quinta-feira

Rumo ao Sul

O Espaço Magnólia é especial. Tem uma maneira surreal de captar as pessoas e adaptar-se às variadas necessidades dos clientes. O estabelecimento transforma-se constantemente. À hora matinal não se respira o mesmo ambiente que ao final da tarde. Aqui dentro, as onze horas são completamente distintas das catorze. A atmosfera depois da hora de almoço é o oposto do que se vive depois da hora de jantar. Um dia de fim-de-semana não se compara a um dia de semana. Uma noite de jogo de futebol no Espaço Magnolia converte todo o lugar num recinto explosivo. Num ambiente cordial, entusiasta e de convivio, é certo. Mas as emoções estão sempre à flor da pele. Hoje é noite de jogo. Competições europeias, equipas portuguesas contra equipas estrangeiras, todos a torcer pelo mesmo, cerveja a rodos, imperial, minis, petiscos e a cabeça levantada. O jogo já começou há alguns minutos. Ouve-se o relato, ouvem-se comentários distintos de adeptos de diferente clubes, ouve-se o tilintar dos copos, das garrafas, dos pratos e da ansiedade que se vive. De pé, junto ao balcão. De pé, próximos do plasma que difunde a emissão. De pé, até da rua, para curiosos que não ousam conhecer este ambiente. Sentados, nos sofás, sozinhos ou acompanhados. Sentados nas cadeiras que se espalham pela área do estabelecimento. Sentados, numa mesa afastada. Afonso e Diogo estão com a atenção no jogo, na cerveja, mas também na conversa que iniciou antes do jogo.
- Então mas afinal....ainda não me disseste quem é ele. - diz Afonso.
- Ele quem? O Gustavo?
- Sim...fiquei a noite toda sem entender de onde é que vocês o conheciam.
- Nós dissemos...é nosso vizinho e compra ao mesmo fornecedor que eu.
- Vá lá....não me convences com isso...
Gustavo é o elemento que representa um passo adiante na relação entre os dois casais. Laura e Afonso. Sofia e Diogo. E muitas das trocas daí consequentes. Gustavo foi o convidado especial e inesperado na noite que os quatro adultos quiseram partilhar. Na noite passada, Laura, Sofia, Diogo e Afonso tinham marcado o ponto de encontro num restaurante distante, numa cidade a duzentos quilómetros de distância. Exagero? Um local para jantar pacato mas requintado. Boa comida e bebida à descrição. Vista para o mar e estalagem no andar superior. Mas ao contrário das expectativas de Laura e Afonso, o seu casal swinger predilecto não vinha sozinho. Traziam como companhia um homem na casa dos trinta e três anos, vestido de uma forma elegante, com um sorriso amistoso a todas as pessoas. Olhava para todos os pormenores e parecia decorá-los com o próprio olhar. Diogo e Sofia apresentaram-no como um amigo pessoal. Daí a estarem todos no mesmo rumo, não tardou muito. Gustavo iria subir para o quarto da estalagem como o quinto elemento no menage intenso preparado pelos dois casais.
- Diz-me, o Gustavo é o vosso terceiro elemento habitual?
- Não....O Gustavo é um ex-namorado da Sofia.
- Da Sofia?! Mas afinal....eles então já tinham tido relações?
- Não necessariamente. Digamos que ele foi o último namorado antes dela....Tu sabes....A Sofia tinha dezassete ou dezoito anos. Andavam na escola juntos e quando ela foi para a faculdade tornaram-se bons amigos. Há coisa de uns dois anos, ele voltou de Paris e pediu ajuda à Sofia para encontrar casa aqui na cidade.
- E nunca aconteceu mesmo nada?
- Ele tem os casos dele e sempre pareceu respeitar a nossa relação.
- Mas tens confiança nela...e nele?
- Não tenho confiança em ti?
Diogo deposita toda a confiança em Afonso. Mesmo que vejam um jogo de futebol do clube dos corações deles. Mesmo que partilhem em noites quentes e surreais as mesmas mulheres. Mesmo que tenham conversas frontais por entre cerveja e petiscos, os namorados de Sofia e Laura não se consideram camaradas inseparáveis. Não são os melhores amigos. Mas desde que se conheceram, desde a noite em que tudo se despoletou entre os quatro, que guardam uma enorme confiança um no outro. Amor é amor. Sexo é sexo. E não há a mínima mistura entre estes dois elementos. Um pacto tão forte como qualquer amizade de irmãos.
- O que fazia ele em Paris? - continua Afonso curioso.
- Fotógrafo...free-lancer, não tenho a certeza....
- O que o trouxe para Portugal outra vez?
- O namorado....
- Desculpa??
- Ele é bissexual.
- A sério?!....Ele é...Quer dizer que nós corríamos o risco de....
- Tecnicamente....Mas como te disse....e como viste, ele é de confiança.
Pela primeira vez, os dois casais decidiram avançar mais do que uma mera troca. Partilhar começava a tornar-se demasiado simples. Cada um num quarto diferente, procurando imaginar o que o parceiro faz, já não provoca o mesmo estimulo. Apesar de reservarem dois quartos, um deles não foi usado. A cama era enorme, o chuveiro também. Não obstante o facto de se conhecerem há algum tempo, de terem gerado empatias e de terem poucos segredos, levou algum tempo a quebrar o gelo. Ainda para mais, na presença de Gustavo. Ele pôs os quatro adultos à vontade. Despiu-se antes de todos os outros e sentou-se numa cadeira encostada à janela do quarto, próximo da cama. Laura sugeriu um banho rápido a Afonso. E enquanto eles se meteram debaixo do chuveiro, onde ele penetrou a namorada, Sofia foi despindo o seu namorado.
- E ele gostou da noite? - perguntou Afonso.
- Pediu para o avisarmos da próxima vez que repetirmos.
- Queres avisá-lo?
- Não sei....
- Então?
- Não sentiste que elas gostaram muito dele?
No quarto onde Sofia chupava Diogo, ouviam-se os gemidos do orgasmo de Laura. Gustavo estava entesado e assistia a tudo, como um perfeito espectador. Quando o casal que mora no 2º direito saiu da casa de banho, completamente nus, deparam-se com o momento que serviu de picador de gelo. Ajoelhada no chão, Sofia segura o sexo do seu namorado e do novo amante. O olhar da loira percepcionou a chegada do casal amante. Um silêncio instalou-se. Sofia chupava o sexo de Gustavo enquanto masturbava Diogo. De olhos abertos, de atenção presa em Afonso. A noite era surreal. E domar três pénis entesados ao mesmo tempo é algo de transcendente. Até para Laura que assistiu a tudo aquilo com uma tesão poucas vezes sentida.
- Bem, a mim excitou-me... - diz Afonso.
- O quê?
- Ver elas a chuparem-no...
- Tendo em conta as circunstâncias....
Gustavo foi o último a vir-se. Nem a boca, nem a mão de Sofia sozinha foram suficientes para levar o convidado à loucura. Só depois de Laura decidir ser desafiada a tentar, é que as duas mulheres em conjunto se deliciaram com a explosão de prazer do seu amante. Ao mesmo tempo, Diogo penetrou na rata da amiga da sua namorada. No mesmo instante, Afonso fodia o rabo da loira.
- Ainda assim, deu-me a sensação de as ver completamente loucas de serem comidas por ele. - desabafa Diogo.
- Achas?
- Viste como a Sofia aceitou logo ir para debaixo dele?
Já depois do broche a duas bocas. Um pouco depois de os dois homens se apoderarem das suas amantes e expandirem o prazer delas. No exacto momento em que Afonso se preparava para se vir nas nádegas de Sofia, ele pede a Diogo se podia entregar a sua namorada a Gustavo. Ele aceitou e o homem bissexual recebeu a mulher loira. Penetrou-a, agora na rata e levou a excitação dela até final. Enquanto Afonso libertou o seu sémen para o peito da namorada, Sofia gritava com a foda que Gustavo lhe dava. Para a namorada de Diogo, era como se o melhor amigo a fodesse pela primeira vez. Como se ela tivesse dezoito anos.
- Desculpa....eu sei que fui eu que sugeri.
- E o estranho é que foi isso que me deu tesão para toda a noite. Vê-la assim, exposta a um homem que nunca a tinha comido, mas já tinha sido dela.
- Também tive uma sensação parecida.
- Quando?
Quando Laura era uma mulher para dois homens. No momento em que ela se sentava no colo de Gustavo e cavalgava sobre ele. A namorada de Afonso soltava gemidos abafados com o pénis de Diogo na sua boca. E o olhar dela prendia-se na foda que Sofia proporcionava ao namorado da sua amiga. Afonso estava sentado no fundo da cama e recebia os saltos da loira, de costas para si. E Sofia saltava que nem uma louca. As nádegas dela tremiam ao bater nas suas coxas. As mamas dela pulavam e os olhos dela cerravam com força. Sofia pedia sempre mais. Afonso gemia, mas o seu olhar compenetrava-se na possessão do corpo da sua namorada. Sem qualquer tipo de receio, Gustavo recebeu os pingos de esporra de Diogo quando ele se veio na boca de Laura. O convidado abraçou-se à mulher, saboreou as mamas dela e fincou os dedos no rabo feminino. Suficientemente, distante de toda a paixão surreal que se desenvolvia entre os dois casais. Efectivamente, ele sabia o lugar que ocupava.
- Nunca te perguntei, Afonso...
- O quê?
- Gostas de a comer?
- Sinceramente?
- Dizer que adoro retirar o lado perverso da Laura quando ela me chupa, é ser sincero...Portanto também gostava que o fosses comigo.
- Quando a Sofia geme, quando ela se perde num mundo só dela, quando ela se vem e liberta uma enorme carga sexual, sinto que podia deixá-la assim até ela não querer mais. Comê-la até faltarem as forças.... Sim, gosto.
É esse o segredo dos dois casais. É isso que os faz sentir que têm poder sobre a pessoa que amam. Os amantes retiram algo muito intenso da partilha. Mas eles sabem que saboreiam um prazer bem mais forte, mais divino, mais intimo, mais estonteante do que o amante tentará fazer. Pelo simples facto de que conhecem demasiado bem a pessoa que aceitaram amar.
- E então?....Queres avisar o Gustavo na próxima vez?
- Não, da próxima vez quero algo diferente.
- Percebo-te.
Os dois homens deram um gole na cerveja que já terminava. O fim da primeira parte estava prestes a chegar. Na mente deles estava o jogo de futebol, mas com o aborrecido desenrolar do encontro, ambos se recordavam do momento em que a noite cessou. Em que o cansaço se apoderou dos cinco adultos. E apesar dos dois casais se terem rendido a exigência da noite, Gustavo ainda se aguentou. Nu, foi à varanda fumar um cigarro.Era impossivel para ele não deixar de ver a imagem dos quatro amantes deitados na mesma cama. O homem tinha a sensação de que proporcionou realmente algo diferente a Afonso, Sofia, Laura e Diogo.
- Goooooloooo!....
Mesmo em cima do fim da primeira parte, a equipa portuguesa introduz a bola dentro das redes, para alivio dos muitos clientes do Espaço Magnolia.

7 comentários:

Cristina Paulo disse...

tenho andado atolada em trabalho, mas passei por cá para imprimir os ultimos posts (16 páginas lol!!) que é para ir lendo aqui e ali conforme o tempo permite, e deixar um beijo docinho a todos os inquilinos. Bom fim de semana!!

luafeiticeira disse...

É mesmo goooolo, apesar de eu não gostar de futebol. Tinhas estado taõ soft, mas agora esmeraste-te em sensualidade, em sensualidade não, desta vez foi mesmo em sexo duro e cru.
beijos quentes

inv3rs0 disse...

é a minha primeira vez na zona...toquei a esta campainha e a porta abriu-se.

Entrei...


...voltarei a entrar.Pq estes nomes não são escolhidos ao acaso.

PS: Que nomes??

Anónimo disse...

Desculpem, entrei sem bater...Posso voltar? Fiquei...fascinada.

João disse...

Olá.
Adorei o teu blog e foi uma agradavel surpresa te-lo descoberto.
Preciso de encontrar uma mulher assim como tu desinibida...
Beijinhos e passa pelo meu e deixa la a tua marquita também

Magnolia disse...

SIALA AP MAEVE, nem daqui dá para ter a percepção de quantas páginas são. Muitas devem ser. Mas é sempre lisongeante saber que imprimes o Edificio :)
Agradeço as tuas visitas....Volta conforme o tempo te traga aqui.
LUA FEITICEIRA, grande golo! As histórias soft também têm uma pretensão. Apanhar desprevenidos os visitantes para histórias mais fortes. beijinhos
..................., as outras campainhas também estão disponiveis. Todas as portas se abrem à imaginação de quem quer espreitar. Espero que voltes mais vezes.E realmente.....que nomes?
LUNA, entrar sem bater é a melhor forma de apanhar os inquilinos em flagrante. Volta quando quiseres, fascina-te a qualquer instante.
JOÃO, nunca se disse que quem escreve tem tanta desinibição como algumas personagens do Edificio. Mas quem sabe até podes encontrar a tua inquilina de sonho :)Surpreende e volta a descobrir.

Shelyak disse...

Hummmm..getting better all the time...
:))