sábado

Limite de tempo

Correm-se riscos. Joga-se com compromissos. Rodeiam-se obstáculos. Chega-se a um limite. Tudo para poder obter um prazer carnal diferente. Até que ponto compensa cruzar essa linha ténue? Até onde pode chegar esse limite? A margem do risco é uma corrida contra o espaço, contra o tempo e contra toda a ordem racional daquilo que se constrói quotidianamente. Se é aliciante dançar nessa linha é porque se quebram todas as regras e atinge-se uma adrenalina suprema, de outra forma impossivel de obter.
Helena olha para o relógio. Faz um cálculo mental entre a hora actual e o limite que definiu para si própria e estabelece o tempo que tem disponivel. Entra com o carro pela garagem e estaciona-o. O lugar do passageiro está ocupado pelo amante. O amante predilecto. O amante que preenche as suas necessidades sexuais mais insólitas. Alberto é um dos melhores clientes da empresa que Helena gere em conjunto com o seu marido. Alberto já está na casa dos cinquenta anos e sabe exactamente o que quer da vida. Alberto tem consciência das suas capacidades na arte de bem seduzir. Ele sabe exactamente como colocar uma mulher madura e casada, como Helena, louca por si. E tudo o que recebe é um imenso prazer. Esta não é a primeira vez que Alberto visita o primeiro esquerdo do Edificio Magnolia. Uma mão não chega para contar as vezes que ele se deleitou com o lar de Helena. A sua predilecção é ver a mulher cozinhar. Excita-o, incita-o a entregar-se a ela. E o beijo secreto e cremoso que eles trocam no lugar de estacionamento do carro dela é apenas o primeiro momento sensual.
Rodrigo está ao balcão do Espaço Magnolia. Degusta o seu café enquanto fixa o olhar na funcionária do estabelecimento. Clarisse ocupa-se da limpeza da loiça enquanto o seu colega atende os clientes que enchem o café. Ela percebe que está a ser vigiada. Sente-se lisonjeada pelos olhares do homem que sempre a desejou. E enquanto ela vagueia do outro lado do balcão, gera-se uma comunicação silenciosa entre os dois. É apenas uma questão de tempo até eles entenderem o que querem, como querem e onde o querem.
A cozinha do 1º esquerdo é um espaço afável. Aberto, luminoso, muito devido à enorme janela que dá para as traseiras do edificio. Helena entrega-se aos braços do amante. As mãos dele envolvem a parte superior do seu rabo, com tendência a deslizar para baixo. As mãos dela seguram-se uma à outra, junto à nuca dele. Helena esboça um enorme sorriso. Apaixonada, enfeitiçada, sedenta. Os lábios carnudos dela transparecem todo o desejo que ela quer entregar ao homem. Alberto olha para ela fixamente, encantadoramente. Empurra-a vagarosamente até ao balcão, ao mesmo tempo que lhe despe a camisola verde alface. Sem soutien, sem nada que pudesse adiar a descoberta dos seus seios quentes e húmidos. Ao fim de um dia de trabalho, o peito de Helena encarna cansaço e intensidade. Um beijo perfumado é novamente trocado. Ele apalpa as nádegas dela, empurrando a cintura dela contra o seu sexo inchado. As mãos de Helena querem escorregar pelo corpo dele até chegar à cintura. Calmamente, desaperta o cinto, o botão, o fecho. Ele morde o lábio inferior dela e ao deixar as calças cair até aos tornozelos, adivinha o que a amante pretende.
Rodrigo invade a cozinha do Espaço. Pela mão da jovem funcionária, eles estão por detrás da pronta a beijarem-se. Clarisse pensa ter tudo controlado. Combinou com Vasco que na próxima hora ela ficará responsável pela cozinha e ele procurará atender todos os clientes. Clarisse tem tudo controlado. Trouxe o seu amante para um espaço mais reservado do seu local de trabalho e procura os beijos dele. Rodrigo troca a lingua juntamente com ela. Sente-se a respiração intensa dela. Sente-se o peito dela inchado e entesado. Ele puxa as alças do avental de trabalho da jovem e descobre parte do peito dela. As mamas de Clarisse apenas têm a cobrir um top preto, daqueles que se tenta segurar ao relevo mamário. Junto ao lava-loiça de serviço, Rodrigo já deitou os seios dela para fora. Ao mesmo tempo que se baixa para saborear os grandes mamilos da jovem, ele coloca a mão esquerda por dentro das calças de Clarisse. Os seus dedos escorregam por entre a pele suave dela até alcançarem os lábios vaginais húmidos. Ela já não o consegue esconder. Clarisse derrete-se de desejo.
Alberto está de pé, com uma mão apoiada no balcão da cozinha e com a outra a acariciar os cabelos da sua amante. Helena está ajoelhada no chão da sua própria cozinha. Tem o sexo dele na sua boca e faz questão de o saborear vagarosamente. Os seus lábios carnudos percorrem todo o pénis. Deixam um ténue rasto de saliva. E mesmo provando cada pedaço dele de uma forma dedicada e lenta, Helena sabe que tem que ser célere. O tempo está contado ao minuto e ela não pode dar-se ao risco de uma eventual surpresa. As suas mãos finas seguram as bolas do homem e a sua lingua excita ao máximo a ponta do sexo masculino. Alberto gosta. Aproveita cada movimento da boca dela, cada sensação saborosa que lhe percorre o corpo, desde o seu sexo. Geme vagarosamente, mesmo sabendo que o broche o está a pôr louco. Helena deixa escapar alguns sons de satisfação. Ela conhece o que chupa. Já o provou e sabe na perfeição os pontos sensiveis do seu brinquedo carnal. Na cozinha de uma familia virtualmente perfeita, a ousadia enche o espaço, sem qualquer contemplação, sem qualquer remorso.
Ainda que sozinhos na enorme cozinha do café, o casal de amantes sabe o risco que corre. Continuar qualquer tipo de envolvimento sexual é brincar com o fogo. Até porque a qualquer momento, o colega de Clarisse pode estranhar a ausência dela junto ao balcão e irromper pela cozinha. Rodrigo também tem isso em mente e já fez questão de levar a jovem excitada para a dispensa num dos cantos do espaço. Fechou-se a porta e os dois adultos estão agora fechados num espaço exíguo. Ela já não tens as calças. Estão penduradas numa das prateleiras da dispensa. Rodrigo está ajoelhado no chão. Acaricia com a mão esquerda por entre as pernas dela, por cima das cuecas brancas. Segura com a mão direita a coxa dela, por baixo e levanta-a. Desvia o tecido e descobre a rata molhada da jovem. Rodrigo não hesita em colar os seus lábios aos lábios vaginais da amante. Ele não perde tempo e insere a lingua no intimo de Clarisse. Ela procura não gemer. Pelo menos tenta não largar gemidos que se ouçam para além daquele espaço apertado. Mas liberta o seu gozo. Coloca uma mão na caixa que está ao lado de si, mesmo próxima da arca onde ela pousa o rabo fofo. Rodrigo lambe a amante com devoção, mas com alguma celeridade. Com a mão esquerda, abre um pouco mais a perna, de forma a conseguir penetrar com a lingua mais profundamente. O sitio não é o mais apropriado, no entanto carrega-se de uma excentricidade que estimula a excitação deles até aos píncaros. Não levará muito tempo até Clarisse sentir a sua rata explodir de prazer.
Helena já segura com as duas mãos o sexo do amante. O pedaço de carne está excitado, está tenso e procura libertar-se. A mulher percepciona esse detalhe e retira a picha da boca. Coloca-a junto ao seu peito e faz escorregar a ponta na sua pele suave. Alberto não suporta mais tamanha excitação. Sabendo que o tempo escasseia, liberta-se para o peito da amante. O liquido prazeirento do homem desliza pelos seios de Helena. Contorna-os e faz um trajecto no vale por entre as mamas. Depois de assistir a momento tão intenso, ela levanta a cabeça e sorri para o seu cliente. No calor da excitação, ela derrete o objecto do seu desejo no peito aberto ao prazer.
Clarisse trinca o seu próprio lábio. Tem os dedos do pé esquerdo fincado no chão e segura-se com força à caixa que a mantém de pé. Vem-se. Os seus pulmões expandem-se e tornam as suas mamas vigorosas. A boca de Rodrigo enlouquece-a. Deixa-a fora de si e é preciso uma grande dose de comedimento para não ser libertado um enorme grito de loucura. Rodrigo está excitado. Provar a rata da jovem deixa-o ainda mais estimulado. O tempo urge e há que libertar tamanha fome.
Junto à enorme janela da cozinha do apartamento, Helena está nua. Olha para o exterior, onde o sol se vai pondo, onde as traseiras da rua do Edificio Magnolia se retratam vazias. É para esse vazio que Helena olha quando sente as mãos do seu amante amante lhe invadirem as ancas. Quando sente o sexo teso dele roçar por entre as suas nádegas. Quando sente um vigor carnudo cingir uma força por entre as suas pernas. Alberto penetra-a vagarosamente. Mas o factor tempo é sempre tido em conta. Por isso, não demora até Helena sentir o sexo dele completamente dentro da sua rata. Na cozinha predilecta do homem, ele envolve a mulher numa acção carnal perigosa. Dali, muitos vizinhos de outras ruas poderão assistir à cópula. Dali, é possivel ver os seios de Helena com os bicos rijos. Dali é possivel vê-la a cerrar brevemente os olhos de cada vez que o amante a penetra profundamente. Não é possivel ouvir os seus gemidos, nem cheirar o suor que o seu pescoço liberta, de tão intensa que é a paixão. Mas é possivel sentir tudo isto. Porque a mulher transparece uma larga sensação de prazer. Vibra com a forma como Alberto a segura, lhe acaricia as ancas, sobe suavemente pelo seu corpo, lhe apalpa as mamas exaustivamente, desliza pelo seu pescoço húmido, lhe põe um dedo na boca, do qual ela chupa com os lábios inchados. O amante de Helena fode-a e mima todo o seu corpo. Por maior que o sonho seja, ela tem que manter os olhos abertos, a mente racional e estar atenta ao relógio.
Ela está encostada contra a arca. O seu rabo continua a apoiar-se, de forma a elevar o corpo à altura do sexo do amante. Rodrigo já está de pé. Volta a saborear as enormes mamas de Clarisse. Porque elas são intensas. São surreais. Porque elas são um estimulo a qualquer mente masculina. Ele come os seios e segura-os com as mãos completamente abertas. Afasta os dois seios e coloca a boca no vale. Clarisse adora. Tudo isto a estimula. A sensação da rata a arder. A adrenalina do tempo que corre. O calor de um espaço tão pequeno. Rodrigo tem as calças pelos tornozelos. Volta a segurar a coxa direita dela, abre-a e com o seu pénis completamente ao rubro, explora o intimo da jovem amante. Clarisse tem as duas mãos agarradas aos cabelos da nuca dele. Procura beijá-lo. Procura comê-lo. Procura saborear instantaneamente cada pedaço da sua paixão resgatada. O homem penetra em si e faz questão de demonstrar o quão inchado e esfomeado ele está. Os gemidos dela são abafados. Ela tenta mostrar só para ele o quanto a está a satisfazer cada uma das penetrações. E Rodrigo ouve. Cada grito fino que se liberta da garganta da jovem vai ecoar directamente no ouvido dele. As mamas dela espalham-se por todo o peito do homem, pedindo que a aperte, que demonstre o quanto ele a deseja. E Rodrigo quer. Precisa de foder a jovem o quanto antes. Precisa de transportar para um patamar ainda mais elevado toda a loucura que brinca na alma de Clarisse e percorre todo o corpo feminino. E Rodrigo beija-a. Engole a boca dela. Prova a sua lingua e delicia-se com a pele suave dela, até chegar ao seu pescoço. Clarisse já deixou de estar ali. Perdeu-se num sonho apertado mas amplamente prazeirento. E Rodrigo fode. Rasga de prazer o intimo molhado da amante. Desfaz a postura serena e racional da funcionária do Espaço. Todo o corpo de Clarisse sucumbe às constantes penetrações exercidas por uma picha que se quer saciar. E Rodrigo cheira. Pressente que o tempo se esgota. Percepciona a estimulação de ambos os corpos a chegar a um limite. Essencialmente o seu. As penetrações são dadas com mais imponência, com mais vigor, de uma forma mais seca, mas mais profunda. Ele olha afincadamente para a rapariga e depois beija-a com força. Para que ambos possam libertar um orgasmo mútuo. Aquele que tem que se esconder. Aquele que ninguém pode ouvir. Aquele que mais ninguém pode sentir. A não ser eles mesmos. E quando Clarisse e Rodrigo se preparam para evadir por completo do mundo real, há uma voz que é solta da cozinha. Clarisse abre os olhos assustada e segura-se ao corpo do amante. Do outro lado, junto à porta entre a cozinha e o interior do estabelecimento, Vasco chama pela sua colega. Atrapalhada, ela procura agora libertar-se do corpo de Rodrigo. Pede-lhe que se vista enquanto ela própria procura ajeitar as suas roupas. Pede-lhe que se despache, ao mesmo tempo que ela procura pensar numa solução. Vasco volta a chamar e ela responde. Clarisse pede a Rodrigo que se mantenha na dispensa até ela conseguir tirar Vasco da cozinha. Clarisse pede ao amante que nesse momento, ele saia pela porta das traseiras. Ele ouve e procura perceber para depois obedecer. Ela veste-se e ajeita-se, para sair com toda a fé da exígua arrecadação.
Helena adora. O seu prazer explica-se na forma como ela se apoia no vidro da janela e geme desenfreadamente. Na verdade, o sexo de Alberto faz maravilhas no interior da sua rata. Alcança os pontos pródigos. Aqueles que a levam às nuvens. E efectivamente, Helena está prestes a vir-se. A obter o seu prazer, algum tempo depois de já ter experimentado o gozo do seu cliente. Ela vem-se. Ela geme. Ela grita. Helena é penetrada por trás, de pé, no local onde daqui a poucos minutos o seu marido esperará pelo jantar, juntamente com os seus dois filhos. E enquanto a sua respiração se descontrola, ela vagueia com o olhar. Olha para várias janelas em redor. Olha para o tecto da sua própria cozinha. Olha para a entrada da garagem, onde entrou ainda há pouco. Olha para as traseiras do edificio, onde junto a um aglomerado de caixotes pertencentes ao Espaço Magnolia, vê o seu marido a caminhar em direcção à porta de acesso ao Edificio.
O tempo esgotou-se. Alcançou-se o limite e o risco é máximo. Após libertar um último grito intenso, Helena sai da frente do seu amante. Liberta-se do seu corpo. Pula de ansiedade. Ela só precisa de entoar um vez baixinho o nome dele, para que Alberto perceba exactamente o que se passa. Imediatamente, ele levanta as calças e procura sair apressadamente daquela casa.
O 1º esquerdo está como sempre esteve. O pôr do sol quase que se sente, mesmo no interior da casa. A calma impera num espaço tão tranquilo. Ouve-se a porta de entrada do apartamento a abrir e depois a fechar. Rodrigo vai entrando, percebe que algumas luzes já estão ligadas e procura alguma presença. Alguns segundos depois, Helena sai da casa de banho, nua. Tem apenas uma toalha junto ao pescoço, onde ela limpa a pele. O ar ansioso e nervoso dos dois é visivel. O limite é este e nenhum deles sabe exactamente como o ultrapassar. Um olhar impávido é trocado entre marido e mulher. Ela olha para o ar desconsolado dele. Ele percorre com o olhar de alto a baixo a nudez dela. E sem perceberem bem o que pretendem, sem saber o alcance do que estão a dizer, sem procurarem pensar o que pode ter ocorrido com a sua cara metade. Sem um pingo de racionalidade, eles falam. E no resto dessa noite, muita coisa pode acontecer.
- Porque é que entraste pelas traseiras? - pergunta Helena.
- O que estás a fazer nua a esta hora? - pergunta Rodrigo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Aos condominos do Mqagnólia.
A adrenalina foi ao máximo.A descrição foi bem feita coordenando os times de maneira sutil e regrada. Os acontecimentos aconteceram de modo racional e explosivo. A tensão ficou guardada para um dia quem sabe, haver o desenlace. As máscaras vão finalmente cair. Os segredos serão desvendados. Será o inicio do fim de uma familia. Quem viver verá
beijos molhados para as mulheres e abraços para os homens
Julio135

luafeiticeira disse...

Espectacular a forma como capatas as imagens ora duma câmara, ora de outra e nos deixas em suspense. Isto já não vai ser um livro, mas um filme.
beijos

Shelyak disse...

Aiiii tanto que vou gostando das histórias da Helena e Rodrigo... cada vez mais...
Aproxima-se o grande momento, sente-se...:)