segunda-feira

Tempo húmido

Rodrigo estaciona a carrinha mesmo em frente ao Edificio. Apesar de tudo, estacionar nesta rua revela-se uma tarefa simplificada a meio da tarde. As pessoas ainda não chegaram a casa e as que trabalham ali perto encontram lugar facilitado num parque de estacionamento numa rua próxima. Assim, quando o homem chega, necessita apenas de encostar a carrinha e sair apressadamente. Rodrigo aproveita para dar um salto a casa, entre dois trabalhos a efectuar. Entra no prédio e antes de começar a subir as escadas, encontra uma empregada de limpeza. O homem lança o olhar, apercebendo-se que a mulher que efectua o trabalho já não é a mesma que habitualmente tratava da limpeza às quartas de manhã. Apesar da sua pressa, ele lança o sorriso de cumprimento. A mulher responde algo envergonhada e dá espaço para que ele passe, desviando o carrinho com dois balde e os produtos de limpeza. O segundo sorriso que Rodrigo lança demonstra a surpresa por ver ali, no seu prédio, junto à sua porta, uma mulher tão bonita.
Ele entra na sua casa, vazia de vida, despe a camisola, já cansada de quase um dia de trabalho, lava as mãos, lava a cara, segue para a cozinha onde retira do frigorifico a garrafa de sumo de maracujá, enche o copo, dá um enorme trago, volta a encher o copo, repete o trago, passa o copo por água, coloca-o na máquina de lavar loiça, vasculha o cesto de roupa lavada, retira uma nova camisola, veste-a, segue para a despensa onde recolhe peças que estão no interior de uma caixa, guarda-a no bolso, corre até à casa de banho onde ajeita ligeiramente o cabelo, retrocede o passo até ao hall de entrada onde verifica duas cartas carregadas de contas para pagar, em que ele não vai pensar nelas até regressar à noite e abri-las em conjunto com a mulher, que é ela que trata de toda a papelada e porque agora já é tarde e ele já abriu a porta para finalmente sair de casa. Dois passos em frente e ele alcança os degraus. As suas botas estão sujas, carregadas de alguma terra que o tapete de entrada não conseguiu limpar. As pedras presas à sola do calçado tornam os pés menos aderentes. Tendo em conta que o chão está molhado da primeira limpeza que a empregada já efectou, Rodrigo perde o controlo de si mesmo. Escorrega no terceiro degrau a contar de cima e nada o segura. O seu traseiro assenta com força no mármore e a partir dai é escorregar até alcançar o fim do lance de escadas. Um berro sustenido é a única coisa que sai da sua boca. Imediatamente, alertada pelo grito do homem, a empregada de limpeza desce apressadamente, mas com cuidado, as escadas que ela ainda procurava limpar.
- Senhor?!! O senhor está bem?!
Apesar do tombo, Rodrigo está consciente e já tem um sorriso na face. Tem dificuldades em movimentar-se, mas consegue sentar-se no chão. A mulher está ajoelhada à sua frente, com um semblante assustado no olhar escondido. Segura no braço dele, procurando perceber se o inquilino está bem.
- Está magoado? Não viu que eu estava limpando as escadas?
- Eu vi-a a si...e vi as escadas....mas não vi que elas estavam húmidas.
- E o que acha que eu estou aqui a fazer, uhm?
Ele ri-se. Qualquer apontamento sobre o propósito do trabalho da mulher e a atenção que deveria ter tomado, é tardia. Rodrigo caiu e possivelmente magoou-se.
- Onde é que se magoou?...Aii, meu Deus! Quer que chame uma ambulância
- Não...deixe estar...auuu...deixe estar! Ai!
- Eu vou chamar uma ambulância e...
- Por favor, não!...Só preciso que me ajude a levantar...Só preciso...Consegue ajudar-me a regressar àquela porta. Só preciso que me faça isso...Ah...Não sei o seu nome.
Rodrigo levanta o olhar e fixa a atenção em toda a face da mulher. Ela é uma funcionária nova, muito bonita, de cabelo loiro apanhado, com uma cara fofinha, com um ar singelamente atraente. E quando ele confessa que desejaria saber o nome dela, algo se transforma naquelas escadas.
- Sara.......O meu nome é Sara...
Ela fica impávida perante o olhar penetrante do homem. Quer sorrir mas não se consegue libertar. Puxa o braço do homem e ajuda-o a levantar-se. Degrau após degrau, o homem combalido consegue seguir às cavalitas da empregada de limpeza. Junto à porta, ele abre a porta. O olhar volta a cruzar-se entre os dois. Rodrigo mal consegue pousar a perna esquerda no chão. Não é nenhum incapacitado, mas subitamente ele quer ter a ajuda de Sara.
Na cama de casal do quarto onde dormem Rodrigo e Helena, o homem está deitado. A empregada de limpeza, até há quase quinze minutos uma perfeita desconhecida do olhar do inquilino, está sentada ao lado dele.
- O senhor ainda não me disse onde é que lhe dói.
- O senhor chama-se Rodrigo....e dói-me aqui junto ao...junto à ná....dói-me rabo todo...mas é aqui na anca.
- Acha que partiu?...
- Não, já caí de um telhado e só parti um relógio que tinha dois dias. Acho que não parti nada. Mas dói que se farta.
- Tem que se ver isso.
- Já passa, Sara...
- Tem que ver se ficou muito magoado, senhor.
- Rodrigo...
- Deixe ver se machucou...Rodrigo.
Ele olha conformado para ela durante dois segundos. Abre o cinto das calças e imediatamente a mulher puxa com ligeireza as calças. Apenas um pouco, apenas para deixar ver a anca, a nádega, o rabo todo. Enquanto ela puxa para baixo as calças, Rodrigo aprecia as mãos dela. Suaves e húmidas. Frias mas delicadas. Apesar de se sentir algo constrangida por estar na divisão de uma casa de alguém desconhecido, ainda por cima no primeiro dia de trabalho naquele local, Sara não hesita em levantar ligeiramente os boxers apertados do homem para ver a ferida que efectivamente foi gerada na anca.
- Isto está feio....
- A minha mulher tem ali...naquela gaveta, um creme...ela chama-lhe um creme milagroso.
Sara levanta-se, abre a gaveta e retira o creme. O olhar de Rodrigo já não descola de si. Ela é uma mulher ainda jovem, quase nos trinta anos. Por baixo da farda creme da empresa para quem trabalha, está uma saia que faz descobrir as suas pernas sensuais. Está uma camisola colada ao corpo que faz sugerir tudo aquilo que o seu corpo deve ostentar. E quando ela se senta de novo na cama, Rodrigo já sabe o que quer. Delicadamente, ela retira um pedaço de creme da bisnaga. Atenta à ferida, Sara massaja levemente com os dedos a pele do homem. Ele respira fundo e segura a mão da mulher.
- Estou magoando?
- Não...está a fazer muito bem...Sara?...A Sara não é portuguesa, pois não?
- ...Sou espanhola...
- E fala assim tão bem português?...
- Estou casada com um português e....a lingua não é dificil....
- A lingua...pois...
Agora o olhar está fixo entre os dois. Agora eles focaram-se mutuamente. Os dedos de Sara continuam a espalhar o creme pela ancas, mas progressivamente, a mão dela vai fazendo subir os boxers. Quando ela desvia o olhar da face dele, cai sobre a cintura do homem. Cai sobre o sexo que vai crescendo dentro da roupa interior. Tal facto não deixa Sara indiferente. Fá-la respirar fundo. Fá-la parar a massagem. Fá-la hesitar. Levanta de novo o olhar para Rodrigo. Ele sorri. Ele pede com o olhar. Há uma ansiedade a viver no coração de Sara. Palpita nos seus lábios finos e pálidos. Flui na sua respiração ofegante. Vibra na sua mão que sobre pela perna de Rodrigo até se encher com o sexo masculino excitado. Atreve-se a puxar o elástico dos boxers com a ponta dos dedos até avistar o pedaço de carne tesa. Ela fecha os olhos e corta a respiração até ter coragem de admitir o que quer fazer.
- Não posso....Não posso fazer isto, Rodrigo...
- Não o quer fazer?
- Quero!...Mas não posso...
- Porquê?
- O senhor é casado...Eu sou casada!
- E então?...Diga-me, Sara...Há quanto tempo é casada?
- Há quatro anos.
- E nunca esteve com outro homem?
- ...Não...sim....já...
- Nunca deu a provar a sua lingua?
Sara não precisa de responder. A sua ansiedade já a controla demasiado. Ela puxa os boxers totalmente para baixo. De uma forma ligeira e delicada. Evita passar o tecido pelo inchaço da anca do homem. E com a sua mão terna, segura a picha entesada de Rodrigo. Ele geme ligeiramente. E depois de um olhar intenso, liberto de qualquer sentimento, Sara põe a ponta do sexo dele na sua boca. Massaja-a com os lábios e movimenta a mão, esfregando todo aquele sexo imponente, que do nada irrompeu pelo seu dia de trabalho. Rodrigo gosta de sentir a boca dela, a lingua dela a brincar consigo. A sua mão desliza pelo seu corpo até alcançar a cabeça dela. Acaricia-lhe os cabelos loiros e incentiva-a a chupá-lo. O marido de Helena não sabe se Sara é feliz no casamento dela. Não sabe que tipo de vida sexual ela tem e se a satisfaz. Não sabe até que ponto Sara pode ser infiel ao marido. Mas ele sabe que a mulher chupa de uma forma especial. Calma, ligeira, terna e intensa. Carinhosa, vagarosa, meiga e excitante. E esta acção, diferente de outros broches que já lhe foram concedidos deixam-no subitamente entesado. Como uma anestesia que foi dada no seu intimo e se espalha por todo o corpo. Sara prova a carne que num breve espaço de segundos se tornou apetecivel. Fecha os olhos e saboreia tudo o que há para degustar. Mas com uma intensa suavidade. A sua mão leve e fina escorrega por todo o sexo até chegar à ponta. Ela levanta o olhar e vê Rodrigo completamente entregue às delicias da sua lingua húmida que agora escorrega pelo pénis dele até tocar num nervo mais sensivel.
- Ohhh...Sara....Já nem sequer dói...Você é fantástica...Uhm...Eu quero-a....Ouviu, Sara? Eu quero-a!!
Ela ouve.
A nova empregada de limpeza do Edificio Magnolia está sentada em cima do homem debilitado. A mulher desliza as mãos pelo peito dele, ao mesmo tempo que o seu olhar enfeitiça o desejo de Rodrigo. Sara tem os joelhos dobrados, ao lado do corpo do amante e faz descer todo o seu corpo até à picha entesada e já saboreada do inquilino entrar por entre as suas pernas. A rata húmida dela engole o sexo do homem. E entre os dois gera-se um misto de calor reconfortante e uma anestesia de prazer que tem que ser acordada. Sara delira em sentir a picha dele bem profunda dentro de si. Nua. Sara despiu a sua farda laborial e entregou-se ao homem como uma mulher sedenta do desejo que ele quer entregar. E perante a lesão de Rodrigo, só lhe resta cavalgar sobre o homem para poder alcançar a concretização desse mesmo prazer.
- Você é louco, Rodrigo...uhmm...você é louco...ohh!
- Você é linda....Deixa-me...uhm....deixa-me enfeitiçado, Sara.
Pelos olhos profundos e escondidos. Pelo cabelo loiro que divaga por entre a face dela. Pelas coxas formosas que sucedem às nádegas firmes que agora pulam sobre o corpo do homem. Pelos seios graciosos que descaem pelo tronco dela. São mamas bonitas. Todo o corpo dela é bonito. Sara é uma mulher linda. E ela salta. Faz força nos joelhos para subir e descer. Para que se repita vezes e vezes sem conta a plenitude do sexo dele a roçar dentro do seu intimo. Rodrigo está deitado e fixa todo o corpo da mulher. Admira a forma elegante e terna como a amante cavalga sobre si e lhe exibe as suas formas fantásticas. As mãos dele acariciam as coxas dela, para depois apalparem o rabo, incitando-a a foder.
- Si...ohhh...Rodrigo...por favor...sii...mais...nós somos loucos! Ahhh...
- Não pare, Sara...Hoje você é minha...uhmmm....Sara...Você é linda!
As mãos de Rodrigo são persistentes. Fincam os dedos no rabo dela e puxam o seu corpo contra si. O sexo dele entra profundamente na rata apertada. E tudo dentro dela vai-se encharcando. O vigor do pénis inchado dele transmite uma sensação de poder sobre um âmago tão frágil e sensivel. Sara está excitada. Muito excitada. Liberta gemidos da sua pequena boca. Espalma as mãos no tronco dele, procurando saborear cada pedaço do amante. Mas tudo parece demasiado espontâneo. Tudo parece demasiado envolvente. Tudo se revela intensamente poderoso. As mãos masculinas do seu amante empurram cada vez mais as ancas dela. Quando já lhe faltam forças para cavalgar com supremacia sobre o corpo deitado, Sara pousa em cima dele. Continua a movimentar a cintura, para que a picha dele brinque dentro de si. Os gemidos continuam. O sorriso de Rodrigo mantém-se. Ele prova os mamilos creme dela, ao mesmo tempo que agarra as nádegas dela com pão para amassar. A espanhola sente-se louca. Apesar de estar sobre ele, é o seu amante que a domina. E quando ele se esporra, atenuando o inchaço do sexo, Sara apazigua o seu gozo na boca dele. Um beijo profundo. Um beijo intenso. Um trocar de lábios e de linguas que significa algo. Mesmo que não signifique nada. As ancas de Sara deixam de se movimentar. O sexo dele aconchega-se na carne intima dela. As mãos dele libertam-se das nádegas vermelhas da amante. Os cabelos loiros de Sara deslizam pela face de Rodrigo. E ouve-se um riso masculino que é respondido com um sorriso terno feminino. A enfermeira de Rodrigo, improvisada mas sensual, rende-se às evidências de ter sentido o orgasmo do amante dentro de si. Não significou nada. Mas significou tanta coisa.
Helena está há dez minutos a perguntar ao marido como raio é que ele conseguiu escorregar pelas escadas daquela forma. O filho mais novo do casal ri-se à conta da atrapalhação do próprio pai. No sofá da sala, o dia de labor terminou para toda a gente nesta familia. Depois de todos terem jantado, reina a tranquilidade no 1º esquerdo. O jovem vai terminar o estudo para a próximo teste. Helena chegou um pouco mais atrasada do escritório, segundo ela, por um cliente que teimava em não sair da firma. Rodrigo teve que cancelar o trabalho que tinha antes do dia terminar.
- Queres que espalhe aí o creme milagroso? - diz Helena.
- Já não me dói nada...
- E posso levar-te à cama?....
- Sim. Hoje fiquei a sonhar toda a tarde com uma massagem especial.
- Valeu a pena esperar pela enfermeira?
- Completamente...

7 comentários:

GAGGINGyou disse...

muito bom...como sempre!

Rosa Vermelha... disse...

Ui...eu sei o quanto doi escorregar no molhado e descer escadas de cu...não tive foi nenhum enfermeiro improvisado para me aliviar a dor...eheheh

Shelyak disse...

hoje foi divinal!!! e porque será que estas coisas "proibidas" serão tão excitantes!?
Até se dão voltas na cadeira ao imaginar tal cena! ufffff....
:))))

Shelyak disse...

Ah! e quando chegará o dia em que ou a Helena ou o Rodrigo serão "apanhados" ? No fundo, creio que se virá a desenvolver uma conversa com o tempo, muda, entre os dois, sobre o que fazem/fizeram/querem fazer...partilhar....
For sure!!! só pode :) Digo eu, claro...

luafeiticeira disse...

Este texto só pode ter sido imaginado por um homem, só os homens imaginam encontrar uma empregada de limpeza nova e linda e no 1º dia darem-lhe uma queca, ainda bem que tenho uma empregada velha.
beijos

Magnolia disse...

GAGGINGYOU, agradeço-te as visitas e o facto de poder ser entusiasmante.
ROSA VERMELHA, se tivesses ficado no chão por mais tempo, talvez surgisse. E se invocasses uma dor imensa...ele iria aliviar a dor, certamente. :)
SHELYAK, o fruto proibido é sempre o mais saboroso, não é segredo para ninguém. Voltas à cadeira??
O teu palpite pode estar certo. Talvez. Impossivel é prever as consequências desse momento, se surgir.
LUA FEITICEIRA, o teu palpite também pode estar certo e provável. De qualquer forma, parece-me que a história pretende agradar a ambos os sexos. E como infelizmente não existem mais homens a limpar escadas de prédios, talvez por isso seja mais uma fantasia masculina. E ainda assim, não creio que todas as empregadas de limpeza sejam velhas. Muitas delas são bonitas e guardam uma sensualidade peculiar.

Red Light Special disse...

ehehhehe
Pois eu digo que nao foi escrito por homem algum, isto é texto de mulher, bissexual na minha opinião.
ehehehehe
(não custa mandar palpites, quem está desse lado com certeza se diverte! ehehe)
Quanto ao texto, esta fenomenal... fetishe de muitos homens e mulheres tb.
O desfecho para mim está divino... a ironia da relação desses dois é tão real, tão familiar.
:)
red kisses (vou ler o resto.. uma vez mais tenho varios posts atrasados, é perigoso!!)