segunda-feira

Momento ansiado

Aquele palpitar de coração. A respiração mais ofegante. As mãos que tremem. Os pés que teimam em não caminhar da forma certa. Paulo alcança o Edificio Magnolia e olha de soslaio para a primeira janela do lado direito. Ao chegar à porta de entrada tem as campainhas do lado esquerdo e as caixas de correio do lado direito. Mantém o olhar nervoso durante cerca de dez segundos numa das campainhas. A sua mão ergue ligeiramente. No entanto, em vez de alcançar o botão, abre a sua mala de carteiro. Retira uma mão cheia de envelopes e vai olhando pormenorizadamente para o espaço do destinatário. Coloca quatro cartas nas caixas do terceiro andar, fica confuso em colocar o envelope maior na caixa esquerda ou direita do segundo andar, mas toma a decisão acertada. A caixa no canto inferior esquerdo não tem correspondência para introduzir e ele segura na mão a carta que lhe resta. Transporta-a a medo para a caixa do 1º direito e segura-a. Volta a olhar para a campainha correspondente a este apartamento e respira fundo. Num gesto seco, empurra a carta para o fundo da caixa de correio. O seu coração volta a palpitar com força. Paulo olha agora para a caixa e percebe que o seu trabalho está feito naquele prédio. Continua com o olhar preso na caixa do canto inferior direito. A sua respiração está ofegante. A ansiedade que aquele apartamento gera ao carteiro é intensa. Ele estica a mão direita e sem querer pensar mais no assunto cola o dedo ao botão da campainha. Ela provavelmente nem está em casa, pensa ele. Paulo pressiona o botão, ouve-se um som abafado e no segundo seguinte a porta de entrada é aberta. Ele não esconde o ar de estupefacção. Larga o botão e entra no Edificio Magnolia.
Ao subir os dois últimos degraus, Paulo olha para a porta do primeiro andar do lado direito. Está entre aberta. Lentamente, ele chega-se junto à entrada. Coloca a mão na porta de madeira e empurra a medo, mas com ansiedade. Ao abrir toda a porta, consegue avistar Maria José, a inquilina do apartamento que tanto faz tremer o carteiro.
- Olá, Paulo...Bons olhos te vejam...
- Ah, pois...Olá....Maria José...
A mulher está de pé, junto à janela da sala. Tem os braços cruzados e lança um sorriso ao jovem. Não esconde que esperava por ele. Já estava a vê-lo da janela, abriu-lhe a porta imediatamente e aguarda por ele, ao fundo.
- Há cartas para mim?
- Uhm...Não...Sim, há...
- É o quê?
- Uma carta de uma seguradora...
- Ah, deve ser a confirmação...Deixa ver. Onde está?
- Deixei-a...lá em baixo...Pus na caixa e....
- Porque não fechas a porta e entras?...
Paulo entra timidamente na casa. Como se fosse a primeira vez. Mas aquela casa tem um pedaço de si. De uma forma transcendente, mas o homem conhece melhor o ar que respira ali do que a própria inquilina actual. Entrar pela casa adentro, para ele, é um processo natural. Aproximar-se de Maria José é que o assusta mais. Ela veste um pijama lilás que recebe a luz natural e ensopa no tecido macio e possivelmente confortável. Paulo guarda dois passos de distância da mulher.
- Fizeste uma promessa, Paulo.
- Eu?!
- Prometeste que virias entregar-me em mão as minhas cartas.
- Ah...não...há muitas vezes que venho cedo demais e...outras vezes não tem e....
- Não fujas ao assunto...Estás com medo de mim?
- É que...tenho tido umas coisas e....
Ele baixa o olhar, como um garoto assustado. No entanto, ao mesmo tempo, repara na postura da mulher. A sensualidade que ela transmite é fascinante. Sem qualquer roupa interior por baixo do pijama, os mamilos da mulher estão salientes. E isso nunca foge à atenção do carteiro.
- Não me mintas...Anseio por ti. Sabes disso?
- Uhm?!
- Beija-me....Por favor, beija-me Paulo.
Ele dá dois passos em frente e recebe as mãos dela na sua face. As bocas colam-se e eles beijam-se. A boca molhada dela desesperava por sentir os lábios do jovem. Ele recorda novamente o prazer de provar a lingua dela.
- A tua carta está lá em baixo na caixa e...
- Eu quero lá saber das cartas que me trazes ou não. Eu ando à espera que me voltes a comer...
As mãos de Maria José percorrem o peito do carteiro, por cima da farda profissional dele. Com o passo trocado, os dois adultos alcançam o quarto de Maria José. Ela senta-se ao fundo da cama e levanta o olhar em direcção ao semblante assustado do jovem.
- Não me queres comer? Eu posso parar, se quiseres...
- Não...Não, não é isso....Eu quero, Maria José...Quero-te loucamente...
Paulo engole em seco. A respiração dele intensifica-se. A mulher tem a face diante da cintura dele. Ela abre as calças e retira a camisola do pijama de algodão. Os seus seios estão quentes. Ele delira com tal visão. Desde o primeiro momento que a viu, ele fascina-se com a forma singela como as mamas de Maria José descaem. Para ele, a recordação que ele leva quando sai daquela casa é o sorriso que brilha no olhar da mulher e os seus seios. Ela deita-se na sua cama e estica os braços. Olha para ele com desejo, com paixão, com anseio, pedindo-lhe um beijo, um toque, uma lambidela, um gesto que demonstre o quanto ele a quer. Paulo ajoelha-se e coloca as mãos sobre as coxas dela. Desliza os dedos até lhe tocar na barriga morna. Puxa as calças do pijama dela para baixo e arranca-lhe um suave gemido. Lentamente, Maria José fica nua aos olhos do seu amante. E quando o último pedaço de tecido roça nas unhas do pés dela, as pernas da mulher abrem-se. Os calcanhares seguram-se na ponta da cama e o seu intimo é revelado bem perto do olhar do jovem. Paulo desliza os dedos pelos joelhos, desce pelas canelas e apalpa com ternura os pés. Volta a subir e acaricia a parte interior das coxas até tocar nas virilhas.
- Não consigo espera mais, Paulo...por favor!
Ele ouve a respiração intensa da mulher e aproxima-se do seu sexo. E enquanto fixa o olhar nos mamilos rosados e rijos de Maria José, tira a lingua para fora e lambe os lábios vaginais. Maria José liberta um novo gemido. Desta vez mais intenso. Ele não tira o olhar dos seios dela. Por entre o vale do peito, descobre-se o queixo tenso da mulher. E ele volta a passar a lingua. Os dedos dos pés dela esticam. De cada vez que a lingua dele percorre a rata, penetra um pouco mais, abre os lábios, desvenda o clitóris húmido. E ela geme, como uma mulher rendida. Paulo lambe o sexo da amante como se tivesse junto à sua boca um sorvete. Baunilha. É um sabor semelhante a baunilha que deve ser extraido da rata molhada dela. A mão da mulher acaricia um dos seios. Ele distrai-se, pára de lamber e fixa o olhar nos dedos carinhosos dela. Mas Maria José já está compenetrada no minete. O seu corpo entrou num carrossel de desejo e não tenciona parar. A outra mão dela empurra de novo a cabeça dele contra a sua rata e desta vez obriga o jovem a lambê-la.
- Porque paras agora?...Ohhh..estás louco? Não pares!...
Ele fecha os olhos e chupa o clitóris. Maria José está completamente entregue à boca dele. Paulo segura o pequeno fruto da paixão da professora e lambe-o. Um turbilhão de sentimentos rodopia no seu interior. Maria José vem-se e procura controlar o seu corpo deitado na cama. A boca dele está enterrada naquela carne erógena e sente os lábios a vibrarem. Tudo na rata dela lateja. Os gemidos dela dão lugar a pequenos gritos quelibertam a ansiedade do seu corpo. A respiração dela procura controlar-se mas ela só expira a saciedade que o minete lhe provocou. As pernas dela apertam a cabeça dele pelas orelhas. E quando o carteiro pressente que a amante aligeira o seu gozo, ele levanta a cabeça. Guarda o sabor a baunilha nos seus lábios e senta-se também ele na cama. Maria José procura recuperar. A sua manhã não pode parecer mais perfeita. Respira fundo e percebe que o jovem olha para o seu peito. O movimento da sua respiração torna-se intensamente excitante. Ela levanta-se, com um sorriso na face. Olha para ele, passa a mão pela cara dele e dá-lhe um beijo terno.
- És fantástico, Paulo....Era isto que eu ansiava...Era isto que eu esperava que já me tivesses entregue...Mas...eu estava à espera que...o que se passa contigo?
Maria José levanta-se da cama. O seu corpo nu está em bicos dos pés e imediatamente ela vê o reflexo da sua postura no espelho da cómoda. Mas ao mesmo tempo, percebe que Paulo mantém um ar sinistro. Sentado na cama, ela baixa o olhar. Ela gira o seu corpo sobre si e olha para ele.
- Paulo?...O que se passa? Não gostaste?
- Gostei...
- Então?
- ...Acabei com a minha namorada...
- O quê?! Namorada?! Tu tinhas uma namorada? Quem?...Quando???
- Nada de especial...Acabámos ontem...Começámos há um mês...
- E gostavas dela....
- Gostava dela desde os meus dezasseis anos....
- Descobri que afinal....
- Afinal não era assim tão perfeita quanto a concebeste...
- Sim....
- Bem, pelo menos levaste só um mês para perceber isso.
Ela larga um riso irónico à situação. No entanto, ou ele não atingiu ou não achou mesmo graça nenhuma ao comentário. Maria José percebe que não consegue retirar o ar sinistro do amante. Pelo contrário, afundou-o ainda mais. Aproxima-se dele, senta-se no seu colo, onde as calças dele descobrem o sexo teso. Com os joelhos na cama e o corpo a envolver o jovem, Maria José abraça-se ao carteiro e encosta as mamas entesadas ao cimo do peito dele. Acaricia-lhe os cabelos enquanto ele envolve os seus braços nas costas desnudadas e macias dele.
- Ok, eu percebo...desculpa....Paulo, a vida continua...e neste momento, eu estou aqui contigo.
- Sim, estás...
- Não era isso que querias quando meteste a carta na caixa?
- Sim, era....eu também te quero muito, Maria José.
O jovem, que mantém uma diferença de idade considerável em relação à professora quarentona despoleta uma série de beijos no pescoço enrugado da amante. Ela gosta. A mão dela procura o chumaço entre as pernas de Paulo. Retira o sexo dentro das cuecas e ajeita as suas ancas. Com pouco trabalho, ela consegue tê-lo dentro de si. Num abraço terno, os dois adultos voltam a envolver-se Maria José cavalga sobre o colo dele e entrega um prazer reconfortante no sexo dele que exigia a sua dose de gozo. Aquela foda tem um nome. Aqueles saltos dela sobre o seu amante, prendendo-o ao seu desejo resume-se num sentimento. O sexo dele inchado a penetrar na rata que ele tinha acabado de lamber provoca uma sensação única. E todos os gemidos adjacentes, todo desejo que é libertado em respirações ofegantes, em beijos calorosos e em caricias muito fraternas, são uma reacção muito explicita. E quando ela salta por cima dele para se sentir comida por ele, quando ele agarra as nádegas dela com a sensação de que a foda está a ser poderosa, os dois amantes tem uma certeza. No entanto, essa certeza não os faz perspectivar o que pode acontecer dali em diante. Porque quando ele se vier dentro dela. Porque quando a respiração da mulher se descontrolar de novo. Quando o suor se misturar por entre os dois corpos. Quando um deles ceder e parar a cópula. Essa certeza irá parecer demasiado assustadora. E nem o abraço forte que ela lhe entregar, demonstrando que tudo aquilo é mais um pedaço da sua nova liberdade a explodir, os vai iludir. Nem seuqer o beijo seco ou a justificação de ter que ir trabalhar, antes mesmo de vestir e ir embora, o vai esconder. No exacto momento em que a foda parecer uma sensação fabulosa que acabaram de sentir, quer Maria José, quer Paulo vão consciencializar-se de algo muito forte. E isso vai ser vital para o futuro relacionamento deles. Esta foda tem um nome que demonstra um sentimento perigoso. Compaixão.

2 comentários:

Unknown disse...

Compaixão da parte dos dois, com certeza.
beijos

Lucia disse...

ouch...