domingo

As obras foram concluidas

"Provar uma vez não chega"

Tagline retirada do filme Chocolat de 2000, realizado por Lasse Hallström, baseado numa história de Joanne Harris. http://www.imdb.com/title/tt0241303/


Finalmente. As obras no Edifício Magnolia foram concluídas. Após algumas semanas onde os inquilinos viveram, ouviram e sentiram de perto o incómodo de parecer que o tecto ia desabar durante o dia, chega a recompensa. Talvez estas obras tenham passado despercebidas ao comum visitante do Edifício. Mas é certo também que a conclusão do projecto, agora concluído no topo do prédio, era uma ambição dos proprietários dos apartamentos e uma ansiedade quotidiana em todos os que acompanharam o desenvolvimento do que foi erguido. Naturalmente, esta curiosidade deve ter sido acompanhada também pelos visitantes que fortuitamente entravam no Edifício e ouviam os sons provenientes do terraço no topo. Como é compreensível, nem sempre seria possível observar o que era feito. E sinceramente, existirá obviamente um maior prazer e uma maior surpresa em saber o que foi feito no cimo do Edifício Magnolia, com a obra concluída.
Helena faz questão de apresentar o resultado do investimento, pelo qual todos os inquilinos que se aglomeram em redor da gestora de condomínio fizeram parte de bom grado. Depois de uma reunião de condomínio na sala indicada, a mulher de Rodrigo convida todos os participantes a subirem até ao topo do Edifício. E o convite parece inerente aos visitantes deste empreendimento. Portanto, veja, admire e fixe cada canto. As revelações também vão surgir por aqui.
Subindo as escadas renovadas depois do terceiro andar, saísse para o exterior. E desde logo é perceptível a diferença. O terraço ficou mais curto, com menos espaço ao ar livre. Tal como Helena refere, nunca ninguém fez questão de o utilizar frequentemente. A construção concluída ocupa quase dois terços do terraço. É um espaço fechado, com madeira a ladear as paredes que suportam a edificação. Tem uma porta também de madeira, que é aberta com uma chave especial. Um cartão magnético que permite a entrada num lugar diferente. Tudo cheira a novo, tudo brilha como novo. O espaço que agora é dado a conhecer aos inquilinos é um inovador jacuzzi. Amplo, coberto, acolhedor, romântico, intimo, prazeirento e com um espantoso ambiente sedutor. Vale a pena dizer que os inquilinos adoraram a primeira sensação mal aqui entraram? Ao subir imediatamente o primeiro degrau ladrilhado, é possível visualizar a piscina. Com capacidade para dez pessoas estarem de pé ou sentadas tranquilamente, o tanque tem quase um metro de profundidade, assemelhando-se a uma pequena piscina. Envolta em pedra terracota e um reboco de tez cinzenta, a água da piscina é aquecida por um sistema que é activado assim que o cartão magnético acciona a porta. O jacuzzi está situado no canto mais ao fundo da porta, dois degraus acima do espaço onde todos os inquilinos ainda admiram o novo local de lazer. O tecto por cima da piscina é uma enorme janela, que permite iluminação natural a todo o espaço. Mesmo ao lado do jacuzzi sobra ainda um espaço para três espreguiçadeiras de madeira e para um chuveiro especial. Dentro de uma cabine de vidro, que é opaco até um pouco mais de metro e meio de altura, o chuveiro permite ter duas pessoas debaixo do jacto de água com várias programas e uma cadeira de madeira surreal. É um único pedaço de madeira que se fixa ao chão, curva para permitir que alguém se sente e depois é fixado ao topo do chuveiro. Quem se senta nesta cadeira tem a possibilidade de desfrutar um duche diferente, onde a água escorre pela madeira e encharca as costas do utilizador. É esta explicação que Helena dá aos moradores atentos, indicando também que só experimentado é que se pode perceber as capacidades terapêuticas de tal sistema. Rendidos e envolvidos no espaço, os inquilinos vão-se espalhando pelo lugar. Laura e Afonso reparam nas espreguiçadeiras e trocam o olhar de uma forma mais perversa. Maria José admira em conjunto com o proprietário do seu apartamento, cada parede, cada recanto daquele sitio ousado. Ana não esconde o fascínio pelo chuveiro e Rafael faz questão de se aproximar dela, entendendo a reacção por tal habitáculo. Lúcia acompanha o sorriso de Tania, olhando para a piscina. Afinal, o espaço é enorme e tudo é possível ali dentro. Helena olha para todos os residentes do Edifício e sente-se satisfeita por o local ser do agrado dos moradores. Afinal, aquele espaço tem um enorme toque seu. Dela, do marido e da empresa de ambos que se encarregou de grande parte da obra. Eles próprios sabem o intuito deste projecto. Porque foi concebido, o que pode provocar, como vai aliciar, quando irá acontecer, onde é irresistível tentar e quem querem trazer.
Antes de saírem, pasmados com o equipamento que o prédio dispõe, Helena indica as poucas regras que o espaço tem, comum a todos os utilizadores. Apesar de existir uma equipa de manutenção que irá procurar manter o sitio asseado e confortável, a inquilina pede a todos os vizinhos que tratem tão bem do jacuzzi como tratam da sua própria casa. O mesmo acontece com todas as visitas que pretenderem usar este espaço. Este local de lazer irá ter também um mapa de utilização. Ou seja, cada inquilino tem um dia especifico da semana para usufruir em privado do jacuzzi. Obviamente que estes dias podem ser trocados, com o acordo prévio das partes envolvidas. Mais ainda, o Domingo ficou definido como dia aberto a todos os residentes para utilizar o espaço em comum. De resto, Helena apenas pede bom-senso a todos quanto anseiam utilizar esta nova infra-estrutura.
Não há por onde negar. Este é o novo lugar do Edifício Magnolia. Complementa o Espaço, intensifica o que se vive dentro dos apartamentos e liberta qualquer desejo de experimentar novas coisas, numa casa pouco privada. Esta é a palavra chave para o leitor que pretende visitar o Edifício nos próximos tempos. A privacidade escasseia. Porque voltam a haver revelações. Porque tudo se torna mais intenso, mais perigoso, mais aliciante. Porque cada revelação é mais que um segredo. É uma história para ler, saborear e voltar a rever na mente. Exactamente como se fosse possível espreitar. Porque cada um destes inquilinos pede para ser espreitado. E se verificar, o jacuzzi não é mais do que um espaço pouco dado a privacidades. Se vier visitar o terraço do Edifício Magnolia, irá perceber que consegue ver mais do que os seus próprios olhos alcançam. Tenha apenas uma coisa em mente. Assim que espreitar, é possivel que não consiga retirar mais a atenção deste Edifício. Assim esperam os inquilinos.

2 comentários:

luafeiticeira disse...

Iupiiii, fui a primeira a visitar este espaço espectacular, quem me dera ser convidada a entrar,realmente. Acho que vou propôr aos meus vizinhos a construção dum jacuzzi semlhante no prédio onde vivo :-)
beijos molhados

Magnolia disse...

Agradeço-te LUA FEITICEIRA. O Edificio honra-se de teres sido a primeira a visitar este espaço que pretende trazer novas revelações. E acredita, são revelações ousadas e que vão trazer novos elementos à história. Se este jacuzzi pode ser uma espécie de inspiração para o teu prédio e para outros, tanto melhor :)
E podes entrar sempre que quiseres....
Beijos