. Porque as duas mulheres sentem-se loucas. E quanto mais Diogo as masturba e come as suas ratas, mais o desejo delas de chuparem o jovem namorado de Laura se intensifica. Quem é Afonso, quando num momento jamais imaginado, tem duas bocas a comerem o seu sexo pujante? Quem é Diogo, quando enfia cada indicador na rata da sua namorada e da sua amiga? Quem julga que é Laura, para partilhar o prazer da picha que sempre lhe pertenceu com outra mulher? Quem é que Sofia pensa que é, para provar um pedaço de carne que nunca foi seu, diante do seu namorado? Afinal de contas, quem é que eles se julgam ser, para ganharem coragem de sentir prazer alheio e desfrutarem da partilha do seu parceiro? Porque isso é perigoso. Chega a ser mentalmente revoltante. E contudo, é isso que os excita. É isso que faz Afonso vir-se, espalhando o seu líquido por entre as bocas de Laura e Sofia. É isso que intensifica os movimentos das mãos de Diogo, até ele próprio delirar loucamente com a dupla masturbação. É isso que enlouquece as duas mulheres. Elas partilham um orgasmo. Que só elas entendem. Numa tal intensidade mútua e intima que um beijo longo, misturado no sabor de Afonso, une as mulheres. E numa conclusão de tamanhos orgasmos, são elas que se sentem verdadeiramente consoladas e satisfeitas. Os lábios molhados, a delicia das linguas, a certeza de que tudo provaram e tudo puderam dar, a entrega do desejo lésbico que se escondia por detrás das palavras amigas. O beijo é um pacto que ultrapassa a amizade, o carinho, a paixão que foi alimentada até aquele momento.
A cama não é suficientemente grande para os quatro. A alma de cada um não se completa no que eles querem guardar para si. Laura e Afonso amam-se. O coração ainda pertence a Diogo. Inequivocamente, isso mantém-se no final do manancial de orgasmos. E tudo o que se pode sentir depois do prazer entregue, da partilha consumada, não é para ser feito a quatro. Porque nunca foi esse o intuito daquela noite. Antes disso, aquilo que pudesse ter sido imaginado, terminava numa noite a dois e a dobrar. E Afonso não foge a esse plano. Dá um beijo doce a Sofia, agradece-lhe a noite e sorri para Diogo, numa concordância masculina da partilha. Laura entrega um beijo doce ao casal amigo. Laura e Afonso levantam-se, preparados para ir dormir para o quarto ao lado. Finalmente, desejam as boas noites aos amigos que convidaram para um serão diferente, brindado com prazer.
Um café com leite, com um croissant folhado com doce. Multiplicado por quatro. Este é o pequeno-almoço que os dois casais partilham no Espaço Magnolia. Um amanhecer diferente. Uma sensação diferente. Uma maneira diferente de abordar a amizade e socialização que partilhavam. Quando Diogo e Sofia sairem do café, tudo volta ao normal. As vidas seguem o mesmo rumo. As conversas intimas e fantasiosas vão voltar a surgir entre as duas mulheres. Os cafés despretensiosos entre os dois homens brevemente reaparecem. No entanto, aquela refeição ainda é uma partilha. Ainda guarda um pedaço de intensidade nos corpos deles. E os olhares trocam-se, as pequenas palavras soltam-se. Laura, Afonso, Sofia e Diogo são dois casais swingers. E depois? Esse segredo guarda-se para florir numa nova noite.

quinta-feira

Creme de cenoura

Maria José acordou cedo. Um hábito intemporal. Assim que o dia nasce, ela desperta. Apesar de ter vivido um casamento em que sempre se sentiu presa em vários aspectos, a professora tem uma imagem muito positiva de si mesma. Da sua alma, das suas capacidades, do seu corpo, da sua liberdade. Para ela, é algo natural dormir sem pijama, acordar sem roupa, andar nua pela casa. Mesmo com o avançar da idade, Maria José preza a naturalidade de si mesma. Toma um duche longo, relaxante, proveitoso, intimo. Durante anos, a sua sexualidade resumia-se ao que o seu ex-marido pretendia, no entanto, ele nunca lhe pode retirar as suas fantasias. Mesmo que ao fim de algum tempo, ela encaixa-se que tal não passava disso mesmo. Fantasias. Hoje são tempos diferentes. A mulher sente diariamente coisas novas a despoletarem de si. Desejos a crescerem, ansiedades a despertar. Sozinha no apartamento, ela tem tempo para tudo. Veste um fato de treino e aproveita os momentos saudáveis e tranquilos com que se pode viver a manhã. Arrumar a casa, ler um pedaço do livro demorado e corrigir os últimos exames. Claro que trabalho é sempre trabalho e a saturação de tanta página, de tanto raciocinio massacra a sua mente. Maria José olha para a janela. Apetece-lhe sair, dar um passeio pela cidade, quem sabe até entrar no Espaço Magnolia e perceber o que de facto aquele lugar oferece ao espirito. Mas chove. O dia acordou cinzento e a chuva espalha-se pelo chão a cântaros. Por uns segundos a sua mente evade-se. Outra peculiariedade dos seus mais recentes dias. Perder-se por alguns momentos numa nova fantasia. E só o som da campainha a volta a desperta.
- Tem uma carta para si...
Novamente o carteiro. Um jovem humilde, algo introvertido. Maria José não consegue deixar de largar um sorriso ao ver aquele homem. A sua mente é transportada para a semana passada, onde o primeiro contacto com ele surgiu depois de um momento de imenso prazer. O próprio rapaz demonstra a associação. Inadvertidamente, olha a mulher de alto a baixo, como que a procurar se ela tem o mesmo ar. Maria José também percepciona a postura do carteiro.
- Meu Deus, você está todo encharcado!
O trabalho em dia de temporal assim obriga. Efectivamente, o funcionário dos Correios surge perante a destinatária da carta com a farda completamente molhada e com o cabelo ruivo a pingar. O riso inocente que ela deixa largar intensifica ainda mais a sua faceta simpática e carinhosa. Maria José entende que a pessoa que tem diante de si lhe desperta um fascinio intrigante.
- Vai continuar a trabalhar assim? - pergunta ela.
- Pois...é isso que eu faço.
- Por favor, deixe-me trazer-lhe uma toalha.
- Não é preciso... Eu já estou habituado.
- Eu insisto. Entra. Eu tenho uma toalha seca ali dentro.
Maria José escancara a porta de entrada do 1º direito. Um convite ínequivoco para o jovem entrar em sua casa. Ele sente que recusar já seria indelicado. Entra a passo leve no apartamento enquanto a professora vai apressadamente à casa de banho buscar a dita toalha.
- Vou molhar a sua casa toda.
- Fica à vontade. Sente-se ali no sofá. Não tem problema nenhum.
Ele obedece e após olhar por alto para vários pormenores da sala, senta-se no sofá. Maria José senta-se na borda e olha para a cabeça dele, completamente encharcada. Um sorriso cola-se à face da mulher.
- Você não tem uma farda? Daquelas que protegem da chuva?
- Não estava mesmo a contar com isto e....Pode-me tratar por tu?
- Posso. Claro que posso! Se souber o seu nome.
- Paulo. O meu nome é Paulo.
- Muito bem, o meu nome é...
- Maria José...
A mulher silencia por um par de segundos. Claro que ele sabe o nome da inquilina. A carta que trouxe o carteiro até ali denuncia a sua identidade. Maria José coloca a toalha branca sobre a cabeça dele e enxagua-a. Caricias suaves que as suas mãos transmitem.
- Onde é que eu tenho que assinar a carta? - pergunta ela, fazendo conversa.
- Não tem que assinar...
- Não tenho? Pensava que as cartas registadas tinham que ser assinadas pelo destinatário.
- Isto não é uma carta registada...
Se não o é, porque motivo o carteiro tocou à campainha da inquilina? As mãos de Maria José invadem as orelhas do rapaz ruivo. Paulo não tem mais que vinte e três anos.
- Faz alguma confusão entrar agora nesta casa. - diz ele, olhando em redor - Sempre que havia uma carta para ela, vinha aqui entregá-la pessoalmente. E depois que a Maria José disse que ela falec... Bem, fez-me mesmo alguma confusão...
- Há quanto tempo é que a conhecias?
- Desde o meu primeiro dia de trabalho. Há cinco anos.
- Bem, se te faz assim tanta confusão, podes continuar a vir aqui a este apartamento. Se eu estiver cá, terei todo o prazer em receber as minhas cartas da tua mão.
- Obrigado...
Ela larga um sorriso. Sente que o rapaz está vulnerável. Pela mudança de hábitos de trabalho, pelo convite da mulher, pela toalha que acaricia agora o pescoço, pela atracção súbita por Maria José. E há uma estranha vibração entre os dois. O cabelo de Paulo já está suficientemente seco, mas ela continua a acariciar. O corpo de Maria José aproxima-se um pouco mais dele.
- Queres beber alguma coisa?
- ... Não...agradeço.
- Acho que devias tirar essa camisa....Quer dizer, podes constipar-te e se for preciso eu seco-a ali na...
De imediato, o carteiro retira parte da sua indumentária profissional. Apesar de surpreendida pela rápida acção dele, Maria José leva a toalha e as suas mãos até aos ombros dele. Agora não restam dúvidas. Há um calor, uma excitação, uma atracção inevitável entre o carteiro e a professora. E assim que as mãos dela acariciam o peito dele com a toalha branca, Paulo tem a certeza. As caricias são saborosas e excitantes. Os braços de Maria José estão quase envoltos no seu corpo e o beijo é inevitável. Um breve olhar é trocado por ambos, acompanhado de um sorriso mútuo. Ela arrisca e aproxima-se ainda mais. Ajoelha-se no chão e continua a acariciar o peito palido mas sardento do rapaz. Apesar da diferença de idades, eles parecem encaixar-se um no outro. A paixão encaixa-se nas fantasias que lhes passam pela mente. O desejo de prazer encaixa-se na necessidade que ambos revelam ter. Maria José não retira o sorriso da face. Paulo mantém um ar algo nervoso e surpreendido. Mas ele quer. Ele retira as calças, ficando de boxers perante a mulher. Ela não perde tempo. Retira o sexo dele já entesado e acaricia-o também. Paulo geme. Respira fundo e procura controlar este instante de enorme excitação.
- Tem a certeza que quer fazer isto?
- Tenho. Há uns meses saberia que estava a fazer isto ao meu ex porque ele simplesmente queria. Agora sou eu que tenho o direito de o exigir.
E Paulo percebe que ela quer tê-lo. E o carteiro entende que a mulher pede que lhe dêem prazer. Mas o homem ainda não tem a certeza se o consegue levar adiante. Maria José pousa a toalha no sofá. Da mesinha ao lado do sofá retira um preservativo e coloca-o com sabedoria e requinte no sexo do rapaz. Retira a camisola do fato de treino e despe o seu tronco. Paulo gosta do que vê. Os seios da mulher estão excitados, talvez pela humidade que rodeia o espaço entre eles. E agora tudo se desenvolve rapidamente. A mão dele nas mamas bicudas e tesas da mulher. Os braços dela que rodeiam o pescoço do jovem. O beijo intenso que eles trocam. Maria José deita o novo amante no sofá. Retira as suas calças e demonstra ao rapaz que não tem qualquer pudor em não usar roupa interior. Mesmo com a sua idade. E ele volta a sentir que a fantasia se vai consumir. Porque é impossível fechar os olhos ao facto de que eles se desejaram desde o primeiro olhar. Maria José desliza as suas mãos pela barriga dele. Finca os dedos quando chega ao peito e estimula a excitação do homem. Paulo repousa as mãos nas ancas da mulher quarentona. Maria José é linda e sensual nua. Mesmo aos olhos de um jovem. A sua pele macia, as suas coxas ainda tonificadas, o seu ventre escorregadio, o seu sexo quente. A mão do carteiro aventura-se e ncontra os lábios vaginais dela húmidos. Ao mesmo tempo, Maria José volta a segurar o sexo cada vez mais teso do amante. Deitado no sofá, Paulo deixa a inquilina sentar-se sobre si. A sua rata engole o seu sexo, até não conseguir entrar mais. Uma inspiração funda de Maria José, demonstra que a mulher precisava daquilo. Não foi só o seu corpo que acordou nu. A sua alma encontrava-se despida desde o raiar do dia. Ansiava por se sentir cheia. Ansiava por sentir algo que a penetrasse e a possuisse. Paulo teve que aparecer no momento certo. E tudo se encaixou até este instante. O momento em que os sexos deles se encaixam e as mãos de Paulo seguram as nádegas da mulher. Os joelhos dela impulsionam o seu corpo a saltar. Os gemidos dela são irresisitiveis e estimulam o jovem carteiro. A picha dele entra e sai. Penetra e foge. Desliza e abre caminho. O sexo de Maria José está molhada. Os seus fluídos intimos colam-se ao pénis dele como lubrificante. E É cada vez mais fácil entrar. É cada vez mais fácil foder a mulher. E a sensação é louca. Porque Paulo sente-se louco. Cerra os olhos, segura as ancas da mulher, pede por mais. O ritmo dos saltos e consequentes penetrações aumenta. Maria José delicia-se com cada movimento, cada rasgo de erotismo que invade o seu corpo. A carne dura entra dentro de si. Espalha-se pelo seu interior e penetra nos nervos mais sensiveis da mulher. Percorre o seu corpo, excitando os seios fofinhos que pulam. Trasmitem uma sensação intensa de prazer até ao cérebro. E a sua mente descodifica em fantasia, em algo surreal, o jogo carnal que se desenvolve entre as suas pernas.
- É isso!!!...Oh...eu preciso!...Oh...eu preciso que entres em mim!...Siimm!!!
Ela curva o seu corpo sobre Paulo. Entrega as suas mamas à boca dele e pressente que ele está no limite. O carteiro ainda se delicia com os mamilos tesos da mulher. Mas o seu sexo não resiste. Os movimentos são levados ao extremo e a sua excitação liberta-se. Maria José sente o jovem a vir-se. Sente o calor que explode no sexo protegido. Sente que o carteiro se excitou ao máximo com a foda. Mas ela ainda não gozou. Os lábios dele sabem muito bem. Põem as suas mamas em polvorosa. Acendem até a carne dos seus seios. Ela ainda movimenta as ancas, com o sexo a amolecer dele, escorregando dentro da sua rata. E isso excita-a. Fá-la sentir a procurar o prazer. O mesmo que ela exiciu hoje quando se levantou, o mesmo que ela tentou capturar no banho. Completa-se agora. Liberta-se em todo o seu corpo. Expande-se no grito de prazer que sai da sua boca. Arrasado pelo momento, Paul ainda consegue perceber a energia que se solta do corpo da amante. Lá fora chove. A humidade do corpo quente de Maria José mistura-se com o corpo molhado e suado de Paulo. Ela deita-se sobre ele. Dá-lhe um beijo. Acaricia os cabelos ruivos dele. Sorri de uma forma delicada e feliz para o seu jovem amante.
- Era capaz de te amar. Era capaz de te ter todas as noites.
Ele silencia. Aprecia as palavras da mulher, mas não sabe como responder.
- Mas ainda não. Ainda quero viver tanta coisa. E muito sinceramente, talvez não estivesses preparado para todas as minhas loucuras...
Maria José deita-se ao lado do carteiro e passa a mão sobre todo o corpo dele, para finalmente reitrar o preservativo.
- Mas descansa. Adorei! Adorei cada pedaço que saiu de ti. Adorei entregar-me a ti como se sempre me pertencesses. Como se sempre te tivesse amado e desejado. E quero guardar este pedaço como único. Por isso só te peço mais uma coisa... Sai à rua comigo. Como se sempre tivesses sido meu... Vem almoçar comigo. Já experimentaste o creme de cenoura que fazem aqui em baixo?... Vamos conversar. Vamos rir. Só por um bocadinho. Preciso de saber que isto não foi só pelo sexo. Deixa-me ser louca mais um pouco.
- E depois?... - pergunta ele
- E depois tu segues a tua vida. Continuas o teu turno, namoras as meninas da tua idade, encontras novas amantes noutras portas...
Maria José sente-se satisfeita. Ela olha para o tecto, fica alguns segundos a pensar e esfrega a mão na cara e no cabelo loiro suado. Este momento ultrapassou as suas expectatvias, as suas fantasias. Talvez não tanto pela intensidade carnal que retirou dele. Mas acima de tudo, porque volta a sentir que tem tudo à sua frente. As fantasias, os desejos, as loucuras a cometer. Depois de Paulo, ela pode desejar todas as loucuras sentimentais, apaixonantes e carnais.
- Posso continuar a entregar-te as tuas cartas?
- Sempre que quiseres...

quarta-feira

Panquecas com bola de gelado

Rafael desce o elevador do Edificio Magnolia com um sorriso na face. Sai no primeiro andar e toca à campainha do 1º Esquerdo. Dez segundos depois, alguém lhe abre a porta. Rodrigo apresenta-se perante o vizinho do 3º andar.
- Olá, Rodrigo...Está tudo bem? A Helena está?
- Uhm...sim, está...
- Preciso de lhe entregar uma coisa...pode ser?
- Pode, claro que pode...Mas, não queres entrar?
- Deixa estar, é rápido...obrigado.
Apesar do pedido estranho, o vizinho de Rafael voltou a entrar e chamou a sua esposa. Segundos depois, Helena está diante da porta. Nervosa, com um ar tão embevecido quanto incomodada, ela olha envergonhada para Rafael.
- Helena, desculpa incomodar, isto deve pertencer-te...Acho que deixaste cair.
A mão cerrada de Rafael estende-se e coloca-se junto ao peito da mulher. Ela levanta a mão e segura a mão do vizinho. Rodrigo já estava dentro de casa, sem sequer lhe passar pela cabeça o que acontece à porta do seu apartamento. Rafael entrega a Helena umas tangas pretas, com um sorriso presunçoso a acompanhar.
- ....Obrigada...Não precisavas...obrigada...Obrigada, Neves...
Atrapalhada, ela afasta o olhar, fecha a porta precipitadamente e procura esconder o pedaço de lingeirie que ela perdeu algures. Rafael fica impávido por uns segundos, junto à porta do 1º esq. Mas afinal, como é que tamanha ousadia pôde acontecer? Que excentricidade foi despoletada, para que Rafael pudesse segurar a tanga da sua vizinha casada? O pecado mora ao lado. Mas tudo isto ultrapassa o limite do perigo.
A loucura do desejo de Helena mora dois andares em cima do seu. Mas o Edificio Magnolia não esconde segredos. Revela ousadias e não oculta fantasias. Rafael é um homem desejado. Pelas mulheres da sua rua, pelas pessoas que trabalham no seu meio, mas acima de tudo pelas suas vizinhas mais próximas. Helena tem olhos para ver, tem mente para comer, tem a boca a desejar um pedaço deste homem. Desde o primeiro dia. Mas subir ao terceiro andar pode ser rapidamente transformado num boato fácil de espalhar. A forma mais fácil de travar vivências com Rafael será quando se cruzam à entrada do Edificio, em reuniões de condominio e no Espaço.

A hora do lanche de Helena coincide com o momento do café com leite do professor de equitação. Mas tudo isto não é só uma coincidência. O olhar que Helena entrega de cada vez que sai do café não acontece por acaso. A forma fascinante como ela se passeia por entre as mesas, na sua indumentária vistosa não serve só para fascinar os homens que partilham o mesmo lugar. As atitudes de Helena quando frequenta o Espaço Magnólia têm uma só intenção, uma só direcção, um intuito demasiado intimo e subliminar.
Quando coloca a chave na porta de entrada do Edificio Magnolia, após sair do café, Helena tem duas certezas. Rafael vem atrás de si e o que daí em diante pode acontecer apresenta-se como algo demasiado perigoso.
- Pede-me...
A voz de Rafael sussurra-lhe ao ouvido. Ela bloqueia os seus movimentos. De costas para ele, Helena ansiava por aquela voz tão próxima de si.
- ...O que esperas que te peça?
- Aquilo que anseias...Aquilo que sei que agora te está a deixar com tusa.
- Neves, por favor...Aqui não.
- Pede!...
Helena levanta ligeiramente o olhar, fixando o interior do Edificio, procurando perceber se alguém poderá presenciar aquilo. Será que alguém a via, tão próxima, tão colada ao vizinho solteiro? E uma mistura de sensações invade a sua mente. O risco de o marido, os filhos, alguém conseguir perceber que Rafael pressiona a sua cintura contra as nádegas dela, confunde-se com o desejo que todo o seu corpo sente quando a mão dele repousa sobre a sua cintura. Ela quer. Ela sonha com aquilo. Ela não nega a excitação que a sua imaginação liberta em todo o seu corpo. A boca do homem está a uma unha de distância da sua orelha.
- Quero que peças....Caso contrário, vou-me embora.
- Fode-me!...
O sussurro dela carrega desejo. O sussurro que os seus lábios largam assemelham-se a um grito ansioso. Ela abre a porta e arrisca entrar com ele no edificio sem que ninguém perceba. O visor no topo da porta do elevador indica que é possivel entrar. Ela carrega no botão e rapidamente Helena e o seu vizinho fecham-se no cubículo. Com sorte ninguém percebeu a excitação que se libertava deles como uma brisa quente. Rafael empurra-a violentamente contra uma das paredes espelhadas e aperta o seu corpo contra o peito dela. Um beijo intenso é imposto pela ansiedade do momento. Helena entrega-se à boca dele, com uma fome profunda. Dos pulmões dela saem gemidos que a despem por completo. Despem a sua postura perante o homem que entendeu o quanto a mulher quarentona e casado o deseja.
- Porque é que temos que ir para a minha casa? Poderia ser na tua...Excitava-me muito mais...
- Não sejas louco...Não podemos!
- O quê? Não podemos o quê?
- Não te posso trazer para minha casa. Está lá o meu filho...O meu marido deve estar a chegar e...Não posso...Não posso ir para tua casa...
- Bem!! Estás mesmo quente...Queres aqui?
- Por favor, Neves...
- Diz que não me queres...
- Aqui não!
- Diz que não queres que entre em ti aqui.
- Não, não quero. Estamos no elevador.
Rafael tem um sorriso demasiado presunçoso. Os braços dela envolvem o corpo dele e parece não se quererem desprender. Mas Helena tem razão. Tudo isto é demasiado perigoso. Demasiado flagrante. Ele carrega no botão do 3º andar. Ela carrega no seu olhar um ar de preocupação, mas também não consegue esconder a excitação que a invade. A máquina eleva-se e em poucos segundos chega ao último piso. Rafael tem a boca no pescoço dela.
- Não queres foder aqui? - pergunta ele.
Helena acena um não. O seu espirito já quebrou.
- Achas que não o consigo fazer?
Após uns segundos de hesitação, Helena acena um sim confuso.
- Queres que o faça?
Perdida em si mesma, a sua cabeça acena categoricamente um sim.
- Estás molhada?
Depois de um suspiro, Helena confirma.
- Posso ver?
A sua cabeça demonstra um não.
- Posso sentir?
Não há resposta.
- Sabes que te vou fazer vir...não sabes?
Continua a não haver resposta. A mão de Rafael desce pelo corpo dela.
- Eu sei que tens a rata molhada.
Ela geme e acena um sim. A mão dele sobe-lhe a saia de seda, justa e negra.
- Eu sei que me queres.
Acaricia com firmeza a coxa da mulher.
- Sei que me olhas com tesão...
Desliza os dedos sobre o tecido que cobre o sexo dela.
- ...Ainda não estás molhada...
Helena acena um não e já viaja por outro mundo.
- A tua rata pertence-me...
A cabeça dela abana positivamente enquanto os seus olhos cerram.
- E sabes porquê?
Ela demonstra um não.
- Porque tu me pediste.
Entesada e solta, ela confirma.
- Porque me pedes todas as tardes. Sempre que entras no café.
A mão dele puxa as cuecas dela para baixo.
- Sempre que me olhas nas reuniões de condominio.
A tanga desliza pelas pernas dela até aos tornozelos.
- Foste tu que pediste...És tu que imploras por isto.
A mão direita de Rafael abre um botão da blusa branca da mulher.
- És cabra o suficiente para não pedires.
A mão esquerda acaricia os lábios vaginais húmidos de Helena.
- Sempre foste cabra.
E ela confirma.
- És uma cabra que gosta que a comam com os olhos.
Helena aceita a adjectivação e ele abre-lhe mais um botão.
- Achas que sou o único homem que olha para o teu cú?
Ela acena um não e sente os dedos dele entraram dentro da sua rata.
- Eu comi o teu rabo no café! Sabes disso, não sabes?
Com o sexo a ser masturbado, Helena confirma.
- Comi o teu rabo com o mesmo gosto com que comia o meu lanche.
Com dois dedos apenas, a rata dela é tocada e estimulada.
- Sabes o que comi hoje, não sabes?
Ela acena que não enquanto sente os dedos dentro de si.
- Claro que sabes...Tu queres sempre saber...
Helena não responde. A tesão que a invade começa a ser desconcertante.
- Panquecas com uma bola de gelado...
Um gemido solta-se da boca de Helena. A rata dela pertence a Rafael.
- Uma panqueca apetitosa...como a tua rata.
Mais um botão aberto e agora ele consegue vislumbrar o peito dela.
- E a bola de gelado...bem, tu sabes...
Ela não aguenta mais. O polegar dele fricciona o clitóris de Helena.
- Cremosa...Quando a provas...sentes-te nas nuvens.
A boca dela não esconde a excitação. Ela solta um grito seco.
- Estás nas nuvens?...
Helena acena um sim. Toda ela vem-se com os dedos dele.
- Agora sim, estás molhada...
- Ohh...cabrão!
A mão de Helena finca-se na nuca do amante. A boca de Rafael engole o pescoço dela. Os seus dedos ainda esfregam a rata da mulher como um brinquedo gostoso que pode ser domado à maneira dele. E cada toque nos lábios vaginais faz explodir Helena. A sua respiração prende-se. A sua boca abre-se perante tal momento. A sua rata é tocada como nunca o foi. A excitação eleva-se a um limite inimaginável. E o grito louco que se liberta da sua boca é abafado pelas paredes do elevador claustrofóbico. Os dedos de Rafael estão molhados. Enquanto o braço direito segura todo o corpo da mulher, a sua outra mão procura invadir toda a gruta molhada de Helena. O corpo dela geme. O corpo dela vibra. O corpo dela ebule num enorme orgasmo incontrolável. Ela não tem percepção do que pode fazer. É ele quem a segura. E Rafael sabe com exactidão o que pode fazer com a mulher. Com a mão vigorosa dele no seu rabo, ela salta para o colo do homem. Procura beijá-lo, vagueando com os lábios em toda a face dele. Helena já não tem cuecas. Helena já não tem postura. Helena pouco se recorda quem é. Helena é apenas desejo e a sua rata pinga
- Fode-me...Fode-me cabrão! Tu prometeste que me fodias!!!
Rafael carrega novamente no botão para abrir a porta do elevador, que está parado no terceiro andar. Imediatamente, saí do cubículo e transporta a amante contra a primeira parede que encontra no corredor do piso do seu apartamento. Agora, tudo é ainda mais perigoso. Agora tudo se transforma e torna-se intensamente poderoso. Helena está entregue às mãos de Rafael que a segura com firmeza pelas nádegas. Com o corpo dela apertado contra a parede fria e sem personalidade, ele consegue abrir rapidamente o fecho das suas calças e retirar o seu sexo. E sem serem precisos movimentos complexos e demorados, o professor de equitação entra dentro da mulher casada. De pernas abertas, a entrelaçarem-se nas pernas dele, com a rata completamente encharcada, ela é domada por ele. Várias penetrações fazm vibrar o sexo dela. Outras tantas entusiasmam o corpo numa loucura incerta. E duas penetrações fortes atingem o âmago de tudo o que pode fazer explodir os corpos escaldantes. Dele e dela. Helena sente-se sem forças para resistir a tamanha entrega de prazer. Rafael não chega a ter prazer. Aquele prazer de se sentir verdadeiramente dentro dela, saborear a rata apertada e poder desfrutar ao máximo. Não. Rafael vem-se. Liberta-se dentro dela. O prazer dele já tinha acontecido. A masturbação à rata dela deixou-o neste estado. Louco, excitado e pronto a delirar. Helena segura-se ao corpo dele, procurando não ceder. Procurando não gritar. Procurando não largar um único som. Até pode ser que mais nenhum vizinho tenha ouvido. Provavelmente ninguém percebeu. Mas a posição de Rafael e Helena é demasiado perigosa. E até a vizinha do 3º dto pode estar atenta. Não é dificil. Os vizinhos do primeiro e do segundo piso tinham gozado autenticamente no meio do corredor do Edificio Magnolia. Quando Helena cai em si, procura recompor-se. Procura perceber como tudo isto foi acontecer. Quando Helena percebe que todo o desejo foi longe demais, olha seriamente para Rafael. Sem lhe dirigir palavra, tenta afastar o corpo dele. Rafael não a prende. Apenas volta a colocar aquele sorriso presunçoso. Já de pé, ela ajeita a saia. Nervosa e desorientada com o regresso ao mundo real, ela vira as costas e compulsivamente desce as escadas com pressa. Pelo caminho, ajeita a blusa, ajeita o cabelo, ajeita toda a sua descompostura. Rafael, sozinho, saciado da sede que o invadia desde que a viu no Espaço, fecha as calças. Na sua mente ainda vagueia a imagem da mulher, entregue a si, deliciada e consolada. Nas sua mão que ainda vibra, mantêm-se o odor, o toque, a sensação de ter provado o sexo de Helena de uma forma ousada e intensa. Esta sentimento poderia chegar para Rafael entrar em casa satisfeito. Mas o seu olhar volta-se para o elevador. Lá dentro, no chão, estão perdidas as cuecas de Helena. Uma tempestade de ideias ebule na sua mente, mas só uma solução se concretiza na sua certeza. A tanga preta tem que ser entregue à mulher que a veste. Agora.

terça-feira

Batidos de chocolate

A luz radiante entra pelo vidro da fachada. Espalha-se pelo chão encerado, de mármore bege. Ilumina a envolvência do ambiente. Irradia-se pela estado de espirito das pessoas que se sentam com vagar de tudo. No Espaço Magnolia, o tempo não corre. Demora-se. Mesmo que não haja tempo e quando a pressa urge, entrar neste estabelecimento altera a percepção da realidade. Porque sabe bem estar aqui. Porque quer-se estar aqui. São quinze mesas disponiveis para tomar café, lanchar, tomar refeições rápidas, deliciar-se com as especialidades que a casa oferece. A decoração tem um estilo muito próprio, simples, sem excessos requintados, sem objectos desnecessários a ocupar espaço. O nome está bem definido. Os principios nunca foram deturpados. Se o café se chama Espaço Magnolia, é porque isso é um conceito. E até os poucos funcionários vivem esse espirito. Dedicados, amigos do cliente, perfeccionistas, humanos. Clarisse trabalha neste estabelecimento há cerca de um ano e meio. Atenciosa, meiga, bonita, sorridente, especial. A sua aparência jovem, a sua face terna mas intensamente sensual e o seu corpo vistoso chamam a atenção aos novos clientes e seguram a fidelidade dos clientes mais antigos. Desde que sai do balcão para ir atender alguém, Clarisse está sempre pronta para viver o verdadeiro espirito do Espaço. O bar não está cheio. Dois clientes acabam de sair para o mundo real. Três mesas estão ocupadas de almas enfeitiçadas. E junto à janela, está uma cliente habitual, acompanhada.
- Boa tarde, Ana!...
- Olá, Clarisse, estás boa?
- Sim!...O que vão querer?
Atenciosa, meiga, bonita, sorridente, especial. Em cada momento, em cada palavra, em cada gesto, em todas as atitudes.
- Quais são os batidos que têm hoje? - pergunta Ana.
- Temos de chocolate, morango e...hoje fui eu mesmo que fiz um batido de banana fabuloso.
- Uhm...Então traz os de chocolate.
- Quantos? Dois?
- Sim, eu quero que ele prove a delicia desta casa.
Ele chama-se Pedro. É um amigo colorido de Ana. Melhor, é o amigo colorido da jovem acompanhante. Da mesma idade que ela, Pedro é a foda dos tempos livres de Ana. Nem namorado, nem um caso. Pedro é amigo colorido, ponto. Estudou com ela durante algum tempo. Confidente nos tempos dificeis. Foi ele que testemunhou o momento especial dela quando a jovem perdeu a virgindade, aos dezassete anos. É ele que entende, percebe, escuta e aprova a ocupação excêntrica dela. Continua a ser ele o homem escolhido quando Ana precisa de tomar um café com um amigo e por sua vez ir para a cama com ele, sem compromissos.
- Foi ela mesmo que fez o batido de banana? - pergunta sarcasticamente Pedro.
- E nem imaginas como ela os faz maravilhosamente bem....
- Incrível...Como estás tu, Ana?
- Feliz, relaxada com estas tardes vagarosas, ansiosa pelo fim de semana que ai vem.
- O que vai acontecer este fim de semana?
- Foda, prazer, foda, loucura...foda...
Pedro sorri. Só ele consegue entender a verdadeira forma de Ana encarar a sua escolha profissional. Apenas ele tem o alcance suficiente de ter relações com uma mulher que sente prazer em ganhar dinheiro com o sexo e erotismo. Mais do que o excitar, ele valoriza a personalidade forte da amiga. Clarisse traz os batidos. Ele não consegue evitar lançar um olhar indiscreto à jovem funcionária. Será este batido de chocolate tão saboroso quanto o de banana parece ser?
- E gajos? Namorados? Alguma novidade? - recomeça Pedro.
- Pretendentes não faltam. Frustrados abundam. O que queres? Os homens que verdadeiramente valem a pena ou tornam-se demasiado bons amigos para ficar com eles...ou então são aqueles que estão dispostos a pagar para ter relações com uma mulher que não conhecem.
Ele parece gostar do batido de chocolate. Denso, saboroso, excitante para a boca, estimulante para o cérebro. A conversa estende-se por alguns minutos. Conversa de amigos, misturada com uma intimidade só possivel entre Ana e Pedro. Eles não são amantes, não são namorados, não são amigos. Fazem parte de uma vivência única que não se encaixa em nenhuma das definições anteriores e que entra em ebulição neste espaço surreal.
- Quando é que me ofereces um jantar feito pela outra Ana?
- Não sei...Quando achares que tens tomates para ser meu cliente.
- Preciso de ser teu cliente?
- Este batido excita-me muito mais do que os jantares que ofereço aos meus clientes.
O convite está feito. Ana consome todo o conteúdo do copo. O ar dos pulmões dela procura puxar o resto de leite que ainda sobra. Os seus lábios chupam a palha. O som borbulhento ecoa no copo. O olhar de Ana atira-se ferozmente à face de Pedro, a toda a sua alma. A atmosfera que rodeia os dois jovens explica-se na intensidade provocada naquela área do espaço. O breve silêncio que absorve a música ambiente naquela zona, é fruto do desejo que se intensifica entre os dois corpos. Um simples levantar do olhar para Clarisse e é possivel pagar em dois minutos. Saindo do Espaço Magnolia, o tempo já corre naturalmente, com pressas, com compromissos.
Pedro já conhece o lar da amiga. Sabe perfeitamente que Ana usa o apartamento para viver a sua vida, receber os seus amigos e receber os seus clientes. Tal como ela, o 3º direito do Edificio Magnolia tem uma vida diária e uma vida nocturna. No entanto, é uma casa única, com personalidade, com afecto, com a dose certa de intimidade. E ele sente-se perfeitamente à vontade neste lugar. Senta-se num banco que está à mão, mesmo no meio da cozinha. Ana está na casa de banho e depressa sai, já sem roupa, apenas com lingerie. Ao contrário da máscara que veste à noite, Ana está confortavelmente sedutora. Com um sorriso meigo, mesmo que esteja quase despida, à frente de um homem. Com um ar tranquilo, mesmo que passeie o seu corpo fenomenal pela cozinha. E Pedro olha para a amiga com a maior naturalidade possível. Não será a última vez que ele tem o prazer descomprometido de estar com Ana, naquele ambiente sedutor. Ela vai falando com ele sossegadamente. Trocam palavras banais, mas algo os faz ferver. A jovem abre o frigorifico e retira um iogurte de chocolate. Abre o boião, pega numa colher e aproxima-se de Pedro. Ajoelha-se defronte dele e prova o iogurte. Pousa a embalagem no chão e desaperta as calças ao amigo. Volta a saborear mais uma colher e depois de tirar o sexo entesado do rapaz, levanta a cabeça para se fixar no olhar dele. Com dois dedos, colhe um pedaço de chocolate e esfrega na ponta da picha de Pedro.
- Com que então querias provar o de banana... - diz ela.
E enfia o pau teso dele no interior da sua boca. Molhada pelo iogurte. Gelada pelo chocolate frio. Imediatamente, Pedro é invadido por uma sensação divinal, semelhante àquilo que sentiu no Espaço Magnolia, onde o batido o deixou suficientemente excitado para ansiar este momento. Ana chupa-o lentamente. Com gosto, sem pressas, sem obrigações. Não é um cliente que ela tem diante de si. Não é um homem que procura no seu corpo algo material. Pedro é o pedaço excitante da sua tarde, da sua personalidade meiga, carinhosa e que vive a vida de uma forma tranquila. Ele acaricia os cabelos encaracoladas da amiga. Para Pedro, a mulher que o chupa é especial. É uma amiga colorida, que abre a boca para apenas dizer as palavras certas, que abre a boca para comer o seu corpo. É uma profissional do sexo, que o estimula como só as fantasias mais ousadas dele são capazes de alcançar. Mas Ana, no momento em que segura as bolas dele, não é uma amante, não é uma puta. É a mulher que o conhece melhor que ninguém. Porque para fazer um broche assim, Ana não pode ser só amante dele. Precisa de o conhecer, de saber o que ele gosta, de saber como gosta. E Pedro gosta que ela o chupe calmamante, de uma forma atrevida, se possivel, com condimentos à mistura. A sensação do iogurte frio a derreter no calor do sexo masculino cria sensações loucas e efémeras nos dois amantes. Pedro precisa de se libertar e vem-se. Ana procura saborear aquela refeição prazeirente. Ao mesmo tempo que lhe esfrega o sexo velozmente, ela delicia-se com a mistura de sabores nos seus lábios, com a miscelânea de sensações quentes e frias que se espalham dentro da sua boca.
- Sem dúvida chocolate, Ana...ohhh!
O sexo dele é agora um mastro apetitoso. É um pedaço de carne que tem que ser engolido pelo desejo. Ana senta-se ao colo do amante e beija-o, ainda com o iogurte a molhar-lhe a boca. Pedro recebe o corpo da amiga, envolvendo-a com as mãos carinhosas, sábias. Ela desvia a cueca preta e movimenta as ancas, de forma a que o sexo dele penetre bem fundo dentro de si. Ele abre o soutien dela e chupa o pescoço da jovem. Em cima do banco da cozinha, a foda consuma-se. Ela cavalga sobre Pedro. Os seios da mulher querem sair da peça de roupa. Pedro puxa sedutoramente as alças e retira delicamente o soutien. Ana geme junto ao ouvido dele. A foda é descomprometida. A união é meramente colorida. As cores que despertam das suas almas não têm um tom definido. Navegam entre as cores fortes e as colorações ténues. Assemelham-se a um arco íris, mas com cores vivas, intensas, escaldantes. Por isso é que eles são amigos coloridos. Porque ele sente que ela sempre foi sua mas nunca lhe pertenceu. Ana não encarna o espirito de acompanhante, mas entrega-se a ele como a puta que ele anseia quando a convida para tomar café. A boca de Pedro delicia-se com as mamas poderosas dela. São dois pedaços de carne macios, sublimes, com uma cor que só ele vê. Com um sabor que só ele retira dos mamilos que agora chupa. E Ana continua a saltar. A picha adornada de chocolate entra com força dentro da rata, que escorre as sobras do broche, misturado com os sucos vaginais. E quando a supremacia do auge tende a apoderar-se dos corpos deles, existe a procura de segurar o momento. De pará-lo. Como no Espaço. Ana envolve o pescoço dele com as suas mãos, apertando a cabeça contra o seu peito. As mãos de Pedro agarram as coxas escaldantes da amiga, para depois ficar os dedos nas nádegas redondas dela. É forte o que eles sentem. É louca a forma como eles se comem num pequeno banco. É delirante a tensão que existe quando ela grita no ouvido dele. É excitante a sede que invade a boca dele quando o homem chupa com ternura as mamas dela. É cedo demais para eles se virem. Porque o momento dos dois amigos e amantes nunca será perfeito. Toca nos píncaros da loucura perfeita. Mas não a atinge. E isso é um vazio. Porque Ana é acompanhante e ele será sempre o seu amigo colorido. O vazio não se pode esconder. Dentro dela está o sexo teso e encharcado do amante. Dentro dele está o calor do corpo dela, o aroma da sua boca, a excitação do orgasmo dele. Dentro do vazio, só se pode espalhar pedaços de prazer intenso. A tarde vai cessando. A vida de ambos continua. Ela deseja vestir a sua máscara nocturna. Pedro tem a ombridade de saber que terá que sair. Até lá, a paixão subsiste nas suas almas. O corpo dela repousa no colo de Pedro. Ana roça os seios tesos e quentes no pescoço dele. A exaustão dele repousa na delicadeza da pele jovem da mulher. Se o batido era refrescante. Se o broche foi misturado entre o calor e frio dos sabores. Se a foda foi quente. O beijo que os une tem que atingir um estado febril. Só assim se explica a longa intensidade daquele gesto que quase toca a perfeição, quase enche o vazio.

segunda-feira

Café com leite

A noite já vai longa. Caminha a passos largos para um serão relaxado. Na sala de estar do 2º esquerdo do Edificio Magnólia, a hora marca o ínicio da melhor novela que passa na televisão portuguesa. Tania já tem os olhos postos ao ecrãn. A jovem tem o pijama branco vestido e está sentada no canto esquerdo do sofá, com uma almofada segura ao seu colo. Lúcia sai da casa de banho. Ainda vestida, mas ligeiramente arranjada, com uma camisola castanha escura que salienta o seu peito avantajado e uma saia branca, de seda que se estende até aos seus joelhos. Ansiosa, Lúcia percebe que a sua colega de casa está sozinha na sala. Ainda lhe sobra algum tempo, por isso ela decide-se por sentar-se no sofá, do lado esquerdo. Ela não gosta de novelas, mas um pedaço a sós com Tania é sempre um momento agradável e a saborear.
- Estás sozinha hoje? - pergunta Lúcia.
- O Filipe foi sair com os amigos.....e eu não me apeteceu ir com ele.
- Estão chateados?

Tania sente que a amiga alcançou a sua apatia. Ela deita-se no colo ligeiramente descoberto de Lúcia, como uma menina que precisa de carinho. Lúcia, algo constrangida e surpreendida, procura reagir. Ter a sua colega de quarto, o objecto surreal do seu desejo e das suas fantasias, estendida no seu colo carinhosamente, torna-se supremo e ansiosamente precoupante ao mesmo tempo. Ainda assim, os seus dedos acariciam os cabelos da amiga.
- Estamos...quer dizer, não estamos. Eu estou....quer dizer....estou confusa...quer dizer...
- Tania!...
- Ok, diz-me uma coisa, Lúcia. Tu já tiveste namorados, certo?
- ....Sim...
- Quer dizer, eu sei que te sentes mais presa a uma mulher, mas vais tendo as tuas fodas com homens...Já tiveste namorados de quem gostaste mesmo, certo?
- Claro que sim...
- Algum deles te pediu para fazer sexo anal?
- Hahh...Sim...
- Estou confusa...Eu gosto do Filipe e nós fazemos muitas coisas, mas...isto...não sei...
- Nunca fizeram sexo anal?!
- .....Ainda não...É assim tão estranho?

Lúcia olha para o telemóvel, verificando as horas no relógio. Existe uma ansiedade crescente em si que só é perceptivel na face rosada e na quantidade de vezes que o seu olhar se dirige para o visor do telemóvel que está pousado a seu lado.
- Não é estranho...Quer dizer, isso depende de cada um. Da relação que tem, do que querem, do que desejam...mas não fazia ideia que o Filipe nunca te tinha...
- Tu já fizeste?...
A campainha toca. Tania salta do colo da amiga, exaltada por aquele som estranho. Ela não espera visitas, mas Lúcia levanta-se e depois de olhar para o ecrãn de vigilância do prédio, abre a porta de entrada do Edificio Magnolia.
- Tania, hoje vem cá uma amiga minha...
- Uma amiga? Alguém que eu conheça?
- Não, conheci-a há pouco tempo.
- Onde a conheceste?
- Conhecemo-nos no hi5.
- Vais trazer alguém aqui a casa que só viste na net?!!
- Não! Já tomámos um café com leite...
- Onde?
- Como onde?! No Magnolia, claro!
O Espaço Magnolia serve o melhor café com leite da cidade. É quase um ponto de referência urbano. Apesar disso, pouca gente tem a capacidade e privilégio de poder tomar o café com leite do Espaço e tornar isso um momento surreal.
- Meu Deus, elas já tomam café com leite lá em baixo....Estás apaixonada?
- Não!! Tania, é só um caso! O mais provável é nem passar desta noite...
- ...Tudo bem...Eu sou só tua amiga...E só posso estar contente...

Lúcia silencia por uns segundos. Ela não pode deixar de estranhar a indignação da amiga. Será que Tania está com ciúmes? Ou será mesmo porque está chateada com o namorado? Em todo o caso, Lúcia abre a porta à nova amiga. Joana entra um pouco envergonhada dentro da casa. O sorriso da jovem loira de 20 anos é simplesmente cativante. Com um ar muito simples, simpática e sedutora, a amiga de Lúcia deixa inclusivamente Tania fascinada.
- Joana, esta é a minha amiga e colega de casa...Tania. Tania...esta é a Joana...
A rapariga loira sorri gentilmente para a colega de Lúcia. A jovem mal consegue esboçar um gesto. O momento é constrangedor. Nem Lúcia consegue desenvecilhar-se da situação. Joana retorna o olhar para a amiga. Ela procura um beijo, um toque, algo que lhe demonstre carinho. Lúcia pega na mão da jovem e leva-a para o quarto.
- Boa noite, Tania...
Apressadamente, as duas mulheres entram no quarto de Lúcia. A porta é fechada e trancada. Imediatamente, a anfitriã convida Joana a sentar-se no sofá que estava junto à porta. Lado a lado, as amigas olham-se mutuamente em silêncio. Lúcia fixa cada detalhe da imagem da visitante. Joana é deliciosamente bonita. O cabelo loiro a roçar-lhe os ombros, os olhos penetrantes, o sorriso macio, a sua forma de se vestir. A ganga de azul claro nas calças e no casaco, o top lilás sem alças, apenas seguro ao peito. Joana é a pessoa que enche o desejo de Lúcia.
- Mas...o que raio foi aquilo que se passou ali?!!
Não há resposta. Lúcia não consegue resistir mais. A sua boca invade os lábios da jovem. As suas mãos inundam o pescoço da amiga. E Joana paralisa. Aquele beijo é aguardado desde o primeiro contacto na net. Lúcia e Joana já estiveram juntas, efectivamente. A conversa no Espaço Magnólia foi longa e cativante. Na despedida até houve um beijo leve, à porta do café. Mas faltava aquilo. Faltava a entrega total. Sem limites, sem constrangimentos. Lúcia retira o casaco da amiga. Desliza a mão pela derme macia de Joana. E a respiração da rapariga loira já está descontrolada. A ansiedade é monstruosa. O top de Joana está feito para ser comido com os olhos e despido com as mãos. O sorriso invade o espaço entre elas. A felicidade gira em torno do corpo de Joana. Os seus seios pendem para fora da sua peça de roupa. Bonitos, suaves, pálidos e ligeiramente redondos. Acima de tudo, perfeitos. Lúcia não aguenta. Os seus lábios quentes molham o mamilo da amante. As suas mãos seguram o cabelo negro da jovem morena. Não há margem para dúvidas. As duas mulheres querem-se e ardem de tesão. A morena acaricia a face da amiga e volta a pegar-lhe na mão.
Na sala, Tania ainda está impávida com o que aconteceu. Claro que ela já viu amantes femininas e masculinas a entrarem naquela casa. Claro que ela sabe o que Lúcia pretende quando as recebe. Mas desta vez, a surpresa invadiu-a. E simplesmente, Tania não consegue entender perfeitamente porque. A única explicação que encontra é a ausência do seu namorado. Apesar da hora já ir adiantada, ela liga-lhe.
Sentadas na cama da anfitriã, as duas já retiraram a maioria das suas roupas.
- Trouxe o meu brinquedo favorito...Espero que gostes...Mas só tenho este...
Lúcia larga uma gargalhada. Junto à mesinha de cabeceira da sua cama, abre a segunda gaveta. Um manancial fascinante de brinquedos enche a gaveta. Vibradores roxos, dildos azuis, bolas, lubirficantes de silicone, enfim...O dificil é escolher. Joana não consegue deixar de esboçar um ar de surpresa, seguido de um sorriso.
- O meu preferido é este azul....Antes de adormecer...Infalivel...mas gostava de experimentar algo que fui buscar ontem...Contigo...
Nesta noite, há espaço para tudo. Há tempo para experimentar imensas coisas. Acima de tudo, há vagar para ultrapassar a fasquia das masturbações online. O beijo que elas entregam em cima da cama é simplesmente longo e excitante. As mamas avantajadas de Lúcia apertam os seios queridos da amante. Joana abraça a amiga numa demonstração autêntica de necessidade de carinho. As mãos envolvem o corpo de Lúcia para de seguida empurrarem o seu tronco para a deitar. A jovem morena ainda tem a saia vestida. Joana levanta o tecido branco suavemente, sem nunca deixar de tirar os olhos da amante. Excitante, lindo, intenso. A cama agora pertence às duas. Os dedos de Joana percorrem as coxas cheias da amiga. Lúcia infiltra-se no momento e quando dá por si, já não tem a tanga que tão afincadamente vestiu para estar aliciante para a sua amante. Joana gosta. Delira com a forma como a nova amiga se entrega a si. Os lábios macios de Joana molham a rata de Lúcia. Poderoso, viciante, delicioso. A morena sente a boca dela a provar tudo o que lhe pertence. E agora a sua rata está molhada ao gosto de Joana. E agora o corpo de Lúcia é posse dela. E agora os primeiros gemidos da mulher libertam-se. E agora, as ancas de Lúcia erguem-se, para conseguir resistir à excitação que invade o seu sexo.
Tania assusta-se com aqueles pequenos gritos de excitação. Nada de novo para ela, mas a humidade que ela sente dentro do seu pijama não pode ser normal. Quando é que Filipe chega?
O orgasmo de abertura parece demasiado fraco para Joana. Ainda sente a amiga presa à excitação e à novidade do momento. Mas Lúcia está apenas feliz. Intensamente feliz. Depois de se vir, chama com as mãos quentes o corpo de Joana para cima de si. Ergue-se e um beijo longo repete-se. Os beijos são fantásticos. Os seios que se colam enchem-se de tesão. Lúcia empurra a amiga e agora é ela que a controla. O seu corpo sobrepõem-se ao da loira. Os mamilos deslizam-se eroticamente na pele de Joana. Uma vibração suprema atravessa o seu corpo, assim que os mamilos das duas jovens se tocam. E Lúcia chega ao topo da cama. O dildo creme está ali mesmo ao lado e ela segura-o com confiança. Joana gesticula, procurando todos os pedaços de carne da amiga que consegue apalpar. Beija carinhosamente a coxa dela e sente o corpo de Lúcia a retroceder. Numa posição inversa, Lúcia entrega o peito para cima da face da amante e beija os seios de Joana. Sensual, atrevido, belo. Belissima a forma como as caricias se trocam, os beijos se espalham em cada um dos seios. O corpo de Joana ferve. O de Lúcia humedece. A boca da morena percorre novamente o corpo da amiga. Quando chega ao ventre, as mãos de Lúcia abrem as pernas da companheira. Brincar com o dildo creme é uma aventura. O sexo de Joana é lindo. Pálido como toda a sua pele, com lábios finos mas ligeiramente saidos. Penetrar no intimo da rapariga loira é vibrante. E aquele pedaço de tempo eleva-se para um refúgio louco de prazer.
Filipe chega a casa. Algo confuso por abandonar a sua noite de copos com os amigos, porque a namorada a tinha deixado ao abandono, ele perde o seu ar de aborrecimento, assim que Tania se entrega aos braços dele e o leva para o quarto.
Joana geme. Geme de uma forma descontrolada. Geme como quem está presa a uma nuvem encantada. Geme como se tudo pudesse parar para sempre ali. O brinquedo adquirido recentemente por Lúcia revela-se um sucesso. Maravilhoso, encantador, sublime. Mas Joana sabe onde está. Sabe que aquele jogo é para ser feito a duas. E que o seu prazer só vale a pena se for partilhado. O seu dildo castanho segura-se à sua mão branca. E levemente, o buraco anal de Lúcia é explorado. Joana demonstra ser uma amante atenciosa. Enquanto enfia o brinquedo suavemente no rabo da amiga, estimula o clitóris molhado da morena. Na cama de Lúcia, testemunha solitária de imensas masturbações, sonhos molhados e fodas de uma noite, a partilha é um sonho. É uma fantasia concretizada. É um conto erótico que se libertou da virtualidade e tatua-se na experiência sexual das duas jovens. Lúcia vem-se. O seu orgasmo abre-se pelos lábios vaginais, tamanha é a estimulação que a amante lhe proporciona. Lúcia vem-se, mas de uma forma ponderada, consciente e segura ao desejo. Porque no momento em que ela geme, a morena controla a rata de Joana. Enfia o dildo creme bem fundo no sexo aberto da amante. Quando a excitação é dificil de controlar. Quando a tesão do momento deturpa o seu campo de visão, Lúcia só pode ter duas reacções. Movimentar as ancas e as nádegas para sentir profundamente o dildo castanho da amiga no seu rabo apertado. Retirar o seu brinquedo e saborear a rata que explode diante de si. A boca de Lúcia chupa todo o sexo e os liquidos que dela escorrem. Porque Joana vem-se. Joana atira-se de uma forma selvagem a um orgasmo jamais imaginado. Incomparável a qualquer sonho, masturbação ou minete que já alguma vez lhe fizeram. Aquele momento é absurdamente delirante. Erótico, excitante, eléctrico. O abraço que cola as duas jovens por entre o suor e a delicadeza da pele feminina, une-as na sensação de consolo e prazer autêntico.
Tania já se entregou ao namorado. Os gritos e pedidos dela fazem-se ouvir violentamente em cada canto da casa. Lúcia ainda respira a intensidade do que viveu. Ainda suspira a felicidade daquele momento se manter. Joana e a sua amante estão sentadas no topo da cama, com os queixos apoiados nos joelhos. Há um calor que ainda faz arder a envolvência da cama. Há um desejo que se guarda na alma daquele quarto. Há um sentimento hipnotizante que rodopia entre a mente das duas mulheres.
- A Tania grita sempre assim? - pergunta Joana.
- Bem, normalmente sim... Mas hoje é especial.
- Porquê?
- Neste momento, ela deve estar a experimentar a delicada sensação de levar no rabo...
A gargalhada mútua abafa o orgasmo louco que se ouve do outro lado da parede. O beijo que elas trocam é apenas a certeza de que tudo aquilo pode durar por um bom bocado. Até elas adormecerem juntas, não vai interessar por quanto tempo.

domingo

A surpresa do outro lado da porta

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"Se acreditas em amor à primeira vista, tu nunca páras de procurar."


Tagline retirada do filme Closer, de 2004, com Natalie Portman, Jude Law, Clive Owen e Julia Roberts. http://www.imdb.com/title/tt0376541/





A imaginação está à solta. As personagens aprendem a viver intensamente os seus momentos. Os inquilinos não fogem aos seus desejos. As relações tornam-se cada vez mais fortes e as revelações vão se apresentando surpreendentes.

Ainda não?

Aguarde então pelos acontecimentos da próxima semana. Tudo o que já aqui leu, tudo o que já imaginou através das emoções retratadas nos últimos posts, serviram essencialmente para prepará-lo para as próximas revelações. Porque o passado é apenas para recordar. O futuro anseia-se. E o presente serve acima de tudo para respirar fundo.

O que espera de cada uma das personagens? Quem o faz verdadeiramente vibrar? Que expectativas reserva o leitor quanto à próxima revelação?

A exuberância da profissão de Ana?

Maria José e a sua redescoberta intima?

A ansiedade de conhecer os próximos amantes de Helena e Rodrigo?

Até que ponto Lúcia se pode entregar às jovens amizades que trava num mundo diferente?

A partilha é possivel numa relação a dois, como a de Afonso e Laura?

De que é feito o coração de Rafael?

Uma história não termina no final de cada postagem. Até à palavra Fim, não existem conclusões. O que ontem foi um facto, amanhã pode ser uma perspectiva. O que se tomou como verdade, irá ser uma dúvida constante. O Edificio Magnólia floresce diariamente. As pétalas abrem-se a cada instante. E em todas as madrugadas que se fecha, congemina novas revelações, que voltam a renascer todos os dias, em cada pétala, em cada personagem, em cada história. A Magnolia é um todo. Composta de seis fracções, só sobrevive no conjunto. Se uma pétala murcha, as outras não sobrevivem. Se uma resplandece, as outras seguem-lhe o caminho.

Não acredita?....


Na próxima semana, o erotismo vigora no Edificio. Como prometido, novas surpresas serão reveladas diariamente. Novas fantasias são imaginadas. Uma nova história é contada, exactamente como a realidade que enche a vivência de uma fracção. Como qualquer boa surpresa, só pode ser revelada no momento-chave. No entanto, é possivel sentir um novo perfume. Algo que já não é possivel esconder. Algo que só o aroma intenso da magnólia pode libertar.

No rés-do-chão do Edificio Magnólia não existe nenhuma habitação. Entre a cave e o primeiro andar está um estabelecimento comercial, explorado pelo mesmo consórcio que gere o empreendimento. O Espaço Magnolia é um café diferente. No sitio onde se insere, nos clientes que o frequentam, nos doces que compõem a montra do balcão, no lote de café, único em toda a cidade, mas acima de tudo no seu espaço. Calmo, viciante, aconchegador, intimo, estimulante, apaixonante. Este Espaço é um complemento do Edificio. No entanto sempre fez parte dele, como se irá descobrir. O Espaço Magnolia une os inquilinos, aproxima os vizinhos, chama curiosos, mantém os que se sentem confortáveis numa atmosfera absorvente. E tudo, a partir de hoje, só se pode tornar ainda mais fantástico e sedutor ao revelar este lugar.


Esta semana, toque à campainha que quiser. Alguém lhe vai abrir a porta e despertar um segredo.

Esta semana, bata à porta levemente. Há segredos que não podem ser descobertos.

Esta semana, esteja à espreita. Há segredos que precisam de ser revelados.


Entre na rua do Edificio mais ousado. Prepare-se para bons momentos. Tome algo no Espaço Magnolia, seja bem recebido entre os inquilinos e vizinhos e se o convidarem a entrar, não se faça rogado. Tudo será invulgarmente excitante.