quarta-feira

Quando...deixará ela de conseguir resistir

17:23 - Helena fecha a porta do seu apartamento e sobe de elevador até ao terceiro andar. Envolta num robe azul, a mulher vem com o cabelo apanhado. Nas mãos tem as chaves de casa, uma revista e o telemóvel na mão, e nos pés uns chinelos a proteger-lhe os pés. Com um ar melancólico e fechada no seu mundo, ela dirige-se sozinha para o terraço do Edificio Magnolia. Dentro da casa do jacuzzi já estão os seus dois filhos e um amigo do rapaz mais velho. O telemóvel toca. Helena acaba de desmarcar um encontro com o seu cliente e amante, Alberto. Como mãe protectora e desconfiada das últimas acções do seu filho, a mulher prefere reservar o seu tempo na mais recente infra-estrutura do prédio e vigiar os passos dos seus herdeiros. Ao mesmo tempo, goza o privilégio do dia reservado ao 1º esquerdo de usufruir do jacuzzi.
17:31 - É o primeiro dia que Helena toma o verdadeiro gosto ao espaço pensado por ela. Mais do que um motivo de orgulho, olhar em redor para todo este lugar é um conforto. E hoje, ela pode sentir que o lugar naquela espreguiçadeira é verdadeiramente seu. Como se fosse o seu spa privado. Neste instante não parece assim tão privado. Dentro da piscina com água a borbulhar a uma temperatura ideal, estão os seus dois filhos, excitados por também eles poderem usufruir de um espaço tão luxuoso. Ainda para mais quando podem convidar amigos. Miguel estuda na faculdade com o filho mais velho de Helena. Guardam uma amizade modesta desde o Liceu e não é a primeira vez que ela o vê na sua casa, no seu espaço. Helena parece estar atenta a todos os movimentos. Lança o olhar na revista cheia de banalidades e procura encontrar o melhor momento para entrar no tanque. Miguel olha para trás e percebe que a mãe do seu amigo teme em se juntar a eles. O jovem, de estatura fisica imponente, faz força com os dois braços e completamente molhado sai do jacuzzi. Dirige-se até às espreguiçadeiras e pega na sua toalha. Limpa a cara e lança um olhar silencioso à mulher. Helena sente-se incomodada. Ver aquele jovem de calções era uma novidade para ela. Ver o seu ar descomprometido e à vontade fá-la sentir-se presa na cadeira. Ela pousa a revista e levanta-se. Retira o robe preto e apresenta o seu corpo apenas protegido por um bikini preto. Irreverente, no minimo. Sete passos até ao tanque. Sorri aos dois filhos e entra no jacuzzi. Miguel faz questão de salientar um sorriso misterioso.
17:35 - O filho mais novo também saiu do jacuzzi. Foi fazer companhia a Miguel na espreguiçadeira. Conversa sobre Playstation, futebol, motas, possivelmente miúdas. Enfim, os temas banais da adolescência, pensa Helena enquanto continua a vigiar o que acontece no espaço. Encostada à parede do tanque, ela olha para o seu filho mais velho, sem deixar de perceber o que se passa um pouco mais ao fundo. Helena está sentada. O seu corpo está quase dentro de água, estando o peito à tona da água. O biquini deixa transparecer o relevo dos mamilos. Demasiado irreverente. O seu filho, também ele dentro de água, olha para si. A mãe percebe que o rapaz não retira o olhar da sua postura e envia um sorriso.
- O que se passa? - pergunta a mãe.
- Nada....
- Ouve, desculpa se não te deixei trazer a Sandra, mas....
- Não faz mal...Ela de qualquer maneira também não podia...
- Não?!!
- Horas extra ou horas para dar à casa...sei lá....
- Estás chateado comigo?
- Não, mãe!
- De certeza?...Porque foi o pai que disse que falava contigo e eu não me quero meter nisso, mas sabes que....
- Falar o quê?!
- Uhm? O pai ainda não falou contigo?
- Não sei, acho que não....
Helena está confusa. Passaram alguns dias desde que Rodrigo prometeu à sua esposa que iria ter uma conversa de homem para homem com o filho mais velho. Tal não parece ter acontecido. Por falta de tempo ou por a oportunidade certa ainda não ter aparecido, iria jusitificar o seu marido. Trabalho a mais, imagina ela. É sempre essa a melhor desculpa. E o mais provável é ser essa a justificação para ele não aparecer a tempo de juntar a familia toda no novo espaço. Para Helena não faz diferença. Melhor oportunidade tem ela de falar a sério com o filho. Na mente dela, volta a surgir uma imagem repetida dezenas de vezes no seu imaginário. Dois adolescentes a terem relações sexuais ousadas na sua cama. Só a ideia de haver um adolescente a vir-se no sitio onde ela dorme faz-lhe alguma confusão. E é no momento que ela procura retirar este filme da mente, no instante em que ela sabe como iniciar a conversa com o filho mais velho, que o seu olhar se cruza com o de Miguel.
17:41 - Algo não bate certo. O amigo do seu filho ainda não retirou o olhar de si. Continua a falar com o seu outro rapaz, mas mesmo assim os olhos dele colam à sua face. E não pára. E incomoda. E prende-a. E ela nem sequer pestaneja. Porque algo a fixou ao jovem. Nem Helena consegue negar que Miguel é atraente. Tem um corpo bem formado. Demasiado bem encorpado para a idade. Ombros largos, pescoço firme, peito suave. Os calções justos às coxas salientam o rabo. Ela até tem medo de olhar. Mas é inegável que aquele rabo a está a pôr descontrolada. Mas ele é um jovem. Ele tem 19 anos. É um adolescente. Ainda deve pedir à mão que lhe conte histórias à noite. Helena está desorientada. A sua racionalidade pede-lhe que tire imediatamente o olhar do corpo do rapaz. Mas algo em si a aquece. E é uma coisa mais transcendente que as borbulhas que explodem à tona de água. O programa do jacuzzi está no modo de relaxamento. O jacto leve que lhe bate nas costas recorda a sensação de adormecimento. Todo o seu corpo aligeira, descontrai. Como se estivesse embalado. E o olhar de Miguel fixa a mulher que se encosta à parede. Os ombros dela retraiem-se. Os braços procuram discretamente encobrir o seu peito. Porque ela já percebeu. Miguel está a fixar as suas mamas. E ela acha que tal não pode estar a acontecer.
17:43 - Esconder os seios parece irrelevante. Mergulhar o corpo na água torna-se demasiado evidente. Fingir que não está atenta aos passos dele é inútil. Miguel come com os olhos cada pedaço do corpo de Helena. Descaradamente, mas em silêncio. Nem sequer os dois filhos da mulher realizam o que está acontecer. Mas ela sabe. Ela assiste. O seu corpo relaxado é aprisionado numa fantasia da qual a sua mente procura negar mas o seu corpo quer. E algo entra em curto circuito. Porque Helena sente-se devorada. Miguel já apreciou os contornos da face dela. As maçãs do rosto coradas, os lábios palpitantes, o pescoço húmido, os seios tesos por debaixo do tecido do biquini. Contra a sua vontade, aquilo está a excitá-la. A sua mente divaga. A sua mente perde-se. A sua mente desenha sonhos proibidos. Mesmo estando a olhar fixamente para o jovem, ela já não consegue distinguir a ficção da realidade. A sua boca está seca só de pensar nisto. A sua boca desvenda o toque dos lábios do jovem. Os seus lábios vibram com a lingua dele a entrar dentro da sua boca. Há um fervor no seu peito quando ela pressente as mãos dele a encherem-lhe as mamas rijas. Os seus dedos estão em formigueiro só de saber que podem baixar os calções do rapaz. A respiração dela começa a descontrolar-se. Os seus pulmões abrem-se. A sua garganta é vulnerável ao ar tépido. A boca não consegue cerrar. Porque enquanto fixa o olhar do amigo do seu filho, sentado na espreguiçadeira ao fundo com um sorriso, Helena apenas tem na sua mente a imagem do pénis inchado de Miguel na sua boca a latejar.
- Mãe!!!
Só pode ser a sua imaginação. Helena cerra as pernas e como que acorda de um sonho. Aquilo não está a acontecer. Diante de si está o seu filho, que não entende exactamente em que mundo é que a sua mão está. Tudo o que ele possa ter dito desde que ela se absorveu em pensamentos loucos, não chegou a entrar pelos ouvidos de Helena. A atenção de todos os ocupantes daquela sala ouviram a chamada de atenção do jovem. Inclusivamente Miguel, que mantém agora um sorriso presunçoso.
17:48 - Helena já conversou com o filho. Ou pelo menos tentou. Falar sobre Sandra e o que virtualmente aconteceu no quarto dos pais não parece adequado ao momento. Será mais fácil insistir junto de Rodrigo para que ele definitivamente faça ver ao filho que Sandra até pode ser uma jovem sensual, mas tem que haver limites. A mulher já saiu do tanque. Fê-lo no exacto momento que Miguel decidiu levantar-se da espreguiçadeira. E inequivocamente, ela está a evitar o rapaz. Ela dirige-se junto do seu filho mais novo e faz uma caricia maternal nos cabelos húmidos do rapaz. Vai buscar uma toalha e começa a limpar o corpo. Olha para a cabine do chuveiro, onde saberia bem experimentar um duche. Mas Miguel está demasiado próximo. Nitidamente, ela está confusa. O jovem parece querer afrontá-la. Sempre de olhos fixos em todo o corpo da mulher, ele aproxima-se das espreguiçadeiras. Helena já acordou. Ela tem que esquecer que aquilo está a acontecer. O amigo dos filhos está a comê-la com os olhos. Ou então é uma ideia devassa e escusada que a sua mente está a criar. Ela pega no robe e volta a vesti-lo. Miguel volta a sentar-se na cadeira. Por uns segundos, Helena olha para ele.
- Estás a divertir-te, Miguel?
- Imenso, dona Helena.
Ela respira fundo e levanta a cabeça, procurando fugir novamente com o seu olhar.
17:55 - A mulher rodeia o espaço. Como gestora do condominio, procura ver se o espaço se mantém em condições desde a inauguração. Diz ao seu flho mais velho para se portarem bem e dá-lhe um beijo fraterno na testa. Depois dirige-se vagarosamente para a porta. Mas a voz de Miguel que a chama, congela a sua postura. Ela aguarda uns segundos diante da porta e vê o rapaz, com mais um palmo que ela, a aproximar-se do seu corpo. Olhos nos olhos.
- Dona Helena...queria dizer-lhe....se quiser experimentar....eu não mordo.
17:58 - Helena desce as escadas apressadamente. Os seus piores receios confirmam-se. O jovem, aquele rapaz de dezanove anos, amigo dos seus filhos, um miúdo presunçoso que se julga dono do mundo, acabou de se atirar a ela, uma mulher madura, casada e mãe de filhos. Aquilo não pode mesmo estar a acontecer. O seu coração pula. Soube-lhe bem ouvir aquelas palavras de desejo. Palvras discretas, subliminares, mas que ela entendeu perfeitamente. Helena sabe que costuma ultrapassar todos os limites. Clientes que são amantes, vizinhos que a possuem em locais ousados, funcionários que extravazam a sua sede sexual em dose dupla, homens maduros que ela ambiciona e outros tantos segredos que a familia desconhece. Mas jamais ela concebeu a ideia de se envolver com um homem tão novo, tão imaturo, tão sedento de novas aventuras escaldantes.

6 comentários:

Anónimo disse...

Nunca mais vi Magnólia pelos meus lados ;-)

Regressaram?

Beijo doce e bom fim-de-semana

cheiodetesao disse...

Espero que o Miguel foda a Helena. Acho que ela ia gostar. (Fico à espera...)

Olá Magnolia, bom fim de semana..

Marta Teles disse...

Muito bom este blogue.
Tem chama, prazer e vida.
Parabéns, voltarei.

Shelyak disse...

Uffffffffffffffffffff....

luafeiticeira disse...

Pois, tem mais de 18 anos, corpo de Adónis e acrde de Helena é fraca. está óptimo, que mais se pode dizer...
beijos

Magnolia disse...

Sim, SUTRA. Regressou o prédio inteiro. Com novas surpresas e novas revelações.
CHEIO DE TESAO, provavelmente a Helena gostaria. Mas é uma tentação perigosa.
MARTA TELES, volta sempre. Gosto da junção de três elementos importantes.
SHELYAK, esse ufffff foi do que? :)
LUA FEITICEIRA, se imaginas um corpo de Adónis, tanto melhor. Mas é apenas um jovem :) beijinhos