sexta-feira

Sexta-feira à tarde indiscreta

"Chamada a receber: Helena"
- Estou?
- Rodrigo, estás em casa?
- Estou...Cheguei há pouco...
- Ainda bem... olha...chego a casa daqui a vinte minutos...consegues abrir-me o portão da garagem? Esqueci-me do comando na sala, ao lado do sofá...
- Sim...vinte minutos? Ok...
- Obrigado, amor...desculpa...Amo-te..
- ...Eu também.
"Chamada terminada"
Frases proferidas ao ar. Mentiras discretas imperceptiveis. Rodrigo não ama a mulher. Pode assemelhar-se a amor. Mas uma facada nas costas da esposa não pode ser amor. Assim que desliga o telemóvel que estava pousado ao lado do comando do portão, da mesa junto ao enorme sofá da sala, Rodrigo abraça Sandra. Ele está nu. Com os joelhos em cima do sofá, virados para dentro, o homem exerce alguma força ao segurar o corpo da namorada do filho, também ela nua. Sandra tem as costas encostadas ao sofá e está de pernas abertas, com os pés no ar, apertadas contra o corpo do amante mais velho. O sexo dele penetra bem fundo na rata da jovem.
- A tua mulher...
- Sim...
- É melhor vestir-me...
- Não! Ainda não...Temos tempo.
- Para quê...
- Agora que estou dentro de ti...recusas-me?
- Tu sabes que nunca te recuso, Rodrigo.
Ela beija o homem e acaricia a face dele. O telefonema veio apenas interromper aquilo que eles já tinham iniciado. Sandra, como tantas outras vezes, acorreu à casa do namorado e encontrou apenas o pai dele. Esta será a desculpa mais razoável para se alguém a vir no 1º esquerdo do Edificio Magnolia. Mas o encontro não é, obviamente, ocasional. Levou pouco tempo para que ambos se despissem e procurassem o local mais próximo para libertar desejos. Sandra nem sequer tem o rabo sentado no sofá. As mãos fortes dele levantam o corpo dela, pondo a jeito para entrar bem fundo na rata da jovem. Ela segura-se aos ombros dele e sente as movimentações do sexo dele dentro de si. Rodrigo beija o pescoço dela enquanto procura aproveitar o pouco tempo que lhe foi dado para foder a amante. Ele não consegue esconder que isso o estimula. Ela demonstra que tamanha situação perigosa a excita. Loucamente. Ele suporta o corpo dela. Entra dentro dela. Segura com os braços as pernas dela. A namorada do filho de Rodrigo tem o corpo completamente dobrado e a rata suficientemente molhada e lubrificada. A posição é deveras excitante e extremamente habilidosa. Ele aperta-a contra o sofá de cada vez que penetra. Ele empurra as nádegas um pouco mais para cima e coloca o peito macio da jovem à sua disposição. Sandra entusiasma-se com a boca dele nos seus mamilos. Ouvem-se gemidos finos. Pressente-se a respiração intensa dos dois. Os dedos das quatro mãos fincam na carne dos dois corpos. Rodrigo insere uma força cadente nas penetrações do seu sexo dentro da rata. Gemidos. Penetrações. Mãos. Beijos. Penetrações profundas. Gemidos graves. Penetrações delirantes. Gritos delirantes. Sandra vem-se. Abraça-se ao corpo dele e cola a face ao ouvido do homem. Rodrigo aperta as mãos nas nádegas firmes da amante e chupa o pescoço suave e frágil da jovem. Liberta a sua energia no sexo da mulher e sente-lhe o clitóris encharcado. Quando a exaustão retira as forças aos braços de Rodrigo, ele liberta o corpo leve de Sandra. As pernas dela descolam do peito dele e descaem até colocar os pés no chão. O seu rabo senta-se no sofá e ela considera-se intensamente satisfeita. É uma queca rápida num lugar indiscreto. Sem dúvida. Mas a emoção de saber que o tempo escasseia ingere uma dose de ansiedade na mente da jovem. O orgasmo transformou-se numa experiência instantânea mas extasiante. Quando Rodrigo consegue recuperar o fôlego, baixa a cabeça e percepciona o olhar rebelde da namorada do filho a fixá-lo. Sandra ostenta um sorriso pretensioso. Descodificando, ela sabe que tem que ir embora. Mas espera que seja ele a ordenar. Espera que seja ele a ficar nervoso com a aproximação da chegada da mulher. E ele começa a ficar nervoso. Libertada a tusa, saciada a sede, alimentada a fome, ele encara agora a jovem como o elemento intruso naquela sala.
Helena chega ansiosamente. Ainda agora o relógio inicia a cavalgada das horas pelo inicio da tarde e o casal, detentor de uma firma bem sucedida está em casa, supostamente sem estar a trabalhar. Rodrigo abriu o portão sem precisar sequer de sair do apartamento. Ela parece ansiosa. Algo desorientada, procura o comando do portão, logo depois de ter pegado uns documentos que estavam colocados em cima da mesa de jantar.
- Hoje estou na lua...Bolas...onde é que está a porra do comando?!
A desorientação de Helena gere o passo trocado dela pela sala. Aproxima-se da janela, quem sabe à procura do objecto no parapeito. Rodrigo aproxima-se dela e encosta a face ao pescoço perfumado da mulher. A mão dele levanta-se ao alcance do olhar da mulher, mostrando o comando. Ela pega nele, cerrando a mão. As pessoas passam no passeio, um pouco mais abaixo da visão possivel da janela. Helena procura concentrar-se em algo que a faça acalmar. As mãos de Rodrigo passeiam agora pelas coxas da mulher, por cima da saia.
- Estás tão tensa!...
- Sei lá...acho que estou! Esqueci-me das coisas que precisava para a reunião com o fornecedor...esqueci-me do comando...acho que esqueci a cabeça...enfim....Aquela não é a Sandra?
- Uhm??!
- Ali, a sair do Espaço Magnolia!
- Sim...é...
- Provavelmente estava à espera dele...Umas que são atrasadas...outras adiantadas...
Os dedos de Rodrigo fazem subir a saia da esposa. Desorientada, ansiosa e agora excitantemente estimulada. A boca de Rodrigo chupa o pescoço da mulher.
- Quero lá saber da Sandra... - diz ele - estás aqui...podiamos aproveitar...
- Aproveitar o quê?!...
Impulsivamente, ele faz rodar o corpo da mulher e entrega-lhe um beijo. Prova os lábios carnudos da mulher enquanto apalpa o rabo descoberto dela.
- Cheiras a sexo, Rodrigo!
- Isso é porque te quero.......Porque estou a ferver...
- Agora não...
- Diz-me que não queres...
Ela não responde. Helena deixa-se enfeitiçar pelos lábios do homem a percorrerem a sua face e o seu pescoço, enquanto os dedos lhe abrem a blusa bege. Rodrigo traz a mulher até ao sofá e pede silenciosamente que ela se coloque sobre ele. Helena parece gostar. Parece sentir-se atraida pela espontaneidade do marido. Parece agarrar-se ao odor intenso que é libertado do corpo dele. Coloca os joelhos em cima das almofadas do sofá e apoia-se ao encosto. Ele puxa as cuecas da mulher para baixo e estas repousam junto aos joelhos dela. Ele empurra o seu corpo, já com o sexo de fora, contra o rabo dela. Por sua vez, Helena é apertada contra o sofá. Sim, este sofá. O mesmo onde há dez minutos Rodrigo fez delirar a namorada do filho deles.
- E se ele vem?
- Ele não vem...
- Como é que sabes...ele saia às três.
- Não viste a Sandra?...Então provavelmente estão juntos...
- Despacha-te então...fode-me...ainda tenho que voltar ao escritório e....
Num impulso forte, Rodrigo penetra de uma forma seca no sexo da mulher. Helena geme. Liberta um pequeno grito inesperado. O seu marido entra dentro de si e ela está rendida. A mão direita de Rodrgio apalpa o peito da mulher com quem casou. A mão esquerda prende-se ao sofá. Com força, ele movimenta novamente as ancas para foder a sua esposa. Depois de foder no mesmo local uma jovem amante, o homem come a sua mulher. Como se de outra amante se trate. Mas aquela amante é especial. É aquela que dorme com ele grande parte das noites da vida quem têm em comum. É a mulher que lhe prepara o jantar. É a mulher que educa e ama os seus filhos. Helena é a mulher que falsamente confia no marido discretamente traidor.
- Cheiras tanto a sexo! Meu Deus...E estás tão inchado...ohh!
- Excita-te?...Uhm...Excita-te saber que te como assim?
- Assim como?...Como uma amante?....Ahh...
- Sim!...Ohh...Helena...sinto-me mesmo...Como uma foda proibida!
- Excita-me...põe-me louca...ohhh!...Fode-me...
- É por isso que cheiro a sexo...porque pareces a minha cabra!...
- Uhmmm!!!
Helena sente a picha completamente dentro de si. Rodrigo ainda guarda energias. A tesão de saber que Helena está próxima da verdade excita-o. E ela gosta de imaginar que naquele momento, ela é verdadeiramente uma amante. Nada mais. Ela afasta os seus joelhos, abrindo um pouco mais a rata, permitindo que ele a foda mais rápido. As mãos nas mamas dela. As costas dela encostado ao peito dele. A nuca dela a pousar no ombro dele. O sexo dele a irromper pela carne erógena. Ela vem-se. Ele tarda. Mas um beijo intenso completa o desejo de ambos. A queca. A queca "proibida". A queca rápida. A queca que Rodrigo e Helena respiram, é uma foda entre o trabalho. Na mente deles está exactamente a ideia de que tal podia mesmo estar a acontecer. Da precisa forma que eles vivem. Discretamente.
- Tenho que ir trabalhar, Rodrigo...uhmmm...nós somos casados, bolas...o nosso filho deve estar a chegar e...somos loucos...
Ela vai libertando vagarosamente o seu corpo suado do abraço que ele lhe envolve. Respira fundo e fecha leve e brevemente os olhos. Agora Helena está tranquila. Puxa as cuecas com dois dedos de cada mão e ajeita-se. Agora Helena está serena e confiante. A foda foi excelente e ela ainda tem o comando do portão cerrado na sua mão. Isto não é amor. Helena não ama o seu marido verdadeiramente. Se amasse, talvez tivesse percebido o motivo pelo qual ele não se veio na sua rata. Mas Helena, tal como Rodrigo, está enfeitiçada.

6 comentários:

Red Light Special disse...

Pois eu acho que é amor... um amor sem paixão... um amor sem grande tempero... um amor morno... mas amor.
Acho que até um amor assim vale a pena...

Shelyak disse...

Desta vez, não concordo com o que foi foi dito relativamente ao amor. Concordo em absoluto com a RedLightSpecial.
Sexo, pode existir, com terceiros, fora do casamento, de ambos os lados, como vontade de quebrar uma rotina que anos de casamente implica.
A diferença, neste caso, é que eles, Helena e Rodrigo, não tiveram coragem, até agora, de partilhar todas as suas fantasias e mesmo realidades. No dia em que o fizerem, o seu casamento poderá voltar a surgir com uma força de tal forma forte que entrarão numa segunda lua de mel...
Assim sim, assim é viver em alegria...:)))

luafeiticeira disse...

Desta vez revelam amar-se, pois do que necessitam é de mudar a rotina, a rotina que só é interrompida por traições.
Obrigada pelo grande comentário, mas não precisas de te desculpar, porque se há quem tenha pouco tempo, podes crer que sou eu.
beijos

luafeiticeira disse...

V beijos daltónicos

D. Sebastião disse...

Uma nova estória da vida real a cada dia.

Muito bem escrita, muito bem engendrada.

Parabéns.

PS- N acho que seja esta a real.

Magnolia disse...

Ora aqui está algo que mexeu com alguns leitores. Surpreendentemente.

Confiança. O amor baseia-se acima de tudo em confiança. Podem misturar-se várias coisas. Paixão, desejo, desejo sexual, romantismo, amizade, paciência para os bons e maus momentos... Mas acima de tudo, amor é um compromisso de confiança. E assim que esse compromisso é quebrado com a entrega a qualquer outra pessoa, a confiança é de uma forma ou de outra abalada. Afinal, com quantas mulheres consegue Rodrigo estar? Quantas vezes se encontra Helena com o fornecedor da loja? Quantas vezes sabem eles que isto acontece com o parceiro? Até que ponto existe paixão pelos amantes que têm? Confiança baseia-se em conhecer diariamente o parceiro. E no caso deste casal, isto não acontece. Claro, como SHELYAK diz, se ambos soubessem talvez as coisas pudessem ser diferentes. Talvez pudessem efectivamente espevitar a relação. Mas não sabem. Escondem. E esconder não é amor. Mesmo que seja para proteger um compromisso.
Claro que tudo isto é um ponto de vista. Mas reparem. Se eles tem amantes para não se afogarem numa rotina e se a traição é vista como uma forma de compensar essa rotina...Bom, então o amor que nutrem um pelo outro baseia-se na rotina...Amor não é rotina. Não pode ser. O amor faz arder um pedaço diferente de cada um de nós diariamente. O amor obriga-nos a ultrapassar os nossos próprios limites com o nosso parceiro. Num sentido único. Numa única direcção.
Não se põe em causa que gostem um do outro. Não se põe em causa que ainda achem que amem a pessoa com quem casaram. Eles até podem achar e querer demonstrar tal sentimento. Mas isso não é amor. Claro que o amor é demasiado abstracto e subjectivo para o tornar único. Para impor regras de como amar. Mas não creio que amar seja entregar-se apaixonadamente a outra pessoa.
As vossas opiniões são legitimas e até voz da experiência que acumularam ao longo da vida. No entanto, o que foi demonstrado no post é que de facto, amar pode ser muito mais. Nem que seja partilhar algo, mas em conjunto. Na mesma direcção. Como por exemplo Laura e Afonso. Estimulam a sexualidade em conjunto e sabem por que linha se cosem as paixões que vivem e partilham.
Mais uma vez, é um assunto melindroso, no sentido que cada interpretação pode ser válida. Consoante os desejos, experiências e ambições de quem o interpreta.
Nem tão pouco é suposto tornar isto uma discussão ou uma procura de verdades.
Um agradecimento às vossas opiniões, sempre bem-vindas e ainda bem que as histórias mexem convosco.