sábado

Consegues resistir à chantagem?

Não é dificil de imaginar dois amigos sentados lado a lado no mesmo sofá. Não é uma situação caricata se a visita de uma das pessoas se prender com a ansiedade de mostrar um álbum de fotografias. Não parece estranho se o anfitrião se mostrar entusiasmado em ver as fotografias. E só quem conhece Rafael e a sua amante Cristina percebe que o pequeno molhe de fotografias reveladas, sobre a última exibição do filho da mulher com um cavalo, é apenas uma desculpa. Uma justificação para que o encontro entre ambos pareça fazer sentido. Mas no fundo, à medida que as fotos vão passando diante do olhar de Rafael, pela mão de Cristina, eles entendem a futilidade da acção que decorre. Sem rodeios. Apenas uma coisa importa.
- Fode-me.
A expressão inusitada de Cristina não deixa o instrutor de equitação atónito. Ele já esperava uma reacção semelhante. Rafael entende que a mulher o deseja e a única reacção que consegue esboçar é um soslaio do olhar e um sorriso presunçoso. A camisola verde azeitona apertada e decotada. O peito levantado pelo soutien. Os lábios a fervilhar. Os dedos a tremer. A fixação nas mãos do amante e não nas fotos do próprio filho. Nada em Cristina passa despercebido. Ela efectivamente deseja o homem. Rafael larga as fotos em cima do sofá, mas imediatamente elas espalham-se no chão. A mão dele segue com empenho para a face da mulher e o beijo intenso demonstra toda a fome que passa por eles. Ele gosta de sentir a pele hidratada da mulher. Consegue perceber o quanto a mulher quer aquele momento. Suga a lingua dela e deixa a sua mão imponente invadir-lhe o corpo. E quando o beijo é definitivo, Rafael sabe que controla a sua amante.
O sofá é pequeno para os dois adultos e as suas posições excêntricas. Cristina está deitada no sofá, com a cabeça apoiada no braço almofadado. É neste tecido que os cabelos da mulher se espalham. A sua garganta já ferve, de tanto gemido que os seus pulmões querem largar. Os seus ombros estão descobertos. Cingem movimentos intensos. O seu pescoço começa a suar. O soutien preto da mulher ainda está preso ao corpo. A alça esquerda está solta, a escorregar pelo braço. Um dos mamilos tenta sair. Sem cuecas, as pernas dela erguem-se. Os pés estão lá bem no alto. Os seus joelhos quase que alcançam o peito. Porque as suas coxas estão apoiadas no peito dele. As suas mãos agarram-se ao cabelo do homem. O seu sexo recebe as penetrações de Rafael. A foda é intensa. É um momento ansiado, mas banalizado com a rapidez com que os dois adultos se despiram e se colaram mutuamente. O anfitrião entra na rata da mulher com vigor, com fome, com penetrações impetuosas que a fazem gemer, que fazem inchar o sexo dele no intimo da mulher casada. O sofá treme. Os corpos explodem de tanto desejo. Cristina sente-se possuida. Sente o corpo do amante a cavalgar sobre o seu. A empurrar o seu corpo contra o braço do sofá. A abrir-lhe as pernas e deliciar a sua rata. Porque Cristina já tinha acordado assim. Com uma súbita vontade de ser comida por aquele sexo. É isso que a traz frequentemente ao 3º esquerdo. Rafael procura baixar-se para provar os seios da sua amante. Mas as pernas levantadas de Cristina obrigam-no a fazer força. Assim, ela puxa uma perna para cada lado e deixa-se levar. A boca dele chupa as mamas da mulher, trazendo o mamilo teso para fora. As mãos de Cristina escorregam pelas costas despidas do homem até alcançarem o rabo. Os dedos dela fincam-se nas nádegas e incitam-no a penetrá-la até ao fim. A foda é precipitada. Quer ser um momento erótico intenso e demorado, mas mediante a ansiedade dos intervenientes acaba por ser uma rapidinha. Rafael faz força com a palma dos pés e suporta a pressão dos dois corpos. Assim que o seu pénis rebenta dentro dela, Cristina vem-se. Ela é mulher saciada. A sua respiração procura controlar-se. Os seus gemidos são decadentes. E tudo nela anseia por um carinho que sabe que dificilmente receberá. Rafael acaba de se deliciar com os seios da mulher. Depois deixa as mãos dela envolverem o seu corpo e fixa o olhar de Cristina. Ela recupera o seu estado normal. Coloca um pé no chão e outro em cima do encosto do sofá. Olha para o amante com firmeza e gera uma espécie de distância.
- Posso-te pedir uma coisa?
- Diz...
- Não mandes a minha sobrinha à merda.
- O que é que eu fiz?
- Por favor, Neves....É só isso que eu te peço.
- Não me posso apaixonar por ela.
- E porque não? Ela é tudo aquilo que podias querer. Linda, sensual, louca na cama, boa companhia, não é burrinha...
- Ela é imatura!....
- E tu não o és?!
- ....Cristina......tu estás a forçar-me a ter uma relação com a Matilde?
- Não! Não é isso....Apenas acho que podias ceder e....
- O que é que tens a ganhar?
- Nada!...Por isso mesmo...
- O que tens a perder? Já sei....Estás com medo....
- Com medo?
- Tens medo que a Matilde possa contar a alguém os amantes que tens....
- Talvez....Talvez não.
- Quem diria....A pedra de gelo da Cristina tem medo de uma garota.
- Cala-te....Tu também tens medo dela.
- Não diria medo....
- Por favor, não a mandes à merda....
- Ela está à vontade...É verdade que a foda é muito boa.
- Sim, é das poucas coisas que fazes com dedicação....É apreciar fodas....
- Vai-te lixar....
- Vou....
Cristina procura desembaraçar-se do corpo do amante. Levanta a perna direita e retira o sexo do homem dentro de si. Senta-se no sofá e procura as suas peças de roupa. De uma forma fria, Cristina levanta-se e sai de casa. Mais uma vez, Rafael fica sozinho. Mas a cada orgasmo, precedido de um momento vazio, o instrutor sente uma monotonia de acções. Mesmo que a foda seja de facto extraordinária.

2 comentários:

luafeiticeira disse...

Rafael é a personagem de que gosto menos, é frio demais. A Cristina já tem um filho, já passou assim tanto tempo?
Beijos

Magnolia disse...

LUA FEITICEIRA, mais uma vez, tens razão. O Rafael é uma personagem fria. Talvez por isso, exista um caminho a ser revelado, existe algo que pode ser descongelado. A Cristina é apenas uma mulher aparentemente confiante que pretende sugar algo que lhe pode ser dado sem compromisso.