sexta-feira

Quem...ela quer escolher

20:10 - Ana é uma profissional esmerada. Sabe os riscos da sua profissão. Tem consciência que as regras do jogo tem que ser tomadas por si desde o inicio. Caso contrário, existe uma boa probabilidade de um encontro com um cliente correr ao contrário de qualquer expectativa. E tal como muitas mulheres que procuram ganhar a vida com o sexo, a experiência pode tornar-se desagradável e até violenta. Mas Ana é diferente. Quer ser diferente. E procura gerir o seu trabalho de uma forma diferente. Os anos que passou no clube, por conta de uma patroa flexível, de clientes seleccionados e de remuneração total sobre o que fazia, ensinaram a jovem a estabelecer-se por conta própria. A definir o que pretende, a escolher clientes, a estudar cada cliente. Em última instância a ser ela a dizer pessoalmente aos clientes a conclusão da sua análise. Ana é metódica. Quente, sensual, excitante mas extremamente calculista. Este é o seu trabalho como acompanhante. A noite está pensada. É a sua sala de jantar que vai servir como plataforma inicial para uma derradeira análise ao próximo cliente. Antes disso, Ana prepara-se. Os mesmos rituais. O mesmo banho relaxante. Os mesmos sais aromáticos que lhe perfumam o corpo. A mesma hora para colar a maquilhagem à sua pele. E instantes antes da campainha tocar, diante do espelho, Ana liberta um sorriso, confia em si mesma para mais uma noite e aperta o último botão do vestido.
20:32 - O jantar decorre calmamente. É quase uma negociação. Sem dúvida um jantar profissional. O seu cliente é um desafio. Misterioso, mas cativante. Charmoso, mas mulherengo. Está na palma da mão de Ana, mas ainda assim ela mantém o seu jogo.
20:45 - A refeição termina. A negociação prossegue. Mário é um homem quase a entrar na casa dos cinquenta anos. É produtor de televisão e entusiasta adepto da noite. Apostas em casinos e casas ilegais. Discotecas e casas de alterne luxuosas. As mulheres colam-se a ele. Por interesse, por paixão. Uma mistura de ambas. Ele aprecia mulheres em seu redor. Em privado. Fantasias e fetiches. Desejos íntimos que ele consegue satisfazer. Tudo isto Ana conhece no seu cliente. Após vários anos a trabalhar de perto com um mundo à parte, poucos segredos faltam para a acompanhante conhecer. Ele pede-lhe tudo. Ana regateia. A regra de ouro é não se falar de dinheiro. Mário é um homem ambicioso. Ela veste a sua máscara nocturna. O homem quer um serão com actos sado-masoquistas. A acompanhante arrefece os ânimos do homem e estabelece as exigências. Se Mário está ali a jantar com ela é porque sabe o que a mulher pode fazer, quer dar e pretende receber. Antes mesmo do café, cliente e acompanhante têm as regras do jogo definidas.
20:56 - Para um cliente, uma noite com Ana pode ser excitante, cheia de adrenalina e até inesperada. Para a acompanhante, tudo o que possa acontecer tem um plano que ela pretende seguir. Quando tal acontece, a sua máscara torna-se mais fria, mais distante, mais receosa, mais cautelosa. Nada foge ao controlo de Ana. Sentado no sofá da sala do 3º direito, Mário aguarda alguns minutos pela sua companhia. Ana sai da cozinha e entra na sala. Traz um tabuleiro com um café e um bule de açúcar. Olha para o seu cliente com um ar sério. Ouvem-se os tacões do sapatos negros de salto alto a percorrer o chão. Diante do sofá, diante das pernas dele, Ana não retira o olhar do homem. Em silêncio, ajoelha-se no tapete. Continua a segurar o tabuleiro preto e estuda o sorriso de Mário. Ele entorna o açúcar na chávena e mistura o café vagarosamente. Aprecia a forma como a sua acompanhante vai satisfazendo as suas exigências. Ana mantém-se ajoelhada no chão enquanto assiste ao degustar do café feito por si pelo seu cliente. Para além dos sapatos, Ana veste agora apenas um avental branco quase transparente que lhe cobre as coxas O seu peito está descoberto, mesmo defronte do olhar dele. Não veste roupa interior. Nada. Por uns momentos, Ana é uma acompanhante submissa. E se Mário a quer ver num papel passivo, ela consegue divertir-se com isso.
21:03 - Durante alguns segundos, Ana volta a ser calculista. Negoceia com o cliente. Mário pretende que a sua "empregada" o chupe. Mas que o faça com os pulsos amarrados. Ana recusa veemente. Com uma postura séria, discreta, mas nega o pedido. Para compensar, ela propõe-se a chupar o homem assim mesmo. Ajoelhada, com avental, mas sem usar as mãos. Ela mesma as coloca nas costas, encostadas ao rabo despido. Mesmo que não esteja de mãos atadas, Ana saciará o fetiche do cliente. Mário pousa a chávena, abre o fecho das calças e retira o seu sexo entesado, colocando-o junto à face da acompanhante. Ana faz o seu trabalho. E até a sua máscara nocturna consegue ser falsamente submissa.
21:11 - Na cabeça dela, ainda paira a imagem surreal de se ver amarrada a uma cama. Mãos e pés. Ela até consegue satisfazer a sua mente com tal ideia. Ser penetrada assim, sem qualquer tipo de poder, excita-a. Mas não com um homem que não conhece. Não com um cliente que demonstra não ter limites. Assim, o pedido de Mário volta a ser recusado por Ana. Gentilmente, com uma educação fora do vulgar e com uma convicção que desarma o cliente. Não se sente satisfeito. Mas Mário avança para uma nova sugestão que é aceite pela acompanhante. Com os lábios cremosos e os seios entesados, Ana está deitada no sofá, mas em cima do colo do homem. Ainda calça os sapatos. Tem o pénis teso dele a roçar no avental e é o seu ventre que sente o inchaço dele. Mário ainda continua sentado. As suas mãos estão pousadas sobre o rabo dela. Como uma menina mal comportada, a acompanhante está à mercê do homem que a possui. Com o rabo empinado, as pernas ligeiramente abertas, os pés encostados a uma ponta do sofá e a cara deitada na almofada, quase junto ao braço do lado oposto. Mário tem a vista em cima do sexo de Ana. Ele abre-lhe as nádegas e ajeita postura dela. Tudo é feito de uma forma vagarosa. Ana sabe exactamente o que pode acontecer. Mesmo numa posição à mercê dele, ela controla. Movimenta as ancas, abrindo a sua rata. Os lábios vaginais estão inchados. Só ao primeiro toque dos dedos dele na racha, se visualiza uma gota na borda. O clitóris já está bem estimulado. Ana está excitada. Percebe-se na forma como ela se deixa manusear. Os dedos dele vão enterrando devagarinho dentro da rata e ela pousa as mãos na almofada do sofá, ao lado da cabeça. Mário nem sequer consegue entender o que vai na mente da acompanhante. Não obstante a mão esquerda dele acariciar as nádegas macias e redondas como dois montes formosos. Mesmo com dois dedos dele a penetrarem suavemente no sexo dela, o homem está longe de imaginar o prazer que é possível dar a uma prostituta que se entrega a ele. Porque na cabeça de Mário é a sua excitação que manda. É a sua ansiedade em retirar todo o prazer possível de uma mulher tão fogosa e agora sua súbdita sexual.
21:16 - Ana ainda procura controlar a respiração. Os seus dedos fincam-se na almofada do sofá. A boca dela está aberta e os lábios mantém-se melados. Os cabelos dela espalham-se pela face e os seus pulmões enchem e esvaziam a um ritmo estonteante. A masturbação ao seu sexo deixou-a fora de si. É o seu prémio. Aquele que ela ambiciona a cada cliente que recebe. O presente que faz valer a pena a entrega a uma pessoa, grande parte das vezes desconhecido. A jovem veio-se. Os dedos dele souberam tocar nos pontos vitais que provocaram uma explosão imparável dentro de si. A rata de Ana está encharcada. O seu clitóris inchou até palpitar por entre os lábios vaginais ruborizados. Aquele momento pertence a Ana. À jovem que anseia um dia inteiro por isto. Ela não se levanta, não se mexe, não reage. Porque a máscara diária está a deliciar-se. Num mundo só dela. Num regozijo que irá subsistir até ser manhã. E a pouco e pouco, Ana vai regressando. Coloca os pés no chão. Neste caso, no sofá, onde ainda está deitada sobre o colo do produtor. Mário ainda não está satisfeito. Tal como ela sabia, ele só quer o prazer dele. E a sua fantasia ainda não está completa. Ele aproveita a inércia do corpo da prostituta e procura penetrar mais fundo na rata. Tenta enfiar mais um dedo. E quando ele demonstra a sua obsessão por trazer a noite para um lado extremamente selvagem, ao querer colocar a mão na vagina saciada, Ana sobressalta. Liberta um contundente Não e vira o seu corpo, evitando a penetração mordaz. Mário poderia libertar um sorriso inocente, talvez presunçoso. Mas ao invés, a jovem testemunha um ar sério na face do cliente.
21:23 - A empregada de avental continua a desempenhar o seu papel. Sentada em cima das coxas de Mário, ela sente o pénis dele novamente entesado, a roçar nas suas virilhas. A acompanhante procura manter uma posição submissa, dando a entender ao cliente que supostamente, ele é dono da vontade dela. As mãos femininas estão seguras aos joelhos dele. O seu corpo encosta-se ligeiramente para trás. As mamas dela estão ao dispor da boca dele, das mãos que enchem a carne dela. A boca de Mário viaja entre o vale do peito macio e os mamilos quentes e rijos. Ana geme. Ana faz vibrar o seu corpo. Ana roça as nádegas nas calças dele. Ana liberta-se. E quando as mãos dele passeiam pelo corpo dela, a acompanhante mantém-se atenta. Ele quer fodê-la. Acaricia as costas, arrepiando a pele. Ele quer possui-la. As mãos apalpam as nádegas e puxam-na contra o seu sexo. Ele quer domá-la. Agarra os pulsos dela com força, juntando-os, como que a exigir a prisão da acompanhante. Mário levanta o olhar e cinge um olhar possessivo. A jovem também já perdeu o seu ar de encantamento. Ainda geme. Ainda respira com intensidade. Mas na mente de Ana não se põe a hipótese de perder o controlo. Ele pede gentilmente que a deixe amarrar. Ela abana a cabeça negativamente. Ele volta a pedir, com o tom de voz mais alto. Ela sussurra um não, enquanto procura libertar as mãos. O pénis dele prepara-se para abrir os lábios vaginais. Ele insiste, com mais rudeza. Ela repete o não, sem sussurrar. Ele desespera e duplica o pedido rígido de amarrar a sua prostituta. Ela respira fundo e desvia o olhar dele. Durante um par de segundos, o tempo pára. Depois tudo quebra. Tudo cede. Tudo se desmorona. Ana exerce uma força superior nos braços e liberta-se das mãos de Mário. Solta um vigoroso Não e afasta-se do seu cliente.
21:40 - As regras do jogo pertencem à sua máscara nocturna. Não há espaço para condescendências. Não há lugar para atalhos desconhecidos. Ana sabe os riscos da sua profissão e faz questão de não fugir ao controle que caracteriza o seu desempenho. A noite entre cliente e acompanhante terminou. Ana está junto ao lavatório, diante do espelho. Olha para o reflexo da sua face e desaperta o avental excitante. Mário saiu alguns minutos depois da sua acompanhante se levantar do colo dele. Após um breve espaço de negociação, Ana salientou que não entrava em jogos sado-masoquistas, principalmente quando ela tem que desempenhar um papel submisso. Depois de algumas insistências, o ambiente criado desvaneceu. E Ana sentiu que a noite não podia continuar. Mário ameaçou que não pagava o serviço. Ana nem precisou de responder. Um simples pedido para sair foi suficiente. Mário não entendeu as regras do jogo. Certamente que lhe custou mais perder uma noite fantástica com Ana, do que o dinheiro que a jovem possa ter perdido. E mesmo que ela julgue controlar o processo todo, mesmo que ela ambicione uma noite sem problemas, o facto de o serviço não ter corrido da melhor forma não significa que Ana tenha perdido confiança. Pelo contrário. De corpo nu, sem sapatos, ela ergue a cabeça, fixa o seu olhar no espelho e liberta um enorme sorriso. Sozinha na sua casa, segura no seu espaço, feliz com as suas decisões, Ana inspira fundo e retoma a máscara que a torna, à sua maneira, mulher. Depois do banho revigorante, haverá tempo para uma noite relaxante. E tudo irá correr bem.

5 comentários:

Shelyak disse...

Adoro esta vida dupla da Ana... neste caso e mantendo habilmente o controlo, deixou-se ir sem ter acordado antes os termos do "contrato"... tudo tem o seu laod positivo, como neste caso: uma lição que aprendeu para casos futuros...
:)))

Anonimo do Algarve disse...

A cada post este blog está melhor e recomenda-se, como é bom ter um tempinho p ler estas historias k fazem mexer c o nosso libido.
Continua k estamos à espera de mais e ainda melhor.
Já se posso sugerir uma coisa, pq n juntar umas imagens a ilustar??

Bjs

Anónimo disse...

Ana vive um imaginário que ocupa muitas vezes a fantasia de homens e mulheres: ter alguém, somente para dar e ter prazer, sem nada mais a esperar.O cliente não ficou satisfeito. Ana não ficou satisfeits. Mas sorri. Ana sorri porque sabe e sente que ela detém o poder. Para quando Ana atenderá alguém num cenário exótico? Uma viagem? Algo fora do seu campo que a faz sentir segura e preparar cada momento envolto em rituais tão subtis como profissionais.
Ana deseja mais... e começa a sentir falta de algo diferente...

Cordialmente...

até...mais...

luafeiticeira disse...

Interessante que já tinha pensado que a máscara nocturna de Ana não poderia ser sempre um sucesso, que apesar de ser de luxo corria os riscos duma prostituta qualquer. Aqui, finalmente ela não tem um cliente excelente como em todos os outros posts, aqui descreve-se algo mais perto da realidade, sem perder o tom da criatividade habitual.
beijos

Magnolia disse...

ANONIMO DO ALGARVE, ainda bem que aguardas por mais e melhores supresas. É isso que move este blogue. Quanto ao facto de o blogue poder ter imagens a ilustrar, tal facto não se adivinha, pelo menos para já. Primeiro porque é dificil encontrar imagens certas que se possam encontrar para colar a algumas postagens. E mesmo que tal fosse possivel, poderia deturpar overdeiro objectivo do blogue. Muitas vezes, os blogues são visitados pelas imagens e o texto é deixado para segundo plano. É um direito de quem visita. Mas não é pretendido que as pessoas visitem o Edificio apenas pelo que vêem, mas sim pelo que lêem e imaginam. Dá mais trabalho, às vezes é aborrecido. Mas é essa uma premissa deste blogue. Ler pode ser cativante e é uma experiência diferente para fantasiar. Pelo menos tem sido. Imagens trariam um novo look ao blogue, complementariam, mas pelo menos para já, este pretende ser um espaço de leitura. Não podendo agradar a gregos e troianos, espera-se que continue a ser do agrado de quem nos visita, toda a leitura disponivel. E mais uma vez, agradeço-te a sugestão.
SHELYAK, a acompanhante não acorda termos do contrato. Dispõe as suas regras, sujeitando-se também aos imprevistos que dai decorrem. Mesmo que ela julgue que controla tudo. E esta não foi a primeira vez que ela teve esta lição.
FANTASMA DO EDIFICIO, a tua sugestão é lógica e naturalmente já aconteceu na vida de Ana e voltará a acontecer. E é verdade, ela deseja sempre mais....Agradeço-te os teus comentários. São efectivamente especiais e motivadores.
LUA FEITICEIRA, a profissão de Ana não é sempre um sucesso. E ela sabe disso, por mais que tente controlar. Agradeço-te as tuas visitas, os teus comentários e as tuas visitas :) beijinhos