quarta-feira

Panquecas com bola de gelado

Rafael desce o elevador do Edificio Magnolia com um sorriso na face. Sai no primeiro andar e toca à campainha do 1º Esquerdo. Dez segundos depois, alguém lhe abre a porta. Rodrigo apresenta-se perante o vizinho do 3º andar.
- Olá, Rodrigo...Está tudo bem? A Helena está?
- Uhm...sim, está...
- Preciso de lhe entregar uma coisa...pode ser?
- Pode, claro que pode...Mas, não queres entrar?
- Deixa estar, é rápido...obrigado.
Apesar do pedido estranho, o vizinho de Rafael voltou a entrar e chamou a sua esposa. Segundos depois, Helena está diante da porta. Nervosa, com um ar tão embevecido quanto incomodada, ela olha envergonhada para Rafael.
- Helena, desculpa incomodar, isto deve pertencer-te...Acho que deixaste cair.
A mão cerrada de Rafael estende-se e coloca-se junto ao peito da mulher. Ela levanta a mão e segura a mão do vizinho. Rodrigo já estava dentro de casa, sem sequer lhe passar pela cabeça o que acontece à porta do seu apartamento. Rafael entrega a Helena umas tangas pretas, com um sorriso presunçoso a acompanhar.
- ....Obrigada...Não precisavas...obrigada...Obrigada, Neves...
Atrapalhada, ela afasta o olhar, fecha a porta precipitadamente e procura esconder o pedaço de lingeirie que ela perdeu algures. Rafael fica impávido por uns segundos, junto à porta do 1º esq. Mas afinal, como é que tamanha ousadia pôde acontecer? Que excentricidade foi despoletada, para que Rafael pudesse segurar a tanga da sua vizinha casada? O pecado mora ao lado. Mas tudo isto ultrapassa o limite do perigo.
A loucura do desejo de Helena mora dois andares em cima do seu. Mas o Edificio Magnolia não esconde segredos. Revela ousadias e não oculta fantasias. Rafael é um homem desejado. Pelas mulheres da sua rua, pelas pessoas que trabalham no seu meio, mas acima de tudo pelas suas vizinhas mais próximas. Helena tem olhos para ver, tem mente para comer, tem a boca a desejar um pedaço deste homem. Desde o primeiro dia. Mas subir ao terceiro andar pode ser rapidamente transformado num boato fácil de espalhar. A forma mais fácil de travar vivências com Rafael será quando se cruzam à entrada do Edificio, em reuniões de condominio e no Espaço.

A hora do lanche de Helena coincide com o momento do café com leite do professor de equitação. Mas tudo isto não é só uma coincidência. O olhar que Helena entrega de cada vez que sai do café não acontece por acaso. A forma fascinante como ela se passeia por entre as mesas, na sua indumentária vistosa não serve só para fascinar os homens que partilham o mesmo lugar. As atitudes de Helena quando frequenta o Espaço Magnólia têm uma só intenção, uma só direcção, um intuito demasiado intimo e subliminar.
Quando coloca a chave na porta de entrada do Edificio Magnolia, após sair do café, Helena tem duas certezas. Rafael vem atrás de si e o que daí em diante pode acontecer apresenta-se como algo demasiado perigoso.
- Pede-me...
A voz de Rafael sussurra-lhe ao ouvido. Ela bloqueia os seus movimentos. De costas para ele, Helena ansiava por aquela voz tão próxima de si.
- ...O que esperas que te peça?
- Aquilo que anseias...Aquilo que sei que agora te está a deixar com tusa.
- Neves, por favor...Aqui não.
- Pede!...
Helena levanta ligeiramente o olhar, fixando o interior do Edificio, procurando perceber se alguém poderá presenciar aquilo. Será que alguém a via, tão próxima, tão colada ao vizinho solteiro? E uma mistura de sensações invade a sua mente. O risco de o marido, os filhos, alguém conseguir perceber que Rafael pressiona a sua cintura contra as nádegas dela, confunde-se com o desejo que todo o seu corpo sente quando a mão dele repousa sobre a sua cintura. Ela quer. Ela sonha com aquilo. Ela não nega a excitação que a sua imaginação liberta em todo o seu corpo. A boca do homem está a uma unha de distância da sua orelha.
- Quero que peças....Caso contrário, vou-me embora.
- Fode-me!...
O sussurro dela carrega desejo. O sussurro que os seus lábios largam assemelham-se a um grito ansioso. Ela abre a porta e arrisca entrar com ele no edificio sem que ninguém perceba. O visor no topo da porta do elevador indica que é possivel entrar. Ela carrega no botão e rapidamente Helena e o seu vizinho fecham-se no cubículo. Com sorte ninguém percebeu a excitação que se libertava deles como uma brisa quente. Rafael empurra-a violentamente contra uma das paredes espelhadas e aperta o seu corpo contra o peito dela. Um beijo intenso é imposto pela ansiedade do momento. Helena entrega-se à boca dele, com uma fome profunda. Dos pulmões dela saem gemidos que a despem por completo. Despem a sua postura perante o homem que entendeu o quanto a mulher quarentona e casado o deseja.
- Porque é que temos que ir para a minha casa? Poderia ser na tua...Excitava-me muito mais...
- Não sejas louco...Não podemos!
- O quê? Não podemos o quê?
- Não te posso trazer para minha casa. Está lá o meu filho...O meu marido deve estar a chegar e...Não posso...Não posso ir para tua casa...
- Bem!! Estás mesmo quente...Queres aqui?
- Por favor, Neves...
- Diz que não me queres...
- Aqui não!
- Diz que não queres que entre em ti aqui.
- Não, não quero. Estamos no elevador.
Rafael tem um sorriso demasiado presunçoso. Os braços dela envolvem o corpo dele e parece não se quererem desprender. Mas Helena tem razão. Tudo isto é demasiado perigoso. Demasiado flagrante. Ele carrega no botão do 3º andar. Ela carrega no seu olhar um ar de preocupação, mas também não consegue esconder a excitação que a invade. A máquina eleva-se e em poucos segundos chega ao último piso. Rafael tem a boca no pescoço dela.
- Não queres foder aqui? - pergunta ele.
Helena acena um não. O seu espirito já quebrou.
- Achas que não o consigo fazer?
Após uns segundos de hesitação, Helena acena um sim confuso.
- Queres que o faça?
Perdida em si mesma, a sua cabeça acena categoricamente um sim.
- Estás molhada?
Depois de um suspiro, Helena confirma.
- Posso ver?
A sua cabeça demonstra um não.
- Posso sentir?
Não há resposta.
- Sabes que te vou fazer vir...não sabes?
Continua a não haver resposta. A mão de Rafael desce pelo corpo dela.
- Eu sei que tens a rata molhada.
Ela geme e acena um sim. A mão dele sobe-lhe a saia de seda, justa e negra.
- Eu sei que me queres.
Acaricia com firmeza a coxa da mulher.
- Sei que me olhas com tesão...
Desliza os dedos sobre o tecido que cobre o sexo dela.
- ...Ainda não estás molhada...
Helena acena um não e já viaja por outro mundo.
- A tua rata pertence-me...
A cabeça dela abana positivamente enquanto os seus olhos cerram.
- E sabes porquê?
Ela demonstra um não.
- Porque tu me pediste.
Entesada e solta, ela confirma.
- Porque me pedes todas as tardes. Sempre que entras no café.
A mão dele puxa as cuecas dela para baixo.
- Sempre que me olhas nas reuniões de condominio.
A tanga desliza pelas pernas dela até aos tornozelos.
- Foste tu que pediste...És tu que imploras por isto.
A mão direita de Rafael abre um botão da blusa branca da mulher.
- És cabra o suficiente para não pedires.
A mão esquerda acaricia os lábios vaginais húmidos de Helena.
- Sempre foste cabra.
E ela confirma.
- És uma cabra que gosta que a comam com os olhos.
Helena aceita a adjectivação e ele abre-lhe mais um botão.
- Achas que sou o único homem que olha para o teu cú?
Ela acena um não e sente os dedos dele entraram dentro da sua rata.
- Eu comi o teu rabo no café! Sabes disso, não sabes?
Com o sexo a ser masturbado, Helena confirma.
- Comi o teu rabo com o mesmo gosto com que comia o meu lanche.
Com dois dedos apenas, a rata dela é tocada e estimulada.
- Sabes o que comi hoje, não sabes?
Ela acena que não enquanto sente os dedos dentro de si.
- Claro que sabes...Tu queres sempre saber...
Helena não responde. A tesão que a invade começa a ser desconcertante.
- Panquecas com uma bola de gelado...
Um gemido solta-se da boca de Helena. A rata dela pertence a Rafael.
- Uma panqueca apetitosa...como a tua rata.
Mais um botão aberto e agora ele consegue vislumbrar o peito dela.
- E a bola de gelado...bem, tu sabes...
Ela não aguenta mais. O polegar dele fricciona o clitóris de Helena.
- Cremosa...Quando a provas...sentes-te nas nuvens.
A boca dela não esconde a excitação. Ela solta um grito seco.
- Estás nas nuvens?...
Helena acena um sim. Toda ela vem-se com os dedos dele.
- Agora sim, estás molhada...
- Ohh...cabrão!
A mão de Helena finca-se na nuca do amante. A boca de Rafael engole o pescoço dela. Os seus dedos ainda esfregam a rata da mulher como um brinquedo gostoso que pode ser domado à maneira dele. E cada toque nos lábios vaginais faz explodir Helena. A sua respiração prende-se. A sua boca abre-se perante tal momento. A sua rata é tocada como nunca o foi. A excitação eleva-se a um limite inimaginável. E o grito louco que se liberta da sua boca é abafado pelas paredes do elevador claustrofóbico. Os dedos de Rafael estão molhados. Enquanto o braço direito segura todo o corpo da mulher, a sua outra mão procura invadir toda a gruta molhada de Helena. O corpo dela geme. O corpo dela vibra. O corpo dela ebule num enorme orgasmo incontrolável. Ela não tem percepção do que pode fazer. É ele quem a segura. E Rafael sabe com exactidão o que pode fazer com a mulher. Com a mão vigorosa dele no seu rabo, ela salta para o colo do homem. Procura beijá-lo, vagueando com os lábios em toda a face dele. Helena já não tem cuecas. Helena já não tem postura. Helena pouco se recorda quem é. Helena é apenas desejo e a sua rata pinga
- Fode-me...Fode-me cabrão! Tu prometeste que me fodias!!!
Rafael carrega novamente no botão para abrir a porta do elevador, que está parado no terceiro andar. Imediatamente, saí do cubículo e transporta a amante contra a primeira parede que encontra no corredor do piso do seu apartamento. Agora, tudo é ainda mais perigoso. Agora tudo se transforma e torna-se intensamente poderoso. Helena está entregue às mãos de Rafael que a segura com firmeza pelas nádegas. Com o corpo dela apertado contra a parede fria e sem personalidade, ele consegue abrir rapidamente o fecho das suas calças e retirar o seu sexo. E sem serem precisos movimentos complexos e demorados, o professor de equitação entra dentro da mulher casada. De pernas abertas, a entrelaçarem-se nas pernas dele, com a rata completamente encharcada, ela é domada por ele. Várias penetrações fazm vibrar o sexo dela. Outras tantas entusiasmam o corpo numa loucura incerta. E duas penetrações fortes atingem o âmago de tudo o que pode fazer explodir os corpos escaldantes. Dele e dela. Helena sente-se sem forças para resistir a tamanha entrega de prazer. Rafael não chega a ter prazer. Aquele prazer de se sentir verdadeiramente dentro dela, saborear a rata apertada e poder desfrutar ao máximo. Não. Rafael vem-se. Liberta-se dentro dela. O prazer dele já tinha acontecido. A masturbação à rata dela deixou-o neste estado. Louco, excitado e pronto a delirar. Helena segura-se ao corpo dele, procurando não ceder. Procurando não gritar. Procurando não largar um único som. Até pode ser que mais nenhum vizinho tenha ouvido. Provavelmente ninguém percebeu. Mas a posição de Rafael e Helena é demasiado perigosa. E até a vizinha do 3º dto pode estar atenta. Não é dificil. Os vizinhos do primeiro e do segundo piso tinham gozado autenticamente no meio do corredor do Edificio Magnolia. Quando Helena cai em si, procura recompor-se. Procura perceber como tudo isto foi acontecer. Quando Helena percebe que todo o desejo foi longe demais, olha seriamente para Rafael. Sem lhe dirigir palavra, tenta afastar o corpo dele. Rafael não a prende. Apenas volta a colocar aquele sorriso presunçoso. Já de pé, ela ajeita a saia. Nervosa e desorientada com o regresso ao mundo real, ela vira as costas e compulsivamente desce as escadas com pressa. Pelo caminho, ajeita a blusa, ajeita o cabelo, ajeita toda a sua descompostura. Rafael, sozinho, saciado da sede que o invadia desde que a viu no Espaço, fecha as calças. Na sua mente ainda vagueia a imagem da mulher, entregue a si, deliciada e consolada. Nas sua mão que ainda vibra, mantêm-se o odor, o toque, a sensação de ter provado o sexo de Helena de uma forma ousada e intensa. Esta sentimento poderia chegar para Rafael entrar em casa satisfeito. Mas o seu olhar volta-se para o elevador. Lá dentro, no chão, estão perdidas as cuecas de Helena. Uma tempestade de ideias ebule na sua mente, mas só uma solução se concretiza na sua certeza. A tanga preta tem que ser entregue à mulher que a veste. Agora.

10 comentários:

Adore disse...

Absolutamente excitante. Quero mais :)

:)*

Red Light Special disse...

Virtiginoso!!!
Completamente desnorteante... aiiiiiiii!!
Tenho que te começar a ler com o meu marido em casa!
Assim não pode ser magnólia!!
E agora? Hum?
ihihih
Beijossssssssssssssssssssssss!!!

Ana disse...

Bem.. rebuliço num prédio e alguém a chamar cabra a alguém?? Mas.. mas isso é mesmo aqui ao lado!!!!

Shelyak disse...

Talvez uma das histórias mais excitantes até ao momento...nem sei. Afinal, são todas, mas esta...aiiiiii
O proibido, o eterno desejo pelo mundo, o reconhecimento de que o sexo é algo muito poderoso, tanta coisa...

Shelyak disse...

Talvez uma das histórias mais excitantes até ao momento...nem sei. Afinal, são todas, mas esta...aiiiiii
O proibido, o eterno desejo pelo mundo, o reconhecimento de que o sexo é algo muito poderoso, tanta coisa...

luafeiticeira disse...

Estou como os outros leitores; este é de todo o teu texto mais erótico, estou a ferver....
beijos húmidos e quentes

Magnolia disse...

ADORE, um agradecimento especial pela visita. Volta sempre. Terá sempre mais...
RED LIGHT, se tu gostas do que lês, com certeza que o teu marido também. E sem dúvida será uma experiência marcante.
ANA, cabras há em todo o lado :)No teu prédio, no Edificio...No bom sentido claro. Uma cabra é sempre estimulante para o parceiro. Tal como foi referido no teu 3º Frente, ainda não existem revelações com "que tetas,que tetas" :)
SHELYAK, é sem dúvida uma das histórias mais reveladoras. Umas das que mais alimenta um sentimento de desejo excitante.
LUA FEITICEIRA, ainda a ferver? É bom saber que o Edifico tem uma temperatura ambiente muito tórrida.

carpe vitam! disse...

excitante, sem dúvida. Mas depois ponho-me a pensar na realidade, e é assim que se transmitem doenças e acontecem gravidezes não desejadas. ao contrário do que muito boa gente pensa, não acontece só aos outros.

Cristina Paulo disse...

Ler-te tornou-se mesmo um vicio lol vou devorar cada texto até chegar ao dia actual...e depois deliciar-me a reler enquanto aguardo as novas aventuras.
bjos meus

ana disse...

não ficamos indiferentes quando lemos.. é envolvente...só posso dizer que comecei a ler e cada vez mais me sinto absorvida por esta maravilha..tanto o enredo como a descriçao pormenorizada quer das personagens quer dos locais,tudo está em perfeita sintonia...estou absolutamente rendida...
só parei por aqui para comentar porque era imperativo fazê-lo...
já aguardo ansiosamente pelo fim..

Fica bem
Beijinho