quinta-feira

Creme de cenoura

Maria José acordou cedo. Um hábito intemporal. Assim que o dia nasce, ela desperta. Apesar de ter vivido um casamento em que sempre se sentiu presa em vários aspectos, a professora tem uma imagem muito positiva de si mesma. Da sua alma, das suas capacidades, do seu corpo, da sua liberdade. Para ela, é algo natural dormir sem pijama, acordar sem roupa, andar nua pela casa. Mesmo com o avançar da idade, Maria José preza a naturalidade de si mesma. Toma um duche longo, relaxante, proveitoso, intimo. Durante anos, a sua sexualidade resumia-se ao que o seu ex-marido pretendia, no entanto, ele nunca lhe pode retirar as suas fantasias. Mesmo que ao fim de algum tempo, ela encaixa-se que tal não passava disso mesmo. Fantasias. Hoje são tempos diferentes. A mulher sente diariamente coisas novas a despoletarem de si. Desejos a crescerem, ansiedades a despertar. Sozinha no apartamento, ela tem tempo para tudo. Veste um fato de treino e aproveita os momentos saudáveis e tranquilos com que se pode viver a manhã. Arrumar a casa, ler um pedaço do livro demorado e corrigir os últimos exames. Claro que trabalho é sempre trabalho e a saturação de tanta página, de tanto raciocinio massacra a sua mente. Maria José olha para a janela. Apetece-lhe sair, dar um passeio pela cidade, quem sabe até entrar no Espaço Magnolia e perceber o que de facto aquele lugar oferece ao espirito. Mas chove. O dia acordou cinzento e a chuva espalha-se pelo chão a cântaros. Por uns segundos a sua mente evade-se. Outra peculiariedade dos seus mais recentes dias. Perder-se por alguns momentos numa nova fantasia. E só o som da campainha a volta a desperta.
- Tem uma carta para si...
Novamente o carteiro. Um jovem humilde, algo introvertido. Maria José não consegue deixar de largar um sorriso ao ver aquele homem. A sua mente é transportada para a semana passada, onde o primeiro contacto com ele surgiu depois de um momento de imenso prazer. O próprio rapaz demonstra a associação. Inadvertidamente, olha a mulher de alto a baixo, como que a procurar se ela tem o mesmo ar. Maria José também percepciona a postura do carteiro.
- Meu Deus, você está todo encharcado!
O trabalho em dia de temporal assim obriga. Efectivamente, o funcionário dos Correios surge perante a destinatária da carta com a farda completamente molhada e com o cabelo ruivo a pingar. O riso inocente que ela deixa largar intensifica ainda mais a sua faceta simpática e carinhosa. Maria José entende que a pessoa que tem diante de si lhe desperta um fascinio intrigante.
- Vai continuar a trabalhar assim? - pergunta ela.
- Pois...é isso que eu faço.
- Por favor, deixe-me trazer-lhe uma toalha.
- Não é preciso... Eu já estou habituado.
- Eu insisto. Entra. Eu tenho uma toalha seca ali dentro.
Maria José escancara a porta de entrada do 1º direito. Um convite ínequivoco para o jovem entrar em sua casa. Ele sente que recusar já seria indelicado. Entra a passo leve no apartamento enquanto a professora vai apressadamente à casa de banho buscar a dita toalha.
- Vou molhar a sua casa toda.
- Fica à vontade. Sente-se ali no sofá. Não tem problema nenhum.
Ele obedece e após olhar por alto para vários pormenores da sala, senta-se no sofá. Maria José senta-se na borda e olha para a cabeça dele, completamente encharcada. Um sorriso cola-se à face da mulher.
- Você não tem uma farda? Daquelas que protegem da chuva?
- Não estava mesmo a contar com isto e....Pode-me tratar por tu?
- Posso. Claro que posso! Se souber o seu nome.
- Paulo. O meu nome é Paulo.
- Muito bem, o meu nome é...
- Maria José...
A mulher silencia por um par de segundos. Claro que ele sabe o nome da inquilina. A carta que trouxe o carteiro até ali denuncia a sua identidade. Maria José coloca a toalha branca sobre a cabeça dele e enxagua-a. Caricias suaves que as suas mãos transmitem.
- Onde é que eu tenho que assinar a carta? - pergunta ela, fazendo conversa.
- Não tem que assinar...
- Não tenho? Pensava que as cartas registadas tinham que ser assinadas pelo destinatário.
- Isto não é uma carta registada...
Se não o é, porque motivo o carteiro tocou à campainha da inquilina? As mãos de Maria José invadem as orelhas do rapaz ruivo. Paulo não tem mais que vinte e três anos.
- Faz alguma confusão entrar agora nesta casa. - diz ele, olhando em redor - Sempre que havia uma carta para ela, vinha aqui entregá-la pessoalmente. E depois que a Maria José disse que ela falec... Bem, fez-me mesmo alguma confusão...
- Há quanto tempo é que a conhecias?
- Desde o meu primeiro dia de trabalho. Há cinco anos.
- Bem, se te faz assim tanta confusão, podes continuar a vir aqui a este apartamento. Se eu estiver cá, terei todo o prazer em receber as minhas cartas da tua mão.
- Obrigado...
Ela larga um sorriso. Sente que o rapaz está vulnerável. Pela mudança de hábitos de trabalho, pelo convite da mulher, pela toalha que acaricia agora o pescoço, pela atracção súbita por Maria José. E há uma estranha vibração entre os dois. O cabelo de Paulo já está suficientemente seco, mas ela continua a acariciar. O corpo de Maria José aproxima-se um pouco mais dele.
- Queres beber alguma coisa?
- ... Não...agradeço.
- Acho que devias tirar essa camisa....Quer dizer, podes constipar-te e se for preciso eu seco-a ali na...
De imediato, o carteiro retira parte da sua indumentária profissional. Apesar de surpreendida pela rápida acção dele, Maria José leva a toalha e as suas mãos até aos ombros dele. Agora não restam dúvidas. Há um calor, uma excitação, uma atracção inevitável entre o carteiro e a professora. E assim que as mãos dela acariciam o peito dele com a toalha branca, Paulo tem a certeza. As caricias são saborosas e excitantes. Os braços de Maria José estão quase envoltos no seu corpo e o beijo é inevitável. Um breve olhar é trocado por ambos, acompanhado de um sorriso mútuo. Ela arrisca e aproxima-se ainda mais. Ajoelha-se no chão e continua a acariciar o peito palido mas sardento do rapaz. Apesar da diferença de idades, eles parecem encaixar-se um no outro. A paixão encaixa-se nas fantasias que lhes passam pela mente. O desejo de prazer encaixa-se na necessidade que ambos revelam ter. Maria José não retira o sorriso da face. Paulo mantém um ar algo nervoso e surpreendido. Mas ele quer. Ele retira as calças, ficando de boxers perante a mulher. Ela não perde tempo. Retira o sexo dele já entesado e acaricia-o também. Paulo geme. Respira fundo e procura controlar este instante de enorme excitação.
- Tem a certeza que quer fazer isto?
- Tenho. Há uns meses saberia que estava a fazer isto ao meu ex porque ele simplesmente queria. Agora sou eu que tenho o direito de o exigir.
E Paulo percebe que ela quer tê-lo. E o carteiro entende que a mulher pede que lhe dêem prazer. Mas o homem ainda não tem a certeza se o consegue levar adiante. Maria José pousa a toalha no sofá. Da mesinha ao lado do sofá retira um preservativo e coloca-o com sabedoria e requinte no sexo do rapaz. Retira a camisola do fato de treino e despe o seu tronco. Paulo gosta do que vê. Os seios da mulher estão excitados, talvez pela humidade que rodeia o espaço entre eles. E agora tudo se desenvolve rapidamente. A mão dele nas mamas bicudas e tesas da mulher. Os braços dela que rodeiam o pescoço do jovem. O beijo intenso que eles trocam. Maria José deita o novo amante no sofá. Retira as suas calças e demonstra ao rapaz que não tem qualquer pudor em não usar roupa interior. Mesmo com a sua idade. E ele volta a sentir que a fantasia se vai consumir. Porque é impossível fechar os olhos ao facto de que eles se desejaram desde o primeiro olhar. Maria José desliza as suas mãos pela barriga dele. Finca os dedos quando chega ao peito e estimula a excitação do homem. Paulo repousa as mãos nas ancas da mulher quarentona. Maria José é linda e sensual nua. Mesmo aos olhos de um jovem. A sua pele macia, as suas coxas ainda tonificadas, o seu ventre escorregadio, o seu sexo quente. A mão do carteiro aventura-se e ncontra os lábios vaginais dela húmidos. Ao mesmo tempo, Maria José volta a segurar o sexo cada vez mais teso do amante. Deitado no sofá, Paulo deixa a inquilina sentar-se sobre si. A sua rata engole o seu sexo, até não conseguir entrar mais. Uma inspiração funda de Maria José, demonstra que a mulher precisava daquilo. Não foi só o seu corpo que acordou nu. A sua alma encontrava-se despida desde o raiar do dia. Ansiava por se sentir cheia. Ansiava por sentir algo que a penetrasse e a possuisse. Paulo teve que aparecer no momento certo. E tudo se encaixou até este instante. O momento em que os sexos deles se encaixam e as mãos de Paulo seguram as nádegas da mulher. Os joelhos dela impulsionam o seu corpo a saltar. Os gemidos dela são irresisitiveis e estimulam o jovem carteiro. A picha dele entra e sai. Penetra e foge. Desliza e abre caminho. O sexo de Maria José está molhada. Os seus fluídos intimos colam-se ao pénis dele como lubrificante. E É cada vez mais fácil entrar. É cada vez mais fácil foder a mulher. E a sensação é louca. Porque Paulo sente-se louco. Cerra os olhos, segura as ancas da mulher, pede por mais. O ritmo dos saltos e consequentes penetrações aumenta. Maria José delicia-se com cada movimento, cada rasgo de erotismo que invade o seu corpo. A carne dura entra dentro de si. Espalha-se pelo seu interior e penetra nos nervos mais sensiveis da mulher. Percorre o seu corpo, excitando os seios fofinhos que pulam. Trasmitem uma sensação intensa de prazer até ao cérebro. E a sua mente descodifica em fantasia, em algo surreal, o jogo carnal que se desenvolve entre as suas pernas.
- É isso!!!...Oh...eu preciso!...Oh...eu preciso que entres em mim!...Siimm!!!
Ela curva o seu corpo sobre Paulo. Entrega as suas mamas à boca dele e pressente que ele está no limite. O carteiro ainda se delicia com os mamilos tesos da mulher. Mas o seu sexo não resiste. Os movimentos são levados ao extremo e a sua excitação liberta-se. Maria José sente o jovem a vir-se. Sente o calor que explode no sexo protegido. Sente que o carteiro se excitou ao máximo com a foda. Mas ela ainda não gozou. Os lábios dele sabem muito bem. Põem as suas mamas em polvorosa. Acendem até a carne dos seus seios. Ela ainda movimenta as ancas, com o sexo a amolecer dele, escorregando dentro da sua rata. E isso excita-a. Fá-la sentir a procurar o prazer. O mesmo que ela exiciu hoje quando se levantou, o mesmo que ela tentou capturar no banho. Completa-se agora. Liberta-se em todo o seu corpo. Expande-se no grito de prazer que sai da sua boca. Arrasado pelo momento, Paul ainda consegue perceber a energia que se solta do corpo da amante. Lá fora chove. A humidade do corpo quente de Maria José mistura-se com o corpo molhado e suado de Paulo. Ela deita-se sobre ele. Dá-lhe um beijo. Acaricia os cabelos ruivos dele. Sorri de uma forma delicada e feliz para o seu jovem amante.
- Era capaz de te amar. Era capaz de te ter todas as noites.
Ele silencia. Aprecia as palavras da mulher, mas não sabe como responder.
- Mas ainda não. Ainda quero viver tanta coisa. E muito sinceramente, talvez não estivesses preparado para todas as minhas loucuras...
Maria José deita-se ao lado do carteiro e passa a mão sobre todo o corpo dele, para finalmente reitrar o preservativo.
- Mas descansa. Adorei! Adorei cada pedaço que saiu de ti. Adorei entregar-me a ti como se sempre me pertencesses. Como se sempre te tivesse amado e desejado. E quero guardar este pedaço como único. Por isso só te peço mais uma coisa... Sai à rua comigo. Como se sempre tivesses sido meu... Vem almoçar comigo. Já experimentaste o creme de cenoura que fazem aqui em baixo?... Vamos conversar. Vamos rir. Só por um bocadinho. Preciso de saber que isto não foi só pelo sexo. Deixa-me ser louca mais um pouco.
- E depois?... - pergunta ele
- E depois tu segues a tua vida. Continuas o teu turno, namoras as meninas da tua idade, encontras novas amantes noutras portas...
Maria José sente-se satisfeita. Ela olha para o tecto, fica alguns segundos a pensar e esfrega a mão na cara e no cabelo loiro suado. Este momento ultrapassou as suas expectatvias, as suas fantasias. Talvez não tanto pela intensidade carnal que retirou dele. Mas acima de tudo, porque volta a sentir que tem tudo à sua frente. As fantasias, os desejos, as loucuras a cometer. Depois de Paulo, ela pode desejar todas as loucuras sentimentais, apaixonantes e carnais.
- Posso continuar a entregar-te as tuas cartas?
- Sempre que quiseres...

7 comentários:

If you Brosh it disse...

Faz já sei lá quantos anos, vi um filme que se chamava " Carimbe-me Sr. Carteiro.
Estive vai não vai para trocar de profissão.
Vejo hoje que o deveria ter feito, pois as boas histórias continuam.
Parabens.

Anónimo disse...

Magnólia
Dizem que as mulheres não gosta da foda no primeiro encontro. Este encontro com o carteiro vem desmentir esta tese.
~Duas pessoas deste Condominio ainda não participaram. Os dois filhos do casal infiel. O mais velho de 18 anos, namora a Sandra de 29 anos,amante do pai. Ele não fode ela não? O mais novo de 16 anos, está na idade de masturbar, ainda não nos mostrou
Bjs
Julio135

Shelyak disse...

Hummm.. já se adivinhava...
Uma mulher solta tentando recuperar o tempo perdido a aproveitar o sexo em todo o seu esplendor...
Uma fantasia tão comum mas que raramente é levada à prática...

luafeiticeira disse...

Também não acho que o primeiro encontro tenha de ser mau, aliás tenho entre as minhas melhores quecas, as mais memoráveis, algumas que foram as primeiras.
beijos

Red Light Special disse...

É verdade... ele pode voltar a entregar cartas em mão, afinal... "o carteiro toca sempre duas vezes", certo?

Magnolia disse...

IF YOU BROSH IT, Carimbe-me sr. Carteiro??? Talvez seja essa a perspectiva de carreira dos profissionais dos "posts" fisicos.
JULIO 135, essa tese tem que ser completamente desmentida. Ou pelo menos seria perigoso generalizar. Há mulheres que fervem com o primeiro encontro. Quanto aos filhos de Rodrigo e Helena...digamos que são personagens muito secundárias. Pelo menos para já. Ainda não se perspectiva nenhuma revelação de jovens que ainda rebentam borbulhas :) Mas o futuro o dirá.
SHELYAK, qual é a fantasia que não é levada à prática? A do carteiro?
LUA FEITICEIRA, a corroborar o que foi dito. As quecas em primeiros encontros são efectivamente especiais. Boas ou más. Memoráveis sem dúvida.
RED LIGHT, a este carteiro foi dada autorização para tocar vezes semconta.

Cristina Paulo disse...

...acho que a maioria das pessoas não imagina quantas vezes isto acontece na realidade lol e como uma primeira queca entre perfeitos desconhecidos pode ser simplesmente fantástica. Magistral magnólia!
Bjos meus