terça-feira

União de facto

Publicado a 03-05-08
É uma cama diferente. Recolhe-se num canto especial e vive de um ambiente transcendente. Respira uma lavanda relaxante, mas é possivel sentir um aroma sensual, quase testemunha do que ali já se experimentou. É uma cama singela mas magnetizante.
- É estranho estar aqui... - diz Tania.
- Porquê?
- Porque nunca estive aqui assim....Parece que nunca morei nesta casa...
Tania está deitada na cama da sua colega de casa. Ela já tinha estado neste quarto. Ela até se recorda de se ter sentado ali uma vez ou duas. Mas nunca tinha sentido este cheiro, esta cadência que se sente quando ela repousa no colchão. A cama tem um odor excitante. E isso acontece, acima de tudo, porque nunca se tinha imaginado a estar assim, defronte da sua amiga. Lúcia estão ao lado dela. Os joelhos tocam-se. A mão direita de Lúcia está em cima da coxa da amante e a mão esquerda acaricia os cabelos de Tania. O beijo é o sentimento que flui nas duas jovens que se aproximam mais do que nunca. A boca de Lúcia absorve a humidade que os lábios de Tania libertam. As linguas misturam-se, numa constante procura de reconhecer desejos. As mãos vagueiam pelas faces, como que a garantir que nenhuma delas vai fugir deste momento terno.
- Sabes quantas noites esperei por ti nesta cama?
- Não digas....Eu estou aqui...É o que importa...Não é?
Desde os acontecimentos do jacuzzi, as duas colegas de apartamento procuraram perceber em que pé se mantinha a relação. Tania continua a namorar com Filipe. Continua a trazê-lo a casa, ao seu quarto e a dar as suas intensas fodas. Mas as mesmas já não são audíveis no quarto ao lado. Respeito, paixão, receio. Seja qual for o motivo de Tania, algo mudou nas suas relações intimas com o namorado. De resto, até entrar há cinco minutos no quarto de Lúcia, pouco mudou. Os olhares são diferentes, as palavras distinguem-se de vivências passadas e até os gestos são mais reveladores de um desejo especial. Ainda assim, desde o banho no topo do Edificio Magnolia, a relação apaixonante no 2º esquerdo mantém-se em banho-maria. O beijo e as roupas a descolarem dos corpos das jovens, faz ferver o ambiente.
- É estranho dizer-te que és linda....que adoro os teus seios...que me pões quente...oh, Lúcia...
- Diz-me....Diz que me queres!....
De Tania só é possivel libertar um sorriso que cede. Que demonstra o quanto ela deseja as mamas desnudadas de Lúcia. Que incendeia a sua paixão e a força a descobrir um pouco mais da amante. Brinca com os seios da jovem, aperta-os delicadamente, abre o vale do peito e encaixa a cabeça por entre as mamas. Beija a pele e toca com a lingua todo o espaço entre os seios rijos. Lúcia geme. Deixa-se levar pela ansiedade da amiga e continua com as mãos nos cabelos de Tania. Mas há mais. Elas querem mais. E a noite que começa pode ser longa, pode-lhes pertencer para sempre.
- Tania...uhmmm....não pares...oh, estou tão excitada...ohh...sim...
Há um fascínio evidente na procura de saborear o corpo alheio. Os lábios a chuparem os mamilos redondos. As mãos a deslizarem pela pele, por todo o sitio. A descoberta de temperaturas corporais diferentes, da humidade que exala intensamente à medida que se irrompe pelo intimo da parceira. Os dedos de Lúcia vibram só de sentirem o clitóris da amiga encharcado. E tudo aquilo parece novo. Tanto para a namorada de Filipe, como para Lúcia.
- Quero que me mostres....
- O quê?
- Os teus brinquedos....
Um sorriso na face de Lúcia. Uma ansiedade no peito de Tania. Sentadas na cama, nuas, as duas jovens deixam um espaço para colocar o pequeno tesouro atrevido da rapariga bissexual. Lúcia retirou da gaveta da mesinha de cabeceira os objectos que ela estima, os brinquedos que ela usa e por vezes partilha. Depois, espalha-os no edredon da sua cama e procura obter uma reacção da sua amiga. Tania já viu vibradores, dildos e estimuladores sexuais. Mas tê-los ali, diante de si, ao seu dispôr, deixa-a desorientada. Jamais ela tinha tentado experimentar algo tão falso. Um objecto que pretende dar prazer a um sexo feminino não se assemelha ao prazer de um pénis carnudo. Pelo menos na mente de Tania. Pelo menos neste instante, em que ela tenta perceber a função de cada um daqueles brinquedos. Lúcia está entusiasmada. Aqueles objectos fazem parte do seu intimo. O pessoal e o partilhado. Porque todos os brinquedos eróticos de Lúcia têm uma história para contar. Todos, excepto um.
- Comprei este a semana passada... - explica Lúcia.
Creme. Uma borracha dura, pouco flexível, com um relevo a imitar a carne humana do sexo masculino. O que importa é que são estrias notórias. Os quase dois palmos de comprimento têm um intuito. E é isso que Tania descobre, ao segurá-lo firmemente na mão. Com um espirito de descoberta, incitada pelas mãos atrevidas de Lúcia, a jovem abre as pernas e abre os lábios vaginais com a ponta da borracha. À medida que vai pressionando o seu sexo com o objecto, agarrando-o com força, Tania percebe o motivo que levou a amiga a desembolsar um valor razoável pelo artigo. Um gemido. Um olhar penetrante para Lúcia e o toque dos dedos da amante no seu clitóris. Tania está agora em polvorosa, enfeitiçada nos novos ensinamentos sexuais.
- Uau!!...Isto é incrivel!....Uhh.... Já o tinhas experimentado?!
- Todo!
Vermelho. De um plástico quase transparente, deixa a entender o mecanismo que o torna tão aliciante. O vibrador que Lúcia agora empresta à amiga é um objecto que já precipitou algumas noites sexuais com parceiras que ela partilhou nesta mesma cama. A intensidade da vibração pode deixar vaginas mais sensíveis em delirio. Lúcia explica que tal objecto só é aconselhável a mulheres concentradas. Tania não hesita. Assim que retira o dildo creme da sua rata, segura o aparelho. Ajoelha-se na cama e aproxima-se da amiga. Lúcia está sentada na cama e com as mãos, empurra as costas da colega para junto de si. A boca consegue provar as enormes mamas de Tania. Chupa-lhe os bicos, desliza os dedos por toda a sensibilidade do peito da amante. E não obstante o facto de se sentir acarinhada, com aquela boca nos seus seios, Tania concentra-se no vibrador. Procura perceber a melhor forma de manuseá-lo e depois ligá-lo. De seguida, pende o seu corpo para a frente e força Lúcia a deitar-se na cama. Imediatamente, a jovem bissexual abre as pernas e oferece o seu sexo. Numa descoberta pessoal, Tania deixa-se encantar com a beleza dos lábios vaginais da amiga e toca. Toca levemente com os dedos, sente a delicadeza do sexo de uma outra mulher. Toca no clitóris e entende que ele está estimulado. Toca nas virilhas e pressente o quanto alguém do mesmo sexo que o seu, pode desejar que ela mesmo lhe dê prazer. Fazer penetrar o vibrador é um gesto excêntrico de Tania. E ela aproveita-o por completo.
- Estás a gostar?....Estou a fazer bem?
- Ohhh, Tania....sim!...Ohh, sim...estás a fazer tão bem...
- És linda....Uhm...é delicioso ver-te assim....
Lúcia sabe o quão aquele momento está a ser delicioso. Um deleite autêntico em todas as suas fantasias. E na cabeça dela, enquanto a rata lateja com tanta explosão de prazer, surge a sensação de que aquele objecto nunca foi tão bem aproveitado. Ela respira fundo e tenta concentrar-se. Por inúmeras vezes, o objecto erótico levou-a ao êxtase demasiado cedo. E agora, ela quer perceber até onde é que pode aguentar. A explosão é encarada por Tania de uma forma surpreendente. Ao mesmo tempo que move o vibrador, ela olha para todas as reacções da amiga. Para a rata que se encharca, para as pernas que tremem, para os bicos das mamas que incham, para as mãos da rapariga que acariciam os próprios seios entesados, para a face de Lúcia que com os olhos cerrados demonstram uma expressão loucamente intensa. Lúcia vem-se com a ajuda da mulher da sua vida.
- Não saias, por favor, não saias!....És poderosa...ohhhh! Sentes-me a vir?
Tania sentiu tudo. Agora que Lúcia tem as pernas sobre as costas da amante. Agora que a amante deita a face sobre o seu peito e segura as suas mamas. Agora que as suas mãos voltam a acariciar os cabelos de Tania. Agora, as duas jovens sentem verdadeiramente que partilharam algo. E na intimidade daquele apartamento, onde as duas vivem como colegas, elas são neste instante amantes. E esta noite parece demonstrar que elas sempre pertenceram uma à outra. Surrealmente, a sua distância nunca foi maior que esta, em que os corpos se unem.
- Tenho que te perguntar uma coisa....A Joana...
- O que é queres saber?
- Não sei...vocês estavam sempre juntas e agora....e isto...e não sei....o que pensará ela de tudo isto...
- Não sou dona dela...Acho que ela não gostou de saber certas coisas....
- Que coisas?....
- Isto...Isto que nós temos agora, aquilo que eu sempre tive por ti....Mas....Não interessa, Tania... A Joana não deixou de ser aquilo que sempre foi...
- Uma amizade colorida...
- Chama-lhe assim...
Um silêncio invade a cama. Tania procura perceber se nada mais afecta o sentimento da sua colega. Mesmo que na sua cabeça, ela não consiga afastar a ideia de que está a ser infiel ao namorado. E até Lúcia sabe que a amiga se engana a ela mesma, ao achar que este sentimento que elas partilham vai para além de traição. Joana está cada vez mais afastada da sua amiga colorida. E Filipe é um elemento que põe demasiada confusão a esta relação.
- E aquele tubo azul? - pergunta Tania.
Azul. Uma bisnaga já usada de um creme lubrificante. Fresco. Macio e com um toque diferente na pele, em locais erógenos. Lúcia pega nele, abre a tampa e explica tudo o que aquilo pode proporcionar. Lúcia recorda para si mesma a primeira vez que sentiu este creme. Surreal, estranhamente estimulante e mágico. E é nesse pensamento que coloca um fio de creme na ponta do seu indicador e o faz deslizar pelas nádegas da amiga. Tania ressente-se. Percebe que algo naquele produto não é normal. A partir daí, a descoberta reinicia. A namorada de Filipe cola-se ao corpo da amante. Os seus dedos fincam nos ombros rechonchudos de Lúcia. O seu peito escorrega pelas mamas da parceira. As mãos da estudante, já com o creme espalhado, deslizam suavemente pelas costas. Assim que sente a amante a vibrar, apalpa as nádegas carnudas. Depois, aventura-se.
- Lúcia!!....Bolas!....Ohhh...o que estás a fazer?!...Uhm...
Ela está a deslizar a ponta do indicador pelo ânus. Levemente, suavemente. E é nesse instante, em que o creme se espalha pela sua pele, numa zona sensível, que ela percebe a magia do creme do tubo azul. Tania ergue a cabeça e respira fundo. Olha para a amante e procura perceber o sorriso trocista de Lúcia. Os dedos da jovem bissexual apoderam-se da pele erógena de Tania. Da mão esquerda, os dedos puxam a nádega, abrindo tanto o buraco anal, como a vagina. Da mão direita, os dedos brincam. Passeiam pelas margens sensíveis da amiga. Tania procura controlar-se. Tenta desvendar o que mudou no seu corpo para ter um formigueiro nos pés, as coxas a vibrar, a rata a arder e as mamas a inchar. Tania está excitada de uma forma transcendente, algo que ela sabe que nunca tinha experimentado.
- Percebes agora?...Uhm?!...Percebes, Tania?
- Sim...uhmmm...ooohhh...simmmm....Oh, Lúcia, o que é isso??!...Oohhhh!
O dedo penetra na vagina, deliciando o interior com aquele creme mágico. As mamas de Tania estão sobre a face da amante, as quais imediatamente são provadas pelos lábios latejantes de Lúcia. Mas aquele jogo não é o de Tania e em poucos segundos, ela dá-se por vencida. O seu prazer transborda por todos os lados. Até pelos pés que incham, até pelos ombros que perdem sensibilidade, até pelo rabo que arrebita e aperta o ânus. Tania vem-se e procura manter os olhos abertos. Ciente da transcendência do momento, a namorada de Filipe não descola o olhar da face da amiga. No fundo, enquanto goza um enorme orgasmo, ela quer mentalizar-se que é uma mulher que lhe proporciona tamanho prazer.
- Não é possivel....Lúcia, não é possivel...Eu achava que algo assim, não podia acontecer...
- O quê?...O creme?
- Não sei...Talvez....mas acho que...não sei...és tu....
É fácil para Lúcia sorrir. É fácil para ela sentir-se bem com as palavras da amiga e agora, cada vez mais, amante. É fácil deixar-se levar pela emoção de Tania. Esquecer que ela namora com um homem. Esquecer que esse homem lhe esconde demasiadas coisas. Esquecer que esta noite nem sempre se poderá repetir. Mas desta vez, no seu quarto, no espaço que ela tanto queria partilhar, nesta noite fascinante, nesta cama diferente, algo tem que perdurar. Mesmo que seja uma ilusão.
- Continua a ser estranho... - desabafa Tania.
- Porquê?
- Parece que sempre te pertenci.
Deitadas na cama, debaixo dos lençóis, Tania e Lúcia estão saciadas. Tanto dos corpos uma da outra, como dos brinquedos que ajudaram a retirar o maior prazer. Envoltas uma na outra, elas não se querem separar. De facto, unem-se numa fantasia inerte ao tempo.

4 comentários:

luafeiticeira disse...

Escaldante, este é de certo um dos textos mais quentes que escreveste, pelo menos a mim aqueceu-me.
beijos

Anónimo disse...

Aos moradores do Magnólia,
realmente a coisa por aqui está esquentando. Concordo em tudo com a Lua Feiticeira. Este post condensa coisas fantásticas. A minha preferida, Lucia, demonstra mais uma vez como o sexo para ela, é um trivial comum. Fode com uma mulher de maneira exemplar, provocando-a em todas as zonas erógenas. Os brinquedinhos que tem em sua gaveta são fantásticos, eliminam a necessidade do sexo oposto para se vir, quer solitária, quer na web, quer com outra. Felipe não saiu da cama. Foi o ausente mais presente nesta admirável descrição de foda entre mulheres. Ele ainda vai fazer psrte de corpo presente nesta menage. Estes encontros, cujo gelo foi quebrado com um beijo, hão de se tornarem frequentes. Nos aquecem como disse a Lua.
beijos molhados para as mulheres e abraços para os homens

Adore disse...

Cada vez melhor este 2ºesquerdo :)

Magnolia disse...

LUA FEITICEIRA, de facto foi também escaldante escrever esta postagem. E se te aqueceu, o objectivo foi conseguido :)
JULIO 135, a coisa está totalmente esquentada!...A única coisa que é possivel revelar para já é que toda esta esquentação vai aquecer e trazer novas surpresas. Consegues aguardar? :)
ADORE, sempre melhor. É essa a pretensão. Esperemos que seja correspondida.