sexta-feira

A proximidade do toque

Publicado a 07-05-2008
Parece uma manhã amena. Cheira a um raiar tranquilo. Sopra um toque leve de graciosidade no interior do apartamento. As janelas nunca cerram por completo. Tudo o que vem de fora é respirado aqui dentro. E esse tudo espalha-se. Desde a sala, onde as cortinas parecem sempre idílicas quando dançam com o vento da rua. Passando pela cozinha, onde tudo parece guardar um aroma reconfortante. Terminando no quarto dela, onde os lençóis respiram o toque gracioso de uma vida diferente. No 1º direito, na cama que Maria José decidiu partilhar, a manhã acorda com os corpos despidos. A mulher desembaraça-se ternamente dos braços do parceiro, que rodeavam o seu tronco. Levanta a cabeça e fixa o olhar em Paulo, que ainda dorme. Roça os mamilos no peito dele e passa a mão na face dele. Ele não reage. Ela sorri e rasteja o corpo para cima, até deixar os bicos dos seios tocarem nos lábios de Paulo. Ele reage. Abre os olhos a custo e percebe o que a amante lhe oferece. Não se acorda assim todos os dias.
- Bom dia... - diz ele.
- Que me dizes a irmos comer umas torradas aqui em baixo?
- Parece-me boa ideia.
- Levanta-te então e vamos...
- Espera mais um pouco.
Ele pega nela. Oferece-lhe um beijo. Entrega-lhe aquilo que ele lhe prometeu. A sua paixão, a sua dedicação e o calor afectivo que se distingue de tudo o que Maria José já recebeu em toda a vida. E Paulo sabe o quão importante isso é para a vivência da mulher. O carteiro sabe o que pode receber em troca dessa mesma devoção irreverente. O beijo madrugador, extasiante mas suave, delicado mas carregado de adrenalina. Desperta os lábios dela, excita a boca dele, faz explodir o que ficou guardado toda a noite nos sonhos de ambos. Ele está em cima da mulher. Os lençóis cobrem as pernas dos amantes e as almofadas rodeiam a cabeça de Maria José. O jovem prova as mamas que a professora lhe quis oferecer. A luz que entra faz brilhar os mamilos de tez clara. Torna-os vivos, carnudos e palpitantes. Paulo saboreia os seios perfumados, ao mesmo tempo que penetra por entre as pernas abertas da mulher madura. É a posição de missionário, mas a manhã transformou-se num despertar de prazer surreal para Maria José.
As torradas estão frescas, o sumo de maçã tranquiliza o calor que ainda inflama a garganta da mulher. O Espaço Magnolia nunca será o mesmo. Transforma-se sempre às necessidades e anseios dos clientes. Cada dia há uma novidade. Um pequeno-almoço especial, uma música nova, um aroma diferente. Hoje, aos olhos de Maria José, este lugar cheira a paixão. E ela até pode estar iludida e extasiada com a manhã na sua cama, mas este espaço é efectivamente surreal.
- Adorei fazer amor contigo ontem à noite... - desabafa ela.
- Estás feliz?
- Estou assim como se estivesse na tua idade... Como é que te sentes agora?
- Sinto que é bom estar contigo. Aqui...na tua casa...nos teus braços...Sinto que me queres...E talvez pareça ridículo...mas tenho a sensação de parecer que é para sempre...
- É isso!!...Somos uns pobres iludidos, não é?
- Talvez...mas eu tenho a certeza que ainda te quero.
- Estás excitado?
- Não digo querer nesse sentido...
- Diz que me queres foder...
- ....Quero foder-te...
- Não, não! Com convicção!...Estou a olhar para a tua picha entesada e só me apetece senti-la inchada dentro de mim...assim, como esta manhã....Se soubesses o quanto estou molhada só de pensar que vamos estar juntos esta tarde....Uhm....O que me dizes tu?
- Que te vou foder.
- Não me convences...
- Eu quero foder-te, Maria José.
- Oh!...Isso não me chega....Logo agora que eu ainda estava a pensar que podia chegar mais cedo e preparar o almoço e usar a mesa....
- Fodia-te agora aqui, Maria José!
- Uhmm...Mesmo?!
Paulo divaga o olhar. Procura perceber se não falou alto demais. Tenta desvendar se alguém ouviu a conversa intima. A sua namorada olha para si com um sorriso terno, misturado numa faceta excitante. Ela ainda guarda a mão levemente em cima da coxa dele. Bem perto da virilha, bem perto do objecto que a enche de desejo. Maria José saiu de casa com a primeira camisola que encontrou. Sem soutien, sem se arranjar. Enfeitiçada, a professora quarentona está com os mamilos entesados e saídos. Desde a primeira vez, na porta do 1º direito, que Paulo se fixou nesta imagem. Ele vai terminando a torrada. Limpa a boca e levanta-se.
- Vou trabalhar.... - diz ele.
- Não demores. Vou estar a manhã toda à tua espera.
Paulo sai do Espaço Magnolia com a convicção de que algo de surreal aconteceu ali. A chama que irá perdurar o dia todo foi acendida. Fazer a ronda e entregar todo o correio por aquela zona da cidade. E por fim, encontrar forma de deixar a rua do Edificio Magnolia para o fim do turno.
Já passa da hora de almoço. Esse pedaço do dia já deixou de o ser. As horas já são tardias para arrumar toda a loiça da refeição. Mas também, este não foi um almoço normal. Não teve uma preparação vulgar. Não foi saboreado da mesma maneira quotidiana. E a sua degustação terminou numa outra sobremesa doce oferecida pela inquilina. E o tempo já estava perdido. Confundia-se com desejo, misturava-se com feitiço. A água que corre no lava-louça da cozinha não justifica só a limpeza de todos os utensílios que Maria José e Paulo utilizaram. A água fria que corre na torneira está a acalmar a temperatura que une os dois corpos semi nus. A arrendatária do apartamento tens as mãos encharcadas. Veste apenas a camisola que está agora molhada e deixa transparecer as suas mamas tesas. Abaixo da cintura, Maria José tem a pele descoberta e suada. Tens as pernas ligeiramente abertas. Tem um formigueiro que lhe invade a circulação desde a planta dos pés. Tem as nádegas firmes e excitadas. Detrás de si, Paulo está a fodê-la. Segura nas ancas da namorada e penetra-a com força. Entra, sai e este gesto já se repete há algum tempo. A esta altura do dia, já vale experimentar tudo. Com o tronco a pender para o lava louça, ela já esqueceu o que ainda tem por lavar. O seu amante penetra apaixonadamente no rabo dela e a mulher madura quer sentir tudo.
- Vou-te querer o dia todo, Paulo...ooohhh!...Não pares...oohhh...não pares de me foder!
As nádegas dela saltitam de cada vez que ele transporta o seu corpo contra o rabo da mulher. O pénis inchado de Paulo é inserido com entusiasmo no buraco anal lubrificado da amante que o quer Maria José geme e por vezes solta um grito enraivecido. Incitando o jovem a não parar, ela sente-se mais louca do que nunca. De pé e com todo o tempo do mundo, o casal abraça um desejo insane que vai durar toda a tarde.
A tarde cai. Os sentimentos mantém-se. O desejo renasce. Com um vigor digno de uma noite ambiciosa. A chamada telefónica é apenas um resfriar dessa excitação interior.
- Olá amor. - diz Paulo, num dos extremos da linha.
- Uhm...sabe bem ouvir isso...Já tomaste banho?
- Sim...
- Já preparaste a cama?
- Está à tua espera.
- E ele está pronto?
- Só vendo com os teus próprios olhos.
- Sabes que o adorei chupar ao almoço? Devagarinho, saboroso, rijo...uhmmm...e sabias tão bem... Sentiste como gostei de te provar?
- Eu ainda estou louco disso.
- Estou a sair da faculdade. Se tiveres um pouco de paciência, posso ainda deixar-te mais louco.
Paulo nem consegue responder. Ouve-se apenas a respiração ofegante e o riso de Maria José. Depois, a chamada é terminada.
A casa continua tranquila. Tornou a noite amena. E o leve toque de graciosidade continua a soprar desde a janela da sala até ao quarto do lar de Maria José. Mas no quarto que ela partilha neste serão, há um fogo que arde. E o vento que sopra incendeia a cadência sexual que cola os corpos nus, encharcados em suor, carregados de tensão.
- Paulo..oohh...és meu! Uhmmm...oohhh...preciso de ti...ohhh...siiim!!!
O carteiro segura a sua amante na cama. Coloca-se de lado no colchão e põe as mãos com firmeza nos seios excitados da mulher. Ela está submissa ao desejo do jovem, mas recebe tudo o que pretende. Também com o corpo posto de lado, de costas para ele, com a perna direita colocada por cima das pernas dele, Maria José pende ligeiramente para ele. Porque Paulo agarra-a. Prende o corpo da mulher com um toque ternamente pretensioso. A boca dele encosta-se ao pescoço húmido dela, ao mesmo tempo que a cabeça da professora se levanta. Olhos cerrados, lábio inferior mordido e queixo aberto. A picha de Paulo não cessa e volta a foder a rata de Maria José. A perna esquerda estica-se para o lado oposto dos corpos. Os lençóis já respiram sexo e o ar é quente. O membro inferior direito da mulher prende com força o corpo dele, enquanto ele procura ainda penetrar com vigor. Mas no meio de tanta paixão, na memória de um dia intenso, na certeza de uma união apaixonante, o carteiro e a professora libertam-se. O jovem e a mulher madura partilham o mesmo sentimento divino. O irreverente homem e a mulher madura colam-se para nunca mais se largarem. Paulo e Maria José vêm-se num orgasmo derradeiro.
- Sim...Sim...oh, siim...Siiimm....Ohhhh, siiiiiimmmm.....Paulo!....
- Ohhhh....Amo-te, Maria José!....
E a noite explode aqui. As forças desfazem-se e nada mais os consegue separar daquela posição vibrante. A perna direita da mulher continua sobreposta ao corpo do amante. Os braços de Paulo continuam a envolver o peito da namorada e os seus dedos acariciam as mamas frenéticas. Maria José baixa o queixo e tenta olhar directamente para o jovem. Um sorriso e pouco mais há a dizer. Um beijo e pouco mais há a fazer. A mão dela cola-se às costas dele e a sua cabeça pousa vagarosamente na almofada.
- Fica mais esta noite...Por favor...
E os braços de Paulo, que apertam o corpo da mulher são o toque gracioso que apaga a chama da noite os transporta para o indelével espaço do descanso. Ele aceita o pedido para ficar mais uma noite nesta casa tranquila e Maria José é uma mulher radiante.

7 comentários:

Elogio disse...

Ei, tu...vens?

Critica disse...

Claro que irá.

casa de passe disse...

gostámos.

se precisares, visita-nos

LouLou + NiNi

Sexhaler disse...

Hummmmmmmmmmmmm!

Só para dizer que não deixo de te ler, só não comento porque... Chego sempre ao fim sem palavras!

Beijo

MARIA MERCEDES disse...

Não é o carteiro de Pablo Neruda, mas é o carteiro da Maria José! De certeza que ela gosta mais deste...

beijinho excitante

luafeiticeira disse...

Já percebi porque é que o carteiro aqui da minha rua, de vez em quando, baralha as cartas todas. Deve tocar duas vezes...
Beijos

Magnolia disse...

ELOGIO E CRITICA, continuamos à espera dessa critica ou elogio!!
CASA DE PASSE, é um espaço distinto e intelectualmente surreal :) voltem sempre.
SEXHALER, os teus orgasmos virtuais são poderosos! lol Mesmo chegando ao fim sem palavras, é sempre interessante ver a tua reacção pós leitura. Não te escondas, os moradores querem ouvir-te.
MARIA MERCEDES, o do Pablo Neruda era mais romântico, talvez. Vamos ver se este carteiro consegue transformar uma história apaixonante com Maria José.
LUA FEITICEIRA, achas que o carteiro da tua rua tem a sua paixão em alguma das tuas vizinhas?
Beijinhos