terça-feira

Encarregada. Vendedora. Técnico.

Publicado a 06-06-08
Devoção. É isso que mantém a mente de Laura atenta em cada passo da preparação de um jantar. Não é um jantar qualquer. Não é apenas uma mera refeição preparada para o namorado e para a filha, onde a condimentação é um factor essencial para que haja gosto no que se degusta. Desta vez não. Há um motivo especial. Há uma razão essencial para que a devoção da mulher ultrapasse os limites. Há uma intuição que a faz exigir mais de si mesma. E isto funciona em cada pedaço da sua vida. Na cozinha, onde algo divinal é sempre cozinhado. Nas tarefas domésticas, em toda a perfeição que a sua casa merece. No amor à filha, eterno e cadente. Na paixão com o namorado, onde até um simples beijo pode ser um prazer sublime. E no trabalho. No labor que executa diariamente com dedicação. Nada é deixado ao acaso. O que é para fazer no momento seguinte, já está feito. Por esse motivo, Laura é Encarregada de uma loja de pronto-a-vestir de luxo e só pode ter um orgulho imenso nisso. Por toda esta personalidade, este jantar caracteriza-se por uma devota demonstração de bom gosto, requinte e encantamento.
- Porque é que te dás a tanto trabalho, Laura?
- Talvez porque gosto de ti, porque gosto de comer bem e porque nos faz bem uma noite com um jantar assim.
- Não era preciso.
Pouca coisa pode ser precisa para Tania. Pouco a segura a algo. Pouco lhe podem dar que suporte o peso no coração. No espaço de dez minutos, ela perdeu um namorado e uma amante. E é difícil encontrar formas de suster um impacto tão forte na mente. Um convite para jantar parece sincero. Despretensioso. Inconsequente. Um serão diferente com pessoas que a podem ajudar a abstrair do lar que desabou sobre si. Deste casal, Tania não pode exigir nada. Nem o casal vai exigir dela. Só pode ser um momento agradável. A jovem trabalha numa loja de roupa. É vendedora. Dedicada. Esmerada. Eficaz. Vigorosa em cada tarefa que executa. Jovial na forma como recebe os clientes e entusiasma a equipa. Tania trabalha numa loja de roupa de alta costura no centro comercial da cidade e isso tem sido o seu escape. Para além de partilharem a condição de vizinhas, Laura e Tania são colegas de trabalho na mesma loja. Há cerca de sete anos, a jovem colocou um currículo no espaço comercial onde a mulher se encarregava de gerir. Apesar de algum atrito inicial entre as duas, Tania tinha o perfil necessário para o que Laura pretendia. Daí em diante, para além da empatia constante, havia uma simbiose de trabalho. Tal facto traduziu-se em sucesso profissional. A dedicação deu lugar ao entusiasmo. E hoje, nenhuma delas se imagina a trabalhar distante uma da outra.
- Já sabes qual é o teu lugar, Tania. Queres vinho rosé? Fica à vontade e serve-te. - diz Afonso.
O facto de morarem no mesmo andar, do mesmo edifício é mera coincidência. o 2º esquerdo tinha um quarto para alugar e Tania necessitava de um sitio para ganhar a sua independência a um preço acessível. Nem Laura sabia que a sua funcionária estava à procura de casa, nem Tania sabia onde a sua encarregada morava. O conhecimento mútuo da condição de vizinhas só foi conhecida quando a jovem deu conhecimento à sua superior de que a sua morada tinha alterado. Não obstante o entendimento profissional, as duas colegas partilharam uma amizade que apesar da diferença de idades, ganhou força no reconhecimento das qualidades uma da outra. Quando Afonso surgiu na vida de Laura, a aproximação foi ainda mais intensa. Cafés no intervalo do trabalho, conversas longas no Espaço Magnolia, viagens no mesmo carro até ao centro comercial, confissões sobre namorados, cusquices sobre sexo, pressuposições de fantasias, aparentemente inatingiveis. Tania, Laura e Afonso partilham desde há algum tempo momentos em comum. E estes pedaços nunca se enrolaram com a intimidade do casal, com o relacionamento que a jovem mantinha com o namorado e com a parceira da apartamento e amante. A amizade entre os três adultos nunca se misturaram com a vida sexual. Pelo menos no que toca a relacionamento carnal concreto.
- Está muito bom, Laura... Eu não sei como fazes isto, mas está delicioso.
E sim, a Tania é o objecto de desejo e fantasia de muitas noites quentes de Laura e Afonso. Ela é a colega de trabalho que o casal sonha em trazer para a sua cama. A jovem sabe disso. Pressente as atitudes do casal. Muito do que é falado é num tom de brincadeira. Mas até a ingenuidade de Tania entende que o intuito é verdadeiro. Se ela dissesse que sim, algo forte aconteceria. Ela denota-o nas palavras ousadas de Laura. Ela sente-o nos olhares intensos de Afonso. Mas esconde a inevitabilidade que o casal parece demonstrar. Retira do prato um pedaço do salmão e leva-o à boca. O seu olhar divaga. A conversa dissipa-se. O jantar prossegue. A filha de Laura já saiu da mesa. Dirigiu-se ao quarto onde brinquedos que a fazem sonhar conseguem retirá-la de um mundo de adultos, cheio de conversas aborrecidas.
- Ainda não me respondeste, Tania...Como é que estás?
- Estou uma merda... Estou uma grande merda...
- Sabes que não te podes deixar vir assim abaixo.
- O meu namorado é um cabrão de primeira e deixei-me levar por um romance patético... Acredita, tenho mesmo que me vir abaixo.
- Tens que te levantar... De alguma maneira.
- Achas que consigo voltar a acreditar nos homens?
- Porque não? - pergunta Afonso.
- Foi com ele que perdi a virgindade. Tudo o que sei gostar e amar foi devido a ele. E pelos vistos não o fiz da melhor forma.
- A culpa não é tua...
- Se eu não tivesse os olhos tão tapados...Bolas, sabes o quanto me sinto usada?
- Ele já voltou a falar contigo?
- Tenho tido uma média de cinco chamadas por dia dele e mensagens absurdas.
- Respondeste-lhe?
- O que é que ia dizer? "Sim, vamos falar sobre todas as cabras que comeste a rata enquanto eu esperava por ti"? Não tenho nada a dizer-lhe! Aliás, não quero ter mais nada a ver com aquele merdas...
- Eu entendo, Tania.
Laura coloca a palma da mão sobre os dedos de Tania. É dificil entender o que pode passar na cabeça desta jovem, quando se sente duplamente traída. O mais penoso é talvez sentir a passividade e ingenuidade perante o que estava a acontecer. Talvez Tania sempre tivesse percebido que Filipe não era fiel. Talvez ela se quisesse enganar a si mesma. Mas ninguém quer ser magoado. Ninguém se quer magoar a si mesmo. Então porque é que Tania fechou os olhos durante tanto tempo? Uma lágrima solta-se do olho dela. Tania procura escondê-la. Ainda assim, ela sabe que esta sala é o único sitio onde a sua lágrima pode ter algum valor. Laura sorri para a colega e amiga, levantando-se depois para preparar café para os três. Afonso olha para Tania, procurando esboçar uma reacção que tranquilize a vizinha.
- Gostava de ser como vocês, Afonso.
- Como nós?
- Sim... Saber partilhar. Encarar os ciúmes como algo que nos fortalece. Eu sou uma fraca. Quando fico com ciúmes, escondo-me...E depois odeio-me. E depois choro sozinha.
- Sabes que podes sempre contar connosco para esquecer os ciúmes...
- Pois...mas eu acho que sou larga demais para caber na vossa cama.
Ouvem-se risos. Mais uma vez, há um convite subtil, uma forma descontraida de sugerir um envolvimento. Mais uma vez, Tania sabe rodear a proposta, brincando com a ideia. Ainda assim, as palavras de Afonso conseguem confortar a jovem, numa certa medida. Laura traz os cafés.
- E a Lúcia? - pergunta Laura directamente.
- O que é que tem?
- Como é que estão as coisas?
- Não sei...Sinceramente, não sei.
- Têm falado?
- Temos...Sim, temos... Quer dizer, nunca mais foi o mesmo. Mas conseguimos estar juntas. É confuso... Ela fala-me... Eu também não consigo deixar de lhe responder... Tento não estar ao pé dela, mas parece que é impossivel....e...
- O que é que falaram?
- Sobre nós...
- E o que é isso "sobre nós"?
- A Lúcia quer sair de casa. Acha que se eu não a consigo perdoar não há razão para vivermos debaixo do mesmo tecto.
- Consegues perdoá-la?
- Não sei... É complicado. Foi demasiado forte. Foi uma mentira muito grande. Foram demasiadas coisas que eu não sabia. E quando confiamos demasiado nas pessoas, parece que a facada é maior.
- Não me respondeste com franqueza. Vais perdoá-la? Sim ou não?
- ...Não...Sim...Eu quero perdoá-la. Mas não consigo. Entendes?
- Talvez...
- Vais deixá-la sair de casa?
- Não.
- Ela vai sair?
- Não.... Quer dizer...acho que não. Pelo menos quando ela acordou disse-me que não.
- Desculpa?! Quando ela acordou??
- Sim. Antes de ontem.
- Antes de ontem o quê, Tania?
- Eu e a Lúcia...Eu e ela....Nós adormecemos juntas antes de ontem....
- Assim, sem mais nem menos? Na mesma cama?
- Sim...mas foi porque....tivemos uma discussão...ela estava a chorar e a fazer a mala e a vestir-se e...eu estava a chorar e a berrar com ela...e eu não queria que ela saisse e...e depois eu beijei-a e...
Laura mantém um ar incrédulo. Quer largar um sorriso de troça, mas também quer perceber a sucessão de acontecimentos no 2º esquerdo. Decide ficar calada e esperar que por si só, Tania desabafe.
- Tomei um banho com ela.... Era isso ou tomar banho de água fria...Nada de mais. Não é a primeira vez e....falámos. Falámos... Acho que foi falar.... Ela pediu-me para entender o que aconteceu...Eu disse que não conseguia...Ela queria pedir que eu a perdoasse. Via-se nos olhos dela...Disse-lhe que já não conseguia confiar em ninguém. Comecei a disparatar...
- O que é que disseste?
- Disse-lhe que ela queria foder toda a gente... O Filipe, a Joana....eu... Ela começou a chorar e saiu da banheira... Eu sei que disse merda... Mas é aquilo que tenho sentido. Nem sequer o consigo evitar.... Mas sei que não devia ter dito aquilo....Fui ter ao quarto dela... Nem me fui vestir e ela deixou de dizer fosse o que fosse e eu tentei dizer-lhe que não conseguia esquecer que ela me escondeu coisas e....Bolas, porque estou eu a tentar justificar-me?!...
- Queres tentar perdoá-la, Tania...
- Não, não quero, Laura! Só não quero que ela se vá embora.
- E no entanto, ages como se quisesses que ela saisse...
- Talvez...foi por isso que discutimos...Nem sei como aconteceu. Mas...quando ela parou de chorar, segurei-a. Ela estava nua e com a pele suave e nem sei o que me passou pela cabeça...Deitei-a na cama e...ela adormeceu...
- E tu adormeceste com ela....
- Sim...
- Isso devia ter melhorado alguma coisa.
- Mas não melhorou. Só piorou.... De manhã, a Lúcia acordou e ia levantar-se para fazer o pequeno-almoço dela. Agarrei o braço dela e perguntei se ela ia embora. Respondeu-me que não.
- E então?
- Antes dela sair para as compras, ela olhou directamente para mim...Tinha um ar de derrotada. Disse-me que...Disse-me que de facto estavamos as duas a cometer um erro. A tentar resolver uma paixão que nunca poderá existir...
- E o que respondeste?
- Não respondi. Deixei-a sair...
- Tania...
- Ela tem razão....Não nos vamos entender. Quem é que estou a tentar enganar? Eu é que devia sair. Fui eu que cedi à tentação. Fui eu que achei que não teria mal nenhum guardar uma pequena paixão. A verdade é esta...Como posso eu levar o Filipe a mal, se eu própria o traí? Talvez ele é que tenha razão. Ponho-me a pensar como é que me deixei levar por uma tentação parva.
- Acho que estás a exagerar...
- A Lúcia tem razão....Isto não nos leva a lado nenhum. Eu não consigo perdoá-la mas quero fazê-lo. A Lúcia sente que eu não vou conseguir gostar dela. Pelo menos para a fazer feliz... E estamos nisto.
- Dá um tempo...
- Não sei... Estou tão confusa... Eu não quero que ela se vá embora. Mas tem sido dificil morarmos juntas. É muita coisa misturada.... Ela deve estar a chegar e nem sei como vou olhar para ela...
- Queres dormir cá? - pergunta Laura, gentilmente.
- Obrigada...Mas não... O melhor mesmo é eu ir embora, também... As noites só acalmam quando entramos cada uma no seu quarto e esperamos pelo dia seguinte.
Laura inspira fundo. Tania limpa as lágrimas. Afonso divaga o olhar. O jantar está a terminar e há um incoformismo no ar. A encarregada de loja percebe a confusão da amiga. Procura pensar numa solução, mas nem ela percebe o que vai na cabeça da sua vizinha. Jamais Laura conseguirá imaginar o que Lúcia poderá achar de tudo isto. E no decorrer de tudo isto, Tania está efectivamente perdida. O namorado não deve guardar um único ressentimento de ter despoletado uma cena insólita. Lúcia não consegue justificar o beijo que ela não quis aceitar. Perdoar é complexo. Esquecer é impossivel. Um apartamento parece minúsculo demais para tanto sentimento disperso.
- Sabes que estamos aqui ao lado, sempre que precisares... - solta Laura.
- Obrigada...Vemo-nos amanhã na loja.
Tania levanta-se da mesa e pega na sua mala. Com um ar cabisbaixo, com um semblante vazio, com a respiração presa, ela avança em direcção à porta de saída, ao mesmo tempo que a anfitriã começa a recolher os pratos. Afonso prepara também ele para saltar da cadeira, mas após inspirar fundo, decide exprimir o que a sua mente vinha a reflectir.
- Tania...eu sei que não vais aceitar passar cá a noite.
- Não...não vou...E agradeço o vosso convite. Tenho o coração a bater tanto e tenho um ódio tão grande a tanta coisa que podia acontecer alguma coisa que nos iriamos arrepender todos....
- Também não é caso para tanto... - continua Afonso - Esta noite não. Esta noite vai servir para pensares.
- Pensar no quê? Estou farta de pensar! O que é que há para pensar?....
- Talvez fizesse bem a vocês as duas uma separação...Nem que fosse por algum tempo.
- Não vou mandá-la embora, Afonso!
- Poderias passar uns tempos aqui em casa.
- Desculpa?!
Tania fixa o olhar em Afonso. O seu ar abatido transforma-se agora numa postura de incredulidade. Laura também não consegue esconder a surpresa. O convite revela-se ousado. Vindo da boca de Afonso parece mesmo atrevido. Ainda assim, denota-se no olhar do jovem a sinceridade e objectividade no que diz. A tranquilidade com que as palavras saem da boca dele transmitem confiança. É inegável. É a dedicação dele. O jeito como comunica, a capacidade de querer alcançar as pessoas, o indesmentível carisma em expressar o melhor de si, no momento certo. Talvez faça parte da sua aprendizagem profissional. Talvez seja algo intrísseco a ele. Mas a forma como ele usa as suas capacidades profissionais na sua vivência social, apenas demonstra algo. A sua dedicação ao que faz.
- Estarás a dois passos da tua verdadeira casa. Pensarás somente naquilo que te deixa tranquila. Não terás que ser confrontada com aquilo que neste momento te magoa. Não tens que sentir receio em entrar em casa. Sabes que gostamos de ti. Sabes que te vamos apoiar, aconteça o que acontecer. Vem viver connosco... Sabes que temos um quarto de hóspedes. Temos o nosso quarto, mas isso é outra conversa...
- Não sei.
- A Laura aconselhou-te a dares tempo. Mas eu acho que não é o tempo que resolve os nossos problemas. Talvez também não seja a distância. Mas se a tua mente se abstrair e se separar daquilo que a magoa, mais fácil será aceitar isso e colocar por trás das costas. O ódio na tua mente não desaparece, mas desvanece.
E Tania acredita nele. E Laura envolve-se no convite do namorado, apoiando as palavras dele. A encarregada lança um sorriso à amiga, como uma confrontação com o pedido sincero. Tania sente-se tentada a responder. Na confusão da sua mente, parece fácil dizer que sim.
- Deixem-me pensar...pode ser?
Ela respira fundo. Morde o lábio inferior, deixando no ar a ideia de que o convite lhe agradou. Mas a noite já vai longa e confessar uma resposta positiva pode ser precipitado. Há uma ansiedade na sua face. Laura entende que ela pretende chorar, mas não o quer fazer ali. Aproxima-se dela, entrega-lhe um beijo na maçã do rosto e pega no braço dela, para a acompanhar à saída. Antes de sair da sala. Antes de entrar em casa e fechar-se no quarto. Antes de se entregar mais uma noite às lágrimas. Antes de encerrar mais um dia, Tania liberta um sorriso silencioso a Afonso. As palavras dele acabam de iludir o caminho do destino.

8 comentários:

Anónimo disse...

"As palavras dele acabam de iludir o caminho do destino."
Gostei da frase com que acabaste o post, que me deixou cada vez mais ligada a Tânia. Está numa situação mesmo muito difícil... E sinto uma pena enorme da Lúcia... E adoro o Afonso e a Laura por serem os amigos que a Tânia precisa neste momento.
Para variar dou-te os parabéns pelo post. No dia em que não gostar de algum vamos ter um milagre :P (e tenho quase a certeza que tal não irá acontecer).
Beijocas

Anónimo disse...

Olá,

Como dizer? Não gostei deste post. Está muitíssimo bem escrito, com pormenores atenciosos, mas não gostei. Embora sendo ficção ( sim, sei que uma é |supostamente| real) não me parece viável que o ambiente se torne quase promíscuo no Edifício, como Fantasma atento também sei que o Edifício respira sensualidade e open mind e que tu Magna Magnólia, decerto, não ias por um caminho tão fácil como o de colocar Tânia na cama de Afonso e Laura, nem ela tem maturidade para uma relação dessas.

Possivelmente, não seria um comentário destes que gostarias de ler, mas sou a favor da crítica construtiva e acredito que quem escreve desse lado não precise (minimamente) de massagens ao ego.
Em referência ainda ao último post, tive a sensação de ver nos reposteiros uma sombra conhecida…será?

Até breve.

(hoje ocupo eu o jacuzzi…humm…)

Magnolia disse...

SPICY ANGEL, a situação em si não parece fácil. Decisões emocionais são sempre complexas. Principalmente a quente. O Afonso e a Laura sempre foram amigos da Tania. Especialmente a Laura. Não será milagre o dia em que não gostares de um post. Será apenas uma natural coincidência. lol.
O FANTASMA DO EDIFICIO, também é saudável ler comentários assim. Principalmente quando são bem elaborados e explicados. Acima de tudo, sim. Criticas construtivas. Deste lado são precisas massagens ao ego. Acho que precisamos todos. Mas também são precisas chamadas de atenção. Pontos de vista diferentes. Formas de olhar para algo distintas daquilo que para quem está deste lado parece lógico.
De qualquer forma, não querendo contrariar a tua opinião, ou torná-la menos séria, gostava apenas que visses este prisma. Não é um caminho assim tão fácil, pôr a Tania na cama de um casal. Tem sido um processo longo, vagaroso e muito paciente. Porque até este post nunca se tinha falado do envolvimento entre Laura, Afonso e Tania. Mas eles são vizinhos. Elas são colegas de trabalho há quase sete anos. Se só agora se coloca um post sobre os três, é porque até hoje nunca as coisas pareciam estar tão envolventes. E talvez o momento pareça ser precipitado ( o choque emocional de Tania ), mas a empatia e a progressão no envolvimento dos três parece mesmo antecipar a promiscuidade que falas. A Tania pode até parecer ingénua. Pode até não transparecer maturidade. Ainda assim, é uma mulher de mente aberta. Mais do que se possa julgar.
Ainda assim, Fantasma, não estou aqui para te convencer. Apenas dar-te um ponto de vista. E não estando a querer antecipar nenhum envolvimento, acho que esta revelação ainda tem muito para contar. E é verdade que a tua critica fez pensar em muita coisa, a quem está deste lado. Portanto, só pode ter sido positivo.
Para finalizar, qual foi a sombra que achas que é conhecida?
O jacuzzi está sempre aberto a todos os visitantes. Desde que se respeitem uns aos outros e que estimem o espaço, está tudo bem :)

O rapaz das Confissões disse...

Palavras para que!!!
é o 2º dto e pronto. já sabes como sou louco por esta campainha

jokinhas

Anónimo disse...

Talvez o desejo individual que Afonso sente por Tânia seja proporcional ao que Laura tem pela Sofia. A partilha entre o casal não é assim tão linear.

Tânia sabe bem com o que conta, há amizade e há desejo, e todos conhecem a fronteira. Talvez o que a deixa mais relutante em passar do esquerdo para o direito seja perder Lúcia.

Magnolia disse...

O RAPAZ DAS CONFISSÕES, há sempre palavras a soltar. Mas o o 2º direito parece sofrer transformações que vale a pena seguir.
O MITO DO PSIQUE, porque é que achas que a partilha do casal não é linear? A Sofia pertence ao casal. É uma barco remado por dois. Agora, tens razão que o que invade o espirito de Tania, é mesmo Lúcia. A fronteira é de facto importante neste apartamento. Porque esta fronteira tem tendência a ser alterada. Veremos até onde este limiar consegue chegar.

luafeiticeira disse...

Pois, realmente este post é diferente por relatar tristezas e não sensualidades apesar das personagens o proporcionarem. Estou como os outros comentadores, a Tânia não se pode entrosar com este casal, pelo menos para já não. Ela prescisa de fazer um duplo luto e de perdoar a amiga, mesmo não continuando a relação que mantinha com ela.
Beijos

Magnolia disse...

LUA FEITICEIRA, apesar de achar que considerar que fazer luto pelo fim de uma relação seja demasiado forte, não deixa de haver alguma razão no sentido de parecer precipitado um envolvimento. De qualquer forma, como já tinha sido indicado, não é um acontecimento fortuito e espontâneo. A Tania e a Laura já se conhecem há algum tempo. As empatias geram-se. Mas veremos o que acontece.