segunda-feira

Acompanhante

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Publicado a 02-06-08
- Ana, por favor... Tudo o que vires, ouvires e sentires esta noite, neste lugar... guardas para ti. Para sempre. Assim que saíres, aconteça o que acontecer, é como se isto que aqui tens à tua frente não existisse. É isso que te peço.
Parece um noite mágica. O céu pinta estrelas surreais. O carro cessa o seu andamento mesmo em frente à enorme fachada do edifício secular. Elisabete desliga a ignição e olha com um sorriso para a sua amante. Ana entende cada palavra da jornalista que a convidou para uma noite diferente. Confiante, mas com uma boa dose de ansiedade perante o desconhecido, a jovem ouve aquilo que a mulher tem para dizer. Porque qualquer passo em falso pode ser fatal.
- Quero que tenhas em mente o que aceitaste. Estas pessoas não estão aqui para brincar. É mais do que um jogo. Deixa-me ser sincera. Se não ages de acordo com as regras deles... a tua vida como a conheces, deixa de existir. Vão perseguir-te. Vão humilhar-te perante todas as pessoas que conheces e gostas. Vão fazer-te arrepender de esconder todos os segredos que eventualmente possas ter... E... Fui eu que te convidei, Ana. A minha carreira e o meu casamento também estão em jogo.
- Fica descansada, Elisabete. Sabes que sou uma mulher profissional.
- És uma mulher fantástica, Ana... Disso eu tenho a certeza.
As duas portas do veículo abrem-se. Dois homens com farda de paquete agem com delicadeza perante mais duas pessoas a chegar a este local surreal. Um dos funcionários entra para o lugar do condutor e conduz o carro, pertença da jornalista, até à garagem do hotel. Um edifício clássico, situado nos arredores da cidade, num local algo inóspito. Com três andares, o hotel assemelha-se a uma albergaria e a sua estrutura estende-se ao longo de um enorme terreno. Jardins imponentes nas traseiras, piscina exterior e interior e uma arquitectura datada dos anos cinquenta. Assim que Ana coloca o pé no primeiro degrau da escadaria vistosa, ela entende que o espaço é elitista. Apenas um restrito grupo de pessoas de classe alta terão possibilidade e ousadia para reservar uma noite neste local de repouso. Elisabete segura o braço da jovem, procurando dar-lhe uma orientação.
- Como te tinha dito, uma vez por mês, não é possível fazer reservar um quarto para este dia. É como se o hotel estivesse lotado... É como se isto deixasse de ser um mero hotel para gente rica...
Depois de passar os arcos da fachada central, as duas mulheres entram pela porta principal do hotel. E fazem-no de uma forma estranhamente vistosa. Sobre o seu corpo, elas vestem um uniforme surreal. Apesar de calçarem uns sapatos pretos de salto alto, as mulheres estão fardadas com um hábito preto de monge franciscano. E todas as pessoas em seu redor parecem encarar tal facto com naturalidade. Desde o funcionário que lhes abriu a porta até ao senhor que lhes dá as boas-vindas junto à recepção e lhes indica o caminho a seguir. O hábito dá-lhes um ar sensual. O pedaço de pano escuro está apenas preso pela corda branca na cintura. As mangas são largas e cobrem as mãos delicadas delas. Com o capuz pelas costas, elas mantém um sorriso confiante. Ana nunca entrou ali, mas é como se soubesse exactamente o que fazer. Elisabete já experimentou a sensação de entrar neste hotel peculiar. Entusiasmada com o que está por vir, ela trata de perceber que Ana sabe ao que vem. Em última instância, é a jornalista que abre a porta do espaço à jovem.
- Põe o capuz... Assim que passarmos aquela porta, tenta disfarçar a surpresa.
Ana respira fundo. Repete o gesto da sua cliente e coloca o capuz sobre a sua cabeça. A sua face fica praticamente escondida. Imediatamente depois de atravessar um enorme corredor, é aberta por outro funcionário uma porta que dá acesso a um ambiente completamente diferente da ideia de um qualquer hotel. O passo de Ana congela. O olhar dela incendeia-se. A jovem procura ter uma abrangência visual de todo o espaço. Apesar de ter a visão algo deturpada pelo tecido que é colocado à frente do seu olhar, ela consegue perceber a dimensão do que ocorre. Uma sala enorme, habitualmente usada para conferências, jantares de gala, casamentos e festas ocasionais tem agora um propósito de uso completamente distinto. Diante da excêntrica Ana, acompanhante de luxo profissional e jovem madura, está um cenário singularmente extravagante. Um conjunto de orgias eróticas e sexuais enche os diversos cantos do salão. Estarão, possivelmente, cerca de vinte pessoas a entregar os corpos a diversos parceiros. Em comum, todos eles têm o facto de continuarem com os hábitos vestidos. Ou pelo menos seguros à cabeça pelo capuz. O resto dos corpos estão despidos. Alguns com roupa interior sensual, outros sem nada que os envolva, outros mesmo objectos eróticos anexados a diferentes partes corporais. É uma visão algo grotesca, tal é a intensidade do sexo praticado em grupo. Ana está abismada. Elisabete fez questão de lhe referir antecipadamente o que ela iria ver dentro deste hotel. A jovem sabia que iria ver algo transcendente. Sexo em grupo. Orgias. Entrega sem limites. Partilhas escaldantes. Tudo no mesmo espaço. Ela julgava-se preparada para tudo o que a sua mente conseguiu imaginar. Mas a imagem que Ana tem de todo o salão foge por completo à capacidade imaginativa da sua mente. Ela tenta disfarçar a surpresa. Mas é inevitável a atitude de espanto.
- Avisei-te... Estás pronta? - pergunta a jornalista.
- ...Sim...Sim, estou.
- Lembra-te do que te disse. Tudo o que sentires aqui dentro será o teu maior segredo. Para sempre. Ah, e aconselho-te a aceitar todas as bebidas que o funcionário do hotel te entregar.
- Porquê?
- Digamos que eles preferem que a tua mente esteja com uma boa dose de álcool do que com a mente sã.
Como algo já perspectivado, um homem que segura uma bandeja recheada de copos de cristal coloca-se diante das duas mulheres. Ana olha repentinamente para a amante e logo depois para o funcionário. Em silêncio, ele parece oferecer-lhe uma bebida. Ana sente que tem que aceitar. Pega no copo e coloca-o junto ao abdómen. Elisabete repete o mesmo gesto e dá um gole imediato. O funcionário acena com a cabeça um cumprimento gestual e retira-se.
- Vamos fazer um brinde? - pede Elisabete - À noite mais surreal da tua vida.
Ana levanta o copo. Os vidros tocam-se e o brinde é feito. Mas a jovem não gosta da forma como as palavras de Elisabete soaram. Para Ana, numa noite assim, não seria necessário fazer votos para que a noite corresse bem. Talvez não tenha sido esse o intuito das palavras da jornalista. Todavia, fica uma sensação de desconforto na boca de Ana, assim que ela dá o gole na copo de champanhe. As regras da orgia são para cumprir. Escrupulosamente. A jornalista informou Ana que as regras são feitas para que tudo possa correr sem incidentes. Sem sobressaltos. Sem episódios que façam ruir a encenação que aqui é criada. Para além das bebidas, da manutenção do hábito e da discrição de identidade, há uma obrigatoriedade no uso de métodos contraceptivos e elementos lubrificantes. Sem excepção. Elisabete decide avançar pela sala. Pelas mesas, sofás, cadeiras, bancos e que tantos outros adereços que enchem aquele espaço.
- Não te esqueças das regras... Se as cumprires, tudo vai correr bem... Anda, quero mostrar-te quem manda aqui.
Passo por passo, as duas mulheres circundam a sala. Ana é mulher habituada a sexo. Ela própria o pode confessar que pouca coisa a surpreende ou a deixa inibida. Mas a envolvência sexual que exala de cada canto afecta o estado de espírito da jovem. Nem ela o consegue negar. Não é a primeira vez que ela vê sexo em grupo. Ocasionalmente, tal acontecia no clube onde trabalhou. Não é sequer a primeira vez que ela cede a experimentar orgias. Mas o número de pessoas que estão aqui envolvidas, a naturalidade com que elas praticam actos sexuais intensos e acumulam diversos parceiros em simultâneo, os sítios onde tais actos são praticados e teatralidade do que acontece para onde quer que ela olhe, deixa-a suspensa em si mesma. Ana tenta encontrar a melhor forma de reagir a tudo isto. Nem está sequer em causa a decisão de participar na magnânima orgia. Ela quer. Ela está excitada. Ela sabe o que está a fazer. Mas o período de adaptação ainda não terminou. E Elisabete aconselhou-a a medir cada passo que executa. A tentar conhecer quem está presente e acima de tudo não julgar. Para Ana, isso é fácil. O que para ela se torna mais complexo é não se sentir julgada. Porque por mais que ela veja as pessoas compenetradas nas fodas, nas quecas, nas cópulas, nas fornicações que ocorrem, também não deixa de ser verdade que ela sente-se intrusa ali. Sente alguns olhares a dirigirem-se a si. Mesmo escondida no capuz, há quem já tenha percepcionado do novo elemento nesta extravagante orgia.
- Aquele ali... Com o hábito branco... Ele já percebeu que estás aqui.
- É ele o Bispo? - pergunta Ana curiosa.
- Sim. Ele é director deste hotel. Como deves perceber, é ele quem manda... É ele que rege o que se vai passando em cada canto desta sala.
Quase no centro do enorme salão, sentado em cima de uma dúzia de almofadas volumosas, está aquele que é designado por Bispo. A vestimenta branca dele diferencia-o de qualquer outro elemento. O capuz também lhe cobre parte da face, mas toda a gente sabe quem ele é.
- É ele que escolhe os Padrinhos.
- Quem são os Padrinhos?!
São elementos confiados pelo Bispo. Vestem de preto, com hábitos iguais aos de Ana e Elisabete. Mas distinguem pela forma como agem. Um Padrinho é designado pelo director do hotel para ter convidados a seu cargo. Quando alguém é convidado a entrar neste grupo restrito e imensamente discreto em relação ao resto do mundo, tem que passar pela mão de um Padrinho. Antes mesmo de se envolver com qualquer outro presente, o recém chegado é escolhido. E daí em diante, até sair do espaço do hotel, é o Padrinho que decide com quem o seu "afilhado" se envolve.
- Que nome têm os convidados?
- Burgueses?
Um Burguês é sempre alguém que foi convidado por um elemento que já frequenta o hotel. Com a autorização prévia do Padrinho, ele entra mediante a aceitação das regras estipuladas e com a predisposição de ser acolhido por um subordinado do Bispo. É então o director do hotel que decide o Padrinho a ser atribuído.
- São Padrinhos que estão ao pé do Bispo?
- Sim. Ao todo eles são oito. São pessoas da máxima confiança, como deves perceber. Um dos três que estão perto dele deverá ser o teu Padrinho.
- E quando vou saber quem é?
- Pode ser a qualquer instante. Quando o Bispo decidir.
- E quem são as mulheres deitadas ao lado deles?
- São as prostitutas que são contratadas.
Para além do director do hotel, dos Padrinhos, dos convidados e dos funcionários que enchem a sala, existem prostitutas e prostitutos contratados para satisfazer os presentes. Nem sempre os Burgueses estão suficientemente tranquilos para se envolver mutuamente. As mulheres e homens contratados servem para quebrar o gelo, trazer novas fantasias, satisfazer caprichos dos diferentes elementos presentes, estimular diferentes experiências eróticas e sensuais.
- Como é que eles se chamam?
- Acompanhantes.
A jovem inspira fundo. Um arrepio atravessa-lhe a espinha. De imediato, ela olha para o Bispo, depois para um dos Padrinhos. Cinge a atenção num casal de Burgueses que fornica em cima de uma mesa de carvalho, junto às vidraças. E finalmente, Ana guarda uns segundos de atenção numa Acompanhante que masturba uma Madrinha nas almofadas que representam o altar do poder.
- Eu vou tentar ficar contigo, mas se um dos Padrinhos te vier recolher, ficas por tua conta.
- Eu não fico com o teu Padrinho?
- É pouco provável. Acredita, eles vão testar-te.
- Estou preparada.
Elisabete sorri. Os lábios da jornalista são viciantes. Adornam a boca brilhante e cremosa da mulher que procura guardar a sua ainda protegida o maior tempo possível. Ana sente-se confortada com o sorriso da amante. Ao mesmo tempo, continua a acompanhar o passo dela. As duas mulheres caminham ao lado de homens e mulheres que se consomem sexualmente. Mesmo colados a elas, estão dois homens a foderem uma mulher com cerca de 35 anos. Os três adultos estão deitados numa enorme carpete, sem qualquer pudor. Ela, de cabelo curto, loiro, sorridente, com o hábito ainda vestido, subjuga-se à vontade deles. Senta-se em cima de um dos homens, que se percebe ser um Acompanhante. O homem que a penetra por trás parece ser um Burguês, mas Ana não consegue desvendar o papel da mulher ali. Detentora de um rabo sensual e de uns seios bicudos, ela demonstra estar a viver múltiplas sensações com ambas as penetrações.
- É uma Burguesa. - clarifica Elisabete - Das mais antigas aqui dentro. É chefe de enfermagem no Hospital.
- Conheces estas pessoas?
- Quase todas. Esta aqui em frente é uma das Madrinhas. Namora há algum tempo com outro Padrinho.
- Parece que a conheço.
- É uma das administradoras do centro comercial da cidade.
A mulher, a gozar os seus trinta anos, está entre dois adultos, a rondar a mesma idade. Um casal maduro, sedento de partilhar a paixão e fantasia sexual com uma mulher comprometida. A amante lambe a rata da Madrinha, que se senta sobre o sexo inchado do marido da parceira. À beira do orgasmo, a Madrinha incita a mulher a chupar-lhe o clitóris, ao empurrar a cabeça dela para si. Apesar da excitação da posição que os três partilham, a atenção de Ana é desviada para uma poltrona, uns metros adiante. Um homem, ainda envolto no hábito, com um pénis ainda por entesar, está sentado com um ansioso. Ainda assim, em seu redor estão quatro mulheres com vinte e muitos anos. Corpos esculturais, aparência vistosa, maquilhagem a adornar a face de boneca e uma postura de desejo simulado. Mulheres que sabem exactamente o seu papel, não obstante o pedaço de carne presunçosa que se lhes apresenta, procuram satisfazer os caprichos masculinos. A loira está de pé, em cima da almofada da poltrona. Tem as mãos dele nas suas coxas, ao mesmo tempo que lhe lambe a rata. Uma ruiva senta-se em cima da cintura dele, de costas para o homem e agarra o sexo ainda flácido. Procura entesá-lo e dá a carne às outras duas mulheres morenas. Estas encenam uma excitação histérica, na ânsia de poder chupar o pénis com a maior dedicação possível.
- Aquele homem é meu cliente. - sussurra Ana com alguma surpresa.
- Acredita, ele não é só teu cliente...
- Eu imagino o que ele faz em todas as viagens de negócio à Arábia Saudita...
Mas assim que Ana encaixa o facto de conseguir encontrar neste lugar gente com quem se sente estranhamente familiarizada, ela já tem o olhar a divagar por outros recantos do salão. Há um homem, próximo do trono do Bispo, que fixa a atenção em si. Como se a estivesse a vigiar há algum tempo. Ele está de pé. Tem um corpo atlético, de ombros largos, e uma face atraente, com o queixo vincado. Uma das mãos segura o tecido do hábito preto. A outra segura na nuca da jovem rapariga que está ajoelhada no chão a chupá-lo.
- Outro Padrinho. - solta Elisabete - Um dos mais desejados nas festas do hotel. Como deves perceber pela ansiedade com que a futura psicóloga o chupa.
- Ela parece tão novinha...
- Dezanove anos. Já não é a primeira vez que a vejo naquela posição com o seu Padrinho. Ele é instrutor...
- Desculpa?! Instrutor?...
- Sim. Instrutor de vôo.
Ana engole em seco. Algo a atormenta. Enquanto assiste ao broche que a jovem estudante, ainda fardada, desenvolve no pénis do homem excitante, ela congela a postura. O Padrinho continua a olhar para a convidada de Elisabete e mantém um breve sorriso. Com a mente confusa, Ana tenta esquecer a bizarra sensação de todos lhe parecerem conhecidos. Talvez seja o facto de se sentir vigiada e ansiosa. Ela não nega que o sexo masculino inchado dentro da boca da jovem rapariga a deixa húmida entre as pernas. No entanto, ela decide desviar o olhar. Dá cinco passos em frente e encontra outros pontos de interesse. Elisabete acompanha-a.
- E aquela ali em frente? - pergunta Ana.
- Qual? A que está ser lambida pelos três Burgueses? É Madrinha. Professora de História no Liceu. Viúva. Parece que descobriu o que realmente era o sexo aqui dentro.
Possuída. A melhor forma de descrever o estado de espirito da mulher a chegar à casa dos cinquenta anos. Enérgica, com um rabo largo e empinado para trás, com o corpo cheio de vivacidade, uma boca de lábios finos mas largos, uma entrega despudorada, cabelos curtos castanhos, uma aparência de mulher madura mas pouco sensata, umas mamas grandes, descaidas e com os bicos dos mamilos completamente entesados e rijos, e uma tusa inesgotável. A professora está presa a seis mãos masculinas. Um dos homens convidados pende o seu corpo em cima do peito dela, ao mesmo tempo que segura as costas dela e chupa as mamas com devoção. Os outros dois homens seguram na cintura dela, colocando uma mão no rabo excitante da mulher e a outra mão no sexo dela. A professora prolonga um estado de êxtase, onde a sua rata incha com dois indicadores a penetrá-la e dois polegares a manusearem o clitóris saído e inchado.
- Não te deixes enganar. Eles são amantes dela há algum tempo. E todos eles aceitam a presença do outro. O orgasmo que ela vai ter é partilhado para os três.
- E eu que achava que já tinha visto tudo.
- Aquela ali ao fundo...Em cima daquela mesa de centro... Outra Madrinha. Trabalha na loja de roupa da mãe, mas ganha uma mesada maior que o meu salário.
Magrinha, com os lábios viçosamente carnudos, um ar jovem, esta súbdita do Bispo está sentada em cima de dois homens. As pernas deles estão entrelaçadas e os sexos deles são duas hastes que penetram com firmeza na rata e no rabo da jovem. A cavalgar sobre os dois amantes prostitutos, ela delicia-se ainda com dois pénis inchados diante da sua face. Os cabelos negros dela estão a pingar do suor, consequência da intensidade do que ela já viveu nesta noite. Mas ainda assim, ela chupa uma das pichas, ao mesmo tempo que masturba o outro Burguês. Um, dois, possivelmente algum oculto. A jovem já tinha perdido ao número de vezes que alcançou o auge do seu prazer. Não contando, obviamente com esta que as duas mulheres conseguem assistir. Ela vem-se ao mesmo tempo que desvia o olhar de qualquer um dos homens. Ela liberta-se de si mesma. Vezes sem conta. Como uma montanha-russa. Os quatro homens possuem-na. Ana está incrédula. Tudo lhe parece sinistro. Surreal. Onírico. Transcendente. E o seu olhar vai navegando por todos os recantos. Mesmo ao lado da tenebrosa sessão sexual entre os cinco adultos, está um canapé, onde se senta uma jovem. Cabelos pretos, a boca carnuda, com o lábio inferior mais inchado que o superior. Um corpo esguio, magrinho, de peito pouco saliente. Um olhar introvertido mas excitante. Ela está sentada na cadeira, com as pernas de fora e as costas quase deitadas no assento. Existe no semblante dela uma ideia de prazer. Uma fantasia estonteante. Um delírio inigualável. Uma Acompanhante nova, bonita, sorridente e com uma pele suavemente brilhante, está ajoelhada no chão diante do sofá. Tem as pernas da Madrinha em cima dos seus ombros e a rata dela à frente da sua boca. Ao mesmo tempo, a prostituta cavalga em cima de um homem que está deitado no chão, com as mãos nas mamas da mulher que o fode. O Burguês assiste ao minete que é feito à sua Madrinha e delicia-se com a envolvência a três. O olhar da súbdita do director do hotel coloca as mãos em cima do seu peito, liberta gemidos entusiasmantes e olha para oque está em seu redor. Especialmente para o orgia diante de si. Ana percebe que as duas jovens são semelhantes. Talvez nas opções sexuais que demonstram nesta orgia não. Mas tem traços físicos aproximados. Inclusivamente, parecem trocar olhares entre si.
- E quem é aquela, mesmo ao lado?
- Lésbica... Bissexual, não sei. Também é Madrinha. Eu acho que ela estuda. Arquitectura, creio eu. Acho que ela já conhecia o Bispo...De outra forma...Tu sabes...
- Elas duas conhecem-se?
- Acho que não...Porquê...
- Deixa...estou só um pouco abismada com isto...
Assim que o copo de champanhe de Ana fica seco, no instante seguinte aproxima-se, por entre todas as pessoas que se envolvem, o funcionário com a bandeja. Novamente composta de copos de champanhe, Ana só tem que escolher. Porque ela já percebeu que essa é a regra a cumprir. Olha em redor, olha para Elisabete e depois para o funcionário. Agradece gestualmente a entrega de mais uma bebida e vê o homem sair dali.
- Então, mas diz-me.... - pede Ana - Ainda não percebi...Como é que os Padrinhos conseguem distinguir os Burgueses dos Acompanhantes?
- Fica descansada, eles sabem...
- Como?....
- Agora não digas nada...Vem ai a minha Madrinha.
Envolta no hábito. Debaixo do capuz negro só é visivel a boca da mulher. Pele macia, mas ar maduro. Lábios fofinhos e ruborizados, mas olhar escondido. Baixa estatura, mas um corpo bem esculpido. Passo por passo, a mulher percorre o seu caminho para se aproximar das duas mulheres. Ana está ansiosa. Este poderá ser o momento em que ela é escolhida. Pelo menos assim o deseja. Mas a mulher tem um ar intimidante. Elisabete procura manter uma certa distância da sua amante, mas ainda consegue sussurrar-lhe.
- Casada com outro Padrinho. Duas filhas adolescentes. Empresária. Infiel quanto baste. Olha para as mulheres com desejo mas entrega-as a homens que ela já comeu.... Esta é a minha Madrinha.
A mulher está quase a alcançá-las. Ana cerra os olhos por um breve instante e tenta abstrair-se de tudo. Há um certo nervosismo no seu corpo, o qual ela não consegue dominar. E ela própria estranha esse facto. Afinal, a sua máscara nocturna preparou-a para as excentricidades da vida. Mas algo toma conta de si.
- E eu?... Ainda não percebi, Elisabete...estou aqui como Burguesa ou Acompanhante?
Ao voltar a abrir os olhos, percebe que Elisabete já não lhe presta atenção. Ao percepcionar o que acontece, Ana entende que aquela Madrinha não a escolheu a si. A mulher envolve os braços em Elisabete e cola o seu corpo ao da jornalista. As duas mulheres são da mesma estatura. Trocam um sorriso ansioso. Espelham um desejo comum. A noite de Elisabete começou agora. Verdadeiramente.
- Olá, minha doce Burguesa...
- Boa noite, querida Madrinha...
Ana está apavorada. Antes mesmo de ser abandonada, a jovem sente-se sozinha. Percebe que a mulher que a convidou é como que tirada das suas mãos. Num gesto impulsivo, a mulher misteriosa abre o hábito da sua Burguesa e descobre o corpo da jornalista. Uma lingerie preta adorna o corpo esbelto de Elisabete. Arrebita-lhe os seios vigorosos e sugere a magnificiência da sua rata. Ana percebe que a outra mulher está entesada. Vê a mão da Madrinha segurar com firmeza a mão da sua amante. Assiste à outra mão de Elisabete segurar a face macia da mulher por debaixo do capuz. E a Madrinha que não é a sua começa a arrastar a jornalista para outro local. Ana sente-se extremamente confusa. Pela primeira vez, ela encaixa a ideia que ainda não conseguiu perceber que lugar é o seu ali.
- Diz-me, eu sou uma Burguesa ou Acompanhante?!
A cinco passos da sua amante, Elisabete ainda retorna um olhar. Silencioso. A Madrinha fixa o olhar escondido em Ana, como que a confirmar que aquela mulher, daqui em diante, só a ela lhe pertence. Perdida, confusa, desorientada, Ana bebe de um gole só a bebida que segura na mão nervosa. No meio do salão, numa noite de deboche, a jovem acompanhante está presa num filme que parece ser demasiado o seu, mas do qual ela não sabe que personagem é. Ainda coberta com o hábito e com o olhar algo protegido com o capuz, Ana gira sobre si mesma. Não obstante tudo o que já viu dentro deste espaço. Esquecendo o facto de que ela já consegui perceber a surrealidade do que aqui acontece uma vez por mês. Ela rodeia com o olfacto, algum tacto, audição e essencialmente visão, o que estão à sua volta. As orgias continuam. As pequenas loucuras e grandes fantasias sucedem-se. Fornicações violentas, fodas soberbas, fellatios sublimes, cunnilingus misturado com outras tantas formas de comer carne sedenta e entesada. Homens ricos que penetram por trás com convicção prostitutas servis. Ou Burgueses a cederem aos caprichos dos Padrinhos, com a ajuda de Acompanhantes profissionais. Ana sabe que vive num mundo à parte. Sabe que as duas máscaras que lhe entregam uma dupla personalidade são apenas uma construção da sua mente, adaptada à realidade. Sabe que a sua vida é um teatro que ela própria montou. Mas isto que ela assiste, é uma enorme encenação. No entanto, ela foi absorvida por uma Farsa de paixão ou um Auto de fantasia.
- És minha!
Nas suas costas, uma presença masculina, escondida num hábito preto que cheira a sexo, aconchega-se a si. Os braços dele envolvem o corpo de Ana e subitamente ela sente-se possuída. Pelas palavras, pelo gesto, pelo cheiro, pelos assombramentos que invadem a mente da jovem. Ela entende que um Padrinho acaba por a resgatar enfim. Elisabete já está longe e Ana sabe que existem regras a cumprir. E ela sabe que quando alguém entoasse tais palavras, ela teria que subjugar-se aos desejos do súbdito do Bispo. O Padrinho faz girar o corpo ténue de Ana e num movimento brusco, ela fica diante do olhar dele. O seu capuz escorrega um pouco para trás e descobre o olhar. Uns olhos brilhantes, impávidos, receosos. Não era suposto ser possível a Ana sentir isto, quando a noite pede a sua máscara nocturna. Quando tudo a transforma numa verdadeira Acompanhante de luxo. Mas neste instante, nem ela sabe verdadeiramente o que é. Agora, nas mãos do homem que ainda há pouco estava a ser chupado pela outra rapariga, Ana assume-se dominada. O homem invoca um mistério charmoso. Aquela cara é-lhe demasiado familiar. Tudo ali é surrealmente familiar. De pé, com a distância de um palmo, eles absorvem-se mutuamente. E num gesto impulsivo, o Padrinho abre o hábito da jovem, descobrindo-lhe o corpo. Ela não reage. Mantém apenas o olhar fixo nele. Debaixo daquele tecido preto há apenas o corpo feminino voluptuoso. Os seios excitados, o ventre húmido. Ele sorri, ela guarda-a para si. A noite intensa de Ana começou agora. Declaradamente.
É uma mesa de centro. Semelhante à que Ana adquiriu para colocar na sua sala. Esta é um pouco maior. É colocada próximamente a um dos cantos do salão do hotel. Serve de apoio aos três sofás e à poltrona que foram sitados ali pelos funcionários. Não há um lugar vago. Nem um sofá, nem a poltrona, nem mesmo o chão. A mesa de centro está reservada para um Padrinho. O Padrinho de Ana. O detentor do corpo da jovem. O mago da alma dela. Porque Ana sente-se enfeitiçada. Atenta ao que a rodeia, mas enfeitiçada. Na sua mão já está um novo copo cheio. Desta vez vinho verde. Suave mas traiçoeiro. O olhar dele mantém-se na nova aquisição. Estuda-lhe cada contorno do corpo. As curvas das ancas, a bondade carnal das nádegas, o carinho do umbigo e do seu ventre, a supremacia de uns seios redondos, firmes e excitados. Decora-lhe a face, até mais do que já fez desde que a jovem entrou nesta enorme sala. O queixo confiante, os lábios finos e românticos, as maçãs do rosto eternamente rosadas, a testa longa e madura, o olhar constantemente apaixonado. Ele molda a face da mulher à sua medida. Isto tudo, ao mesmo tempo que apalpa as mamas dela e penetra dentro da sua rata. Ana cavalga em cima do corpo do Padrinho. A pedido, por desejo, ou por mera excitação carnal. Ele está deitado na mesa de centro. Os seios dela pulam sobre a palma das mãos masculina. O sexo dele só pode inchar dentro da vagina da mulher. E ela geme. São gemidos de entusiasmo, de loucura, de fascínio, de incredulidade perante a sequência de acontecimentos. Porque ela fode. Ela fornica. Ela une o seu sexo ao pedaço de desejo que a escolheu. Ela faz aquilo que lhe dá carácter, que a apresenta a um mundo distinto, que deposita a sua estabilidade financeira mas também mental. Não é sexo. É sedução. O primeiro orgasmo de Ana caracteriza-se pela entrega ao homem que a prendeu a uma escolha que não a dela. O homem excitante, charmoso, mas também presunçoso, trouxe-a para esta mesa de centro. E este é o local para onde o Padrinho, instrutor, traz as suas fodas.
Ela ainda cavalga. Os seus olhos mantêm-se abertos. No sofá defronte da mesa. Ana é profissional. Mantém a distância certa. Goza do prazer que lhe é dado. Saboreia os caprichos que manuseia. Com a mão direita, ela pega no copo de vinho que já foi substituido. Mais uma vez. Com a mão esquerda, a sua habilidade estimula o pénis de um Burguês, que foi chamado pelo homem que está debaixo do seu corpo. E mesmo que a boca dela esteja cheia da carne tesa masculina, o olhar de Ana prende a atenção no que está diante de si. A jovem rapariga, que parecia guardar um enorme prazer em chupar o Padrinho de ambas, está envolvida com outro homem. Um senhor charmoso, com mais de quarenta anos, certamente. Cabelo grisalho, homem de negócios, certamente. Uma postura firme, homem comprometido, pai de filhos, certamente. A atitude demonstra que é um homem experiente nestas andanças, amigo do director do hotel, Burguês, sem toda a certeza. Enquanto chupa o homem que está de pé ao seu lado. Enquanto geme com as constantes penetrações que ela deixa o seu Padrinho realizar. Enquanto todo o seu corpo vive uma incandescente tesão. Ana admira o envolvimento da rapariga sensual e o homem charmoso que a come. É uma jovem encantadora. Cruzando com ela numa rua da cidade, passaria por uma rapariga ingénua, serena, pouco dada ao desconhecido. Trocando o passo com ela no centro comercial, seria possível perder o olhar por uns segundos e quem sabe, tomá-la como a mulher perfeita. Ana está a vê-la a ser comida por trás. Sentada sobre o colo do homem, com o tronco a pender para a frente, a ponta dos dedos a tocar no tapete, o rabo empinado para trás, a rata à disposição do desejo masculino. Ana molha a picha com os seus lábios e movimenta as ancas, estimulando a foda que decorre. Mas os seus olhos comem a boca fofa da rapariga, a pele suave, os olhar escondido por detrás do capuz e dos óculos, os seios esbeltos. A outra súbdita sexual do seu Padrinho tem umas mamas fantásticas. Com a pele brilhante, perfeita e meiga, os seios ganham uma forma sublime e excitante. Fruto da idade que ainda tem, a jovem de dezanove anos tem um corpo doce. E isso põe Ana fixa nela. Presa aos gritos finos, à respiração controlada, aos movimentos dos lábios gelatinosos, ao pêndulo das duas mamas, às penetrações incisivas do homem charmoso. Talvez seja esta imagem soberba, talvez seja a estimulação que o seu próprio corpo sofre. Mas Ana sente-se fascinada. Encantada. Hipnotizada. Deliciosamente enfeitiçada. O Burguês que está de pé vai entendendo o motivo pelo qual Ana chupa divinalmente. Assim que sente o seu Padrinho a vir-se, ela abocanha o outro parceiro sexual, tatuando o pénis dele com a lingua frenética e os lábios molhados. Exposta ao sémen dele na sua face, ainda assim, Ana mantém o olhar na rapariga que é devorada pela fome do homem misterioso.
É uma orgia progressiva. Os Burgueses acumulam-se em redor de Ana e do seu Padrinho. Ela ainda continua em cima do corpo do instrutor. Ele enche a palma das mãos com as nádegas tenebrosas e quentes da jovem. Ajoelhado em cima da mesa de centro, está um homem com cerca de cinquenta anos. Sedento de jovens dispostas a sexo sem compromisso, ambicioso na procura de corpos que lhe entreguem o prazer desejado. Ele penetra no rabo de Ana como mais uma sobremesa nesta noite longa. Ana nem quer saber quem é ele. Ana nem precisa de sentir que ele tem capacidade para lhe entregar um pedaço de prazer. Ana sente-se cheia. Ana enlouquece. Ana absorve tudo o que homem que a conquistou decidiu que ela iria receber. Ana questiona apenas o seu papel. Burguesa ou Acompanhante? Ela é fodida por dois homens e chupa outro ao mesmo tempo, diante de si. Agora não interessa a personagem que representa. Ela já não está aqui. Mesmo que à sua frente, na poltrona um pouco mais ao fundo, em redor da mesa de centro, Elisabete esteja a usufruir do seu prazer. Também ela enfeitiçada, também ela perdida num mundo de prazer, também ela absorvida numa bolha de paixão. A jornalista está sentada de costas, em cima de um Burguês sedado em álcool. Ela só precisa de cavalgar e esperar que ele se venha. Pela primeira vez, Ana vê a sua amante entregue à paixão masculina. As mamas salientes, carnudas, escaldantes e com tez morena pulam conforme ela salta. Elisabete nem sequer abre os olhos. Sabe que atrás de si, a sua Madrinha coloca a rata em cima da boca do homem. Sabe que mais cedo ou mais tarde, outro homem, talvez Acompanhante, irá encher a sua vagina com um pénis comprido, largo e cheio de vigor. O que Elisabete ainda não percebeu é que Ana olha compenetradamente para si. As mamas da jovem podem estar na boca do Padrinho. A dupla penetração pode estar a fazer explodir o seu interior. A sua boca pode estar cheia com outro sexo. Mas Elisabete nem desconfia que Ana se vem só de olhar para o prazer que a própria jornalista obtém.
As bebidas não param. Ana sempre se soube controlar no que toca ao álcool. Ana desde cedo criou mecanismos que a impedem de ser derrotada por bebidas oferecidas por clientes ou por pessoas desconhecidas que se queiram envolver com ela. Mas os copos oferecidos pelo funcionário do hotel são mágicos. Imediatamente após um orgasmo, a jovem recebe mais uma bebida na sua mão. A que estiver disponível. Porque neste momento, Ana só tem um membro disponivel. Em cima da mesa de centro, ela está de gatas, com a face erguida virada para o enorme sofá em frente. O seu Padrinho ainda não esmoreceu. Após algum compasso de espera, onde carícias foram trocadas, olhares foram partilhados e sorrisos foram falados, o par volta a gozar de uma união carnal. O homem viril está de pé na peça de mobiliário. Agarra nas ancas da amante, empina o rabo dela e após uma ginástica muito flexivel, onde os joelhos estão ligeiramente dobrados, o Padrinho penetra o seu sexo no rabo da nova convidada da orgia sumptuosa deste hotel. Ana resiste. Ana coloca um cotovelo na base almofadada da mesa e a outra mão transporta o copo até aos seus lábios. Ana morre de sede. O seu interior pede por mais álcool, mais adrenalina, mais frescura sensual. Ana sente que a bebida a alterou por completo. Ana não o nega. Ana até sabe o intuito de ser distribuido constantemente uma mistura entre champanhe e vinho verde. Ana percepciona que é explosivo. E a impetuosa carga que o corpo do homem exerce por cima do seu rabo obriga a jovem a suportar alguma dor. Mas ela está sedada. As suas mamas pulam por cada penetração. As mãos do homem percorrem o seu rabo, abrindo cada vez mais as nádegas. Numa posição submissa, Ana sente-se desorientada. Ciente da intensidade da foda, mas com o campo de visão a mirrar. Ela procura ter os olhos abertos. É dificil. É uma viagem alucinante num sentimento surreal. Ela geme e ela grita. A sua atenção corporal mantém-se na foda que recebe. Mas a sua percepção mental ainda não se afastou das duas mulheres que já perceberam o prazer que ela não se cansa de obter. Elisabete consegue olhar esporádica e subtilmente para Ana. Ao mesmo tempo que continua a ser comida pelo Burguês, saboreia entusiasticamente o enorme sexo do Acompanhante de tez negra que está diante de si. A boca dela, os seus lábios finos mas cremosos, a língua perversa, as mãos possessivas, abocanham o prostituto incansavelmente. Elisabete ansiava por este momento. E enquanto se vem, percebe novamente que Ana a olha com deleite. Mas a jovem, que não consegue entender qual o papel que ocupa neste lugar, está um pouco longe. E quando a sua visão começa a ceder, o sentido da audição interpõe-se na racionalidade da jovem. Ana é chamada à atenção com os gritos constantes da rapariga que está agora deitada no sofá, mesmo à sua frente. Depois de virar a cabeça, Ana procura focar a atenção no corpo da jovem. Surpreendentemente, ela só consegue percepcionar as formas dela. Tudo se desvanece na sua mente. Ainda assim, ela consegue perceber como a jovem é possuída. Com o rabo e a parte inferior das costas deitada na almofada e a cabeça a pender para fora do sofá, a rapariga com cabelos castanhos lisos abre as pernas por completo, encostadas ao peito do Padrinho charmoso e deixa que ele a foda exaustivamente. Ao mesmo tempo, Ana guarda uma estranha sensação de conhecer a jovem, de desejar beijá-la, de querer tocar-lhe. Na verdade, a jovem de dezanove anos também foi arrastada pelo álcool que flui nas gargantas da maioria dos presentes. E a paixão e desejo dão lugar a uma tesão enlouquecida. Na cabeça de Ana, nem a mulher que está diante de si, tem a plena consciência da forma como é comida. E ela tem esta certeza, porque ela própria se sente a perder o controle sobre si mesma. Pousa o copo no tapete e procura erguer a mão, tocando no cabelo da parceira diante de si. O homem que lhe penetra no rabo está praticamente a libertar o seu prazer, mas Ana está anestesiada. Não vai sentir nada, porque os seus músculos, os seus nervos, o seu corpo, o seu cheiro, o seu olfacto, a sua visão e a sua mente perdem toda a energia. Subitamente, Ana sente-se a desligar.
É um corpo que a segura. É um corpo que a abraça. É um corpo que sustenta aquilo que ainda resta da lucidez de Ana. Ela procura abrir a custo os olhos. É um homem que a abraça. É um homem que lhe segura os braços. É um homem que a acorda. Ela sente um ardor no ânus e um inchaço na rata. É um pénis que a penetra na vagina. É um pénis que ainda a fode com insistência. É um pénis que já a comeu por completo. Ela vagueia uma mão pelo seu próprio corpo. Sente a presença de um homem que a abraça por trás. Possivelmente o seu Padrinho. Ela percorre a outra mão pelo tecido que teima em cobrir o homem que a segura na sua frente. Ao tentar abrir os olhos, Ana denota um tom branco. Na sua cabeça está a ideia que é o Bispo que a segura.
- Estás bem? - pergunta o vulto que Ana vê.
- Sim...Estou bem...Estou muito bem... - responde ela com a voz embriagada.
- Estou chocado...És um mulher incansável...Sabes...A Burguesa falou-me muito bem de ti....E não consegui tirar os olhos de ti toda a noite.
- Quem és tu?...
- Não sou ninguém. Aqui dentro sou eu que mando em ti. Mas fora daqui não sou ninguém.
Confirma-se. O Bispo sustém o corpo de Ana. Afectada pelo álcool. Adormecida numa embriaguez previsivel, a jovem procura segurar-se ao homem de hábito branco. A picha do Padrinho ainda a penetra. Mas desta vez, Ana está praticamente sentada no colo do director do hotel. Ela já consegue sentir pouca coisa. O seu campo de visão é quase nulo. Os seus olhos vêm branco. O seu olfacto só cheira humidade sexual. Os seus ouvidos sintonizaram a voz do Bispo. E as suas mãos apalpam o corpo do homem. Estuda-o, procurando identificar algo palpável. Quando toca na face dele, fixa cada pormenor. O queixo definido. A barba leve, os lábios finos, os óculos que tapam os seus olhos. Ana não se consegue manter desperta. Tudo no seu corpo cede. Ela quer adormecer. Ela quer abraçar-se ao homem. Ela quer que ele a segure toda a noite. Apesar de sentir as coxas do Padrinho na suas nádegas e o sexo dele enterrado na sua rata, Ana sabe que é o Bispo que a acolhe.
- O que é que eu sou? - pergunta Ana com voz arrastada.
- Diz?
- O que é que eu sou aqui dentro?... Há Burgueses....Há Acompanhantes...O que é que eu sou?
- Um dia, serás Madrinha...
E na incerteza da afirmação do Bispo, Ana deixa de sentir a ponta dos dedos. É incapaz de sentir a sua vagina. Os lábios ficam dormentes e deixam de sentir, mesmo o beijo leve do homem. Os ouvidos encerram e os olhos pesam demasiado. Neste lugar, ela recebe um abraço amistoso e paternal. Nesta noite, ela já não acorda.
É uma luz forte. Penetra pelo seu sonho, rasga as pálpebras e incedeia o escuro que o seu sono lhe proporcionou. A luz do sol que entra pela janela obriga a jovem a abrir um pouco os olhos. Ela ouve respirações. Sente movimentações e balanços no mesmo local onde o seu corpo está deitado. Não é uma mesa de centro. Não é o chão. É uma cama, certamente. Ana procura perceber onde está, quando está, com quem está e de que forma está. Ela sente-se nua. Sente um leve toque de lençóis lavados a cobrir os seus pés. A luz que teima em entrar pelo seu olhar é inequivocamente natural. É o raiar do dia com toda a certeza. Um toque de pele suave roça nas suas coxas. É um toque leve, claramente feminino. E após um instante, ela consegue recordar o toque das mãos da amante, Elisabete. Impulsivamente, ela cria um sorriso na sua face. Depois de uma noite intensa. Surreal. Única. Irrepetível. Depois de um serão que rompeu com qualquer percepção de experiência sexual de Ana, ela sente-se repousada. A mão da jornalista a irromper pelo seu sexo, abrindo as suas pernas, é talvez a mais sublime sensação que ela pode desejar. Ana imagina o que pode estar a acontecer. Elisabete deve tê-la levado para sua casa. Deve ter-se deitado ao seu lado e adormecido junto de si. Deve ter acordado e aberto os estores. Talvez tenha preparado o pequeno-almoço. Deve ter-se deitado ao seu lado, admirar o seu corpo e desejar possui-la. E a palma da mão que esfrega os seus lábios vaginais é um chamamento. Ana ordena aos seus braços que se mexam. Que procurem o corpo de Elisabete. Mas é nesse instante que os dedos da mulher se abrem. É nesse instante que Ana sente um corpo carnudo penetrar na sua rata. É um homem. Com as pernas abertas, com a mente sã, Ana não esperava sentir um pénis a entrar de novo dentro de si. No imediato, ela abre os olhos e a percepção do que ela já estava a tomar como certo, modifica-se. Deitado em cima do seu corpo, está um Padrinho. O homem que fodeu inesgotavelmente a rapariga de dezanove anos, no sofá em frente. O homem charmoso que lhe a obrigou a conceder alguns segundos de atenção e algumas vibrações interiores. O homem misterioso, súbdito do Padrinho, está agora a fodê-la, ainda nem sequer a manhã acordou por completo. Ao lado deles, está Elisabete. Com um enorme sorriso na face, com o corpo nu, com um encanto apaixonante, com um desejo a transpirar na sua alma. A jornalista abriu caminho para que o homem fodesse a sua amante. Incapaz de perceber por inteiro o que se passa ali. Estonteada pelos acontecimentos da noite anterior. Confusa quanto ao papel do Padrinho ali naquele sitio, nesta manhã. Encantada pela forma como ele possuiu a rapariga. Ana deixa. Nenhuma pergunta consegue justificar o que ocorre tão cedo. Por isso, embalada nas mãos de Elisabete em todo o seu corpo, ela saboreia o momento.
Depois da foda. Depois da fornicação. Depois da posse carnal. Depois do homem charmoso se ter vindo dentro do sexo da jovem. Depois de todo o corpo dela ter vibrado com uma penetração suave. Depois de pedir loucamente o abraço da sua amante. Ana está deitada ao lado de Elisabete. Já percepcionou que está num quarto de hotel. Possivelmente o hotel onde a noite começou. Já entendeu que a orgia já parece um acontecimento distante e surreal. Já aceitou a ressaca que ainda enche o seu corpo. Já viu o Padrinho levantar-se e entrar na casa de banho, para um longo banho. Já libertou um sorriso e beijou Elisabete. Daqui em diante, ela só quer voltar ao mundo real.
- Deves ter imensas perguntas a fazer... - pergunta a jornalista.
- Estou certa que não irás conseguir responder a todas. - diz Ana.
- Tenta.
- Estive a sonhar.
- O quê?
- A noite passada.
- Como assim?
- Sonhei tudo o que se passou na noite de ontem.
- Achas que foi um sonho?
- Não. Não é isso. Acho que foi bem real... Talvez não acredites...Mas revivi tudo o que aconteceu naquele salão.
- Não sei o que te dizer.
- Quem é ele? - pergunta Ana apontando para a porta da casa de banho.
- Um Padrinho.
- Mas ele não é o meu Padrinho.
- Não.
- Nem o teu.
- Não.
- O que está a fazer ele aqui, então?
- Ele é casado com a minha Madrinha.
- Estás a brincar?!
- É tão infiel quanto ela.
- E ela sabe?!... Sabe que ele está aqui? Sabe que tu o fodes? Sabe eu o fodi?!
- Como é que eu te explico?.... Ela sabe. Sabe que eu sou amante dele. Fora deste hotel. Sabe que ele tem outras amantes.... Mas ele não sabe disso.
- Mas os dois fodem com qualquer um.
- Exacto. Mas como te disse...Há regras a cumprir.
- E o Bispo sabe?
- Não! Nem sequer pode saber! Os Padrinhos não podem foder Burgueses de outros Padrinhos sem autorização. Este homem até pode ter deixado o teu Padrinho comer aquela rapariga. Mas o Bispo não iria autorizar que na primeira noite tu estivesses envolvida com dois Padrinhos.
- Mas se nós estamos aqui! E logo no hotel do homem! E eu acabei de foder com ele! E ele não é o meu Padrinho.
- Pois....
- E se alguém nos viu?! E se ele sabe?!
- O Bispo a esta altura deve estar a tomar o pequeno-almoço com a minha Madrinha. Na casa dela. O teu Padrinho veio deitar-te aqui quando perdeste os sentidos.
- Foi ele que dormiu comigo?
- Não. Fui eu...
- E o que aconteceu?
- Tentei acordar-te. Tu abriste os olhos e pediste para eu fazer amor contigo.... Eu fiz amor contigo. Voltaste a adormecer ferrada. Ele ligou para o meu telemóvel e eu abri-lhe a porta. Diz que ansiava foder-te desde que entraste.
O banho do homem charmoso terminou. As mulheres cortam a conversa e aguardam alguns segundos, até ele abrir a porta da casa de banho. O Padrinho, completamente nu, olha para Elisabete com um ar saciado. Ao aproximar-se da cama, fixa a jovem e sorri presunçosamente para ela. Há uma vibração estranha a comunicar entre os dois corpos. Ana não consegue perceber como é que aceitou foder com um homem que para além de não conhecer, não o viu. Apesar do seu charme, ela não se sente mulher de se entregar a alguém do qual pode não ter confiança. E enquanto repara no homem a vestir-se, tenta desvendar porque é que a sua máscara nocturna não funcionou desde que entrou no hotel. Há uma pergunta que se desenvolve na mente de Ana. Algo que lhe invadiu a racionalidade durante toda a noite. Mesmo nos sonhos dela. Ainda ninguém a elucidou do seu papel naquela orgia. Na sua lingua, por entre os seus dentes, pressionada pela garganta, ansiada pelos lábios, as palvras estão prontas a serem entoadas. A pergunta magnânima tem que ser feita. E a resposta tem que finalmente entrar pelos ouvidos de Ana e guardar-se na sua mente. A jovem percebe que o homem charmoso acabou de se vestir. Visiona os seus movimentos e aguarda por uma reacção. Ele pega nos seus objectos pessoais em cima da mesa de cabeceira e segura com dois dedos um envelope. Antes mesmo de Ana ter tempo de fazer qualquer pergunta, o homem charmoso lança um olhar forte à jovem.
- Até uma próxima vez...Foste magnífica. Isto que está aqui é para ti...
Estava pousado propositadamente junto à cama do quarto de hotel reservado a Ana. Um envelope vermelho. Com classe. Ana segura nele, ao mesmo tempo que o homem sai do quarto. E ao olhar para a parte da frente do envelope, a sua dúvida é dissipada. A resposta está ali, numa simples palavra. A noite de ontem confrontou Ana com uma realidade que ela não estava acostumada. A confiança estava lá. Acompanhava-a a todo o momento. A certeza também. Ela aceitava com firmeza o que ia ocorrendo, o que lhe propunham, o que espontaneamente acontecia. Mas as regras não eram dela. Os parceiros sexuais não eram escolhidos por si, estudados ao pormenor. A sua máscara nocturna escondeu-se. Ficou guardada. E isso, numa certa medida desorientou-a. Apesar de ter si convidada, Ana nunca chegou a perceber se entregava o seu corpo e a sua alma como Burguesa ou como prostituta. Ninguém lhe colocou um rótulo. Ninguém lhe exigiu um pagamento por estar naquele espaço requintado, selectivo, privado e luxuoso. Nada deixava entender o que esperavam de si. A um determinado momento, Ana não sabia se estava ali para receber ou dar prazer. Ou ambas. Foda. Fornicação. Cópula. Queca. Sexo. Numa noite assim, é irrelevante o papel profissional que Ana vem assumindo há algum tempo. Num lugar assim, o hábito preto que vestiu não a protegia da dedicação apaixonante que sempre caracterizou a sua máscara. A resposta está ali. Diante do seu olhar. Preso nas suas mãos. Ana sabe exactamente o que está dentro do envelope vermelho, onde na parte da frente está escrito apenas e só, pura e simplesmente, a negro e sublinhado... Acompanhante.
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A cada leitor, a cada visitante, a cada um que já guardou ao menos uma palavra do Edificio Magnolia...Muito Obrigado!

17 comentários:

O rapaz das Confissões disse...

mais uma vez foi um prazer deliciar-me com a leitura...

como sempre um momento fantastico no edificio

jokinhas e fico á espera de mais

Anónimo disse...

Arrepiante. Sensorialmente transcendente. Magnífico. apaludo de pé Magnólia, ultrapassaste todas as expectativas, valeu a pena todas as vezes que aqui vim ver se o centésimo post já tinha sido publicado.

Uma noite de fantasia, de sentidos, de cores e sabores inesquecíveis mas ainda assim confusos num imaginário toldado pelo alcóol e pela luxúria. Prazer e dor aliados e envolventes não sabendo onde começa um e acaba outro.

É fantástico o texto, sinto-me impotente como comentador para sublinhar a perfeiçaõ de descrição do cenário às feições, do desejo ás sensações.

Aplaudo Magna Magnólia.

Sexo conseguindo fugir sempre ao abismo da vulgaridade.Luzúria, fantasia, desejo e liberdade.

Agradeço estares aí desse lado.

Cristina Paulo disse...

já esta impresso para ler mal tenha um minutinho...mas aposto que está extraordinario e que valeu bem a pena a espera a que nos sujeitaste...
Bjos meus

Afrika disse...

Caramba! Foram precisos 100 post pra me deixarem sem palavras!

Como de costume descrições magnificas que me fizeram sentir parte da historia. Sem alento, com os músculos dormentes, doridos, "vivi" cada linha, pada paragrafo, cada dialogo.

Senti-me a assistir a uma peça magnifica, uma opera grotesca. A um intenso, embriagante "eyes wide Shut"...

luafeiticeira disse...

Parabéns e esta é a primeira palavra a dizer não porque o prometi, mas porque o mereces mesmo. Extraordinário texto porque parece um "eyes wide shut", mas de olhos abertos. Ana, personagem forte mesmo, ou principalmente, de máscara, agora perdeu-a e também ela se surpreendeu, ou seja, conseguiste mostrar até à Acompanhante para quem o sexo parecia não ter segredos, algo novo.
"Usam preservativo e gel..." - também não te esqueceste do que já foste criticado.
Fizeste-me andar aqui a passar, de vez em quando, durante a semana passada, ansiando pelo 100º post; esperei que fosse colossal, percebi que precisavas de tempo para escrever um texto com esse adjectivo, mas valeu a pena, nenum superlativo o pode descrever.
Beijos e para terminar como comecei - Parabéns!

pzs disse...

Muito obrigado pela viagem.

Parabêns pela qualidade da escrita e o bom gosto evidente.

Gostei muito. Mesmo.

Maria Manuela disse...

Devias publicar isto...beijos

Anónimo disse...

Tal como a lua feiticeira, passei a última semana a ver quando é que viria o tão ansiado post. E a espera sem dúvida recompensou. Não só te conseguiste exceder em detalhes e em descrever todas as sensações dos personagens deste post 100, como também foste copiosamente espectacular em contar-nos uma aventura inesquecível na vida da Ana. Mais uma vez parabéns pelo post número 100, e estás sempre a dizer para criticarmos o que acharmos mal... Mas não consigo, nada há para criticar!
Fico a pensar... se a Ana for a pessoa real... isto é que é uma bela vida :P
Beijocas Magnólia :D

Anónimo disse...

Pura e simplesmente excelente. Este 100º post aguça a curiosidade até ao 200º. Valeu a espera. Bravo Magnólia, Bravo!!!

A noite de Ana, apesar de ser de descoberta e de entrega ao desconhecido, confronta-a com a realidade da ambivalência que criou para si própria, e que já a perseguia.

Não será o envelope vermelho que lhe clarificará a mente. Pode ter sido acompanhante na manhã, mas na noite anterior profetizaram-lhe que será madrinha.

As máscaras fundiram-se, e aí esta a Ana.

Magnolia disse...

O 100º post é longo. Exige paciência e alguma coragem. Foi uma decisão complexa, criar tanta linha, tanta palavra, tanto detalhe. Porque sei que não é fácil ler o que aqui está. De qualquer forma, a quem teve essa coragem e paciência, os mais sinceros agradecimentos.
O RAPAZ DAS CONFISSÕES, haverá sempre um pouco mais no Edificio.
O FANTASMA DO EDIFICIO, não é fácil querer ultrapassar expectativas. É elevar demasiado a fasquia e depois não haver correspondência. Com um comentário como o teu, só posso achar que valeu a pena exigir mais do próprio Edificio. Estarei aqui deste lado enquanto houver visitantes tão ilustres como tu.
SIALA AP MAEVE, de facto, este post tem que ser mesmo impresso, para haver paciência para ler tanta página. Espero que tenha valido mesmo a pena.
AFRIKA, novos leitores, ou novos comentadores são sempre bem vindos. Foram precisos 100 posts para dizeres algumas palavras :) Gostei da caracterização que deste. Ópera grotesca. De uma certa forma, foi assim que se quis transmitir o ambiente vivido no hotel.
LUA FEITICEIRA, as comparações com "eyes wide shut" são inevitáveis. E ainda bem. Primeiro porque é de facto um filme que agrada imenso deste lado. Uma espécie de must. Segundo porque tinha que haver aqui uma encenação do que o filme transmite. Terceiro porque se pretendia dar uma perspectiva mais intensa do que no próprio filme. Não é presunção. Apenas um desafio pessoal.
Sim, o objectivo da revelação era mostrar que algo de novo e ousado surgisse perante a Ana acompanhante.
Quanto ao preservativo e gel, complementando àquilo que já tinha sido dito anteriormente, nesta revelação, neste texto, era primordial dar a conhecer que todos os envolvimentos sexuais eram feitos numa base de confiança e segurança.
E é verdade, foi preciso tempo para escrever este texto. Foi o maior, o mais trabalhoso e o que deu mais ambições a quem narra.
Agradeço a tua leitura, a tua visita, o teu comentário, sempre Magnolium :)
ZM, agradeço-te os elogios. Como tu dizes, até os loucos dizem coisas acertadas :)
MARIA MANUELA, um dia será publicado. Com toda a certeza. beijinhos
SPICY ANGEL, até eu considero que excedi. Mas mais uma vez, quando se elva a fasquia, o tombo pode ser grande. Mas fico contente que esteja a ser bem aceite. Há sempre ciriticas a fazer e a aceitar. Mas fico feliz de veres uma coisa perfeita...lol... A Ana pode ser tão real como qualquer outro inquilino, mas na verdade, ela tem uma vida recheada.
O MITO DO PSIQUE, espero que fique o sabor deste post até ao número 200. Sim, as máscaras fundiram-se por uma noite. E talvez se explique assim o descontrolo e embriaguez de Ana.

Allengirl disse...

Para quando o livro?

Anónimo disse...

Estrondoso...
Adorei!
Mais que uma vez por dia passava à porta do edificio a ver se era desta... valeu a pena as centenas de vezes que por aki passei!!!
Confesso que delirei quando vi que o Post era mais uma história de ANA... a campainha que mais gozo me dá... se bem que deliro com todas elas!!
PARABÉNS!!

Adore disse...

Um post absolutamente delicioso.

Parabéns :)*

Magnolia disse...

ALLEN GIRL, O livro surgirá quando for o momento certo, em que todos acreditem que valerá a pena gastar papel com a acção.
C4, ora novos comentadores são sempre bem vindos. A escolha de Ana para o post 100 não foi feita ao acaso. Desculpa se a espera foi mais longa do que se estava à espera. Ainda bem que gostaste. Volta sempre e agradeço-te as palavras.
ADORE, os posts procuram ser sempre do agrado de quem gosta de nos ler. :) beijinhos.

Sarah disse...

"Exige paciência e alguma coragem. (...) Porque sei que não é fácil ler o que aqui está."
Exigiu-me concentração e absoluto silêncio... Senti-me transportada para esse mundo á parte, surreal... perdi a noção do que estava à minha volta...
Fiquei deliciada!!
Verdadeiramente: PARABÉNS!!!

Anónimo disse...

Estou de férias...por isso ausentei-me por uns dias... Tive um espacinho e vim imprimir o que perdi nestes dias de Magnólia.... Prometo voltar para mostrar o que senti destes dois ultimos posts.. . que pelos comentários serão sublimes!!!
Um beijinho...cheio de aromas ;)

Magnolia disse...

SARAH, ainda bem que conseguiste desvirtuar o que te rodeia e encaixar no mundo surreal que pretendeu ser transmitido. Agradeço-te as palavras.
PAPINHA, espero que as férias saibam bem com um pouco de leitura. Volta, porque temos saudades dos teus comentários.